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História Be a Good Boy, Harry - Primeiras cartas na mesa


Escrita por: LittlebabyFoxy e Etoile_Filant

Capítulo 45 - Primeiras cartas na mesa


O sabor amargo de sangue fez a cabeça do vampiro flutuar, ele se sentia bem. O cheiro era inebriante e as mãos quentes em suas costas só aumentavam seu calor. Recentemente ele estava sempre com frio, sempre precisando de cobertores extras que nunca ajudavam em nada, mas assim… sendo abraçado ele se sentia quente… e era tão bom.

Ele sentiu que deveria parar, mas não queria… ele sentiu que precisava parar e se forçou a recolher suas presas. Sua cabeça ébria caindo sobre o ombro do lobisomem e se deixando apreciar tudo um pouco mais.

Ele sentiu dedos gentis em seu cabelo e ouviu um som distante da voz de Lupin e Black conversando. Ele ainda estava ali, sempre esteve ali e queria muito ficar com raiva de Sirius pelo que ele fez. Se aproveitar de seu estado não tão controlado era um golpe incrivelmente baixo. Mas ele preferiu seguir… ele ainda estava ali quando puxou Remus para um beijo e quando aceitou o beijo do Black…

Mas ele não queria estar, porque ele sabia que eles estavam em um relacionamento fechado, eles estavam juntos a anos e apaixonados um no outro, não havia espaço para mais alguém.

Ele lutou contra a atração que sentia, lutou contra os sentimentos sufocantes que beiravam a loucura e agora… agora tudo escapou por um deslize. Como as coisas seriam a partir dali? Ele ainda precisava do sangue do Lupin… e se eles… eles o odiassem? Se eles voltassem ao ódio mútuo? Ele ficaria com fome… como ele cuidaria de Harry estando fraco? Como…

Sua respiração deve ter denunciado sua ansiedade porque Sirius se aproximou e o manteve contido em um abraço reconfortante. Sua mente só registrou o calor e se permitiu fechar os olhos enquanto sentia o perfume do animago enquanto terminava de desmoronar em emoções no chão.

Severus se sentia afundando mais uma vez, ele tentou odiar como ficava vulnerável diante desses grifinórios. Eles sempre pareciam saber seus pontos fracos, pareciam saber como atingi-lo e como machucar. Ele, as vezes, queria se prender ao passado, quando eles apenas o perseguiam e era fácil odiar… mas ele entendeu que todos cresceram e que aquele passado, mesmo que horrível, deveria ser mantido enterrado.

No presente eles não eram Lupin e Black, com certeza não o cachorro odioso e o lobo assustador… eles eram Sirius e Remus, eles eram amigos e tudo deveria ser mantido assim. Eles conheciam suas fraquezas e conheciam sua fragilidade, mas era algo que eles nunca discutiram ativamente… sim eles falaram do passado e tendem manter conversas amigáveis, mas discutir a profundidade dos sentimentos nunca foi feito.

Agora… ele se sentia um pouco em pânico, com medo de estragar a amizade fina que eles estavam construindo, medo de arriscar e magoar… medo de tanta coisa…

 

— Respira vampirinho. — Sirius falou com um toque de cuidado, seus braços apertando o homem com mais força.

 

— Acho que já temos idade suficiente para parar com os joguinhos e falarmos seriamente sobre o que queremos. — Remus disse estendendo as mãos para que os dois levantassem e sentassem no sofá mais uma vez.

 

O silêncio pareceu durar horas, mas na realidade não passou de segundos até Sirius Black o quebrar, de sua maneira usual dramática.

 

— Ta chega disso. — Ele levanta do sofá mais uma vez, suas mãos inquietas enquanto ele começa a andar em círculos na sala — Severus, eu e Remus queremos você. Queremos te beijar e… ter você conosco. É insano pensar que eu quero você a mais tempo do que tenho coragem de admitir. Você…  você sempre esteve tão fora de alcance… que eu simplesmente não sei como te dizer exatamente o que quero.

 

— O que Sirius está tentando dizer Sev, é que gostamos de você, nós dois. Não estamos bravos pelo beijo, na verdade o desejávamos a muito tempo, mas estávamos esperando um sinal seu. Não vamos te colocar em uma posição desagradável…

 

— Claro, você sempre vai gostar de todas… — Padfoot fez a piada por puro nervosismo e aceitou que mereceu a almofada que Remus jogou em sua cara.

 

— Sinceramente Sirius… ouça Sev, não quero te colocar numa posição que se sinta compelido a nos retribuir, mas não podemos mais esconder o que sentimos. — O lobo pegou a mão do vampiro e trouxa aos lábios para um beijinho terno. — Vai nos dar uma chance?

 

— Como… como assim uma chance? — O moreno conseguiu gaguejar enquanto sua pele ficava vermelha e sua mente tentava assimilar que tudo estava realmente acontecendo.

 

— Primeiro, um encontro. Vamos te levar pra sair, conversar e… — Remus foi interrompido por Sirius que sentou no sofá mais uma vez.

 

—  Te beijar mais uma vez e se… — Ele se aproximou do vampiro e sua voz passou a um sussurro quente perto da orelha do pocionista. — … você quiser podemos te mostrar nosso quarto.

 

A pele pálida do vampiro se coloriu em um vermelho escuro e ele quase se viu saindo correndo mais uma vez.

 

— Estou brincando vampirinho. Mas realmente queremos um encontro. — Sirius sorriu e Severus pensou que aquele sorriso deveria ser ilegal. — Um jantar e uma conversa, o que você acha? Aceita?

 

— Mas Harry… ele…

 

— Narcisa pode cuidar dele por uma noite, ele e o menino Malfoy não são amigos? — Remus sabia que ele usaria o garoto como desculpa, mas ele estava cansando dos joguinhos e estava disposto a receber uma resposta direta. — Você merece uma noite de folga…

 

— Sem Albus ou o Lorde das trevas em sua mente, sem preocupações… sem passado, somente nós três… — Sirius continuou a sorrir e se aproximar, abraçando o vampiro mais uma vez.

 

— Por que essa vontade de me abraçar? — Severus não controlou a pergunta e os dois marotos riram divertidos do tom emburrado dele, que tentava se afastar, mas sem sucesso.

 

— Sirius é uma pessoa de contato físico, ele precisa tocar pra se sentir melhor.

 

— Algo de Azkaban eu acho… eu gosto de tocar porque me mostra que é real, que eu estou livre e que tudo isso não é um sonho. — A voz do animago era baixa e manchada de uma tristeza passiva. — E você também é frio… sua pele é gostosa, quase um oposto do Moony, que tem a pele bem quente e eu também gosto.

 

— Por que… por que gostam de mim? — Severus perguntou, sua voz baixa e insegura. — Não que eu guarde mágoa, mas… antes você evitava qualquer contato físico comigo, até para me bater você parecia… ter nojo.

 

Sirius suspirou, seus olhos fechando enquanto ele apertava o vampiro mais forte entre seus braços.

 

— Eu era um idiota, um dos grandes na verdade. James queria sua atenção e seu afastamento de Lily, mas eu… eu tenho medo de admitir que gostava de machucar. — Sirius parecia prestes a apertar ainda mais o abraço, mas se conteve por medo de machucar Sev — Você era um representante muito forte do que minha família queria que eu fosse e acho que projetei em você a raiva que sentia com isso. Machucar você, te tratar mal era como rejeitar o que um Black deveria ser… não era sua culpa que eu sou um idiota ferrado.

 

— Era, Sirius… lembre-se, está no passado e você deve se perdoar. — Remus recitou, muito parecido com o tom usado por seu psicólogo.

 

— Sim… Desculpe por isso mais uma vez Sev. Não estou justificando, o que eu fiz e como fiz não tem perdão e me considero muito sortudo por você estar aqui e me permitir isso tudo. Só… quero que você saiba que aquilo está no passado e nunca vai voltar a acontecer. Eu fiz as pazes com os fantasmas da minha família… ao menos… alguns.

 

— Sirius… eu já disse, seu irmão…

 

— Ele não te odeia — Severus interrompeu, baixinho e tímido, ele parecia um pouco Harry agora enquanto mexia seus dedos ansiosamente. — Ele nunca odiou… Reg…

 

— O que… você sabe o que aconteceu com ele? — Sirius perguntou, sua voz com uma esperança que doía. — Eu sempre… achei que o Lorde das trevas matou ele ou algo assim…

 

— Não… Reg era… muito querido e protegido por todos.

 

— Não sei se consigo imaginar comensais da morte sendo protetores. — Sirius falou soando realmente curioso e ansioso para saber mais.

 

— Não somos monstros… Reg era atencioso, criativo… ele sonhava tanto com um futuro melhor. Ele queria uma família, filhos. Ele sempre dizia que queria uma casa em campo aberto…

 

— Quem… quem o matou? Qual comensal? — O Black estava com a voz rouca e dolorida, ele queria chorar.

 

— Sirius… — Remus tentou acalmar o namorado, mas só conseguiu alguns tapinhas nos ombros do animago.

 

— Nenhum… Regalus está vivo, casado e acho que atualmente está esperando o segundo filho.

 

 

 

 

 

****

 

 

 

 

A frase de Harry rodeou sua cabeça como um turbilhão alto e atordoante. Parecia que um balde de água fria havia sido jogado em sua cabeça… Apaixonado, o adolescente estava apaixonado e falava com segurança e certeza, sem medo algum de rejeição ou insegurança… ele já sabia que seus sentimentos eram retribuídos e mesmo assim só revelou seus sentimentos quando quis.

 

— Devo dizer Harry, que sua inteligência e descrição me impressionam, confesso que eu subestimei a profecia, mas talvez você seja realmente o único que poderia me derrotar.

 

Tom comentou organizando as peças de xadrez, eles jogavam a versão trouxa, a bruxa nuca lhe agradou, qual era realmente o ponto de só falar em um jogo? Ele gostava de tocar as peças frias e pensar enquanto seus dedos se marcavam pelos relevos. Era gratificante.

 

— Me pergunto… você em alguns momentos age muito mais inocente e de certa forma ingênuo, mas em outros age…

 

— Completamente diferente — Harry completou quando Tom ficou em silêncio por alguns segundos — E aí que está a parte divertida. As pessoas tendem a subestimar as outras, uma característica humana. Ser subestimado significa que você pode surpreender ou passar despercebido. Eu não gosto de atenção externa… acho que nunca gostei.

 

Harry levantou da cadeira acolchoada que estava e se dirigiu a prateleira de jogos. Passando os dedos pelas caixas ele parecia pensar em qual decidiria, mas seus olhos estavam muito além disso… focados no nada e sua mente trabalhando em sua própria vida.

 

— Acho que faz parte do que faço… ser um fantasma, um conceito, algo além de humano nos deixa anestesiado para ambições de fama e poder… — Tom sentiu sua cabeça trabalhando em uma velocidade alarmante, sua respiração sendo presa por sua ansiedade… ele queria o Harry inocente de volta… mas duvidava que alguma vez ele existiu de verdade.

 

— Algo além de humano você diz? O que poderia ser? — A voz do lorde das trevas quase falhou na pergunta, mas ele se manteve firme ao levantar e ficar ao lado do garoto.

 

— Não seria divertido se eu contasse. — Harry sorriu, era doce mais uma vez, mas seus olhos pareciam conter algo sombrio e estranhamente atrativo — Posso ver seu receio Tom, você teme o desconhecido… teme que eu tenha te enganado, que esteja mentindo… mas eu não estou. Eu nunca fingi nenhuma atitude minha… ao menos… não com você.

 

— Então por que você parece duas pessoas diferentes em momentos diferentes? — A voz de Tom deixou transparecer um pouco do seu desespero interno. Ele se sentia tão perdido quando se tratava de Harry.

 

— Não são duas personalidades diferentes, são características de uma mesma personalidade que eu mudo de acordo com a necessidade. — Harry o encarou, seus olhos verdes brilhantes e fascinantes… ele era simplesmente magnífico — Eu sou uma única pessoa. Eu ajo de maneira mais doce porque gosto do carinho que recebo e ajo mais distante porque preciso. Ser inocente e ser ingênuo são coisas completamente diferentes.

 

— Então… fomos nós que simplesmente assumimos que você era apenas ingênuo e inocente sobre tudo?

 

— Algo assim, não foi minha intenção enganar ou assustar vocês… eu sou assim, eu gosto de ser pego no colo e choro muito facilmente, eu realmente gosto de desenhos e minha chupeta realmente me acalma…

 

— Mas porque essa característica mais fria?

 

— Eu sou observador Tom, crianças são vistas, não ouvidas. Eu poderia continuar normalmente como um garotinho, eu sou uma criança… se você compara com os seres certos, mas para algumas pessoas eu sou incrivelmente velho.

 

— Ainda não entendi onde quer chegar…

 

Harry riu, era doce, inocente e incrivelmente cativante. Seus olhos brilhavam em diversão… ele era tão fofo e ao mesmo tempo perigoso.

 

— Estar aqui… foi um acidente, eu não deveria fazer parte, mas faço. E agora… acho que não quero sair. Não quero que acabe…

 

— Não vai acabar… eu não vou permitir. — Tom tentou soar confiante mesmo que entendesse pouco do que Harry realmente queria dizer.

 

— Queria que fosse fácil assim… Tom — Harry chamou se aproximando do Lorde das trevas, seus dedos tocando sua pele mais fria deliciosa. — Eu poderia continuar como uma criança e apenas isso, mas essa atitude faria com que eu não pudesse interferir ativamente. Eu te falei que sou um produto do caos, ele me rodeia, mas não me leva… eu só sigo um caminho destinado, eu vou aonde é necessário e deixo os outros fazerem a parte complicada… mas não posso mais ficar como um passivo… ou eu vou perder você.

 

— Me perder para quem? — Tom segurou a mão delicada, estava quente… macia contra sua pele mais fria. Harry brincou com seus dedos, distraído e pensativo.

 

— Para a Morte. — A voz dele soou triste, quase como se machucasse dizer esse nome ou essas palavras, ele parecia prestes a chorar.

 

— Eu não posso morrer… mesmo que alguém consiga me derrotar eu tenho objetos que me manterão vivo e posso ser trazido de volta.

 

— Horcrux não são garantias Tom…

 

— Como… como sabe sobre elas? Severus te contou? — Ele queria ter controlado a voz, queria ter soado mais calmo e se odiou ao ver o mais novo se afastando e o olhando com um brilho de medo naqueles lindos olhos verdes. — Harry… eu… me perdoe…

 

— Papai não precisou me dizer nada, eu sinto. Sua alma foi cortada, mutilada e separada. — Harry olhou para a parede, seus olhos inundando de lágrimas não derramadas — Eu soube no segundo que Tommy se revelou pra mim, soube que tinha outra quando entramos em minha mente… eu sempre soube Tom.

 

O lorde das trevas engoliu em seco, seu temperamento o assustando, sua própria mente traiçoeira criando teorias e hipóteses sobre quem era de verdade o garoto a sua frente… e pior… sua própria mente repetindo a palavra traição… Harry não o traiu… ele só… só guardou uma informação… ele… não mentiu… mentiu?

Ele soube que seus pensamentos eram claros em seus olhos porque ao olhar para Harry ele o viu chorar, suas lágrimas caindo silenciosas, magoadas… cheias de medo… não! Harry não deveria sentir medo dele, ele nunca deveria… deveria sentir medo… ele…

 

— Eu… não queria mentir pra ninguém… eu disse que não menti! — Harry tinha as mãos em punhos cerrados e seus olhos ainda chorosos pareciam decidir entre o medo e a raiva — Eu sabia que Tommy era parte de você, assim como Marv também… mas você nunca perguntou se eu sabia… Eu não fiz nada!

 

— Mas tudo que você me disse… você sabia…

 

— E isso muda alguma coisa? Muda o que eu sinto por você? Ou muda o que você sente por mim? — A raiva borbulhou nos olhos verdes brilhantes, Tom teve que recuar um passo, o medo agora era incrivelmente real… não de Harry, mas do que ele faria. — Eu contei pra você porque queria que você soubesse, mas você prefere que eu seja apenas inocente? Que eu seja apenas… apenas… aquela parte de mim?

 

— Harry… não é isso… eu só…

 

— Só preferiria que eu não fosse assim. — O adolescente limpou as lágrimas de seus olhos, a vontade de chorar não passou, mas ele precisava de alguma forma de controle… ele precisava fazer algo com as mãos.

 

O Riddle sentiu seu coração partir, era incrivelmente doloroso e cruel o que ele mesmo fez… ele duvidou da veracidade dos sentimentos de Harry mais uma vez, ele subestimou o que o garoto sentia e o fez se sentir mal por revelar a verdade sobre si mesmo… ele se sentia culpado. Seu impulso foi segurar o pulso fino do mais jovem e buscar o olhar daquelas lindas esmeraldas brilhantes.

 

— Harry ouça, eu sou um idiota quando se trata de sentimentos… eu sou um completo imbecil quando se trata dos sentimentos alheios… eu não percebi que estava te machucando com minha desconfiança… eu confio em você, confio minha vida, confiei minha alma a você e apenas a você. — Ele teve que puxar o adolescente para um abraço, o lorde das trevas sentia que estava muito perto de chorar também — Eu só… fiquei muito surpreso ao saber que você não é só um ursino de pelúcia fofo e adorável, é algo surpreendente baby… e as vezes as pessoas precisam de algum tempo para digerir isso.

 

O jovem Potter se aconchegou no abraço, apertando um pouco mais e fechando os olhos com um soluço do choro recente.

 

— Eu vou deixar que me conte o que sentir confortável para contar e na hora certa, eu confio em você… só não diga nunca mais que eu prefiro outra versão de você… eu amo todas as suas versões…

 

Ainda haviam tantas perguntas, tantos medos, tantas possibilidades… mas ele respeitaria Harry, respeitaria e confiaria que o seu jovem noivo contaria tudo quando fosse a hora certa. Ele só esperava que a hora certa não demorasse séculos para chegar.

 

 

 

****

 

 

O flash roxo da câmera quase o deixou cego, mas ele ainda forçou um sorriso no rosto. Ao seu lado Slughorn sorria animado, comemorando internamente por ter mais um aluno estrela em sua coleção. Harry apertou sua mão sendo liberado para andar pela festa e quase suspirando em alívio por estar livre.

Tudo estava decorado para o natal ou yule, as cores e luzes dando um ar elegante ao salão. Todos vestidos elegantemente, vestidos e trajes formais. Alguns alunos que estavam de detenção estavam em serviço de garçons, com uniformes padronizados. Era um pouco engraçado. Também havia ex-alunos do professor de poções, pessoas importantes. Harry sorriu ao ver Eric Wieschaus e sua esposa, Elise.

 

— Obrigado por vir comigo, minha parceira de bailes veio com o noivo — Harry comentou agradecido e viu Gina rir divertida.

 

— Sua parceira de baile? Quem? — A ruiva perguntou ainda divertida, arrumando um laço em seu vestido azul, que naquela luz amarelada parecia um verde muito bonito, ela estava bonita. O vestido não era longo e tinha detalhes sutis, mas os padrões azuis por cima do fundo preto davam um ar de elegância e cuidado.

 

— Cath, eu e ela fomos no baile de inverno, mas eu fico feliz por eles. — O jovem Potter olhou para o salão e achou os amigos em uma conversa pessoal.

 

Cath estava vestida com delicadeza, sempre com aquele ar angelical e floral, ela usava branco com flores lilás e Rígel ao lado dela parecia concordar com Harry, sua noiva estava linda. Ele sorriu para eles acenando amigavelmente e recebendo um aceno de volta. Ele procurou seus outros amigos, Blaise parecia se divertir conversando com algumas garotas e Theo sorria feliz ao conversar com um rapaz, elu finalmente havia se permitido usar um vestido em público, era vermelho escuro e ele estava realmente deslumbrante e muito feliz, apesar da timidez aparente.

Draco não quis ir e também não foi convidado, com a atual fama de seu pai os Malfoy’s não estavam em bons olhos. Pansy preferiu não se envolver com essas festa e ela e Luna ficaram conversando perto das masmorras.

 

— Eles não são jovens demais para já estarem noivos? — Hermione perguntou ao lado deles, a castanha usava rosa, que combinava muito com sua pele morena, seu cabelo sempre armado estava arrumado em um penteado elegante. Seu parceiro não estava perto.

 

— Eles têm um contrato, não é realmente raro entre os puro-sangue. — Harry comentou pegando uma taça de água, sua garganta estava seca e dolorida, talvez um início de resfriado. — É para garantir bons casamentos e alianças entre as famílias.

 

— Parece um pouco frio tratar casamentos como um contrato. — Ginny foi quem comentou e aceitou uma taça de suco que passou ao seu lado. — Muito impessoal.

 

— Talvez seja. — O Potter falou — Mas não é como se você fosse casar com alguém que nunca viu, geralmente assim que é feito o contrato é iniciado o namoro e o cortejo, se for para ser será.

 

— Ainda assim, colocar sentimentos como se pudessem ser controlados é horrível. — Hermione abraçou o próprio corpo, parecia realmente achar isso e sentir como se fosse com ela. — Parece tão... medieval.

 

— Mas as vezes é o melhor. A maioria dos adolescentes é apressado e inconsequentes, contratos não são somente para prender. — Blaise se aproximou e ouviu a fala da castanha, a garota o olhou com surpresa e obvia curiosidade — São para proteger relacionamentos e as pessoas, não falo por todos, mas a maioria dos puro-sangue quer proteger seus filhos de consequências imprevistas.

 

— Ainda não acho certo. — Ginny foi quem falou, seus olhos castanhos pareciam quase furiosos.

 

— Tudo bem, mas são costumes que não vão ser alterados, ao menos não ainda. — Blaise pareceu levantar seu olhar pelo salão e Harry viu o exato momento que os olhos castanhos do Zabine acharam Theo. Ele estreitou os olhos e o Potter quase riu quando viu seu semblante ficar sério.

 

Tão distraído não notou a inquietação ao seu lado e ele quase caiu quando Hermione saiu correndo de perto deles e se escondeu atrás de uma cortina muito fina. Ele olhou para Ginny buscando explicação, mas a ruiva deu de ombros e perguntou se Blaise queria dançar, ela queria se distrair. Pelo que o de olhos verdes sabia ela havia terminado o namoro recentemente e estava tentando superar, infelizmente ou felizmente para ela Blaise era um flerte... e seu Hobbie favorito era conquistar e ir embora.

Ele os deixou para trás indo até Hermione, querendo saber por que ela saiu correndo. Ela parecia querer entrar dentro da parede.

 

— Posso perguntar... o que está fazendo? — Sua curiosidade venceu e a garota franziu os lábios antes de responder.

 

— Estou fugindo do Comarco... ele... eu deixei ele embaixo do visco e disse que você estava me chamando, mas ele estava indo em nossa direção e eu... entre em pânico. — Ela gesticulou com as mãos em pura ansiedade.

 

— Comarco? McLaggen? Por que fugiu dele? De acordo com Pansy ele é um dos razoavelmente bonitos da Grifinória, que para os padrões dela significa alguém realmente bonito.  

 

— Eu... eu só o chamei para irritar o Ron. — Harry entortou a cabeça para a esquerda, como sempre fazia quando não entendia algo.

 

— Por que o irritar?

 

— Ele está saindo com aquela... — ela engoliu o que seria provavelmente um xingamento — Com Lilá Brown e eu... eu queria deixa-lo irritado.

 

— Ainda não vi sentido, se ele está namorando outra pessoa por que você sair com outro garoto o deixaria irritado? E por que você ia querer fazer isso?

 

— Eu... ela me irrita e eu...

 

— Isso parece... — Harry começou, mas fechou a boca para não terminar a frase com a primeira palavra que veio a sua mente, ele reformulou um pouco — Sem sentido. Se você gosta dele você deveria apenas falar, conversar. Agir assim... só... parece estranho.

 

Hermione abriu a boca para contestar, mas foram interrompidos por um dos garotos vestidos de garçom e Harry sorriu para Jason Tathe quando ele afastou a cortina para oferecer uma bandeja com alguns tipos de aperitivos.

 

— Tartar de Dragão? — O jovem negro perguntou. — Torrada com queijo de cabra? Ou...

 

— Não obrigada. — Hermione cortou soando mais ansiosa ao ver Comarco andando pelo salão procurando por ela. Harry pegou uma torrada com pasta de azeitona, ele já havia provado e gostou.

 

— Melhor assim, esse Tartar dá um hálito horrível. — O Tathe comentou com um sorrisinho e viu Harry rir. Ele era um lufano e amigo de Rígel.

 

— Ah... então... — Hermione pegou alguns dos tais tartar de dragão e enfiou na boca quando viu o Maclaggen se aproximar quando a viu. — Talvez isso mantenha Comarco longe...

 

Ela engoliu forçava e se agachou quando o loiro se aproximou da cortina, saindo despercebida quando o garoto entrou no espaço.

 

— Acho que... Hermione foi retocar a maquiagem. — Harry inventou, uma desculpa fraca até para seus ouvidos, mas era a melhor que tinha no momento.

 

— A sua amiguinha é muito escorregadia. — Jason já estava saindo quando Comarco pegou um dos petiscos e comeu — Ela não para de falar, não é? Não quis me beijar...

 

— Acho que ela esta nervosa. — Harry estava muito perto de sair dali quando seu pulso foi agarrado pelo artilheiro do time da Grifinória. — O que?

 

— Nervosa? Acho que ela só não gosta de mim. — Harry o olhou curioso agora.

 

— Pode ser — ele não queria ter soado tão sincero e direto, mas não pode controlar — Mas... mas... você pode tentar e...

 

— Ta tudo bem... eu também não gosto dela assim. Ela ia me usar pra fazer ciúme em alguém e eu não tinha companhia para vir. — Comarco deu de ombros em puro desinteresse e quase riu ao ver que Harry parecia muito surpreso. — O que? Achou que eu não percebi?

 

— Sendo honesto, eu pensei que não. — Harry soou baixinho e Comarco riu, ele parecia divertido com a honestidade.

 

— Eu não sou tão idiota assim. Quando você tenta beijar uma garota e ela foge, você geralmente pega a dica. — O loiro deu um sorriso tranquilo, mas os olhos tinham um calor que deixou Harry ansioso. — E se eu tentasse te beijar? Você fugiria?

 

— Sim... eu sairia correndo. — Harry sorriu, apesar de sua fala ter tom de brincadeira ele disse a verdade. — E meu irmão mataria você.

 

— Vou manter minhas mãos para mim mesmo então. Apesar de que se você mudar de ideia algum dia, eu ficaria mais que feliz em te beijar. — Comarco continuou com o mesmo tom de brincadeira, mas finalmente soltou o pulso do garoto menor.

 

Eles trocaram um sorriso amigável e dessa vez Harry se sentiu tranquilo.

 

— Se esgueirando pelas cortinas para algo indecente? — A voz de Sevrus surgiu junto a cortina sendo aberta mais uma vez. O jovem de olhos verdes sorriu quando seu pai voltou o olhar preocupado para si em busca de qualquer sinal de desconforto ou machucados.

 

— Não professor. — o mais jovem respondeu já que o adolescente mais velho parecia perto de sair correndo, seu pai realmente tinha uma fama ruim com os grifinórios. — Comarco estava pedindo ajuda para conquistar Hermione, mas acabei aconselhando que ele deve ir atrás de alguém que retribua seus avanços.

 

— Ah eu vejo. — A voz de seu pai carregava uma diversão que poucos seriam capazes de notar.

 

— Tchau Comarco. — Harry disse ainda doce e saiu da cortina sendo acompanhado pelo pai.

 

— Eu vim te trazer uma mensagem do seu... noivo — Sevrus não conseguia esconder a raiva ao dizer essa simples frase e isso trouxe um sorriso travesso aos seus lábios. — Ele te deseja um feliz yule e disse que seu presente vai ser entregue alguns dias antes, já que na noite de yule propriamente ele deve estar ocupado com os preparativos para o baile.  

 

— Ah... entendi. Falando de Yule, onde vamos passar a festa?

 

 

 

******

 

A mansão estava linda, ricamente decorada em tons de prata e ouro, o branco obviamente predominava ao inverno e os cristais no teto do salão pareciam flocos de neve. Folhas e ramos de visgo estavam espalhados criando um lindo contraste de alguns pontos de verde. As poucas mesas espalhadas eram de cristal transparente, assim como as cadeiras, parecendo gelo recém esculpido. Cada prato de prata estava sobre uma toalha azul quase branco e os arranjos de mesa lembravam flores congeladas.

Tudo parecia saído de um reino de puro gelo e neve... lindo.

 

— Exagerou um pouco, certeza que o guardião do inverno está sentindo inveja agora — Harry comentou com um sorriso doce e Tom controlou o calor que subiu para seu rosto.

 

Harry parecia um príncipe, calças de alfaiataria pretas que tinham um caimento discreto e elegante, uma blusa branca sob um colete cinza-esverdeado, uma gravata borboleta preta que se destacava lindamente nas vestes verdes-esmeralda. Seus olhos pareciam brilhar com aquela cor. Magnifico... Tom perdeu um pouco do fôlego ao vê-lo.

O mais jovem corou adoravelmente com o olhar intenso de seu noivo e escondeu o sorriso constrangido. O Riddle, aos olhos do Harry estava simplesmente de tirar o fôlego. Blusa branca sob um colete cinza-chumbo, vestes negras e profundas e uma gravata vermelho-rubi que mostrava um brilho cruel de seus olhos incomuns.

Os dois quase se perderam no momento, perdidos em uma conversa particular sem palavras quando Severus pigarreou alto e os tirou do momento de quase hipnose.

 

— Mi Lorde. — Ele cumprimentou com visível relutância, ele não estava feliz com a interação e talvez nunca estivesse.

 

— Severus, fico imensamente feliz por ter vindo. — Harry quase riu do tom falso-alegre que o lorde recitou. Eles dois sempre seriam assim?

 

— Papai quase desistiu porque Tio Moony e Tio Padfoot queriam nos ver hoje, mas vamos amanhã. — O mais jovem respondeu mudando o clima, ou ao menos tentando.

 

Com um suspiro Harry se aproximou de Tom que ainda encarava seu pai com raiva mal escondida. O adolescente tocou a borda das vestes pretas e puxou o lorde para baixo, dando um beijinho terno em sua bochecha e o soltando logo em seguida. Ele se aproximou de seu pai para um abraço apertado antes de ir em direção aos seus amigos. Seriam uma longa noite se ele tivesse que manter Sevrus e Tom longe um do outro.

Seus amigos estavam em uma mesa destinada aos mais jovens, mantendo conversas amenas e muito mais leves dos que os adultos em volta.

Pansy estava linda de azul escuro, assim como Cath que optou por rosa claro, Draco e Blaise mantinham a linha de suas famílias em vestes elegantes e com capas de tons escuros de cinza e vermelho. Eles receberam no grupo Theo, que vestia essa noite vestes masculinas de um tom salmão. O último a chegar com sua família foi Rígel, elegante em vestes de um tom de bronze escuro. Ele beijou a mão de Cath primeiro, depois de Pansy e cumprimentou os amigos com um aperto de mão, parando em Theo e realizando os dois gestes, o garoto sorriu em retribuição ao carinho.

 

— Rígel, como está? — Blaise perguntou com um sorriso amigável — Como foi seu primeiro Yule com sua família?

 

— Foi… maravilhoso, havia tanto que eu não conhecia, mas eles foram pacientes e me explicaram os costumes. Eu senti… minha magia como eletricidade no ritual. — O Lestrange contou se aproximando de sua noiva e se mantendo ao seu lado com as mãos entrelaçadas — Min… Agnes Longbotton enviou uma berrador realmente desagradável sobre eu não valorizar a família e passar meu feriado de Natal na escola.

 

— Ela ainda não sabe a verdade? — Draco perguntou verdadeiramente curioso.

 

— Não, eu a vi apenas 6 dias depois que tudo aconteceu e usei um glamour… foi desconfortável. Ela me insultou por horas antes de começar a exigir que eu respondesse coisas sobre a família Longbotton.

 

— Isso parece terrível — Pansy disse em um tom ameno e Rígel apreciou o gesto de tentar suavizar a conversa. — Mas uma hora ela vai saber…

 

— Pansy está certa, como você planeja contar? Ou vai deixar que ela descubra sozinha? — Blaise ainda soava muito sério as vezes, mas parecia realmente preocupado.

 

— Senhorita Bellatrix planeja um anúncio assim que for possível, os planos dos nossos pais estão cada vez mais perto de iniciarem e a tomada do ministério garantirá sua liberdade. — Cath respondeu soando incrivelmente calma com toda a situação, uma perfeita lady treinada para manter a compostura.

 

— Isso, assim que a família Lestrange for inocentada completamente meus pais querem fazer uma festa de apresentação e vão contar a verdade.

 

— Parece um bom plano pra mim. — Harry comentou com um sorriso doce. — Mas vai ser caótico… você está pronto para isso?

 

— Caótico? — Pansy perguntou realmente curiosa.

 

Harry olhou para o meio do salão, seu pai e seu noivo finalmente haviam parado de se encarar como se fossem se matar e conversavam com outras pessoas. Seus olhos focaram em Tom, o medo de revelar demais batalhava com a vontade de contar tudo…

 

“Você sabe que não pode…” — pensamento era intrusivo, mas verdadeiro. Uma voz série, gelada e ao mesmo tempo quente… ele jamais saberia explicar como ela conseguia isso. — “Ainda não…”

 

“— Eu sei… mas não significa que eu queira menos, seria tão… caótico…” — ele respondeu apenas em pensamento, mas ainda formulava como responderia sua amiga, não era somente ela que estava curiosa.

 

— Não acho que Lady Longbotton vai aceitar facilmente, nem Dumbledore… quase ninguém que seja ativamente da luz. Muitos vão duvidar da veracidade dessa informação e questionar o que os comensais da morte fizeram com você. — Harry mantinha seu olhar passeando pelo salão, conhecendo e reconhecendo cada rosto que já viu, medindo… ao mesmo tempo que seus olhos verdes pareciam atraídos a um único ponto. — Vai ser divertido, mas desconfortável e caótico. Então refaço minha pergunta: Rígel você está pronto para encarar isso?

 

— Eu… — Rígel vacilou apenas um segundo…

 

E Harry viu, viu a falta de confiança e autoestima que foram construídas ao longo de anos, o medo de falhar que foi cuidadosamente entalhado em sua cabeça até se tornar uma segunda verdade pra ele mesmo, viu o nervosismo plantando do medo das pessoas que deveriam te proteger, viu a auto aversão criada para torná-lo obediente, mas também viu a raiva explosiva de um Lufano que estava pronto pra defender quem ama, o perigo de um comensal da morte em construção, a destruição que a ameaça enfrentaria… Rígel era muito parecido com ele mesmo… foi o pensamento que predominou, temos histórias similares, nascemos em circunstâncias similares… quais as chances?

Se Harry Potter tivesse morrido… se esse corpo não tivesse esse pequeno detalhe... Destino teria reescrito a história e Neville Longbotton, por dentro sendo Rígel Lestrange, teria se tornado o herói necessário para essa história…

 

“Está divagando” — Aquela voz, ainda quente e fria lhe deixava ao mesmo tempo mais calmo e ansioso.

 

— “Acabei de descobrir que Destino sabe das minhas trapaças e aparentemente tem as suas próprias.” — Ele não queria ter soado acusador, mas sabia que soou, seus pensamentos caminhando em milissegundos para entender — “Hipócrita, e toda aquela conversa sobre sempre seguir as regras?”

 

“Você trapaceou primeiro e sabe disso.”

 

Bem sim, mas ele se recusava a ver a lógica disso, sentindo uma certa sensação de injustiça, mesmo sabendo que nenhuma foi feita… ainda. A voz de Rígel o arrancou dos pensamentos… estava confiante agora.

 

— Eu já não me importo com o que eles dizem. Minha família foi tirada de mim por injustiças deles… não vou simplesmente permitir que tudo caia entre meus dedos. Eu vou lutar… e sim, estou pronto. — Harry sorriu, aquele garoto era incrivelmente fascinante e o de olhos verdes realmente desejava que tudo desse certo para ele — Obrigado pela preocupação Harry.

 

— Você é meu amigo, eu só quero que seja feliz. — A tom doce voltou com um sorriso brilhante, seus pensamentos não mais concentrados em nada, mas seus olhos viajando pelas pessoas mais uma vez.

 

Bellatrix ria para a criança pequena nos braços de seu cunhado, o garotinho loiro tinha o polegar entre os lábios e olhava tudo com grandes olhos curiosos. Rebastan o segurava com carinho e Barty se aproximava com taças de vinho para eles.

 

— Brian, quer dançar com a tia Bella? — A mulher cacheada perguntou e viu com grande alegria a criança estender os bracinhos gordinhos para abraça-la.

 

— Tenha cuidado, ele ainda está fraco por causa da poções. Sem muito giros Bella. — Rebastan pediu, seus olhos preocupados para o bebê, mas um sorriso tranquilo no rosto.

 

— Relaxe amor… Brian vai ficar bem — Barty disse se aproximando do moreno e o abraçando, ele ainda era mais baixo que seu noivo, mas gostava assim. Eles finalmente tinham sua família…

 

— Oh olhe para vocês, já na fase de pais de corujas? — Narcisa se aproximou sorrindo para os amigos, ela sempre desejou que eles tivessem sua tão sonhada família. — Essa fase não passa, já deixo o aviso.

 

— Sabemos que sim, vemos Lucius com Draco, parece que o garoto é de porcelana. — Barty comentou rindo e Rodolfo se juntou as risadas.

 

— Não quero ver quando o jovem Malfoy for se casar, Lucius terá um ataque. — Rodolfo comentou antes de beber seu vinho, seus olhos presos na esposa rindo ao “dançar” pelo salão com seu sobrinho. — Quero estar perto para ver.

 

— Oh não me lembre isso, Draco está apaixonado e eu quase tive que bater em Lucius para que ele ficasse quieto. — A loira comentou com o mesmo sorriso divertido — Ele não está pronto para isso, a seus olhos Draco ainda é um garotinho.

 

— Aos olhos dos pais seus pequenos sempre são garotinhos. — Rebastan comentou olhando para seu sobrinho, Rígel estava imerso entre seus amigos… tão grande… a criança que ele nunca pôde ver crescer, mas que ainda poderia mimar.

 

— Sim, Severus também está enfrentando as dores de um filho apaixonado — Narcisa comentou rindo do amigo.

 

— Harry? Apaixonado? Por quem? — Alexander foi quem perguntou, ele ainda se mantinha longe da vista de Cath e de seu pai, mas… olhava sua filha com tanta saudade, ela estava linda e tão grande.

 

— Oh eu não posso contar, tudo será revelado no Beltane. Teremos uma festa digna do passado — A loira concluiu olhando para Draco, seu filho podia ser bom em esconder emoções, mas ela sabia o quanto a prisão de Lucius o afetou… ele estava cada vez mais deprimido. — E vamos finalmente acabar com essa guerra.

 

— Com nossa vitória é claro. — Barty completou sorrindo, alguns de seus amigos estavam faltando, o ministério os estava empurrando ao limite.

 

Os risos de Brian chamaram atenção, o garotinho gargalhava com Bella lhe dando beijinhos. Rodolfo sentiu o coração bombear de alegria, sua esposa estava melhorando, recuperar o filho havia a tornado feliz... mesmo com a sombra dos anos separados. Os olhos castanhos do Lestrange foram ao seu filho, Rígel estava grande, adolescente, apaixonado e crescendo a cada dia, os anos passados jamais voltariam, mas eles podiam criar memorias juntos... eles poderiam ser uma família. O adolescente sentiu os olhos de seu pai e levantou os olhos para se encontrarem, ambos sorriram pela alegria de Bellatrix ao brincar com um bebê.

 

— Quer dançar? — Rígel chamou, Cath corou adoravelmente e sorriu amplamente para seu noivo, ela estendeu a mão e se deixou ser guiada ao meio do salão onde pouco casais dançavam ao som de uma música clássica.

 

— Eu nunca imaginei que iria ter esses momentos... — A loira sussurrou, apenas para ele, seus olhos brilhando em lágrimas não derramadas.

 

— Uma dança vergonhosa com um lufano? — Ele brincou querendo vê-la sorrindo.

 

— Não... podendo dançar com o homem por quem me apaixonei e saber que posso me casar com ele. — Ela fechou os olhos e apoiou a cabeça no ombro direito dele, deixando a música calma guiar passos preguiçoso.

 

— E eu nunca imaginei que alguém se apaixonaria por mim, que me veria além de um grifinório desastrado e tímido.

 

Eles eram um pontinho de puro amor no meio do salão, dava pra sentir o carinho, o amor nascendo e os rodeando como em um abraço, a magia os queria juntos.

 

— No fim o contrato que você fez serviu pra alguma coisa. — Albertini falou assustando Alexander, o mais jovem estava fugindo desde o início da festa, incapaz de encarar seu pai ou sua filha, mas se deixou parar ao ver sua garotinha dançando com seu noivo... ela estava tão feliz.

 

— Eu sei que você nunca concordou... ou entendeu. — Alex mexeu no cabelo bagunçando um pouco e suspirando ao constatar não poder mais fugir disso.

 

— Eu entendi sim, eu só não concordei. Foi para proteger Cath, com você preso e Caliope morte a jovenzinha só tinha a mim, eu não estava bem de saúde e sendo investigado. Você se viu desesperado e a prendeu nesse contrato para que ela ficasse na proteção dos Lestrange.

 

— Eu fiz... eu lamentei cada segundo, mas fiz e faria de novo. — Alexander não tirou os olhos de sua filha, ela era tão parecida com Caliope que ainda doía um pouco.

 

— Eu sei que sim, era sua forma de a manter segura. — Albertini apertou o ombro do filho, um carinho contido, mas que significava muito — Ela não te odeia, Cath tem um coração bom demais as vezes e te perdoou a muito tempo... por que agora você não se perdoa? Foi desespero, mas foi para proteção.

 

— Você acha que ela... me aceitaria? Mesmo eu tendo a prendido em um contrato sem amor?

 

— Ela te perdoaria sim, mas veja... não é um contrato sem amor. Pode ter começado como nada, mas os dois jovenzinhos estão apaixonados.

 

— Mas isso foram as circunstâncias, se Rígel continuasse desaparecido ela seria presa eternamente a um contrato sem poder seguir...

 

— Você subestima os Lestrange a mim... — o olhar de curiosidade de Alexander o divertiu — Quando ambos atingissem 21 anos o contrato localizaria ambos e revelariam as circunstâncias que estavam, Rígel seria maior de idade não importa seu nome atual e poderia facilmente desfazer o contrato.

 

— Eu deveria ter esperado isso, você tinha uma mão nisso... você sempre planeja tudo...

 

— Não, planejo o que pode ser planejado e controlo o que posso controlar, a aleatoriedade não combina com um Avery. — O carinho era presente em cada gesto, anos separados... finalmente acabaram.

 

— Obrigado pai...

 

— De nada Alex, agora vai conversar com sua filha... ela sentiu sua falta.

 

Os passos Avery foram ansiosos e tímidos, ele parecia querer correr ao mesmo tempo que tentava manter a elegância típica de um puro-sangue. Ele chegou aos dois adolescentes sorridentes e se curvou em cumprimento. Seus olhos brilhando para afilha, de perto era quase como ver Caliope, ao mesmo tempo que não... sua garotinha estava se tornando uma mulher linda.

 

— Desculpe interromper herdeiro Lestrange, mas eu gostaria de dançar com minha filha, se me permite? — Ele estendeu a mão direita e esperou a jovem loira pegar. Rígel a olhou procurando desconforto ou relutância, mas só achou saudade.

 

— Claro Senhor Avery. — O Lestrange beijou a mão de sua noiva e os deixou conversar em meio a dança.

 

— Você está tão linda... eu... eu senti tanto... tanto a sua falta. — Alexander tinha lágrimas nos olhos, espelhando os olhos marejados de sua princesa.

 

— Eu senti saudade papai.

 

Harry sorria amplamente, a ordem estava se estabelecendo... de uma maneira caótica, mas estava... e era lindo de ver. Rígel agora guiava Theo pela pista de dança enquanto ambos conversavam animadamente sobre algo que somente os dois sabiam, Blaise foi chamado por uma das jovens Greengrass, ele não saberia dizer se era a mais velha ou a mais nova, Pansy e Draco parecia conversar sobre algo ameno e ele se permitiu observar, ele sempre gostou de observar a ordem acontecer.

 

— Quer dançar meu jovem príncipe? — A voz de Tom o tirou dos pensamentos, era baixa, não maior que um sussurro e mesmo assim o afetou.

 

— Seria adorável. — O adolescente riu e estendeu a mão para ser pega pelo lorde.

 

De frente um para o outro eles ignoraram o restante do mundo, seus olhos brilhando em puro amor um para o ouro. Tom o guiou pela pista, movimentos controlados e precisos, uma dança clássica e mesmo assim apaixonante.

 

— Eu ainda não entendo como um ser como você foi se apaixonar por mim... você é quase um anjo vindo diretamente das pinturas cristãs... puro como a mais bela luz... — A voz do lorde ainda não passava de um sussurro, um segredo apenas para os ouvidos do jovem Potter.

 

— Você me superestima. Me vê como um anjo... e se eu for o oposto? — Harry brincou, mesmo que seus olhos tivessem uma intensidade que falavam sobre verdade.

 

— Eu desceria ao inferno todos os dias se você fosse um demônio, fico feliz por isso então... pois não me vejo sendo permitido no céu apenas para tocar um anjo.


Notas Finais


N/A: Quem sentiu saudade comenta eu!
Trago novidades.... muitas novidades... BGBH está chegando nos últimos capítulos, se não me engano faltam 15 dos capítulos planejados...
Sim, tudo que é bom dura... muito...mds eu demoro demais pra atualizar kkk
Mas isso é motivo de tristeza? Não! Já tenho duas fics planejadas para logo depois dessa, e já estão sendo escritas. Ambas sobre o Severus, uma delas quem me segue no tiktok já viu a ideia inicial: Severus caçador de bruxos! Simples foda e maravilhoso...
Ate a próxima, vou tentar não demorar... TENTAR.
Beijos e abraços para todos, deixem teorias aí... o que o Harry é na verdade?


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