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História Bad Time - Capítulo 9


Escrita por: msbelievcr

Capítulo 9 - Capítulo 9


São 21:45 e decido dormir antes que minha mente sucumba a passar mais 1 hora imaginando cenários para o que aconteceu naquela manhã. Mas dormir era apenas um alívio temporário, já que a cada hora eu acordava e perdia meu sono. Somando tudo, devo ter tido entre 15 e 35 minutos de sono no intervalo de cada vez que eu despertei.

Então, às 8:30 em ponto, já estou com os dentes escovados e cabelos penteados, pronta para recebê-lo. 5 minutos se passam e eu me sento na cama, já convencida de que o plano não funcionou. Mas a maçaneta se move e eu me endireito na cama, com a maior antecipação que já senti na vida. Meu coração pulava, ameaçando sair da minha boca, apenas nos segundos que antecederam a abertura da porta. E lá estava ele. Seus longos cabelos foram raspados e, de cada lado da cabeça, havia uma marca do tamanho de uma moeda de 50 centavos, onde imaginei que colocaram os fios. Ele estava pálido e com dificuldades para caminhar, mas Kristy o guiou até que ele sentasse. Aquela visão, o fantasma na minha frente que restou do verdadeiro Ezra, me deu arrepios em todos os lugares possíveis.

- Vou deixá-los a sós. - disse Kristy, fechando a porta atrás de si.

Mil coisas passavam pela minha cabeça naquele momento mas só consegui dizer uma.

- Sinto muito pelo seu cabelo.

Ele ri, parando para tossir um pouco. Meu Deus, olhar para ele me dava um aperto no peito.

- Eu também, Lily. - ele continuou sorrindo, mas não o típico sorriso ao estilo Ezra, algo muito mais melancólico.

- O que aconteceu? - eu perguntei, enquanto tomava coragem para segurar sua mão, que estava fria, porém macia.

- Eu descobri tudo. Tudo o que ele fez com você naquele maldito escritório. - ele apertou minha mão e, mesmo com a boca fechada, pude ver que apertava os dentes.

- Como... como você soube? - eu perguntei, chocada. Não há câmeras lá, eu já chequei.

- Ele me disse. Deixei o desgraçado desconfortável quando usei as próprias perguntas contra ele. Ele odeia quando mexem com sua masculinidade, isso eu sabia. Mas quando ele me disse sobre o que fez com você... - ele fecha os olhos e respira profundamente. - Sinto muito, Lily.

Eu estava tão brava com tudo aquilo. Dr. Williams se sentiu ameaçado com um possível processo judicial e o mandou para o eletrochoque? Naquela hora minhas entranhas se remoeram, tudo dentro de mim queria matar aquele filho da mãe. Foi quando, por um golpe de coincidência ou até sorte, ele passou, junto com duas outras enfermeiras chefes, na frente da porta do meu quarto.

Eu olhei para Ezra, em seu estado mais miserável, me levantei sem pensar duas vezes, abri a porta e pulei sobre o psicólogo. Tudo depois daquilo se tornou um borrão.

Despertei do meu apagão quando as duas enfermeiras me tiraram de cima do Dr. Williams. Ele estava com o nariz totalmente ensanguentado e arranhões por todo o rosto. Eu havia feito um ótimo trabalho.

- Você ficou maluca, mocinha? - gritou uma das enfermeiras. Eu não tinha resposta alguma, estava em choque. Aquilo foi um ataque repentino de fúria misturado com adrenalina, completamente repentino. Olhei para o meu quarto e Ezra estava parado na porta, espantado, olhando para mim e em seguida para o doutor. De alguma forma, senti que precisava tirar um peso que ambos carregávamos àquela altura.

- Ele abusou de mim. - sussurrei, olhando para baixo.

A enfermeira mais velha se virou para mim enquanto a outra ajudava o psicólogo a se levantar.

- Como disse?

Tomei coragem para repetir aquilo, as palavras em minha boca eram azedas.

- Ele... abusou de mim. Sexualmente. Ezra soube e tentou me proteger ontem.

Ambas olharam para ele, que esboçou um olhar de pânico, porém tentou encobrir.

- Ela está louca, tentando aliviar a situação para ela e o amiguinho.

- É aí que você se engana, seu desgraçado. Ou você se esqueceu? Eu não minto. Por isso estou aqui.

Ele congelou. A senhora que segurava o doutor o conduziu para outro corredor, e lá eles sumiram de vista. A outra enfermeira, a mais velha, se virou para mim.

- Vou chamar a polícia, não saia daqui.

Ela seguiu de onde tinha vindo e eu e Ezra ficamos sozinhos, em silêncio por um momento. Então sigo até ele.

- Socar alguém dói muito.

Ele ri e segura minhas mãos.

- Caramba, olha isso. Você destruiu o cara. - ele olha para mim e sorri. - Obrigada.

- O prazer foi todo meu.

Então ele fez algo que me pegou totalmente desprevenida. Me deu meu primeiro beijo. Eu não sabia o que fazer no início e meu cérebro estava em pânico, mas depois de um tempo eu não pensava em nada, apenas no quanto, mesmo sem eu saber, eu esperava por aquilo.

Minhas mãos estavam ao redor do pescoço dele e as dele estavam contornando meu rosto. Parecia que o tempo estava congelado e naquele momento eu desejava isso, porém coisas boas têm um fim e a regra se aplicava no caso.



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