GOTHAM
CASA DE SOFIA E ALBERTO FALCONE
Sofia e Alberto Falcone, filhos de Carmine Falcone, antigo mafioso que é prisioneiro de Máscara Negra, estão almoçando. Máscara Negra e cinco capangas invadem o apartamento quebrando a porta e apontando suas armas para eles.
-No chão!
Sofia e Alberto deitam no chão com as mãos para cima.
-Por favor!-gritou Sofia-Não façam nada com a gente! Nós não somos próximos do...
-Calada, Sofia! Quieta!-ordenou Alberto.
-Calma Senhorita Falcone, nós viemos conversar. Uma oferta de paz.-disse Máscara Negra com sua voz grossa e abafada como sempre.
-Qual é a sua oferta?-perguntou Alberto.
-A família Falcone caiu. Os poucos que sobraram escondem suas raízes.
-Eu não mereço ser culpada pelos...-tentou Sofia.
Máscara Negra chuta a cara de Sofia, ela grita de dor e Alberto se controla.
-Fique de boca calada, sua puta! Ou você quer ver eu matar você e seu porra de irmão bem agora, hein?
-Por favor, nós vamos te ouvir.
-Como eu dizia, sua família caiu do poder. Não reina mais nenhuma cidade, mas o dinheiro. Ah, o dinheiro vocês sempre terão. Eu tenho a cabeça de sue pai numa bandeja. Eu posso comê-la. Servi-la para qualquer um. Ou vocês podem pagar o que eu pedir e a bandeja chegará até a mesa de vocês.
-Nós não temos nada. Essa casa foi comprada com meu dinheiro como agente imobiliário, minha irmã é enfermeira... Nosso pai não nos deu nada. Está tudo com ele e pelo o que sei não é muito. Ele gastou a maioria do que tinha tentando dominar Chicago. Não deu certo e...
-Eu sei de tudo isso. De Chicago. Mas não sabia que o filho da puta italiano tinha gastado a droga do dinheiro todo! Porra!
-Está vendo, Máscara Negra? Não há nada que podemos dar a você.-disse Sofia enquanto chorava.
-Nada material. Agora só me restam as dores, os gritos, as lágrimas. Eu gosto de ver quando acabo com meu inimigo, mas eu queria uma grana também. Quem não quer?
-O que você quer dizer?
-Que foi, Alberto? Não se faça de idiota. Você foi criado pelo antigo rei de Gotham. Nunca viu ele colocando um pai para chorar pela porte do filho?
Máscara Negra faz um sinal para seus capangas apontando para Alberto e os cinco começam a atirar nele. Máscara Negra observa e segura Sofia, que tenta pará-los enquanto gritava e chorava.
-Calminha, Sofia. Está tudo bem. Logo veremos seu papa. Vai ser um belo encontro familiar.
RESTAURANTE OLIVAR
Bruce e Alfred entram no restaurante. Bruce está de capuz e óculos escuros, para evitar reconhecimento. Bruce se aproxima do balcão e fala com o recepcionista.
-Com licença, eu estou procurando por um amigo que está desaparecido e ele passou por essa área na noite em que sumiu, na sexta. Eu sei que vocês só trabalham com reservas, então eu poderia ver sua lista?
-O que você é? Policial?
-Eu só estou procurando pelo meu amigo, não sou nada do tipo.
-Tem voz de policial.
-Ok. Você poderia me ajudar?
-Claro. Qual o nome dele?
-James Gordon.
-Eu já ouvi esse nome.
-Por favor.
O recepcionista vê a lista no computador.
-Não. Ninguém com esse nome reservou uma mesa aqui na sexta ou nos dias seguintes.
-Obrigado.
-Nada.
Bruce e Alfred saem do restaurante e entram no carro de Alfred, que está dirigindo.
-Já vasculhamos o bairro inteiro, Patrão Bruce. Não foi aqui que ele sumiu.
-Alfred, a segunda hipótese está começando a ter mais visibilidade.
-Ele não está morto, se estivesse todos já saberiam.
-Por que? Isso é Gotham.
-Notícias ruins chegam cedo, Patrão Bruce.
-Isso é verdade.
-Bom, para onde vamos agora?
-Para o bairro mais próximo, Vila Kane.
-Certo.
CASA DE JIM GORDON
Bárbara Gordon está sentada no sofá chorando e Harvey Bullock está abraçando e acalmando ela.
-Eu só tenho a você, Harvey. Minha mãe se foi há muito tempo e meu pai sumiu e talvez nunca volte.
-Não pense no pior, garota. Nunca pense no pior. Seu pai vai aparecer.
-E se não aparecer, Harvey? O que eu vou fazer? Meu Deus, eu só quero meu pai e nada mais que isso.
-Você vai ter ele de volta, querida, você vai ver.
-Os policiais estão procurando direito, Harvey?
-Claro, Bárbara. Todos naquela delegacia amam seu pai. Jamais eles iriam fazer algo sem dar o seu melhor quando se trata de seu pai. Estão se esforçando, fazendo o que podem. Acredite. O mais triste é ver o estado da delegacia, querida. Seu pai era o coração daquele lugar. Fazia tudo funcionar e colocava todos pra cima. Animava a qualquer um. E por favor, Bárbara. Eu sou o melhor amigo do seu pai e eu estou ordenando tudo em sua ausência, nunca ia deixar os caras fazerem corpo mole.
-É. Eu sei de tudo isso, Harvey. Desculpa a pergunta. Só não entendo como ele pode ter sumido assim. Evaporado do nada.
-Quando nós o encontrarmos ele vai explicar tudo.
-Você tem que ir, né Harvey?
-Sim, querida. Meu horário de almoço já vai acabar.
-Ok.
-Você vai ficar bem, certo?
-Claro. Vou tentar manter a calma.
-Eu sei como é difícil, Bárbara. Mas você deve descansar. Distrair a cabeça.
-Eu sei. Eu vou.
ASILO ARKHAM
Coringa e Harleen conversam na sala de terapia do Asilo.
-Eu entendo, Senhor J. Você tem um motivo para tudo. Todas as suas ações foram conseqüências das ações dos homens que hoje se colocam contra você, manipulando a situação para o fazer parecer maluco.
-Exatamente!
-Você sabe, Senhor C. Isso é muito comum. Esses homens mentem para si mesmo para tentar justificar os erros e inverter as situações a seu favor. Eu entendo a sua revolta. Tudo isso será ouvido pela diretoria do Asilo. Você não é nenhum louco, você só está reagindo aos loucos. Esses homens horríveis.
-Obrigado, Arlequina.
-Senhor C. Não me chame, assim. Esse é o meu trabalho. Você é meu paciente. Se a diretoria souber que nós nos tornamos amigos eu posso perder o emprego e você pode ter uma psiquiatra nem tão legal assim como eu.
-Isso seria verdadeiramente... Um pesadelo! Por favor, não seja demitida! Você é a única pessoa próxima de mim nesse lugar. Só têm assassinos e psicopatas! Você entende, Arlequina? Eu não pertenço a isso tudo! É um absurdo! Um disparate!
-Sim, Senhor C. Eu entendo. Por isso vamos evitar demonstrar uma amizade.
-Mas é só isso que você em mim?
-Como assim?
-Eu vejo tantas coisas... Mas na sua visão só existe amizade.
-Senhor C...
-Não! Está tudo bem!
-Mas...
-Doutora Harleen Quinzel...
Harleen beija Coringa.
-Me chame de Arlequina, Senhor C.
BOATE CITRUS
Alguém está vindo. É ele. De novo. Ele vai fazer tudo de novo.
Carmine Falcone está deitado pelado com pés e mãos amarradas em uma sala pequena e escura. Carmine tem muitos machucados e está cheio de sangue. Máscara Negra entra na sala.
-Oi, meu amigo.
Carmine só olha com ódio para Máscara Negra.
-Esse olhar. Eu amo esse olhar. Eu imagino se você usava esse olhar com seus adversários na sua época em Gotham. Você devia sentir o cheiro da merda na bunda dos idiotas quando você olhava assim para eles. Devia ser fantástico. Eu acho que senti isso hoje. Mesmo com a máscara. Eu senti que seu filho tinha se cagado todo.
-O que?
-Alberto. Acho que ele se borrou a roupa todinha. Mas tudo bem, ninguém vai perceber por causa de todo o sangue.
-Você...
-Sim. Você sabe como funciona, Falcone. Nós precisamos de dinheiro. E quem tem mais dinheiro que uma família de mafioso? Mas não. Você gastou tudo. Idiota do caralho.
-Alberto... Ele...
-Está morto, Falcone. Mais de cem tiros eu acredito.
Falcone fica sem reação, apavorado e começa a chorar.
-Por que você fez isso? Filho da Puta!
-Por que? Uma família de mafiosos é como uma Hidra de Lerna. Corte uma cabeça de cada vez. Nascerá duas cabeças no lugar de cada cabeça que foi cortada. Então, queime onde a cabeça foi cortada. Feche a ferida e assim o bicho nunca mais se levantará de novo. Eu queria o dinheiro, mas hoje eu cortei e queimei uma das cabeças. Seu filho nunca voltará para se vingar.
-E Sofia? O que fez com Sofia?
-Oh, sua filha não é nem uma das cabeças.
-Onde ela está? Você...
Um capanga traz Sofia com as roupas rasgadas e a boca sangrando. Sofia chorava muito. Máscara Negra empurra Sofia em cima de Carmine e ela abraça o pai.
-Pai! O que fizeram com você?
-Filha... Seu irmão...
-Esqueça isso pai. Nós vamos ficar bem. Vamos dar a ele o que ele quer.
-Oh, não. Eu não quero nada. Não tenho mais nada. Só quero brincar.
Máscara Negra dá um tiro na cabeça de Carmine e Sofia grita.
VILA KANE
Bruce e Alfred observam as ruas de dentro do carro e Bruce pede para Alfred parar no Ferro Velho do Velho Billy.
Bruce e Alfred saem do carro e andam pelo ferro-velho, observando tudo e Jared, um funcionário, se aproxima deles.
-Boa tarde.-disse Bruce.
-Boa tarde. Meu nome é Jared, do que precisam?
-Informação.
-Se for algo sobre a loja, o mais certo é conversar com Billy. Ele está almoçando agora mais vai chegar logo.
-Não é nada disso.-respondeu Alfred-Nós estamos procurando um amigo que sumiu sexta a noite.
-Ele dirigia um opala vermelho.-explicou Bruce-Talvez vocês tenham encontrado o carro ou algo do tipo.
-Um opala vermelho. Isso é raridade hoje em dia. Com certeza eu saberia se tivesse chegado algo desse tipo aqui.
-Mas se o carro estiver muito deteriorado? Vocês não dariam muito importância.
-Bom, um dos meus amigos daqui estava caçando no sábado e encontrou um carro na Floresta de Gotham. Está queimado, totalmente destruído. Não tem nem como reconhecer o tipo do carro. Pode ser o carro do seu amigo.
-Vocês já amassaram?-perguntou Alfred.
-Não. A máquina está quebrada. Temos que comprar uma nova e isso vai demorar. O Velho Billy tem essa maquia há tantos anos, nós avisamos que tinha que trocar logo. O filha da mãe é mão de vaca. Vamos. Vou levar vocês até o carro.
Jared vai com Bruce e Alfred até o carro destruído. Bruce examina o carro que está sem porta e com tudo queimado. Bruce olha debaixo dos bancos e encontra o óculos de Jim queimado e sem lente. Bruce mostra a Alfred.
-O óculos...
-Sim. É o óculos dele.
-Esse seu amigo não encontrou mais nada no carro, certo?
-Tipo um corpo? Óbvio que não, senhor.
-Uma mochila, roupa... Qualquer coisa.
-Não.
DELEGACIA DE POLÍCIA DE GOTHAM CITY
Bullock está em sua mesa sentado, recebe uma ligação de Vince Panetti e entra na Sala do Comissário para ninguém lhe ouvir.
-Alô.
-Oi, Harvey. Como está?
-Tudo bem.
-Eu liguei para você outro dia, mas tu tava estranho e acho que a ligação caiu.
-Não, cara. Eu ainda não te contei. Quem te atendeu naquele dia foi o Gordon. Ele descobriu tudo.
-O Gordon não sumiu?
-Sim. Fui eu.
-O que?
Vince ri.
-Você? Deu cabo no Gordon? Eu pensei que ele tinha sofrido um acidente ou algo assim... Nunca ia imaginar que o melhor amigo ia fazer uma coisa dessa. Bem triste, Harvey. Nunca vou ser seu melhor amigo.
-Não brinca com isso, porra! Você não tem idéia na situação que eu to.
-Ah, Harvey. Para de drama. Agora vamos pensar no futuro. Com aquele mala morto, o prefeito deve te nomear comissário. Você era o homem que Gordon mais confiava. Isso é tenso.
Vince ri.
-Nós vamos mandar em Gotham. Seremos os donos da cidade. Eu, você e o Máscara Negra.
-Você no máximo vai ser dono de uma boca. Você não vai ser nada. Porque você nunca foi alguém e nunca vai ser. Sempre mudando de dono. Um cachorro perdido. Falcone, Pinguim, Coringa e agora Máscara Negra. Sempre tentando ser algo a mais. Mas é por isso que ninguém te respeita. Você não passa de um duas caras do caralho e nunca vai deixar de ser só isso.
-Seu...
Harvey desliga na cara de Vince. Harvey olha em volta para a Sala do Comissário. Harvey coloca as mãos no rosto e começa a chorar.
ESTRADA
Alfred e Bruce estão indo de carro para a Floresta de Gotham.
-O que acha que aconteceu, Patrão Bruce?
-Alguém tentou dar um fim em Jim, mas ele não está morto. Eu sei disso.
-Talvez o Máscara Negra. Para tentar facilitar as coisas.
-Não. Não acho que seja isso. Mafiosos matam assim entre si, quando se trata de alguém importante eles dão um jeito de passar a perna sem ninguém perceber, sem chamar atenção. Então o certo seria Máscara Negra ter um infiltrado na delegacia ou algo do tipo. Para burlar a segurança.
-Mas uma vida sem o Comissário Gordon seria muito mais fácil para os criminosos.
-Não. A vida deles seria ainda mais difícil. Eu não ia deixar eles esquecerem sequer por um segundo do que fizeram.
FLORESTA DE GOTHAM
Bruce e Alfred andam pela floresta pelo resto do dia, encontram o local onde o carro pegou fogo, mas o sol está se pondo.
-Patrão Bruce. Acho melhor irmos para a mansão. Está escurecendo.
-Eu sei. Mas não encontramos nada, Alfred. Nem sequer um corpo caso ele esteja morto.
-Talvez o corpo esteja em outro lugar e...
Um garoto que parece ter dez anos coloca uma arma nas costas de Alfred.
-Quem são vocês?
Alfred se assusta e Bruce encara o garoto.
-Não faz nada ou eu mata ele!
-Você não sabe o que está dizendo, garoto.
-Eu saber! Cês tão aqui procurando o Bigode!
-Bigode?
-Ninguém vai levar Bigode!
-Onde está sua mãe?-perguntou Alfred nervoso.
-Com Bigode. Ela pediu pa eu vigiar pa gente que quer matar ele!
-Esse seu amigo... É ruivo? Tem um bigode grande e ruivo?
-Talvez.
-Frederic!-uma voz rouca chama pelo garoto.
Jim aparece no meio das plantas só com uma calça rasgada.
-Bruce?
Jim sorri.
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