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História Be Your Everything - Good night


Escrita por: bmt5hh

Notas do Autor


BRASEEEEL
EU TO AQUI <3
oi
HIASHFOSDGNHN
viu, to postando rápido
eu sei que esse cap não é grande, mas eu compenso no próximo, eu juro
boa leitura

Capítulo 16 - Good night


Fanfic / Fanfiction Be Your Everything - Good night

 

Camila POV

 

- Aqui. – Falei entrando no quarto e ascendendo a luz com o cotovelo enquanto equilibrava o prato quente em minha mão. – Seu jantar. – Expliquei quando a vi esfregar os olhos e se ajeitar até estar sentada na cama. – Você tava dormindo? – Perguntei, me sentindo um pouco mal por tê-la acordado.

- Não, eu só tava no escuro. É que você ascendeu a luz de repente. – Assenti e coloquei o prato no seu colo.

- Vê se precisa de mais sal.

- Sopa? – Perguntou fazendo uma expressão sofrida. – Eu odeio sopa.

- Eu não perguntei se você gosta, eu disse que você vai comer. – Disse e lhe entreguei uma colher. Lauren levantou as sobrancelhas.

- Hm, que mandona. – Revirei os olhos.

- Idiota. – Lauren levou uma colherada a boca e demorou alguns segundos para engolir. Provavelmente estava sentindo o gosto ou algo assim.

- Até que eu gostei. – Sorri. – Moça prendada essa hein. – Falou imitando um sotaque do interior.

- Come e cala essa boca. – Disse, tentando não rir e achando impossível tal tarefa.

- Você não vai comer? – Perguntou entre uma colherada e outra.

- Não, eu já comi e minha mãe também por que... – Ela me interrompeu, parecendo lembrar-se de algo.

- Sua mãe veio aqui falar comigo. – Franzi o cenho.

- Como assim?

- Ela... Bom, basicamente, ela viu a gente se beijando. – Arregalei os olhos o máximo que eu consegui. Eu não tava preparada para isto. Não me sentia em condições de contar nada para a minha mãe agora, eu nem mesmo conseguia assimilar muito pela forma rápida com a qual meus sentimentos por Lauren só faziam crescer, quanto mais tinha emocional e palavras para falar sobre isso com a minha mãe. – Não, calma, não fica assustada. Ela... Não brigou.

- Como? – Meu queixo caiu vários centímetros.

- É. Ela foi muito compreensiva, apesar de ter me ameaçado de morte algumas vezes. – Ri um pouco, imaginando a cena.

- Mas... Ela não me disse nada. – Comentei e tentei entender o porquê daquilo.

- Acho que ela queria que eu te contasse. – Assenti e parei para pensar por um segundo.

- Lolo, isso muda alguma coisa entre a gente? – Perguntei receosa.

- Não, não pequena, de forma alguma. Muito pelo contrário. Agora não tem mais problema em estarmos juntas, pelo menos pela parte dela. – Então era isso.

- Era sobre isso que você estava com medo, né? – Perguntei e ela assentiu, com a boca cheia. – Mas... Ainda tem seus pais. – Neguei com a cabeça. – Eles nunca vão me aceitar.

O que, no fim das contas, era muito verdade. Lauren era um pouco mais velha, linda, inteligente, simpática e definitivamente poderia arrumar coisa melhor do que eu. Às vezes eu já me sentia meio que um estorvo na vida da minha mãe, imagina que eu não iria achar que era na vida da Lauren.

E provavelmente nenhum, absolutamente nenhum pai ou mãe iria querer que a filha jogasse outras ótimas e incríveis oportunidades de namoro pela janela simplesmente por causa de alguém como eu, que mal sabia o que iria querer fazer quando saísse da escola. Por mais que aquilo me doesse e me desse uma enorme vontade de chorar, era verdade. A pior parte é que eu era completamente consciente dela.

- Não fala assim, eu vou... Conversar com eles o mais breve possível. – Lauren disse colocando o prato vazio em cima da mesinha de cabeceira.

- Isso não tá certo.

- Pequena, para com isso. Meus pais não são uns carrascos, eles são bem legais até. – Cruzei os braços e a encarei.

- Não tenta amenizar a situação, não se trata deles serem legais ou chatos, olha pra mim e olha pra você. Por mais que você faça eu me sentir... Normal quando to com você, eu sei que eu não sou e is... – Me interrompi, procurando palavras melhores. – A gente não faz nenhum sentido. Nenhum pai ou mãe cria filhos para isso.

- Camila, eu acho que já te dei provas o suficientemente convincentes de que eu não to nem ai para o fato de você ter alguma coisa ou deixar de ter. Eu não me importo. – Levantei e comecei a andar pelo quarto. Eu estava nervosa com as milhares de coisas que se passavam pela minha cabeça.

- Lauren, não é isso. – Tentei explicar com palavras os meus pensamentos. – Imagina se você tivesse um filho e do nada ele aparecesse com alguém que tem Síndrome de Asperger ou qualquer outra doença mental. O que você faria? – Lauren pareceu entender, mas não se abalou.

- Eu iria querer que ele fosse feliz. Não é isso que todos os pais querem? – Arqueou uma sobrancelha, me desafiando a contradizê-la.

- Você já parou um segundo para pensar que eu não vou nem conseguir olhar na cara da sua família direito? – Antes que eu pudesse voltar a mim, já estava chorando. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão diferente dela e isso parecia abrir um abismo entre nós duas. Era como se ela estivesse a anos luz de distância de mim, mas ao mesmo tempo completamente ao meu alcance. – E não é porque eu não quero, é porque eu sei que não vou conseguir. Droga, eu... Me odeio. - Deixei os soluços me irromperem e tampei o rosto com as mãos.

- Pequena. Pequena vem cá. – Lauren chamou e eu tentei parar de chorar, me sentindo uma criança enquanto ia para a cama e me deitava na mesma, escondendo o rosto em um travesseiro e me sentindo ridícula por chorar. – Não chora princesa, tá tudo bem. – Ela tentou me tranquilizar e passou a mão nos meus cabelos. – Isso não vai acontecer agora, tá bom? A gente tem tempo para pensar nisso, relaxa.

- Tempo? – Repeti a palavra, querendo acreditar nela.

- É, princesa. Tempo. Olha pra mim. – Levantei o rosto devagar e sequei as lágrimas. – Porque a gente não para de pensar nessas coisas? – Fechei os olhos por um segundo e assenti, tocando seu rosto com a ponta dos dedos. – Como eu disse, temos tempo agora. Sua mãe já está plenamente ciente de tudo, não precisamos correr, ok?

- Ok. Você tá certa. – Assenti, deitando de barriga para cima e vendo-a fazer o mesmo com um gemido de dor. – Ei. Quer que eu traga os analgésicos agora?

- Por favor. – Pediu fechando os olhos e eu saltei da cama, levando o prato sujo e vazio e largando-o na pia e trazendo os remédios, que ela tomou de bom grado. – Obrigada. – Disse sorrindo um pouco e me entregando o copo vazio, o qual levei para a cozinha também.

Não tocamos mais naquele assunto de pais e todos esses problemas e fiquei feliz por isso, conseguindo esquecer dessa história poucos minutos depois. Lauren e eu ficamos assistindo a alguns filmes que passavam na programação da TV fechada, uns muito interessantes até. Nos beijamos apenas uma vez, quando percebi que ela havia parado o filme para me olhar de um jeitinho fofo.

- Eu to com muito sono. – Disse ao final do terceiro filme.

- Imaginei que estivesse. – Respondi sentando na cama e me espreguiçando. – Boa noite Lolo, eu vou...

- Não. – Interrompeu. – Dorme aqui, por favor. – Sorri e assenti algumas vezes.

- Eu vou pedir à minha mãe. – Falei e desci da cama, indo até o quarto dela e vendo a TV ainda ligada. Provavelmente ela estava acordada.

- Camila? – Perguntou quando eu dei umas batidinhas no quarto e pus a cabeça para o lado de dentro.

- Sim. Queria te pedir uma coisa. – Falei, tentando fazer a minha melhor cara de convincente.

- Pode pedir, querida.

- Eu posso dormir com a Lauren? – Perguntei antes que perdesse a coragem.

- Hm. – Pareceu pensar. – Pode. Pode sim.

- Tudo bem, então. Vou por meu pijama mãe, obrigada.

- Não agradeça ainda. Quando estiver indo para lá, passe aqui. – Não entendi o porque daquilo, mas concordei com um aceno de cabeça.

Corri para o meu quarto e pus um pijama. Eu estava feliz, ansiosa. Era a primeira vez que eu iria dormir com ela, sentindo seu cheiro o qual eu gostava e me acalmava tanto, abraçando-a, tocando-a e muito provavelmente sonhando com ela também. Sorri e saí do quarto, depois de pentear meus cabelos e escovar os dentes. Chamei minha mãe em seu quarto e ela prontamente se levantou, falando que iria me levar até o quarto de Lauren. Não entendi.

- Lauren. – Minha mãe disse, aparecendo na porta antes de mim. Lauren engoliu em seco e eu pude enxergar isso, mesmo de longe.

- T-tia? – Arregalou os olhos e eu quis rir de sua expressão.

- Camila vai dormir com você, como ela me pediu e eu deixei. Mas que fiquem claro que a única coisa que vocês vão fazer é dormir, entendeu? – Lauren assentiu.

- P-pode deixar.

- Boa noite para as duas. – Lançou-nos um último olhar desconfiado e saiu do quarto, deixando a porta entreaberta. – Lauren, se eu acordar e encontrar essa porta aqui fechada, vai ter outra coisa sua que eu vou fechar também e a senhora não vai gostar, entendeu?

- Pode abrir mais a porta tia, fica a vontade. – Fez um gesto em direção da porta e minha mãe assentiu, parecendo feliz com o medo que pôs nela.

- Lolo, o que minha mãe quis dizer com isso de apenas dormir? – Perguntei franzindo o cenho e apagando a luz do abajur. – Basicamente, você pediu para que eu dormisse aqui né?

- Pequena, às vezes as pessoas usam a palavra dormir para abranger toda outra série de verbos. – Explicou e eu continuei sem entender nada, deitando ao seu lado e encontrando sua mão por debaixo do edredom, entrelaçando meus dedos nos dela.

- Como assim? – Lauren riu um pouco.

- Quando duas pessoas falam que vão dormir juntas, elas podem realmente dormir ou... Transar. – Falou tranquilamente e eu arregalei os olhos.

- E... Qual a sua intenção? – Perguntei receosa.

- Dormir, princesa. Só dormir. – Disse rindo. – Eu nunca vou fazer nada que você não queira, tá bom? Relaxa. – Seu polegar acariciou minha bochecha de leve e eu sorri.

- Lolo... – Falei baixo, me aproximando um pouco dela. – Eu gosto tanto de você! – Sussurrei e ela fez menção de abrir a boca para dizer algo, mas eu interrompi, depositando um rápido beijo em seus lábios. E depois em sua bochecha. E na outra bochecha. E em sua testa. E em suas têmporas. E nas maças de seu rosto. E em seu queixo. E na ponta do seu nariz.

- Você é incrível, sabia? – Disse e eu sorri, vendo-a pegar minha mão e beijá-la.

- Não, não sabia, para falar a verdade.

- Sua boba. – Disse sorrindo e demos um selinho demorado.

- Boa noite, Lolo. – Falei voltando com a cabeça para o travesseiro.

- Boa noite princesa.

Não demorou muito para que eu dormisse e creio que ela também não. Não sonhei com nada naquela noite, mas também não tive nenhum pesadelo.

Havia sido a melhor noite da minha vida, até então.

 


Notas Finais


@coicedalauren
bjs de luz


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