História Battle Of The Sexes - The Beginning Of Chaos

O homem estava falando ao telefone, enquanto se escorava na parede em um tom pastel e usava a mão livre para abrir a cortina branca e visualizar os adolescentes no pátio externo do lado de fora, quando sua sala foi invadida com brusquidão. Ele não teve tempo de reagir ou se pronunciar, apenas sentiu um arrepio macabro subir por sua coluna ao cogitar a ideia de alguém ter escutado sua conversa com a pessoa do outro lado da linha, esse pensamento não foi nenhum pouco agradável para o mesmo, que ao menos se despediu ou disse o motivo que iria desligar o aparelho eletrônico, apenas rapidamente o afastou de seu ouvido e desligou-o rapidamente, tremendo levemente. Mas também foi só o tempo dele se virar, escutando em seguida um estrondo que fez seus ouvidos doerem. Com um olhar frio e acusador, quase assassino, ele visualizou perfeitamente a imagem da garota de dezessete anos que havia desferido um tapa com força contra sua mesa, e pela sua feição nada acolhedora — como era costume encontrá-la sorrindo —, ele percebeu que logo no começo do dia iria ter que se estressar com os pirralhos que era obrigado a administrar, e isso o dava dor de cabeça. Forçando um sorriso mais falso que nota de três dólares, ele abriu os braços, querendo ser mortalmente carinhoso com seus alunos.

— Querida… — ele franziu o cenho, tentando se lembrar do nome daquela jovenzinha mal educada — Violeta, o que faz aqui a essa hora?

— Meu nome é Sakura, seu maldito bastardo! – a mesma grunhiu, raivosa, pegando um apagador em cima da mesa e jogando no homem velho, de no mínimo Cinquenta anos — Vê se aprende o meu nome.

— Oh, perdão! Senhorita Sakura… bem, o que deseja? São apenas… — pausou sua fala novamente, olhando o relógio de ouro em seu pulso direito — Sete e quarenta e cinco da manhã, e você, minha jovem, está muito estressada pela manhã e logo depois de voltar das férias de verão. Esse é seu último ano aqui, não gostaria de se formar com uma boa ficha acadêmica? 

— Eu vou me formar com uma maravilhosa ficha acadêmica, senhor! E com isso também irei jogar contra o time de basquete da Golden Sierra esse ano… — ditou, com convicção o suficiente para fazer o homem moreno recuar um pouco — Agora, senhor coordenador, poderia explicar por que o time feminino foi vetado de jogar? Que eu saiba, somos tão boas quanto os garotos, até melhores talvez! — sussurrou, revirando os olhos ao lembrar dos garotos do time masculino soltando piadinhas pelos corredores.

— Mas é claro que vocês são tão boas quanto os garotos! — ele concordou, seu tom debochado, e Sakura notou isso — Mas o senhor Uchiha veio mais cedo falar comigo, e eu reparei que apenas um time pode jogar, apesar de termos verbas o suficiente para fazer outra quadra, não temos tempo. O último ano tem que concluir as atividades extracurriculares e focar em suas notas para a formatura, além de organizar a festa. Tente entender meu lado… Me escute… 

— Não, senhor Danzou, me escute você! Eu estudo aqui desde que aprendi a andar, e sempre me interessei demais por esportes, atividades extracurriculares, os clubes e também em ter notas excelentes e uma ótima ficha escolar. E então de repente o senhor tomou partido da administração e as garotas não tiveram mais nem chance de abrir a boca para falar a respeito do machismo que se espalhou pela escola… nós apenas temos que obedecer, mas esse ano eu não vou deixar passar batido o fato de eu não poder jogar basquete junto com minhas amigas apenas porque você está usando a desculpa que tem apenas uma única quadra. E a respeito do senhor Uchiha, como você tanto o estima apenas por ele ter um pênis no meio das pernas, eu mesmo tratarei dos assuntos do time com ele! — ditou, séria — E não volte a se meter, ou eu farei todo homem dessa escola se arrepender de cruzar o caminho do clube de basquete feminino! — o olhou de cima, transtornada. 

Depois disso, Danzou não conseguiu reprimir uma opinião, porque ela simplesmente gerou os calçando e caminhou decidida até as portas duplas de madeira maciça, passando por uma delas e batendo-a com força o suficiente até para espantar os mortos. Ela estava furiosa, e não era bom ninguém cruzar seu caminho, ou iriam ver o próximo furacão Katrina, mas dessa vez atingiria os garotos da Timber Creek, e nenhum deles iria sair ileso. Quando ela se afastou consideravelmente da sala de diretor, que ironicamente era ocupada pelo coordenador, ela caminhou em um passo neutro até a cantina, sua cabeça estava doendo e ela estava a ponto de gritar com qualquer um que aparecesse em sua frente. Mas antes que cometesse uma loucura, um braço agarrou seu pescoço em um abraço lateral confortável, e ela não precisou fazer nenhum esforço para saber que era uma de suas melhores amigas: Ino. Suspirando pesado e coçando a sobrancelha com a unha do dedo mindinho, ela olhou para o lado, encontrando um par de olhos como a imensidão do oceano.

— E então, o que ele disse? — ela perguntou, e Sakura bufou com raiva, sua vontade era de colocar as mãos no pescoço daquele velho e o torcer como uma galinha.

— Disse que os dois times não poderiam jogar porque só tem uma quadra! E ele ainda me pediu para entender, mas eu perdi o controle da situação e joguei um balde de verdades frias em cima dele! — murmurou, enfiando a mão no bolso de sua calça e tirando a chave de seu armário pessoal. 

— Se foi assim com ele, imagine até eu te contar o que a Karin fez… — ela ditou, soltando uma risadinha cúmplice que chamou a atenção de Sakura. 

Depois de colocar sua mochila dentro do armário, a garota de dezessete anos se virou para a amiga. Quando se falava de Ino Yamanaka com base em sua aparência física, todos rapidamente pensavam que ela era um rosto bonito e um corpo em forma. Mas na verdade, ela era muito, muito mais do que isso. Era herdeira de uma das mais famosas grifes de sapatos da América do Norte, e parecia uma típica patricinha loira e barra dos filmes de comédia romântica, que na maioria — ou sempre —, das vezes era a vilã da história, mas isso não era verdade. Ela era alta e tinha um porte atlético magnífico, com uma barriga lisa e sem nem saber o que era a palavra gordura. Tinha longas madeixas loiras e lisas, que normalmente ficavam presas em um coque bagunçado, já que de acordo com ela seu cabelo atrapalhava na hora da batalha. Seu rosto era fino e simétrico, com lindos olhos azuis celestes e um nariz fino e perfeito, além de lábios finos e bem feitos. Mas isso era apenas o que as pessoas viam por cima da casca. Por baixo poucos sabiam que ela administra o clube de esgrima, participa do clube de basquete e tem uma das maiores notas da escola do ensino médio, além de ser uma ótima manipuladora e auxiliar na enfermagem do colégio. 

— Ela desafiou o Suigetsu para uma partida de um contra um, e chamou toda a escola para assistir! — gargalhou, vendo os olhos de sua companheira brilharem. 

— Eu pretendia ir comer alguma coisa, mas essa proposta me parece ainda melhor do que sentar na cantina e ficar entediada! — sorriu, fechando o armário e começando a caminhar na frente, enquanto Ino a observava mais de longe. 

Sakura parecia um cotoco quando se tratava de altura, e isso fazia muita gente rir — inclusive ela e suas amigas —, mas o que ela não tinha de altura, substituía por personalidade, carisma e muita inteligência, e claro, sem contar que era bonita. Apesar de parecer uma garota lésbica falando de uma crush em um filme de romance lgbt adolescente, a loira não tinha vergonha de dizer que tinha orgulho da amiga. Sakura era uma garota bem peculiar. Ela estranhamente havia herdado um defeito no DNA de seu pai em que a melanina do cabelo era alterada, e seus cabelos eram cor-de-rosa e incrivelmente longos, o que consequentemente a fazia parecer uma boneca de algodão doce. Seus olhos eram incrivelmente verdes, brilhantes e grandes, contrastando com o rosto simétrico do tipo oval — que cientificamente era o mais perfeito —, onde tinha um nariz pequeno e fino, com maçãs altivas e pele límpida, combinando com lábios medianos. Seu corpo era magro e do tipo padrão, nada era exagerado nela, o que era incrível. Possuía seios médios, uma barriga lisa e cintura fina, que se moldavam a quadris largos, nádegas medianas e coxas não tão grossas. Sua aura era de delicadeza, mas só quem a conhecia por bastante tempo tinha noção que ela não poderia ter sua paciência testada. 

— Sabe em qual quarto vamos ficar esse ano? — a mesma inquiriu, olhando a loira curiosamente. 

— O mesmo que o dos outros anos, mas com um acréscimo de tamanho e outras melhorias. Não sei se é verdade, mas escutei boatos por aí que tanto a ala feminina quanto a masculina tem lugar para seis pessoas agora. Ultimamente vem acontecendo muitos desaparecimentos de adolescentes em escolas, então mudaram o sistema para manter nossa segurança. Tipo, caso alguém entrasse na escola sob algum pretexto para cometer algo, um grupo de seis pessoas teria mais chances do que uma única dupla! — explicou, vendo-a manejar a cabeça em concordância.

— A não ser que a dupla fosse de homens! — bufou, odiava a ideia de admitir que em alguma situação de perigo dois garotos de pelo menos um metro e noventa teriam mais chances do que garotas do colegial que mal chegavam a ter um e setenta — Bem, será uma vitória adicional para os garotos, eles poderão fazer apostas bobas sobre com quem vão flertar ou qual será será primeira que vão enganar com a proposta de ir ao baile dos formandos.

— Vamos parar de citar o gênero oposto, por favor? Vamos falar de notícias boas, como o fato de que poderemos falar mal de todos eles, só que em grupo! Também poderemos ir dormir tarde, jogar baralho… aprender Xadrez com a Hinata, ou alguns movimentos de ginástica com Tenten! — sorriu, estava tão feliz, como uma garota de cinco anos que iria fazer uma festa do pijama com suas coleguinhas do pré. 

— Finalmente vou poder falar que vocês são feias antes de dormir, antes era apenas um desejo que eu tinha! — gargalhou junto com a mesma, que beliscou-a de leve. Estavam tão distraídas que só foram reparar que estavam no campo externo quando escutaram a torcida pela amiga ruiva de ambas. 

Os fios vermelhos como fogo eram inconfundíveis por si só, e ela estando sozinha na quadra contra o adversário tornava-a ainda mais inconfundível. Ela havia tirado os óculos, o que fazia seu rosto mudar um bocado. Ela usava um suéter gola alta de manga longa na cor branca, uma calça Wide leg jeans de cintura alta e bege e um coturno Alana off withe, sua jaqueta de couro marrom estava jogada em um canto mais afastado de seu campo periférico, de modo que não atrapalhasse a mesma. Cruzando os braços, Sakura observou a mais velha a manejar a bola com ambas as mãos, sorrindo para o garoto a sua frente de modo provocativo. Ela rapidamente começou a correr pela quadra, com Suigetsu em seu encalço, tentando capturar a bola para si e ao mesmo tempo tendo que defender seu lado, o que estava sendo bem dificultoso. Ela estava quicando a bola no chão com uma velocidade impressionante de mão, o drible perfeito estava sendo feito por uma garota. Até que seu adversário resolveu tentar ser espertinho e avançou para cima da mesma, que como se estivesse em câmera lenta, se desviou de modo a encostar suas costas, ficando de frente para a cesta e fazendo Suigetsu virar para o lado que ela estava antes. Antes que fosse impedida, ela rapidamente correu da posição que estava e tomou o impulso suficiente, dando um salto alto o suficiente e arremessando a bola com agilidade, que não perdeu tempo em passar pela rede e fazer a garota marcar um gol.

A torcida feminina vibrou com tal ato, enquanto os garotos ficaram repentinamente sérios e começaram a se dispersar rapidamente, evitando a zombaria das garotas em sua direção. Logo, como meio de atormentação pessoal, elas foram atrás deles em grupos, restando apenas Karin, Suigetsu, Ino e Sakura na quadra. Dando um toque na mão do garoto, a ruiva foi até sua jaqueta e colocou-a sob o ombro, sorrindo abertamente como se tivesse acabado de ganhar seu presente dos sonhos. Calmamente caminhou para onde estava sua Peppa Pig e sua espiga de milho, dando um abraço em cada uma. Estava imensamente feliz.

— Foi um ótimo drible, Karin! Bem que poderíamos tentar alguma outra hora! — a rosada murmurou, tirando um pouco de terra da bochecha alheia. 

— Hoje temos o dia inteiro livre, já que aida precisamos decidir nossas atividades extracurriculares desse ano, que tal uma batidinha agora? Eu sei que as garotas chegaram, vamos levar como um aquecimento! — piscou, sua adrenalina estava a mil por hora.

— Talvez não seja de tão ruim, Sakura! Vamos levar na brincadeira e nos dividir em dois times, para ver quem ainda está em forma depois das férias. Eu particularmente estou precisando de um alongamento urgentemente… — a Yamanaka se espreguiçou, chiando baixinho ao estalar algum osso.

— Sinto muito garotas, vocês não vão poder treinar… bem, pelo menos não nessa quadra! — Suigetsu se aproximou, seus fios platinados estavam bagunçados e ele estava fedendo a suor. Três pares de olhos indignados o encararam. 

— O que? — perguntaram em uníssono, perplexas. Elas viviam por aquele esporte, e já tinham perdido a quadra dos jogos oficiais para os garotos, e também não iriam poder treinar mais? Aquilo estava indo longe demais.

— Quem falou que não podemos treinar? — Sakura o agarrou pelo colarinho, puxando-o para próximo de si, o vendo franzir o cenho — Coloca pra fora o nome, caramba! 

— O capitão do time masculino, mas é claro! A quadra já é deliberadamente nossa, infelizmente vocês não podem treinar porque precisam ceder para quem realmente vai participar contra a Golden Sierra… sinto muito! — murmurou, sentindo-a soltar a gola de sua camisa e o encarar com fogo nos olhos — Ah, não! Pelo amor de Deus, Sakura, aceite isso pelo menos uma vez. A quadra já é nossa, vocês não podem fazer nada.

— Veremos. Onde está aquele bastardo? — inquiriu, a raiva em sua voz era bem perceptível. 

— Está na sala do primeiro ano D… mas escuta… — ela não deixou que ele terminasse de falar, saiu disparada para dentro de novo, cruzando todos os corredores já conhecidos.

Dentro da sala do primeiro ano, na turma D especificamente, acontecia de tudo, menos aula. Pressionada contra a parede em que a lousa verde se estendia, Shion tentava puxar o fôlego à medida que Sasuke beijava-a. Ambos eram conhecidos e de vez em quando gostavam de relembrar os bons momentos, e nada melhor do que uns amassou às escondidas na sala dos calouros, não é mesmo? Para eles a resposta era positiva, e seus pensamentos estavam alheios a tudo ao seu redor. Eles estavam à ponto de engolir um ao outro, uma urgência terrivelmente desnecessária, mas quando a mão boba e grande começou a subir com meio de agarrar as curvas femininas, a porta foi escancarada com o que parecia ser um chute, assustando a ambos com a ideia de ser algum professor, e os fazendo rapidamente se separar. Seria até engraçado, se ela não estivesse com ódio puro do moreno. Shion permaneceu quieta, estava com medo de ser realmente um professor e virou o rosto, mas o Uchiha não se importou muito, e qual foi a surpresa quando ele encontrou um par de olhos verdes inconfundíveis? Nenhuma. Sorriu debochadamente em sua direção, divertido.

— Anda me seguindo, Haruno? — não se desvencilhou da loira, permanecendo apenas com as mãos do lado de cada lateral do corpo dela, sem tocá-la fisicamente — Não sabia que tinha virado inspetora das salas! 

— Sakura? — a loira virou o rosto em direção a porta, franzindo o cenho ao ver a outra garota — O que faz aqui? 

— Eu estudo aqui, amiga! — murmurou, meio risonha — Shion, sai um pouquinho, por favor? Eu preciso fazer uma coisa com esse traste na sua frente! E vai tirar essa blusa, pelo amor de Deus, é muito curta! — zombou, vendo o vestido decotado da mesma, dando a ver o que quisessem. 

— Não é uma blusa, flor… é um vestido, e como assim curto? É o mais longo que eu tenho! — sorriu, mas era algo bem forçado para o gosto da rosada, que riu sem humor — Apenas não demore muito, tenho assuntos a tratar.

— Sim, sim! Imagino que fazer sexo na sala de aula dos calouros deva ser uma emoção e tanto, apesar de que eu não estou interessada nos detalhes ou na sensação terrível que seja se deitar com esse cretino! — olhou diretamente nos olhos negros, vendo reprovação nele, e ao mesmo tempo zombaria. 

— Você me magoa assim! — tocou o peito, fazendo uma expressão triste e se afastando da loira, dando passe livre para ela se afastar — Não somos amigos? Ou só eu levo na amizade nosso relacionamento?

— Que relacionamento, pelo amor de Deus? Eu te odeio desde que tinha doze anos! — revirou os olhos, cansada, vendo logo Shion passar ao seu lado — Vê se muda de roupa, Shion! Use uma calça ou um short, Ino cuida de boa parte dos assuntos das classes do ensino médio e ela não gostaria de ver você mostrando os joelhos por aí! — brincou, encarando o Uchiha sem piscar — Você sabe, os garotos enlouquecem quando veem um joelho! E também é o padrão de vestimenta da escola… você sabe que 'tá no regulamento! 

— Sim, Haruno! Apesar de ser loira, eu não sou burra! — murmurou por último, passando reto pela menor e saindo da sala, deixando ambos sozinhos.

— E então, o que você quer falar comigo? Imagino que não seja para me convidar para o baile de formatura! — ironizou, do modo que Sakura mais odiava. 

— Convidar você para o baile, só se for para chorarem enquanto eu enterro você vivo, seu desgraçado! — grunhiu raivosa, caminhando rapidamente até o mesmo e não o dando tempo de reação, desferindo um tapa em seu rosto com a força total de sua mão. 

— Pelo amor de Deus, mulher! Tem vezes que eu penso que você fugiu do manicômio mais próximo e veio por ventura parar aqui! — olhou-a indignado, observando as bochechas levemente altivas ficarem vermelhas de raiva — O que foi dessa vez? 

— O que foi? Quem você pensa que é para proibir o clube feminino de treinar? O lance da quadra ser do time masculino eu vou achar uma maneira de resolver, mas você não pode e não tem o direito de nos proibir de treinar na quadra! — se aproximou, controlando-se o suficiente para não o enforcar. 

— Isso foi decidido pelo coordenador, aquele velho! Não tenho nada haver com isso! — negou com a cabeça, e pelo seu tom sem brincadeiras, ele falava sério — Vamos lá, não fique com raiva! — ele descruzou os braços, se aproximando da mesma e pegando-a pela cintura, e colocando-a sentada em cima da mesa do professor — Não tenho culpa e você não pode ir contra o coordenador! — ele passou o dedo pela ponta de seu nariz de modo carinhoso. 

— É nesse momento que você está enganado, seu cretino! — fez o mesmo movimento que ele, só que na bochecha, raspando sua unha de modo a ficar vermelho — Você só conhece o que eu deixo você saber, com toda certeza nem você e muito menos o time masculino vai querer bater de frente comigo ou com qualquer uma das garotas! Estamos acostumadas a vencer, se você bem sabe! — sorriu, lembrando-o do fato de que boa parte dos troféus estampados em uma enorme vitrine logo no corredor principal foi conquistado pelas garotas — O problema é que vocês são um grupo de machistas hipócritas que não aceitam perder para o gênero mais frágil, e por isso nos consideram uma ameaça a seu reinado! Com razão é claro! — ditou, não prestando atenção que que boa parte da escola estava reunida na porta, em silêncio — Vocês não irão ter o gosto da desistência de nossa parte, então pode sentar e esperar até morrer, isso não irá acontecer. O time feminino de basquete vai jogar contra a escola Golden Sierra, e apenas Deus irá me impedir! 

— Então comece a rezar, Haruno, porque você não vai me ver recuar! Só pode existir um time de basquete nesta escola, sabemos bem disso! E não será o das garotas… — focou na mesma, se aproximando perigosamente do rosto da mesma e colocando ambos os braços em cada lateral do corpo pequeno e frágil. 

— Então, tudo bem! O desafio está lançado… vamos fazer vocês se arrependerem de tirar a quadra da gente, e no fim iremos jogar contra o Golden Sierra! — sorriu abertamente, radiante. 

— Até o campeonato, vocês irão se arrepender de aceitar esse desafio! Não sabe com quem está lidando, Haruno! — avisou-a, o que a fez jogar a cabeça para trás e gargalhar alto, fazendo suas longas madeixas cor-de-pitaya se soltarem do coque mal feito e cair como cascata por suas costas. Aquilo a deixou incrivelmente mais bonita. 

— Bem, mas lembre-se…! — se impulsionou mais para frente, agarrando o pescoço do mesmo com ambos os braços, fazendo seus fios ficarem próximos às mãos do mesmo na mesa. Seus rostos estavam a centímetros, um pouco mais para frente e se beijavam — Deus fez as mulheres belas, e o diabo as fez espertas! — depositou um beijo carinhoso em sua bochecha, tudo sendo filmado — Antes do campeonato você estará comendo na palma da minha mão! Acredite.