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História Be my alpha - Cuidando da minha alfa


Escrita por: QuaaseGay

Notas do Autor


Oláa!!!
Nem demorei pra voltar né? Sou muito amorzinho <3

O cap ficou longo demaaais então tive que cortar, pretendo postar a continuação dele mais tarde, mas não prometo pq minha internet está me afrontando ¬¬'

Capítulo 4 - Cuidando da minha alfa


Lauren

Na hora da saída, juntei meus livros e fui até o meu armário, acompanhada de Normani e Ally. Não via a hora de ver Camila de novo, provavelmente ela sairia com Dinah, então tudo indica que ela se juntaria ao nosso grupo de novo e eu poderia ouvir a voz maravilhosa dela, sentir seu delicioso cheiro amadeirado e apreciar aqueles castanhos que me eram tão atraentes.

Elas haviam sumido durante o resto do dia, acredito que passaram esse tempo todo enfurnadas no prédio. Dinah não mandou mensagens para Mani e nem atendeu às ligações, confesso que fiquei um pouco preocupada com o sumiço das duas, mas estava feliz demais por ter me aproximado da minha alfa depois de tanto tempo.

Soltei um suspiro de contentamento quando fechei o meu armário e olhei para minhas amigas que tinham sorrisinhos no rosto.

- Por que estão me olhando assim?

- Veja, Mani, está apaixonada. - Ally disse.

- Vai ficar mais idiota agora. - Mani riu e eu revirei os olhos.

- Melhor andarmos depressa, ok? - Entrelacei meus braços nos delas e as puxei, causando gargalhadas em ambas.

- Senhorita Jauregui. - Ouvi a voz de Oswald e me virei. - Senhoritas Kordei e Hernandez, esperem sua amiga lá fora, por gentileza. - Minhas amigas assentiram e continuaram o caminho.

- Senhor, eu estou com um pouco de pressa. - Falei o fitando impaciente.

- Serei breve. - Respirou fundo. - Senhorita Jauregui, por acaso você tem alguma relação com o senhor Stromberg? - Engasguei com tamanho absurdo.

- Eca, não! - Fiz uma careta. - Ele que veio me importunar, desde quando trombei com ele no - Parei, fazendo uma careta, talvez eu não devesse mesmo ir ao corredor Alpha. - Não, senhor.

- Bom, caso ele volte a lhe importunar, me deixe sabendo. Ok?

- Sim, senhor. - Respondi sem entender. Oswald apenas sorriu e foi embora.

Achei um tanto estranho, mas logo me esqueci disso e corri para fora da escola, na esperança de ver Camila. Ela sempre voltava com o ônibus escolar, por isso ia embora assim que terminava a aula, eu tinha esperanças de que ela ainda estivesse com Dinah. E de fato, ela estava.

De longe as vi no portão, Ally não estava presente, provavelmente já havia ido com Troy, seu namorado. Já Normani, gesticulava, parecia estar brigando com sua alfa enquanto Camila estava um pouco distante das duas. Franzi o cenho e apertei o passo em direção a elas. O cheiro de Camz logo me invadiu, meu corpo respondeu de forma imediata, arrepiando-se e acelerando os batimentos cardíacos, ela estava tão perfeita encostada na grade, um pé apoiado na mureta e a mochila no chão, olhava para baixo com os braços cruzados. Os lindos cabelos cobriam seu rosto.

- Oi… - Falei baixinho.

- Olá, Lauren. - Seu tom saiu baixo, mas um tanto áspero e ela não olhou para mim.

- O que houve entre elas? - Perguntei, mais para tentar puxar assunto do que realmente interessada no motivo da discussão de Norminah.

- Eu prefiro não me envolver mais nisso. - Eu a olhava sem entender. Por que ela não me olhava? Por que estava irritada comigo?

- Camz… Eu fiz algo de errado? - Ela abaixou o pé e colocou as mãos nos bolsos da calça jeans.

- Não, Lauren. - Suspirou.

Eu iria perguntar o que havia de errado com ela, mas Dinah apareceu furiosa e com… Deus!

- Dj, o que aconteceu com o seu olho? - Preocupada, fui até ela para tentar ver de perto.

- Dei uma surra no Keaton, bolinho de farinha. - Deu risada e eu ouvi minha amiga bufar atrás dela.

Não pude evitar rir da situação, eu queria demais ter visto aquilo. Com toda certeza, aquele babaca deve estar pior, ela nos chamou para o carro e para a minha surpresa, Camila passou por mim e caminhou ao lado de Dinah até o jeep renegade vermelho da loira. Eu sentia a irritação de Normani, ela simplesmente odiava quando sua alfa se envolvia em brigas. Camz continuava me ignorando, não levantou a cabeça em nenhum momento.

Quando chegamos no carro, eu tinha a esperança de ir no banco de trás com ela, colocaria nossas mochilas em um dos bancos do canto, então teríamos que ir uma do lado da outra, bem próximas. Mas fiquei muito frustrada ao ver que ela entrou no banco do carona, ao lado de Dinah. Será que era por isso que Mani estava tão irritada?

O caminho até a casa de Camila foi em um completo silêncio, nem mesmo o rádio estava ligado. Eu não entendia o porquê daquele clima tão pesado. Minha alfa se despediu apenas de Dinah e entrou em sua casa, minha amiga pulou para o banco da frente quando o carro voltou a se movimentar, ainda bufando em irritação.

- Ok, já chega. Vocês vão me explicar o que está havendo. - Nenhuma abriu a boca. - AGORA!

- Sua alfa - Mani falou com desdém. - Se meteu em briga e levou a minha junto! - O que????

- Menos, Normani. Bem menos. - A loira ligou o rádio e “Can we be friends?” tocava.

- Menos o caralho! Devia ter deixado que ela se resolvesse com Keaton sozinha - Camila arrumou briga com o Stromberg?

- Ela nunca daria conta dele sozinha! - Dinah usou a voz de alfa fazendo eu e minha amiga nos encolhermos.

- PORRA ME EXPLIQUEM DIREITO!

Dinah estacionou de qualquer jeito no meio fio e se virou para mim.

- O idiota do Keaton jogou a Camila na parede. - Meus olhos se arregalaram e eu levei as mãos à boca. - Ele mandou que ela e todos os alfas da escola ficassem longe de você, porque na mente doentia dele, vocês são um casal. - Fiz uma cara inconformada e ela continuou. - Eu também não sei da onde ele tirou isso, mas Camila, por algum motivo, não gostou nem um pouco e foi para cima dele acertando-o bem no nariz, ele revidou e acertou ela, óbvio que eu não iria ficar assistindo, bati nele.

- E agora tomou uma suspensão de dois dias! - Normani falou olhando para Dinah com raiva. - Seu mau comportamento vai dificultar sua entrada na faculdade!

- Não vai dificultar porra nenhuma, eu não ia deixar Camila apanhar!

- A briga não era sua, Dinah Jane! Essa garota nem sua amiga é!

Eu estava atordoada demais. Camila nunca foi assim, nunca. Não conseguia imaginá-la tendo aquele tipo de atitude, mas por outro lado, saber que eu fui o motivo de seu descontrole, que ela se importou comigo, aqueceu meu coração. Eu não prestava mais atenção na discussão de minhas amigas, sabia que elas iriam se resolver, provavelmente na cama.

Abri a porta do carro e corri toda a rua de volta para a casa da minha alfa. Precisávamos conversar, eu tinha a necessidade de cuidar dela e me certificar de que ela estava bem. Eu ouvi os gritos de Dinah me chamando, sua voz de alfa me fez diminuir o ritmo, mas me forcei a continuar.

Meu coração dava piruetas dentro do peito, encarei a porta de madeira em minha frente e toquei a campainha, eu estava ofegante pelo recente esforço, mas tentava me recompor o mais rápido possível.

Não demorou muito para eu sentir aquele cheiro, pela intensidade, sabia que Camz estava atrás da porta, claro que ela sabia que era eu e provavelmente estava hesitando em abrir.

- Sei que está aí, Camz, também tenho olfato apurado. Não vou sair até abrir essa porta. - Cruzei os braços.

Ela abriu devagar e logo vi seu rosto. Seu olho esquerdo estava roxo, bem escuro e ela tinha as bochechas coradas.

- Camz! - Avancei sobre ela e segurei seu rosto perfeito com cuidado em minhas mãos. - O que deu em você para fazer isso?

Nós estávamos muito próximas, olhávamos nos olhos uma da outra, podia sentir sua respiração, queria tanto provar aqueles lábios, mas ela se afastou.

- Entre. - Deu espaço para que eu passasse.

Era uma casa normal, nem muito grande e nem muito pequena. Toda forrada com piso frio que imitava de madeira. Ouvi a porta ser trancada e segui minha futura namorada até a cozinha.

- Aceita suco? É de abacaxi com hortelã... - Falou baixo. Ela ainda tinha as bochechas coradas.

- Aceito. - Ela me serviu e foi até o fogão, terminar de preparar o salmão que estava lá. O cheiro maravilhoso fez meu estômago roncar.

Ela serviu dois pratos com o peixe, junto com purê de batata.

Sentou-se à ilha e empurrou o outro prato para o lugar à sua frente.

- Sente-se, Lo. Sei que está com fome. - Meu coração acelerou freneticamente com o apelido. Sorri um tanto sem jeito e tomei o lugar que me foi indicado.

Comemos em silêncio e eu a ajudei com a louça, mesmo contra sua vontade. Eu vi que ela estava com vergonha de mim, não fazia contato visual e evitava se aproximar.

Seguimos então para a sala, Camila se jogou no sofá e eu me sentei ao seu lado, já havia cansado de esperar uma resposta.

- Vai me contar como esse roxo foi parar aí?

- Algo me diz que você já sabe.

- Sei que quem fez isso foi o Keaton. O que eu quero saber é porque você deu um soco nele?

- Ele puxou o meu cabelo e me atirou na parede. Me machucou.

- Te conheço o suficiente para saber que você nunca revidaria. - Ela me olhou e franziu o cenho em uma expressão confusa. Acho que falei demais.

- Hoje foi a primeira vez que nos falamos. Como pode dizer que me conhece?

- Responda a minha pergunta e eu respondo a sua.

Camila bufou e saiu andando em direção à escada e eu claro, a segui. Se ela estava pensando que se livraria de mim tão facilmente, estava muito mais do que enganada.

Entramos em seu quarto e eu comecei a reparar em tudo nele. Havia prateleiras repletas de livros, sagas como Harry Potter, Game Of Thrones e Senhor dos Anéis se faziam presentes. Miniaturas de personagens de seriados disputavam espaço com miniaturas dos droides de star wars. Ela tinha um suporte pendurado no teto e dele pediam fotos polaroides, me aproximei para ver melhor as fotos mas o barulho de portas e gavetas abrindo e fechando chamou minha atenção e quando me virei…

Camila tirou a blusa, ficando apenas com um top preto. Senti meu corpo começar a esquentar, estava próximo de meu cio, se ela começasse a me provocar assim, eu avançaria nela.

Puta que pariu.

Ela abriu a calça jeans e puxou para baixo, a cueca box preta marcava sua bunda.

Gostosa.

Meu corpo estava fervendo. Eu a queria. Eu a desejava, imagens de Camila me possuindo, me fazendo gritar seu nome invadiram a minha mente, me causando desequilíbrio. Achei melhor me sentar na cadeira de sua escrivaninha.

Ela rapidamente colocou uma calça de moletom, para minha infelicidade, já que o tecido largo não me permita avaliar o volume frontal. Sentou-se na cama e cruzou as pernas, mesmo com um olho roxo, ela ainda conseguia ser linda.

- Precisa colocar gelo nisso aí.

- Depois eu faço isso. - Levou as mãos ao cabelo e o prendeu em um coque frouxo. - Você já sabe o que aconteceu. Caso contrário não estaria aqui.

- Sei que vocês trocaram socos. Mas não sei o motivo. - Menti, eu queria ouvir da boca dela que ela havia me defendido.

- Bom, ele veio para cima de mim primeiro e… Ele falou coisas que eu não gostei.

Bufei e fui até ela, sentando na cama de frente para a garota pela qual eu era apaixonada desde que coloquei os pés na Byrne High School. Olhei em seus olhos, que fitavam a colcha de cama lilás.

- Eu sinceramente não sei o que me levou a agir daquela forma. - Continuou olhando para baixo, pensando no que iria me dizer. - Eu apenas não suportei imaginar as coisas que ele falou. Eu fiquei surpresa com a minha reação, ainda estou tentando processar o que eu fiz, é como se um lado de mim que nem mesmo eu conheço, houvesse despertado.

- Não está se culpando, está? - Aproveitei que ela não me observada e me aproximei mais, os pêlos do meu braço se arrepiando ao senti-la tão próxima.

- Não. Eu não me arrependo do que fiz. - Suspirou. - Teria feito de novo. Mas me sinto envergonhada porque não soube lutar com ele. Dinah precisou me defender e eu causei uma briga com a namorada dela. Se eu fosse uma alfa de verdade-

- Você é uma alfa de verdade! - A fitei irritada, Camila era a melhor alfa daquela escola.

- Não sou. Não sou capaz de defender a mim mesma, me diz, como defenderia minha ômega? - Ela finalmente levantou os olhos para mim. - Não que eu ache que algum dia eu terei uma ômega para chamar de minha… - Voltou a olhar para baixo e meu coração doeu com a sua fala. - Mas, se eu tivesse… Eu não teria condições de protegê-la…

- Você teria totais condições de protegê-la, Camila. - Levei minha mão até seu queixo, sentindo um leve choque correr meu corpo, minha mão tremeu mas não afastei, levantei sua cabeça até que nossos olhares se cruzassem. -  Se eu fosse sua ômega… - Como eu queria isso. - Eu me sentiria segura.

- Mas você não é. - Ela levantou brutalmente da cama e eu senti meu coração partir. - Você… Você e o Keaton estão juntos?

No mesmo momento me levantei, a irritação batendo com força, como ela tinha a coragem de me perguntar uma coisa dessas? Se eu tivesse algo com aquele babaca nojento eu não estaria aqui, dentro do quarto dela, fazendo um esforço sobre humano para não atacá-la com beijos e arranhar aquela barriga deliciosamente exposta.

Andei rápido até ela e comecei a distribuir tapas em seus braços, querendo acertá-la de qualquer forma, que raiva!

- Como ousa me perguntar isso? - Um tapa. - Sua idiota! - Outro tapa. - Eu estou aqui - Mais tapas. - Com você - Minhas mãos já estavam doendo, a alfa se defendia da melhor forma que conseguia - Na sua casa - Ela dava passos para trás conforme eu avançava - Dentro do seu quarto - Até que ela encostou na parede, colocando os braços para bloquearem minhas investidas, mas em nenhum momento ela avançou em mim ou tentou me segurar. - Preocupada com você e você tem a coragem de me fazer uma pergunta sem cabimento dessas? - Desci uma sequência de tapas fortes nela, até que Camila reagiu e rosnou para mim, segurando minhas mãos.

Em um movimento rápido, ela inverteu nossas posições, me colocando contra parede com força, mas não suficiente para me machucar, nossos corpos se encostaram enquanto ela segurava meus pulsos ao lado de minha cabeça. Senti minha boceta latejar, meu deus ela precisava parar com isso, ou meu cio começaria hoje mesmo. Estávamos tão próximas que nossas respirações se misturavam, Camila hesitou e eu logo percebi que sua consciência iria voltar.

Não, ela não podia se afastar agora, ela era educada demais, jamais iria me beijar sem que tivesse certeza de que era aquilo o que eu queria, então estava na hora de incentivá-la. Aproximei meu rosto do dela, encostando meu nariz em seu queixo e o arrastando até sua orelha, onde soltei um pouco de minha respiração, para logo em seguida fazer o caminho de volta.

Não tentei controlar minha respiração, queria que ela percebesse o quanto eu estava ofegante, suas mãos apertaram um pouco mais os meus pulsos, ouvi seu rosnado baixinho, droga ela ainda estava buscando autocontrole. Então forcei meu corpo mais para frente, suas mãos relaxaram o aperto, enquanto eu aproximava minha boca de seu pescoço.

Passei minha língua pelos meus lábios antes de beijar a pele sensível, senti minha alfa tremer com o contato e considerei isso uma pequena vitória. Suas mãos soltaram meus pulsos e eu imediatamente levei as minhas até sua barriga desnuda, arranhando desde a barra do top, até a barra da calça. Camila colocou suas mãos em minha cintura e deu um leve aperto enquanto minha boca ainda explorava seu pescoço, ombro e clavícula.

Eu sabia o quanto era arriscado ficar de carinhos com ela daquela forma com meu cio tão perto, o risco dele começar antes da hora era bem alto, mas eu esperei um ano por esse momento, não podia perder essa oportunidade, sabe-se lá quando isso aconteceria de novo. Minha boceta latejava e doía muito, já estava começando a ficar molhada, eu a queria dentro, fundo, forte, aquela alfa era a minha perdição.

As mãos dela subiam e desciam pelas minhas costas, apertando, me puxando mais para junto de seu corpo quente, levei meus braços ao redor do seu pescoço e afastei-me para olhar em seus olhos. Os castanhos estavam tão quentes que tinham aparência líquida, como se tivesse derretido com todo calor entre nossos corpos. Encaramos os lábios uma da outra, antes de uni-los simultaneamente e foi como se todas as borboletas do mundo levantassem voo em meu estômago.

Os lábios deliciosos de Camila deslizaram sobre os meus de forma firme e delicada ao mesmo tempo, pedi passagem para dentro de sua boca e ela prontamente cedeu, nossas línguas faziam uma dança sensual e envolvente. Quantas bocas ela já havia beijado para ter um beijo tão fodidamente bom? Esse pensamento me deixou irritada e com ciúmes. Minhas mãos apertaram os cabelos de sua nuca e minhas unhas arranharam o seu couro cabeludo, enquanto eu a puxava para mais junto de mim.

Camila é minha. A minha alfa.

Nosso beijo estava ficando cada vez melhor, as mãos de Camila ficaram mais ousadas, postas sobre a minha bunda, apertando e puxando contra sua ereção, sua língua fazia movimentos tão deliciosos em minha boca, que a desejei em outra parte bem específica de meu corpo, até que ela parou. Simplesmente parou.

Camila se afastou de mim, um pouco atordoada, pelo que pude perceber. Nos encaramos ofegantes, não preciso dizer que meus olhos desceram para o volume entre suas pernas, mesmo com a calça larga, ela aparentava ser grande. Mordi meu lábio, controlando a vontade que eu estava de abaixar aquele pedaço de pano e a engolir.

Sempre nos dias que precediam o cio, nós ômegas ficamos mais sensíveis a toques e beijos. Amassos assim nos excitam facilmente, podendo levar ao adiantamento do cio e por mais que eu quisesse passar a semana com Camila dentro de mim, ainda não era o momento.

Isso me deu uma ideia.

A garota percebeu onde meu olhar estava e corou fortemente, não perdendo tempo em subir na cama e colocar o travesseiro em cima. Minha alfa estava extremamente constrangida, eu sabia que não iria conseguir mais nada, sorri para ela, na esperança de a fazer entender que estava tudo bem, que não precisava se envergonhar.

- Camz, vou lá na cozinha pegar gelo para você. - Ela abriu a boca para responder, porém eu saí do quarto rapidamente, queria dar um tempo para ela digerir o que havia acabado de acontecer.

Meu sorriso era tão grande que com certeza poderia ser visto a milhares de quilômetros. Eu finalmente a tinha beijado! Ela tinha colocado suas mãos em mim, ela ficou excitada por minha causa! Eu estava radiante, meu coração dava piruetas de alegria, as borboletas agora voavam por toda minha corrente sanguínea, me fazendo flutuar.

Saltitei até o freezer e puxei as forminhas de gelo, eu não sabia onde tinha saquinhos plásticos então peguei um pano de prato que estava perto da pia e embrulhei duas pedrinhas de gelo, guardei tudo e voltei devagar para o quarto. Camz estava deitada, uma perna dobrada e a outra esticada, o braço direito sobre os olhos. Gostosa.

Pigarreei para que a mesma notasse minha presença, ela se sentou corretamente e colocou o travesseiro atrás das costas. Não entreguei o gelo em sua mão quando ela fez menção de pegá-lo, subi na cama e sentei-me em seu colo, bem em cima de suas coxas, segurei em seu queixo e cuidadosamente pressionei a compressa em seu olho machucado.

Ela parecia sem saber o que fazer, mas por fim colocou suas mãos em minha cintura, me fazendo sorrir, mas ainda evitava o meu olhar, eu me perguntava o porquê dela ser tão insegura assim.

- Me desculpa se estou parecendo insensível. - Sussurrou baixinho. Talvez eu não teria escutado se não estivesse tão perto.

- Você não está. - Falei e sorri para ela quando finalmente nossos olhos se encontraram.

Ela tentou sorrir de volta, mas não conseguiu, não conseguia entender o motivo dela estar tão envergonhada com o nosso beijo. Queria enchê-la de perguntas, mas não queria ultrapassar seus limites, então apenas continuei cuidando dela, até dar a hora de ir para a minha casa.

[...]

Sentada à mesa de jantar com meus pais entretidos em uma conversa animada sobre a importante conferência de neurocirurgiões em que iriam participar, eu apenas me dedicava a comer, eles não prestariam atenção em mim de qualquer forma. Não que não me dessem atenção, é que quando começavam a falar de trabalho, ambos se empolgavam e não queriam falar sobre outro assunto.

- Ah, filha. - Tirei os olhos do prato em minha frente, um tanto surpresa por eles terem se dirigido à mim. - Precisamos conversar.

Fiz uma careta, nunca vem algo bom depois dessa frase.

- Okay… - Respondi, meio incerta do que estaria por vir.

- A conferência é semana que vem, em Boston. Eu e seu pai saíremos daqui amanhã ao meio dia e voltaremos somente na quinta.

Engasguei com a água que eu iria engolir. Meu pai logo veio até mim para me ajudar a recuperar-me.

- Você não podem viajar. - Minha voz saiu esganiçada. - Meu cio começa na sexta a noite ou no sábado! Se me deixarem aqui sozinha, qualquer alfa pode entrar e… - Bebi um pouco de água, na tentativa de melhorar minha voz.

- Você não tem nenhum alfa para passar o cio? - Minha mãe perguntou calma.

Corei instantaneamente e meu pai fechou a cara. Eu nunca havia passado o cio com alguém e desde que conheci Camz, tenho me guardado para ela. Eu tinha um plano mirabolante de me aproximar dela essa semana e arrumar uma desculpa para que ela viesse até a minha casa na sexta e quando eu entrasse no cio, o instinto iria se encarregar do resto, talvez desse certo, mas talvez não.

- Não… - Era melhor não dar garantia de nada. Vi meu pai sorrir aliviado e minha mãe um tanto chateada. Era horrivelmente doloroso para um ômega passar o cio sozinho, mama tinha esperança de que eu arranjasse alguém só para essas coisas pelo menos, ela só não queria que eu sofresse durante meu período.

- Bom, eu vou ligar para Chris e ele vem aqui ficar com você. - Meu pai falou vitorioso.

Chris era meu irmão mais velho, ele era alfa e já havia achado sua parceira de alma, seu cheiro afastaria os outros.

Deitei em minha cama depois de um longo e relaxante banho e comecei a pensar na tarde maravilhosa com a minha alfa. Ela não havia falado nada sobre eu ser a motivação de sua briga na escola e nem havia demonstrado interesse em mim, a não ser quando me beijou. E que beijo. Senti meu corpo esquentar ao lembrar de suas mãos possessivas em minha bunda, sua língua exigente invadindo minha boca, explorando cada cantinho dela.

Sorri com a lembrança e me ajeitei na cama, eu teria belos sonhos essa noite e mal podia esperar para ver minha alfa no dia seguinte.

Camila

Flashback - 3 anos atrás.

- Já descobriu para qual escola você vai? - Keana perguntou enquanto passava seu braço ao redor da minha cintura e logo se aconchegou em meu corpo.

- Byrne High School. - Falei sem ânimo.

- Whoa, é uma excelente escola para se fazer ensino médio, Mila. - Seu dedo desenhava círculos em minha barriga.

- Não faz diferença. Você não estará lá. - Comecei a acariciar seus cabelos e ela soltou um gemido manhoso.

- Vai ser divertido. Você irá conhecer pessoas novas, terá novas amizades... Quem sabe o amor da sua vida não estará lá? - Ela falava com animação, tentando me contagiar com seu humor, sem sucesso.

- O amor da minha vida não vai estar lá. Não terei novas amizades porque não sou de me enturmar, você mais do que ninguém sabe disso.

- Você vai para uma escola onde ninguém te conhece. Poderá mudar de atitude e ter amigos dessa vez…- Suspirou. - Encontrar uma ômega. - Sua voz perdeu a animação nessa última frase.

- Por que você tem que se mudar para Chicago? Eu não quero novos amigos, Keana. Só você já me basta! - Aquela conversa já estava me irritando. Ela era a única amiga que eu tinha, eu gostava demais dela, gostava tanto a ponto de querer ter o meu primeiro cio com ela, eu queria que ela ficasse comigo, que fosse a minha ômega, que fizesse o ensino médico aqui, em Miami, ao meu lado.

- Já expliquei que meus pais vão trabalhar lá. E você também é importante para mim, acha que preciso de mais alguém? Ter você, também me basta, Mila. Por mim, eu ficaria… - Keana escondeu seu rosto em minha barriga e meu coração caiu. Eu sabia que ela estava chorando.

Eu me movimentei embaixo dela, a fazendo se levantar. Me aproximei de seu rosto e devagar juntei nossas testas, queria muito beijá-la, mas tinha medo de ser rejeitada. Coloquei minhas mãos em seu rosto e comecei a acariciar suas bochechas, nossos olhos se encontraram, os dela estavam um pouco úmidos e tristes, eu não a queria triste, queria que ela tivesse algo de bom para levar de mim, eram suas últimas horas em Miami.

Pensando melhor, eu não tinha nada a perder, afinal, já tinha perdido tudo. Então aproximei meus lábios dos dela e os juntei. Foi como se borboletas voassem pelo meu estômago, meu primeiro beijo estava sendo com a garota que eu mais queria.

Flashback off

Abri meus olhos e encarei a cortina que balançava, denunciando a brisa fresca que passava lá fora. Lauren havia saído há poucos minutos e desde sua partida, lembranças e mais lembranças eram jogadas em minha mente.

Quando Keana partiu, eu senti um vazio muito grande, havia perdido a única amiga que eu tinha. Havia Shawn, mas ele estava no Canadá e só voltava para cá nas férias, e mesmo que ele estivesse sempre aqui, não seria a mesma coisa. Além de ser mais velho, eu não tinha com ele a mesma ligação que tinha com ela. Nós tínhamos planos de iniciar o colegial juntas, na mesma escola, iríamos tentar a mesma faculdade, mesmo que fosse cursos diferentes.

Eu também pretendia tê-la como ômega, passar meus cios com ela e… enfim, essas coisas que adolescentes sonham. Mas não pude realizar nada disso, afinal, ela foi para Chicago e eu fui para Byrne High School. Desde sua partida eu regredi muito no quesito “comportamental”. Eu me fechei ainda mais, comecei a relaxar um pouco em minha aparência e não me importava com ômegas, a única que eu queria estava a quilômetros de distância.

Conforme o tempo foi passando, percebi que eu não sentia mais nada em relação a Keana, não sentia saudades de sua amizade, de seus carinhos e não sentia falta do sentimento que eu tinha por ela, o tempo fez com que eu esquecesse tudo e foi melhor assim. Eu havia passado o primeiro mês longe dela sofrendo muito, chorando bastante e fiquei melhor depois que passou, acostumei-me com a solidão.

Keaton, por incrível que pareça, me ajudou no processo de esquecê-la, quando disse que eu era tão feia e patética, que nenhuma ômega se interessaria por mim. “Ninguém vai querer uma alfa que mais parece uma beta”, ele disse. Naquele mesmo dia, eu me olhei no espelho do banheiro que me servia de esconderijo e concluí que ele estava certo. Avaliei minha calça jeans surrada, meus all stars brancos que mais pareciam marrons de tão sujo, minha camiseta preta do star wars que ia até meu quadril e meus óculos. Nem mesmo Keana iria me querer.

Me dei conta do quão tola eu fui por achar que algum dia ela gostaria de ser minha ômega. Keana era linda, se vestia bem, era inteligente, carismática. Chamaria a atenção de todos os alfas daquela escola e eu? Eu não seria nada perto dela e meus olhos se encheram de lágrimas ao constatar de que Keaton estava realmente certo, nenhuma ômega me daria atenção. Com muita dor, aceitei esse fato e convivi bem com ele, até a morena de olhos verdes.

Lauren havia acabado de sair de minha casa, levando consigo toda a minha moderação e paz de espírito. Nunca havia imaginado que beijaria outra vez em minha vida e do nada, a garota mais linda que eu já havia visto me puxa para um beijo de tirar o fôlego.

Um arrepio desceu por minhas costas ao lembrar de seu corpo junto ao meu, de seus lábios, dos puxões que ela dava em meu cabelo e da maciez de sua pele. O que eu senti quando a beijei foi mil vezes mais forte do que senti com meu primeiro beijo. Um sentimento de possessividade, pertencimento, cuidado e proteção se apossou de mim de uma maneira tão intensa, que havia me assustado.

Sentia como se ela fosse minha e de mais ninguém, eu estava inquieta não só pelas lembranças de anos atrás, mas com o fato de que eu não tinha como saber se ela havia chegado bem em casa, estava tão atordoada com a enxurrada de emoções que corriam meu corpo que nem ao menos pedi seu número.

Decidi parar de pensar e levantei-me da cama, minha mãe iria chegar logo e me daria um pequeno sermão se me visse sem banho tomado e sem roupa de dormir. Peguei meu pijama e rumei para o chuveiro. A água quente me relaxaria, esperava que junto com a água, todas as lembranças dolorosas, dúvidas e incertezas escorressem pelo ralo.

Não entendi o porquê dela ter me beijado daquela forma, muito menos entendi o que havia acontecido comigo. Embora eu sentisse que aquela ômega pertencia à mim, eu sabia que não era verdade e que se amanhã ela quisesse estar com outra pessoa, ela teria total direito, mas eu não conseguia controlar meus sentimentos.

Ao passo que a minha razão dizia que Lauren era livre, meu coração gritava de que ela era somente minha. Levantei minha cabeça e deixei que a água caísse em meu rosto. Ela pode ter me beijado por compaixão, por pena ao me ver machucada, por qualquer razão e meu corpo aqui, criando sentimentos por causa de algo pequeno.

As sensações que me atingiram foram rápidas demais para que eu pudesse sequer raciocinar, sem me dar chances de controlá-las.

Ótimo Camila, mais uma ômega que você nunca vai ter.

Saí do chuveiro e enquanto me vestia, eu pensava no quão patética eu conseguia ser, a ponto de não conseguir ficar perto de uma única ômega, sem me apaixonar por ela. Dei risada de mim mesma e desci para a cozinha. Decidi cozinhar para ter algo em que me concentrar, qualquer coisa que não fosse a morena de olhos verdes com cheiro de morango.

 


Notas Finais


Perdoem meus erros e não desistam de mim, eu irei arrumá-los quando não estiver com preguiça <3

AAHHHH eu achei alguém para me ajudar com os hots <33 vai ter hot na fic uhuul!!

PS: Sim, aqui a Camz teve rolo com a Keana :)


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