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História Be Your Everything - First kiss


Escrita por: bmt5hh

Notas do Autor


E AI BRASIL ? COMO VOCÊS ESTÃO ?
me pediram muuuito para que eu postasse rápido e aqui estou
agora acho que depois desse vou demorar um tiquinho mais do que o normal pois tenho que atualizar minha outra fic, okay guys ?
enfim, boa leitura :)

Capítulo 9 - First kiss


Fanfic / Fanfiction Be Your Everything - First kiss

Camila POV

 

Segunda feira.

Eu estava colocando minha mochila sobre o ombro e indo até a cozinha para preparar algo para comer, já que a minha mãe não estava aqui.

Desde sábado que eu não conseguia dormir direito. Desde que ela me deu aquela droga de beijo de boa noite que eu não conseguia parar de imaginar como seria o gosto dos seus lábios nos meus.

O que era a coisa mais ridícula do mundo, porque primeiro que eu nunca havia beijado ninguém na boca ou ao menos no rosto que não fosse minha mãe – e Lauren – e provavelmente me sairia um desastre fazendo isso. Segundo que ela era mulher e eu não sabia como toda essa coisa gay funcionava – ou se pelo menos ela já havia beijado alguma menina e / ou gostava de fazer isso. E terceiro – mas não menos importante – de todas as pessoas que existiam no mundo, provavelmente eu seria a última que Lauren – ou qualquer outra pessoa – escolheria para beijar.

Lauren ela linda e podia beijar quem ela quisesse, eu seria apenas uma pequena perda de tempo ou a caridade de tirar o BV da menina que provavelmente nunca vai beijar ninguém na vida porque é muito idiota para isso.

Não passamos muito tempo juntas ontem, ela disse que tinha uma prova importante na sexta que vem na faculdade e passou quase o dia todo estudando. Eu fiquei desenhando – ou pelo menos tentei – enquanto meus pensamentos eram todos direcionados a ela. Eu tinha que parar com isso.

Estava me aproximando da cozinha quando percebi um aroma vindo de lá de dentro. Parecia com... Panquecas?

Entrei no recinto e quase caí para trás quando encontrei Lauren perto do fogão, aparentemente fazendo panquecas.

- Achei que não soubesse cozinhar ou que fosse tacar fogo em tudo quando tentasse. – Comentei me sentando em um dos bancos da cozinha e me apoiando em cima do balcão, feliz por Lauren estar de costas e eu poder olhá-la o quanto eu quisesse.

- Bom dia para você também. – Ela se virou para trás por um momento, dando um sorriso debochado. – Caiu da cama?

- Não. – Segurei o riso. – É que eu tinha levantado mais cedo para fazer nosso café... Nada que você já não esteja fazendo. [...]

 

- Ei, já que sua mãe não está aqui para te levar, você quer que eu te leve ao colégio? – Lauren perguntou enquanto lavávamos a louça.

- De moto? – Levantei uma sobrancelha.

- E de que outra forma seria?

- Não, obrigada, eu vou no ônibus da escola. – Por mais que a coisa que eu mais quisesse no momento fosse sentar naquela maldita moto amarela e ficar tão perto dela quando eu desejava estar, tinha que admitir para mim mesma que meu pavor por esse negócio era enorme e eu preferia não arriscar.

- Sua mãe disse que você odeia o ônibus da escola. – Trinquei os dentes e encarei a pia à minha frente.

- Eu odeio. – Falei séria e larguei o pano de prato na pia, catando minha mochila no caminho e saindo da cozinha. Não queria ter que explicar para Lauren o quanto eu odiava todas as pessoas fazendo piadinhas e rindo de mim, me chamando de retardada e idiota pelas minhas costas. Não é como se eu achasse que ela fosse entender.

- Ei, ei, volta aqui. – Lauren correu atrás de mim e me alcançou na metade da sala, puxando meu pulso de leve para trás. – Porque você odeia? – Soltei sua mão do meu pulso da forma mais delicada possível no momento e larguei minha mochila no sofá, abrindo a porta da sala e passando pelo jardim direto, correndo até o quintal.

O quão idiota era aquilo? Passei dois dias com ela e nesse tempo eu me senti tão... Normal. É. Eu me senti normal, porque ela me travava como uma pessoa normal. Acho que era por isso que eu me sentia tão à vontade com ela – ainda que pudesse ficar em pânico, algumas vezes.

Mas em momento nenhum falamos de mim. Eu não queria falar de mim, não era necessário. Não ia mudar nada na vida dela e eu apenas verbalizaria o que todo o mundo já sabia: eu sou retardada. Eu nasci assim e vou morrer assim. Mesmo Lauren sendo um amor comigo e me deixando bem confortável na sua presença, eu não via a necessidade de dividir isso com ela. E nem com ninguém.

Senti-me ainda mais idiota quando me sentei em um canto e abracei meus joelhos, abaixando a cabeça e começando a chorar. Eu estava chorando porque não aguentava mais me sentir diferente de todo o mundo, me sentir como se não houvesse um lugar na humanidade para mim. Como se minha existência fosse apenas um acaso, algo que não deveria ter acontecido.

- Camila? – Ouvi a voz de Lauren perto de mim e em seguida a senti se sentar do meu lado. – Ei, o que foi? Eu falei alguma coisa errada?

- Não. – Respondi parando de chorar e secando as lágrimas.

- O que foi então? – Ela parecia realmente preocupada e eu encarei a grama, sem coragem para olhar nos olhos dela. Estremeci quando seu indicador tocou meu queixo e empurrou de leve, me fazendo levantar o rosto e encará-la. – Você pode conversar comigo, se quiser. Sobre qualquer coisa. – Falou compreensiva.

- Não é o tipo de coisa que você vá querer saber. Não vale perder seu tempo. – Virei o rosto na direção oposta do dela.

- Não é perda de tempo, Camila. – Sua mão afagou meu ombro de leve. – Eu me importo com você e, se tem alguma coisa te incomodando, você pode falar comigo. Achei que já soubesse disso. – Virei o rosto lentamente para encará-la.

- Não é isso, é que... Não quero incomodar você com minhas besteiras. – A expressão de Lauren mudou e agora era quase como se ela estivesse brava comigo.

- Camila, pelo amor de Deus. Acho que se eu realmente estivesse incomodada não estaria aqui, sentada na sua frente, esperando você falar alguma coisa. – Seu tom de voz amenizou um pouco. – Pode falar comigo.

- Eu... As pessoas ficam fazendo piadinha de mim quando eu vou no ônibus da escola. E na escola e... Em todos os lugares. – Suspirei, me sentindo um pouco aliviada por estar colocando um pouco aquilo para fora. – Às vezes eu só queria que todo o mundo calasse a boca, sabe? Quer dizer, eles pensam que eu sou surda? Ou que não tenho sentimentos? Eu sei que eu sou retardada e... – Lauren me interrompeu.

- Nunca mais diz isso.

- Isso o que?

- Que você é retardada. Não, você não é.

- Lauren, por favor, eu... – Ela me interrompeu de novo, parecendo realmente brava.

- Camila, para. – Suas duas mãos seguraram o meu rosto e me fizeram encará-la. – Você não é retardada, para com isso. Se as pessoas te chamam assim, foda-se elas, você não tem que adotar isso para si mesma. Não deixa as pessoas rotularem você, elas não te conhecem, não sabem que você é uma garota incrível, inteligente, divertida...

- Não importa, Lauren. Eu sou diferente do mesmo jeito e... – Interrompida, mais uma vez.

- E foda-se, Camila! Só porque as pessoas são ridículas e não tem a capacidade de aceitar uma coisa diferente, não significa que você não tenha que se aceitar. Não tem nada de errado com você e sim com o resto do mundo lá fora, você não vê isso? As pessoas tem medo do que é diferente simplesmente porque é desconhecido, mas você não tem que ter medo de si própria por causa deles. – Lauren fez uma pequena pausa enquanto eu absorvia tudo o que ela havia dito. – Tá bom? – Perguntou baixo e eu assenti.

Ela brincou um pouco com o meu cabelo e beijou minha testa antes de se levantar. Eu poderia passar o dia inteiro ali, sentada, pensando no que ela me disse e ainda assim não seria o suficiente. Ninguém nunca havia falado comigo desse jeito e eu me sentia diferente, mas de um jeito bom.

- Eu tenho que ir, ok? – Lauren falou e ficou parada, esperando uma resposta minha.

Que droga que eu estava fazendo, meu Deus? Eu ainda não queria ir no ônibus da escola, ainda não gostava daquelas pessoas e sabia que eu ainda ia me sentir mal no meio delas. Por mais que eu morresse de medo daquela moto, não possuía um pingo de medo de Lauren e sabia que ela iria devagar, se eu pedisse. Eu realmente iria trocar Lauren por um ônibus cheio de gente idiota? Nunca.

- Espera. – Falei me levantando. – Eu vou com você.

- Ok então.

- Pode ir devagar, por favor? – Pedi enquanto caminhávamos até aquele veículo mortífero de duas rodas.

- Por quê? Tá com medinho? – Perguntou brincalhona.

 - Tava demorando. – Revirei os olhos.

- Para que?

- Para você voltar a ser uma idiota. – Soquei seu braço de leve e nós rimos. [...]

 

Saí do colégio e a primeira coisa que eu fiz foi me esquivar o mar de gente, querendo loucamente estar sozinha em algum canto. Ou com Lauren, tanto faz. Só não queria ficar no meio de toda essa gente, parecia que ia me sufocar.

Procurei Lauren com o olhar e reparei quando dois meninos passaram do meu lado e riram. Não escutei o que eles disseram, pois estava com meus fones e uma parte de mim ficou feliz por isso. Não queria saber o que as pessoas pensavam de mim.

Não hesitei em caminhar rapidamente até Lauren quando a encontrei, um pouco longe de toda a bagunça que é a saída daquela escola, encostada na moto e provavelmente me xingando mentalmente por eu ter demorado.

- Oi. – Ela sorriu e me abraçou brevemente. Meu Deus, porque essa mulher tem que ser tão cheirosa? Isso não é justo.

- Oi Lolo. – Sorri tímida.

Ela falou alguma coisa, mas eu não reparei. Meus olhos escorregaram para um casal que se beijava encostado no muro da escola e logo Lauren estava olhando para eles também.

- Será que beijar é como descrevem nos livros? – Perguntei para mim mesma, mas não me dei conta de que havia dito aquilo em voz alta.

- Depende de quem você beija. – Lauren respondeu e eu quase caí no chão de susto.

- Como assim?

- Tem gente que vai ter compatibilidade na hora de te beijar e tem gente que não.

- E como eu sei isso? – Perguntei confusa.

- Beijando. – Ela riu.

- Idiota. – Revirei os olhos.

- Você nunca beijou ninguém, não é? – Lauren retomou o assunto e eu senti minhas bochechas esquentarem, enquanto ela parecia subitamente interessada nisso.

- Não. – Abaixei a cabeça. – É ridículo, mas não.

- Porque você acha ridículo?

- Pelo amor de Deus, Lolo. A maioria das garotas da minha idade já beijou alguém, ou até fez coisas piores... – O último comentário não era para sair, mas simplesmente escapou da minha boca.

- E daí? – Lauren levantou uma sobrancelha e depois sorriu um pouco. – Eu acho uma gracinha, se você quer saber.  Se você der o primeiro beijo com a pessoa errada, vai se arrepender o resto da vida.

- Você deu? – Perguntei curiosa.

- Pois é, dei. Justamente por causa dessa vibe “todas as minhas amigas já perderam o BV e eu to aqui sofrendo bullying por isso”.

- Como foi? – Ninguém pode me culpar por fazer perguntas demais. Não queria que o meu primeiro beijo fosse horrível, ainda que eu duvidasse que fosse beijar alguém na minha vida.

- Babado. – Fizemos cara de nojo. – Em um segundo o garoto tava enfiando a língua na minha boca e logo depois eu estava quase vomitando de nojo enquanto limpava a saliva dele escorrendo pelo meu queixo.

- Credo, credo, credo, já ouvi o suficiente. Desse jeito eu não vou querer beijar ninguém nunca. – Ela riu.  

- Mas relaxa, o primeiro beijo é sempre ruim. – Lauren deu de ombros.

- Você realmente está destruindo todas as vontades que eu tinha de beijar alguém. – Falei rindo e ela mordeu o lábio.

- Por acaso você tem vontade de beijar alguém? – Abri a boca para responder, mas ela me cortou, se aproximando um pouco de mim. – Alguém. Em. Especial. – Disse baixo e tudo o que eu consegui fazer foi acompanhar o movimento suave dos seus lábios enquanto ela falava, sem me importar se ela iria perceber ou não.

- Éér, eu... – Comecei a gaguejar, entrando em pânico e começando a suar frio quando percebi que ela se aproximava, séria. – Lol... – Cortei a palavra pela metade quando ela pôs uma de suas mãos na minha nuca e a outra passou delicadamente pela minha cintura, aproximando nossos corpos.

Seu rosto estava cada vez mais próximo do meu, tão perto que eu podia sentir sua respiração e meus olhos não conseguiam desgrudar dos dela nenhum momento, era como estar hipnotizada. Eu não conseguia mexer minhas mãos, parecia que eu havia perdido todo o controle sobre elas ou sobre qualquer parte do meu corpo. Eu suava frio e sinceramente esperava que Lauren não se importasse de beijar alguém que parecia que tinha bicas ao invés de poros. Meu coração iria rasgar o meu peito a qualquer momento se batesse um Newton mais forte do que estava batendo agora e eu me perguntei se iria ter um ataque cardíaco ou uma crise nervosa antes do meu primeiro beijo.

Porém, quando eu já estava quase fechando os olhos, seu rosto passou direto pelo meu e sua boca colou no meu ouvido.

- Seria bem estranho se você desse o seu primeiro beijo na frente da escola toda, né? – Dito isso, ela se afastou e subiu na moto, me entregando um capacete enquanto eu tentava parar de tremer.

- Idiota! 


Notas Finais


bjs de luz


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