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História Bad Time - Capítulo 12


Escrita por: msbelievcr

Capítulo 12 - Capítulo 12


Os dias que se passaram foram os piores, cada dia eu acordava desejando que não tivesse. Ele não estava lá. Era um choque diário, eu ainda não acreditava que ele não estaria presente quando eu saísse do quarto, me recebendo com uma piada idiota ou um sorriso irônico.

Quando meus pais tentavam algum tipo de contato, eu ignorava. Ainda estava brava e estava secretamente procurando um apartamento, perto da clínica. Queria ter um lugar para quando eu o tirasse de lá, talvez pudesse ser o mundinho que pedimos aos gênios antes que eu partisse.

Porém, naquela noite, recebi uma ligação estranha de Kristy, a enfermeira legal.

- Guardou purê de batata para mim?

- Lily... - ela fez uma pausa e pude ouvir soluços ao fundo. Entrei em pânico.

- Kristy, o que houve?

- Ele... quer falar com você. Agora e pessoalmente. Pode vir?

Eu fechei meus olhos e respirei pesadamente.

- Claro. Estou indo.

Ela desligou e eu já sabia do que se tratava. Ele estava indo embora.

- Vou pegar o carro. - disse ao meu pai, que estava sentado assistindo ao jogo de futebol.

- Para onde você vai?

Saio sem responder, corro para o carro e dirijo o mais rápido que posso, meio sem jeito já que não tenho carteira de motorista e só tive algumas aulas.

Chegando lá, Kristy me recebe e me dirige logo para uma sala de visitas, mas me pára antes que eu entre.

- Lily, só um aviso: lute por ele, está bem?

Afirmo com a cabeça e entro.

Uma versão enfraquecida de Ezra me recebe. Ele está mais magro, os olhos estão fundos e ele está pálido.

- Deus, Lily, achei que estivesse comendo mais desde que saiu.

Passaram algumas semanas desde que eu saí e eu estava mais magra também, meio pálida.

- É, o amor me engordava, acho.

Ele ri.

- Ele te deixava mais boba, e a mim também. Acho que isso engorda.

Ambos rimos por um breve momento antes de lembrarmos por que estávamos ali.

- Não posso sair daqui. - ele diz com o rosto abaixado.

- Claro que pode, só estou procurando um apartamento ainda, lembra? Eu disse que faria isso. - eu havia dito aquilo antes de ir, fiz uma promessa.

- Eu sei. O problema é que eu não posso sair daqui. Não consigo viver lá fora.

Fiquei agitada, não sabia o que dizer para convencê-lo do contrário. O que estava havendo?

- Ezra, calma, okay? Eu... eu estou procurando um lugar, eu sei que está demorando mas vou achar, está bem? Só... só me dê um... um tempo e eu vou achar...

Eu estava chacoalhando as mãos, parecia uma louca. Estava suando, com dificuldades para respirar. Então ele pegou minhas mãos e sorriu.

- Não sou do tipo que escreve uma carta então só vou dizer logo. Eu amo você, mas não posso fazer isso... - ele apontou para mim toda e depois voltou a me encarar. - Enfim, eu pedi a transferência. Eu sei que nunca vou sair e sei que, mesmo que eu saísse, Deus sabe o que eu faria com você se eu estivesse sem medicação. Eu não sou eu mesmo quando estou... mal, sabe? E quero que você viva sem acordar todo dia se perguntando como eu estou, me esperando mesmo sabendo que eu nunca vou sair. Não posso ser responsável pela sua dor diária. Eu te amo muito para te machucar, Lily.

- Não, não, só... espere um tempo, eu dou um jeito, eu... - Não consigo pronunciar outra palavra, simplesmente não consigo. Ele me abraça mas eu o afasto e começo a disparar soquinhos em seu tórax.

- Sai de perto de mim. - eu grito. - Sai!

Aponto na direção dele, pronta para dizer algo mas não o faço. Não consigo.

Ele me envolve nos braços.

- Sinto muito. Parece que os gênios não atenderam nosso pedido.

Retorno seu abraço.

- Filhos da mãe.

A enfermeira Kristy abre a porta e informa que o tempo acabou.

Antes que ele possa ir, beijo as duas marcas no canto de sua cabeça e depois o beijo da forma mais fervorosa possível, segurando-o com todas as minhas forças. Depois do que pareceram horas, eu o libero e permaneço imóvel enquanto o vejo ir embora.

- Eu espero que os gênios reconsiderem. - digo.

- Eu também. E espero que eles saibam o quanto eu a amo.

Eu sorrio.

- Eu também.

E ele se vai.

Quando entro no carro, dirijo durante 1 ou 2 horas, não sei ao certo, sem rumo, apenas em linha reta. E decido que não vou voltar para casa ou para a vida que eu levava. Só vai doer ainda mais. Continuo indo em frente, sem parar, sem saber onde estou. Posso mudar meu nome, possomudar minha aparência. Deixar de ser a filha de pais bem sucedidos porém desgraçados, deixar de ser levada a fazer as coisas e não decidir fazê-las. Eu iria tomar um novo rumo com a única certeza de que o rosto dele estaria imortalizado na minha memória e que a pessoa que ele amava em mim seria a pessoa que continuaria a viver, a pessoa que estava dirigindo sem rumo naquela noite, indo em direção ao desconhecido.


Notas Finais


Espero que tenham gostado dessa fic tanto quanto eu gostei de escrever ela. Vou tentar postar outra mas não muito em breve. Obrigada à todo mundo que acompanhou a fic até aqui ❤


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