16:33 P.M
O pequeno prédio rosa se destacava entre todos os outros de cores claras ao seu redor, ele era o ultimo prédio naquela entrada sem saída, e em frente a ele estava um rapaz com duas malas simples azuladas e com vários números três escritos na cor branca, o rapaz também tinha uma mochila preta nas costas e se vestia de forma confortável sem deixar de ter estilo.
Ele retirou o boné branco da cabeça e a coçou rapidamente bagunçando o seu cabelo, mas ele não se importou e colocou o boné novamente, o rapaz olhou ao seu redor e não havia ninguém vindo em sua direção, impaciente ele tirou o celular do bolso da calça e olhou novamente o endereço que Yura havia lhe mandado, ele não havia errado, mas por que não havia ninguém ali lhe esperando?
- Park Jimin? – uma voz ecoou e o rapaz procurou a voz ao seu redor, ele deu uma volta 360 e não viu ninguém – Aqui em cima.
Quando Jimin olhou para cima viu uma senhora no primeiro andar sorrindo e acenando para ele, Jimin deu um sorriso carinhoso como resposta e em seguida ouviu a senhor dizendo que iria descer, antes que ele pudesse dar uma resposta ela já havia saído da janela. Poucos minutos depois a senhora apareceu, usando um vestido amarelado.
- Park Jimin, não é? – ela questionou e nem permitiu que o rapaz respondesse, já foi pegando uma das malas – Vamos subir para conhecer o seu apartamento, infelizmente não temos elevador, eu havia dito?
- Eu posso levar a mala, não se preocupe. – disse Jimin acelerando os passos e pegando a mala, a senhora apenas sorriu e soltou rapidamente – E eu fui avisado que não tinha elevador.
- Mas não se preocupe, não são muitos degraus. – a senhora continuou andando – Aqui no térreo tem uma garagem e um quarto que usamos para guardar trecos, mas os moradores não podem usar. – ela alertou e Jimin fez uma cara de duvida, a senhora nem precisou olha-lo, ela já estava acostumada com as indagações sobre o térreo – O térreo é utilizado pelos meus filhos.
- Entendo. – Jimin balbuciou enquanto subia as escadas
- O primeiro andar é usado por mim e meu neto aqui no 1B. – a senhora apontou e Jimin acompanhou com o olhar – No 2B tem um casal de recém-casados, mas não pense que eles são tranquilos, vivem brigando e dificilmente você vai vê-los, mas suas vozes ecoam pelo prédio.
- Eles apenas vivem a realidade dos casais. – Jimin argumentou e a senhora riu.
- Você tem razão, essa é a realidade. – ela balbuciou – Então, você tem uma namorada?
- Não, não tenho tempo. – ele sorriu constrangido e a senhora começou a andar novamente
- Eu tenho uma filha que está solteira... – ao ouvir essas palavras Jimin deu um suspiro silencioso, quando estava em Jeju as senhoras viviam tentando casa-lo com suas filhas. – Ela é um pouco mais velha do que você, mas os jovens gostam de mulheres mais velhas, não né?
- Hm... É... Sim... – ele balbuciou e a senhora sorriu
- Talvez você não goste. – ela balbuciou
- Não é bem assim... – ele balbuciou – Eu nunca namorei mulheres mais velhas, então...
- Não se preocupe. – a senhora sorriu e finalmente eles haviam chegado ao segundo andar – Essa é a sua casa, nela você vai dividir com uma senhorita.
- Uma senhorita?! – Jimin se surpreendeu
- Sim, ela é difícil de lidar. – a senhora admitiu – Por isso estou lhe colocando aqui, sinto muito por isso.
- Não estou entendendo. – Jimin admitiu e a senhora deu um sorriso acolhedor tentando acalma-lo.
- Quando a mãe da jovem Yura me ligou perguntando se tinha um quarto disponível para um rapaz que ela conhecia desde criança, eu pensei que era a oportunidade perfeita de fazer com que a senhorita Jiyun saísse por livre e espontânea vontade. – a senhora deu uma pausa e olhou para Jimin – A senhorita não é uma pessoa difícil, mas é bastante exigente e me deixa bastante estressada e frustrada, já que não posso manda-la embora.
- Por qual motivo? – Jimin questionou
- Quando eu estava precisando de dinheiro essa jovem apareceu com dois anos de aluguel já pagos, mas me fez assinar um contrato que dizia que eu não podia dispensa-la durante esses anos e ela só poderia sair por livre e espontânea vontade, na época eu estava desesperada e com medo que meu neto descobrisse as minhas dividas.
- Então a senhora quer que eu fique com uma pessoa difícil de conviver? – Jimin retrucou
- Eu estou lhe dando um grande desconto no aluguel. – a senhora fez charme – E a senhorita Jiyun nunca dividiu a casa com um rapaz nesses seis meses, eu tenho esperanças que ela irá sair em menos de um mês.
- Eu não sei... – Jimin balbuciou – Eu quero um lugar tranquilo para descansar e não um campo de guerra.
- Lhe dou 50% de desconto no primeiro ano. – a senhora estava disposta a convencê-lo e Jimin sabia disso, ele deveria pedir um pouco mais pela sua paz perdida?
- E uma refeição por dia. – Jimin propôs – Por um ano e se eu perder a refeição naquele dia, não posso contestar.
- Perfeito! – a senhora estendeu a mão para o rapaz que fez o mesmo – Você deve gostar de comida caseira.
- Eu sinto falta. – ele admitiu e a senhora deu um sorriso acolhedor
- Eu ouvi a sua historia, a mãe da Yura me contou. – ela balbuciou e em seguida deu leves batidinhas no braço do rapaz – Quando quiser me contar melhor estarei aqui para ouvi-lo, todos aqui me consideram como uma avó, inclusive a senhorita Jiyun.
- Obrigada. – ele balbuciou educadamente
- Essa é a sua casa, 4B – ela apontou – A 5B eu estou reformando ainda, então talvez as batidas e o cheiro da tinta lhe incomode um pouco.
- Isso não é um problema para mim, já trabalhei em construção. – ele respondeu
- Que benção! – ela suspirou aliviada – Todas as manhãs a senhorita Jiyun reclama.
- Ela parece ser um monstro. – ele brincou
- Em seis meses ela já dividiu a casa com mais de vinte pessoas. – a senhora resmungou – Isso é um grande prejuízo.
- Eu imagino. – Jimin balbuciou, ele começou a se questionar se essa garota realmente era um problema ou a senhora Kim que se sentia pressionada e com prejuízos. – Bom... Eu vou entrar primeiro, tenho muitas coisas para organizar.
- Claro! – a senhora tirou as chaves do bolso do avental e entregou ao rapaz – O seu quarto é o que está com a porta aberta.
- Obrigada. – ele disse pegando as chaves.
- Bem-vindo e sinta-se em casa. – ela sorriu – Como hoje é a sua primeira noite converse bastante com a sua companheira de casa e jante com ela, no final de tudo ela é uma boa cozinheira.
- Obrigado. – Jimin respondeu e se curvou.
ზ
- Você chegou?! – Sungjoo estava de braços cruzados apoiado na parede rosa do prédio, ele usava uma calça social preta e uma camisa também social com as mangas dobradas, os três primeiros botões estavam abertos e o seu cabelo castanho em uma tentativa de topete que deixava o rapaz bastante charmoso.
- Uau! Aonde o nosso Sungjoo oppa vai vestido assim? – Jiyun admirou o rapaz, diferente dele a garota estava usando roupas simples e levemente surradas.
- Pareço legal? – ele questionou e ela concordou com a cabeça – Vou para um encontro as cegas, está com ciúmes? O oppa pode ficar aqui e podemos jantar juntos. – ele piscou e Jiyun acabou rindo.
- Aigoo! – ela bateu na testa dele com uma força admirável e o rapaz gemeu de imediato – Eu tenho que jantar com a minha nova companheira de casa, sua avó fez questão, você já a viu? Ela é bonita?
- Não vi e mesmo se eu vê-la tenho certeza que ela não chegará aos seus pés. – Sungjoo piscou e Jiyun começou a rir novamente
- Pare de falar besteiras e venha aqui. – Jiyun o chamou com o dedo e o rapaz foi até ela, o sorriso de Sungjoo era deslumbrante e quando o rapaz se aproximou a garota começou a arrumar sua camisa e em frações de segundos ela se colocou na ponta dos pés e espiou pelos botões abertos e pode ver o peitoral do rapaz – Você ouviu o meu conselho e arrancou aqueles três pelinhos?
- Ei! – Sungjoo a afastou imediatamente e utilizou suas mãos para cobrir o “decote” a amostra – Você quer acabar com a minha reputação de homem? Eu sou um oppa! Oppa! Trate-me como um oppa! Oppa!
- Eu entendi! – ela resmungou de volta
- Pare de falar informalmente! – ele resmungou de volta
- O senhor quer que eu lhe trate formalmente? – ela balbuciou educadamente e ele bufou, em seguida sorriu.
- Trate-me como quiser. – ele se rendeu – Esse oppa aqui já é seu.
- Pare com essas brincadeiras bobas oppa. – ela resmungou e em seguida se aproximou dele para abotoar a sua camisa – Vá para o seu encontro e seja bom para ela, ela não tem culpa se você é uma criança e fica agindo de forma imatura.
- Você é a única que não consegue ver o homem que eu sou. – ele resmungou enquanto ela desdobrava a manga da sua camisa – Você só vai me ver como um homem quando eu me casar com uma garota mais bonita que você, não é?
- Sim! – ela riu e o fitou brevemente – Tem que ser muito mais bonita e muito mais inteligente.
- E que cozinhe melhor que você. – ele brincou junto e um sorriso enorme surgiu no rosto de Jiyun.
- Isso já vai ser muito difícil. – ela deu alguns passos para trás e suspirou – Você sabe que eu sou a melhor da região, então não seja exigente com isso, apenas vá para o meu restaurante que lhe darei 50% de desconto... Quando eu conseguir um.
- Você vai conseguir. – ele sorriu e em seguida olhou para o relógio – Tem certeza que não quer desesperadamente que eu fique? Vamos ter um encontro, só nós dois.
- Vá! Vá! – ela disse fingindo estar irritada – A minha companheira de quarto está me esperando, eu trouxe até maças para ela. – Jiyun levantou a sacola e Sungjoo começou a rir – Não, não vou envenena-la.
- Tem certeza? – ele balbuciou enquanto dava alguns passos para o seu encontro – Quanto tempo essa vai durar?
- Por muitos meses, eu sinto isso. – Jiyun retrucou de volta e ouviu a gargalhada de Sungjoo que estava de costas para ela, acidentalmente ela olhou brevemente para a bunda do rapaz e sentiu seu rosto corando.
- Você está olhando para a minha bunda? – Sungjoo falou alto enquanto andava, ele permanecia de costas para ela.
- Você colocou câmeras escondidas? – ela gritou de volta e em seguida percebeu um vulto em frente ao prédio, quando olhou era a senhora Kim de braços cruzados e a encarando.
- Meu Sungjoo já foi para o encontro? – a senhora questionou e Jiyun suspirou
- Sim, acabou de sair. – Jiyun respondeu
- Você, sua pequena cobrinha, não estava tentando convencê-lo a não ir, não é? – a senhora balbuciou e Jiyun sorriu
- Senhora! – ela deu uma breve pausa e suspirou - Não vamos conversar sobre Sungjoo oppa, vamos falar sobre aquela obra infernal que começa as quatro da manhã... – Quando Jiyun iria começar a senhora apressadamente lhe deu as costas e começou a fugir, sem pensar duas vezes a garota foi atrás dela começando a resmungar.
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