-Espera...Você quer o quê? -pisco várias vezes tentando processar a informação que a garota passava.
-Quero f-ficar com a...a..
-Pode esquecer. Isso não vai acontecer nunca. É minha boneca, ouviu?! Minha! -eu já me encontrava vermelha de raiva e completamente alterada.
-T-tudo bem, Momo...eu só achei que...eu pudesse... -ela é interrompida por uma Jeongyeon em pé na porta do corredor com os cabelos longos e molhados.
-Momori, eu usei seu banheiro. Ah, Oi! -ela acena para Nayeon.
-Ah...Oi! Sou Im Nayeon. -ela levanta e se curva.
-Eu sei quem você é -Jeongyeon sorriu e se curvou também até que eu lhe lancei um olhar repreensivo.
-Sabe? Mas eu nem tinha me apresentado ainda -Nayeon lançou um sorriso doce para Jeongyeon.
Graças à Deus, Jeongyeon entendeu meu olhar.
-Claro! Ouvi você falar quando entrou. -suspirei aliviada.
-Ah..claro..Bom, Momo...eu só vim falar sobre a boneca. Já vou indo. -ela se dirigia à porta.
-Sobre mim? Quero dizer...a bailarina da Momo? O que tem ela? -ela corrige e eu sinto meu corpo gelar.
-Sim, a bailarina de porcelana dela. Eu acho ela muito bonita e gosto dela. -Nayeon sorri de novo. Isso já Tá me irritando.
-Momo também gosta dela, e acha ela linda, não é Momo? -ela me olha e eu assinto. Ela sabe jogar. - mas então, o que quer com a boneca?
-Eu quero a boneca. -Jeongyeon a olha surpresa e depois me olha -é mesmo? Mas...Momo a ama...ela é muito importante pra Momo. Não é?
-Sim. Um objeto de muito valor sentimental. -concordo. -Nay, eu vou...pensar na sua proposta.-também sei jogar, Jeongyeon- Qualquer coisa falo com seu pai. -abro a porta e espero a garota sair.
-Foi bom te conhecer, Jeongyeon! Tchau! -ela acena sorrindo.
-Tchauzinho... -Jeongyeon acena de volta.
A garota por fim sai e eu olho enfurecida pra Jeongyeon.
-O que diacho foi isso?! Estava me provocando? Na frente da menina ?! Sua doida! -ela se aproxima.
-Você fica linda com raiva.
-Sai viada eu sou hetero! -empurro os ombros dela que por sua vez segura minha cintura colando nossos corpos.
-E eu sou louca por você- ela me beija.
No início eu me assustei e tentei me afastar mas ela me prendeu em seus braços aprofundando o beijo. Não posso negar, era bom. O beijo dela era muuuuuuito bom. Aquele gostinho que só os lábios dela tinham. O beijo era calmo mas com uma certa intensidade.
Jeongyeon me levou para o quarto em seu colo sem parar o beijo, me colocou na cama e ficou por cima. Em um momento sua língua deslizava por meus lábios pedindo passagem. Essa que não cedi.
-J-jeong...É...É melhor parar.. -ela descia os beijos para o meu maxilar até o pescoço deixando um beijinho molhado ali.
-Sei que você quer, Momori... -ela falava com a voz mais rouca que o normal e eu recobrei a consciência antes que isso fosse mais longe.
-Jeongyeon para! -empurro seus ombros.
Ela me olha aturdida com minha atitude, mas não se move.
-Eu Beijo tão mal assim? -ela sorri e eu me ajeito na cama.
-Não...É que... isso é errado...Você é minha boneca, e- sou interrompida pela voz chorosa dela.
-Então é isso. Realmente, eu sou só uma boneca. -ela já se afastava.
- Não! Fica...Por favor...dorme comigo... -seguro o pulso dela a trazendo para mais perto.
-Quer que eu durma aqui? -ela me encara desconfiada.
-Sim... -deixo ela entre minha pernas e Abraço seu pescoço.
-E eu vou podem fazer isso enquanto dormimos? -ouço seu riso nasalado.
-Hum? -murmuro sem entender até que uma mão aperta minha bunda e eu arregalo os olhos- Jeongyeon! Pro quarto de hóspedes, agora! -saio do Abraço.
-Mas você disse que-
-Eu disse pro quarto de hóspedes! -ponho as mãos na cintura e a olho brava.
-Boa noite, Momori -ela beija minha testa e levanta da cama.
-Boa noite, anjinho. -sorrio boba com sua atitude e ela sai do quarto.
Me deito e me cubro fechando os olhos. Mas antes de dormir os abro novamente ao perceber a presença da minha bonequinha trazendo um copo de água e o deixando no criado mudo ao lado da cama, ela deixa um selar em meus lábios e alisa minha bochecha com o polegar. Ela sai e apaga a luz, sem entender muito bem sua atitude eu apenas sorrio e cochilo.
[...]
Sim, eu dormi o dia inteiro depois que Nayeon saiu daqui, minha discussão com Jeongyeon havia me esgotado já que chorei bastante. Já era de manhã.
Levanto e faço minhas higienes matinais até que ouço barulhos na cozinha. Vou até lá e me deparo com uma mesa repleta de coisas gostosas que fazem meus olhos brilharem e vejo uma Jeongyeon tirando um bolo de chocolate do forno.
E pensar que se ontem ela tivesse me obedecido e voltado a ser uma bailarina de porcelana, eu não teria tudo isso pra comer hoje.
Sem nem pensar duas vezes a Abraço por trás e a vejo sorrir.
-Bom dia, Jeongyeon.
-Bom dia, Momori. Fiz pra você, o que acha? -ela colocava a calda de brigadeiro em cima do bolo.
-Acho maravilhoso. Se quiser fazer todo dia eu agradeço. -ela sorri e dá dois tapinhas em meus braços que a rodeavam para que eu a soltasse.
-Momori...queria te pedir uma coisa...-ela coloca o bolo na mesa e aponta para a cadeira me convidando a sentar.-na verdade três coisas.
-Pode pedir. Se eu puder fazer.-sento e encho um copo com suco.
-Primeiro, quero que mude meu nome enquanto poucas pessoas sabem. -ela me lança um olhar apreensivo com certo medo da minha resposta.
-Não gosta do seu nome? E pretende conhecer outras pessoas? -a idéia de ela querer conhecer outra pessoas me deixava aflita, e se descobrissem o que ela era?
-Gosto,mas acho muito grande...E sim, quero conhecer outras pessoas. -ela se serve de suco e morde uma fatia de bolo.
-Pode só diminuir, como um apelido. Que tal Jeong? -como o bolo -isso aqui tá dos deuses - ela sorri e assente. - adorei o bolo, Jeong -falo seu apelido e ela sorri largamente -quais são as outras duas coisas?
-Por favor...Não me dá pra Nayeon. -seu pedido me assusta e eu acabo me engasgando mas logo me recupero- eu gosto muito dela mas...me acostumei com você e agora que você voltou, eu quero recuperar o tempo que ficamos longe... -seu olhar era triste e havia súplica nele. Ela realmente não queria ser deixada por mim de novo.
-Eu não vou. Nunca. Você é minha -ela sorri - minha bailarina, minha melhor amiga, só minha -seu sorriso se abre mais e uma lágrima escorre -e minha menina emotiva -dessa vez eu sorrio e limpo sua lágrima com o polegar.- a terceira coisa?
-Quero cortar meu cabelo. -cuspo o bolo que estava comendo e começo a tossir. Ela se levanta e dá tapinhas em minhas costas até que me recupero.
-Você o quê? Jeong, seu cabelo é lindo! Eu morro de inveja dele, olha isso! -toco suas madeixas longas e bagunço sua franja. Seu cabelo era realmente muito bonito, longo, castanho e brilhoso.
-Ele me incomoda...Por favor... -seus olhos já marejavam. Ela não suportava a possibilidade de eu não deixar.
-Tudo bem, te deixo no salão mais tarde para fazer o que quiser no seu cabelo enquanto resolvo as coisas da faculdade.
-Ebaaaa -ela sorria e batia palmas dando pulinhos.
-Jeong, uma pergunta, como sabe tanto sobre a vida dos humanos? Sabe cozinhar, sabe o lado safado da vida -ela sorriu maliciosa.
-Quando eu virei humana, como tenho quase sua idade, tinha que ter o conhecimento de alguém da sua idade, então já vim sabendo de tudo.
-Interessante...Bom, vamos comer pra podermos sair.
-Eu vou cortar o cabelo, eu vou cortar o cabelo -ela cantarolava.
-Se o cabeleireiro queimar seu cabelo lindo eu juro que dou na cara dele.
-Tá bom.
Com isso, comemos,nos arrumamos e saímos. Ainda tenho que fazer compras pro guarda roupa dela. A pessoinha não gosta das minhas roupas. Talvez ter ela comigo não seja tão má idéia. Fiquei com ela bastante tempo como bailarina, essa inovação de ela ser humana é até que bem interessante.
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