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História Beautiful Crime - Âncora


Escrita por: cecistydiax

Notas do Autor


mais um capítulo pra vocês, bbs

Capítulo 4 - Âncora


Fanfic / Fanfiction Beautiful Crime - Âncora

Mitch deseja saber o quão deve ser linda a cena de Hernandez morto. O homem que destruiu sua vida, que tirou dele o seu bem mais precioso. Mitch sente que precisa ver esse espetáculo pra no fundo se sentir ao menos realizado em ver ele pagar caro por sua crueldade. Ao ouvir que foi encontrado, Mitch se sente aliviado em finalmente colocar as mãos nele, mas sabe que olha-lo não será tarefa fácil.

Irene espera ansiosamente pela resposta dele, pois viu Mitch jurar de pés juntos nunca mais trabalhar pro FBI. Ele está rígido, sério, encarando a mulher.

— Passe a localização e eu vou sozinho. — Mitch é curto e direto.

— Você não pode ir sozinho, idiota. — Hawkins verifica pela janela a movimentação do lado de fora do prédio e fecha a cortina — Ele tem inúmeros homens.

— Eu não vou trabalhar novamente com vocês.

— Mitch… — Antes que Hawkins pudesse continuar, Irene o interrompe

— Deixe — Ela se aproxima do ex-agente, encarando-o — Você é um idiota, Rapp.

Oh, shut up. — Mitch fala como se sua expressão implorasse a Irene para poupá-lo de sermões.

— Se você for até ele sozinho, você é um homem morto.

— Eu não me importo, Irene! Esse é o problema, você não vê? — Ele se aproxima de forma explosiva dela, se gesticulando de forma irritada. — Desde que a Lydia morreu, nada mais importa pra mim! Nada! A única coisa que me mantém de pé é o desejo de fazer Hernandez pagar e confie em mim, quando isso acontecer, nada mais restará. Morrendo ou não, eu não me importo!

As palavras que saem da boca de Mitch fazem todos ficarem apreensivos e impossíveis de falar algo. A tensão é tão grande que todos encaram o homem abismados e de alguma forma, conseguem sentir o quão devastado Mitch está. Hawkins, por exemplo, mesmo vendo todos os dias o cotidiano de Mitch, os ataques de raiva diante as câmeras, só consegue sentir compaixão de seu ex-colega de FBI agora, em ver o sofrimento dele.

— Mitch — Irene tente se aproximar, abalada.

No — Ele se afasta. Sua voz sai levemente descompassada.

Rapp passa por todos os agentes e sai do cômodo, deixando-os sozinhos, enquanto Irene o segue.

— Mitch, espere! — Ela pede, seguindo ele no corredor — Me escute!

— Eu estava indo bem sem você aqui, Irene. Volte pra Manhattan e me deixe em paz. — Mitch pede, ao se virar para ela.

— No primeiro dia que Lydia foi ver a sala de treino…

— Não — Mitch dá um passo pra trás, angustiado com o que vem a seguir — Nem sequer tente.

— No primeiro dia que ela apareceu, Mitch. Eu a acompanhei pela sala de treinamento e naquela tarde, você treinava com Hawkins pela quarta vez seguida e nós assistimos o treino e confie em mim, Mitch. Lydia te admirava mais do que qualquer um. Ela encarava cada golpe, cada desvio, cada ataque ou defensiva com os olhos brilhando, admirada com suas habilidades. Semanas depois eu já conseguia enxergar vocês compartilharem do mesmo olhar, a mesma admiração — Irene sente sua voz fraquejar, sentindo o nó de formar em sua garganta — Lydia era minha preferida, Mitch. E eu vivo com essa culpa. Vivo com a culpa de tê-la mandado para aquela missão e se eu não a tivesse enviado, ela provavelmente estaria tentando te derrubar com algum golpe que aprendeu — Ela sorri, lembrando levemente da mania da sua ex-agente. — Por favor, me deixe ajudar. — Irene segura a mão de Mitch, enquanto ele sente a sua visão embaraçar com o marejar que surge.

Tudo o que Irene falou para ele, passa como um flash em sua mente. No dia que Lydia o viu pela primeira vez, ele sentiu o olhar dela a ele de maneira admirada. Semanas depois, Mitch já lançava a ela o mesmo olhar, mesmo compartilhando de embates com Lydia. E sim, mesmo com a admiração recíproca entre eles, ambos não conseguiam evitar de se provocarem o tempo todo.

E então, o que ele esperava, aconteceu. Irene conseguiu desarmá-lo de maneira baixa ao falar de Lydia, porém, viu sinceridade nas palavras de sua ex-chefe.

— Ok. — Mitch responde, limpando a lágrima que deixara escapar e afastando sua mão da de Irene — Mas Hernandez é meu. Cuide dos outros.

— Como quiser. Mas, por favor, se livre dessa coisa você chama de barba. Está horrenda.

 

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Ao passar a mão por seu rosto, Mitch se sente extremamente livre. Passar a mão e sentir somente uma barba rala e não todos aqueles fios embaraçados, faz com que ele finalmente se sinta como antigamente. Mitch apoia os braços na pia do banheiro, observando a água escorrer pela torneira, perdido em seus próprios pensamentos. Ele finalmente vai colocar as mãos em Hernandez e isso o deixa definitivamente receoso do que possa acontecer.

Mitch levanta a cabeça e tem um susto ao ver uma mulher morena o encarando.

— Desculpe — A mulher deixa o seu sotaque arrastado sair, ao Mitch se virar para ela — Irene está chamando.

A mulher sai, sendo seguida de Mitch. Todos os anos trabalhando no FBI, nunca viu esta mulher. Ao chegar no cômodo principal de onde está instalado, ela está ao lado de Irene. Somente as duas estão no quarto.

— Quem é a novata? — Ele pergunta, enxugando as mãos com uma toalha e joga em cima da cama.

— Annika. Foi transferida da unidade de Istambul pra Manhattan, mas, veio ajudar na ação de hoje.

— Prazer em conhecê-lo, Mr. Rapp. — Ela oferece a mão como forma de cumprimento, recebendo só um sorriso forçado de Mitch. Irene revira os olhos com a antipatia dele.

— Ok. Como vai funcionar? — Mitch cruza os braços, disposto a ouvir a tática que será passada para hoje a noite.

— Nossas fontes conseguiram a informação que hoje a noite ele vai estar na fábrica abandonada de confecção de roupas, no centro de Bogotá. É um galpão, cenário perfeito pra ele negociar com um novo traficante. E Mitch, Annika, vocês vão trabalhar juntos hoje a noite.

— Dispenso — Mitch se incomoda pelo fato de não querer outra parceira, lugar que sempre foi ocupado por Lydia — Eu sei me cuidar sozinho.

— Sim, e eu sei disso, Mitch. — Irene assente com a cabeça — Mas sempre uma ajuda é bem-vinda.

— Novamente, dispenso. — Ele coloca as mãos na cintura, sem saco pro assunto — Bela tentativa, mas eu sei trabalhar sozinho.

— Rapp! — A Diretora novamente tenta.

— Está tudo bem. — Annika se intromete, parecendo estar tranquila em relação ao leve desentendimento.

— Ok. — Irene desiste de convencer o ex-agente.

— Continue, por favor — Mitch revira os olhos.

— Nós vamos cercar todo o prédio e somente com minha ordem que vão entrar, entendeu? — Irene da ênfase na última palavra, fazendo Mitch franzir o cenho.

— Porque esse “entendeu”? — Ele se faz de desentendido.

— Nós dois sabemos a dificuldade que você tem em acatar ordens.

— Justo.

— Ás 23h. — Irene avisa o horário, enquanto usa as mãos para se abanar — Céus, Mitch! Não poderia alugar um lugar mais climatizado?

— Você vigia minha vida por todo esse tempo e ainda tem saco pra falar da minha estadia?

Irene pisca para Mitch e sai, deixando inesperadamente ele com Annika, que se mantém parada.

— O que? — Ele pergunta, incomodado.

— Eu soube do que aconteceu, Mr. Rapp — Annika se aproxima — Sinto muito.

— Obrigado, mas, nós dois sabemos que sentir muito não adianta muita coisa. — Mitch é ríspido, como se usasse de uma barreira para afastá-la.

Annika não diz mais nada, somente sai do quarto, deixando o rapaz sozinho.

Mitch dá um leve suspiro, processando tudo o que aconteceu. Mais uma vez, se vê sozinho. Todos esses meses ele se sentira a solidão principalmente de não ter sua namorada ali, mas agora ele pode enxergar também como é não estar com sua parceira de trabalho. Mitch nunca se voltava para seu bem estar durante as ações e sim focado no que deviam fazer e calculando cada passo que fosse em prol de Lydia e que ela não se machucasse ou se prejudicasse. Somente se sentia pronto se ela estivesse em seu lado o apoiando, e por isso, teme como pode se sair hoje a noite. É a sua primeira missão sem sua âncora e isso o assusta.

Rapp se senta em sua cama e ao pegar sua mochila, vasculha até encontrar a foto de Lydia que carrega com ele. Sua ruiva está extremamente linda na foto, seus cabelos ruivos que perderam o tom por causa do efeito preto e branco da foto estão jogados para frente de maneira extremamente encantadora e elegante. Todos os dias, Mitch vê a foto de Lydia e se entrega urgentemente as inúmeras lembranças que tem dos dois juntos, porém, agora, guarda a foto para acabar não perdendo o foco do que realmente tem que ser feito hoje a noite.

 

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O clima em Bogotá a noite está frio e com uma ventania levemente incômoda. Mitch somente uma usa camisa de tecido grosso, de cor preta e mangas longas, se sentindo confortável dessa maneira. Ele se posiciona em um local estratégico, enquanto os outros agentes estão espalhados, prontos para invadir a qualquer segundo. O silêncio é tão grande que é possível ouvir o barulho forte da ventania e até mesmo sua própria respiração ofegante.

Mitch está na parte frontal da lateral do galpão, por trás deu uma caçamba de lixo. Consegue enxergar inúmeros carros parados em frente ao lugar, provavelmente dos homens de Hernandez e do outro traficante que foi em busca de acordo. Entre os carros, homens vigiam o lugar, armados cada um com uma pistola e somente um com uma arma de grande porte.

Ao olhar de relance pra trás, Mitch sente o frio em sua barriga ao sentir o cano de uma pistola bater contra sua testa. Um homem alto ameaça Mitch, que relaxa ao ver Annika por trás dele, que rapidamente, da um golpe com sua arma na nuca do capanga, fazendo ele desfalecer duro no chão.

— De nada — Ela da de ombros e sua expressão levemente é de deboche

Ao retornar o olhar para a frente do local, Mitch vê Hernandez conversando com um de seus homens e não demora muito pro seu sangue ferver dentro de seu corpo. Olhar pra ele é pior do que qualquer coisa. Se recorda do deboche dele ao ter Lydia em seus braços, de implorar a ele para não tocar nela e tudo que recebeu foi risadas cruéis.  Mitch não consegue mais suportar o que está dentro dele, o ódio e o insaciável desejo de vingança que nunca o pertenceu, agora faz pior, o persegue. E por causa dessa perseguição, não  vê a hora de se livrar.

Observa o homem retornar pra dentro, deixando novamente somente seus homens do lado de fora. Ver aquilo só fez com que apressasse Mitch, o induzindo a uma atitude arriscada. — Você vai ou fica? — Mitch pergunta a Annika

— O que? — Ela franze o cenho, sem entender o que ele quer dizer

— Tem quatro pra nós. Vai ou fica? — Ele repete, melhorando a explicação

— Irene deu ordem direta que só devemos entrar ao sinal, Rapp.  — Annika argumenta e Mitch não parece dar muita bola

Yeah… — Ele arranha a voz, fingindo que entende — Mas, eu tenho problemas em acatar ordens, se você não ouviu.

— Céus! — Ela bufa, se desarmando e aceitando a ação de Mitch.

Antes que pudesse sequer pensar, a ação é rápida. Mitch mira perfeitamente e minuciosamente na cabeça de um e dispara, fazendo-o cair morto no chão. Em resposta, a troca de tiros é iniciada e de forma intensa, no qual Mitch reveza entre se proteger atrás da caçamba de lixo e também devolver os tiros.

— O que porra é isso, Rapp? Ficou maluco? — Hawkins surge por trás e fala em meio ao barulho dos tiros — Não sabe esperar a merda de uma ordem?

— Cala boca e atira!

Mais homens saem de dentro do galpão, já disparando contra os agentes do FBI que já estavam se dirigindo para frente do local, já em embate com os capangas. Mitch só consegue enxergar homens sendo derrubados, alvejados por tiros, enquanto ele próprio não para de atirar. Seu coração está acelerado e a adrenalina pulsa forte em suas veias, atingindo traços intensos.

Ele corre se dirigindo a entrada do galpão, desviando o máximo possível que pode das balas que são dirigidas a ele, enquanto ao mesmo tempo consegue atirar contra. Não consegue contar as inúmeras vezes que conseguiu sentir o tiro passar por perto dele, muitas vezes, conseguiu ouvir passar perto de seu ouvido. Ao finalmente conseguir entrar na fábrica abandonada, o ambiente está totalmente calmo. Consegue ouvir o barulho da troca de tiros intensa do lado de fora, porém, ali dentro, está estranhamente quieto. O ambiente é escuro, iluminado somente por luzes fracas de lâmpadas quase queimadas e a iluminação que vem de fora.

— Não entrem. — Mitch pede pela escuta, com a arma posicionada sob seus olhos, de maneira ereta. Ele verifica ao seu redor e vê tudo limpo, sem ameaças.

Não acata uma ordem, mas adora passar uma, não é, Rapp? — Hawkins grita na escuta, em meio do barulho dos tiros, fazendo Mitch quase arrancar fora dos seus ouvidos.

Ele toca levemente o aparelho em seu ouvido, o desligando. Rapp segue andando pelo galpão, verificando atentamente cada canto. Por estar sozinho, Mitch sente o leve desconforto justamente por isso, mas algo dentro dele controla suas ações e o faz continuar andando.

Ao desviar o olhar de um certo lugar, Mitch se vê alarmado ao ver uma luz sendo acesa sobre ele.

No centro, Hernandez em pé e ao seu lado, sua Lydia.


Notas Finais


eita porra to nervosa
eai, a lydia tá trabalhando pro hernandez??? até o próximo capítulo, tudo será explicado rs


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