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História Beautiful Nightmare - Demons


Escrita por: lbbhstrangr

Notas do Autor


Eu sei que tenho dito que os capítulos vão começar a ficar maiores, mas isso tem se tornado um pouco difícil. Eu queria ter escrito mais, mas sinceramente sinto que preciso deixar o resto para o capítulo 04.

Capítulo 3 - Demons


Fanfic / Fanfiction Beautiful Nightmare - Demons

Cidade de Yomiyama. Dias antes da ida de Misaki a Tóquio.
             Assassina.

– Não. – Sussurro para a escuridão do estúdio de bonecas de Kirika.

Foi tudo culpa sua.

– Pare – Fecho os meus olhos com força. Quero que eles sejam costurados. Quero não ver a criatura horrenda a minha frente.

Criança estúpida

– Por favor – Levo as duas mãos aos meus ouvidos. Mesmo assim, posso escutá-lo.

Se você tivesse dito com antecedência, tantas pessoas não teriam morrido. A culpa é sua Misaki Mei

Não digo nada. Quero que ele vá embora. Quero que nunca mais fale em minha cabeça.

Você não é amada nem mesmo por sua mãe. Sua mãe ama muito mais aquelas bonecas do que você.

– Ela não é minha mãe. – Rebato.

Mas você queria que fosse. Você queria ser tão amada quanto sua irmã Misaki foi.

– Vai embora. – Meus olhos continuam fechados, e não vou abri-los. Pelo menos, não por enquanto.

Todos se esqueceram. Todos eles. Até mesmo aquele garoto... Sakakibara está esquecendo, mas você é a única que se lembra de cada morte. É a única que ainda se lembra de Reiko.

Tento voltar para o meu quarto, mas algo prende os meus pés ao chão. Não posso sair de lá enquanto a tortura não termina. Meu medo me domina; a culpa me corrói. Eu não consigo controla-los, porque eles me controlam.

Você acha mesmo que a calamidade acabou? Não vai acabar, por mais que você tente me parar. Eu voltarei a escola. Eu trarei mortos de volta, um a cada ano, e mais almas serão roubadas.

Abro os meus olhos. A forma do demônio que me atormenta é ainda pior do que todas as outras versões. Seus olhos são órbitas negras, capazes de sugar toda a minha energia. Ele tem metros a mais que eu, e precisa curvar o seu corpo para que caiba dentro da casa. Seu cabelo é longo, mas há feridas e hematomas grotescos por todo o seu coro cabeludo. Não há uma boca. Ele só pronuncia as palavras em minha mente, e sua voz lembra o som de cacos de vidro sendo quebrados. Sangue fresco escorre de seus olhos escuros. Sangue fresco escorre por toda a estrutura horrível dele. Há tanto sangue que não consigo distinguir o formato de seu corpo. Sangue que está sujando todo o piso do estúdio de Kirika. Sangue que está começando a tocar os meus pés. Sangue que desaparecerá junto com a criatura quando o sol surgir e ele for sugado pela luz.

Sangue que irá embora muito antes dos raios solares adentrarem aquele lugar, pois eu o mandarei de volta para sua casa. Para as profundezas de onde nunca deveria ter saído. Por mais que aquilo me esgotasse, e continua a esgotar.

Você é só mais uma das bonecas de sua mãe. Você nem mesmo sabe o que é amar.

Ignoro os insultos. Ignoro o medo.

Até mesmo Sakakibara achou uma pessoa melhor que você.

Retiro o meu tapa olho, e encaro os seus olhos sem vida. Há algo na escuridão que nunca consigo ver, mas que sempre faz com que vá embora, por mais que continue dentro de minha cabeça. Por mais que voltará a próxima noite.

Você não vai ter forças para me parar pra sempre Misaki Mei. Arrancarei esse seu maldito olho...

– Pare de falar coisas malvadas, demônio. – Sussurro, enquanto observo-o se desintegrar-se aos poucos, junto com o fedor e a sujeira de seu sangue. – Por favor, não volte mais.

Recoloco o tapa olha com calma. Continuo sem expressão e tristemente fraca porque eles sugam toda a minha força e energia. Não há mais sangue em meus pés quando volto para o meu quarto silenciosamente. Mas ainda sinto o sangue em minhas mãos. Nunca me livro da culpa.

 

                                                                               (...)

Sakakibara.

– Sakaki... – Harumi correu em nossa direção, e parecia animada com algo, mas interrompeu bruscamente o caminhar e a fala quando viu que Misaki estava parada ao meu lado. – Oh.

Misaki voltou-se lentamente para ela, provavelmente para estuda-la com o olhar. Fico encurralado e não sei o que fazer. O mais sensato no momento é apresenta-las, mas a tensão é tão grande que quase posso toca-la.

– Bem, Harumi. – Começo, dirigindo-me a quem devo explicações em primeiro lugar, pois nunca nem falei sobre Misaki para ela e não saberia que Mei iria fazer uma surpresa tão radical. – Esta é Misaki Mei, uma amiga minha de Yomiyama. E Misaki... – Dirijo os meus olhos a figura pálida ao meu lado, que ainda está com os olhos cravados em Harumi. – Esta é Harumi, minha amiga da classe, sobre quem te falei.

– Prazer! – Não há nada de especial no sorriso de Harumi, mesmo assim ela faz o seu melhor pela desconhecida a sua frente, estendendo a mão em sua direção.

Misaki apenas faz um gesto que lembra uma pequena saudação com a cabeça e aperta por poucos segundos a mão de Harumi.

– Estou atrapalhando alguma coisa? – Misaki questiona de forma monótona, olhando para mim dessa vez. – Percebo que estou atrapalhando algo.

– Não está. – Respondo de prontidão, da forma mais gentil que consigo. Não quero que ela vá embora, não agora que chegou. Se fosse mais sincero comigo mesmo poderia dizer que Harumi estava atrapalhando. Eu tinha muitas perguntas a fazer para Misaki, e queria estar sozinho com ela no momento. – Só estou surpreso por sua vinda. Sabia que eu estava aqui?

– Não.

– Então, como...

– Eu apenas vim. – Ela murmurou, olhando para alguns dos quadros que estávamos observando minutos atrás. – Eu não sabia que estava aqui. Foi só coincidência.

– Sakaki – Harumi chamou minha atenção. Olhei para ela, que parecia não estar gostando muito da situação mal explicada. – Precisamos ir a torre, se não ficará tarde demais.

– Mas nem terminamos de olhar tudo o que há no museu.

– É que... – Ela hesitou, respirando fundo. – Meu pai quer que eu não demore, e hoje que eu posso queria mesmo ir até lá com você.

Há algo no olhar de Misaki que demonstra tristeza, uma espécie de dor em seu rosto, mas apenas por um instante, então começo a pensar que talvez seja coisa de minha imaginação.

– Misaki pode ir conosco, se ela quiser. – Harumi fez o seu máximo para parecer simpática, e disse aquilo olhando para ela, mesmo que os olhos de Mei estivessem ocupados admirando as pinturas.

– Acho melhor não. – Misaki olha novamente para Harumi, dessa vez seu olhar está mais duro, porém nada mudou em sua voz. – Minha mãe está esperando por mim, então devo ir agora.

Era mentira. Eu sabia que ela estava mentindo. Não havia nada em sua voz ou comportamento que indicasse aquilo, mas sua mãe jamais se preocuparia com ela a ponto de espera-la.

– Misaki... – Tento impedi-la de que vai embora, mas nada muda.

– Aproveite o passeio, Sakakibara. – Quando ela diz aquilo, já está de costas para mim. Suas mãos estão cruzadas atrás de suas costas, e ela caminha tranquilamente até a porta em forma de arco que indica a saída do museu.

                                                                               (...)

Misaki

Quero acreditar que a chuva lave a alma das pessoas, mas não é verdade. Penso nisso sentindo os pingos congelantes que despencam do céu aterrissando sob minha pele.

Nada nesse mundo é verdade. Sempre há alguém para contrariar o pensamento de outra pessoa, ou para desafiar verdades e leis absolutas. Algumas pessoas usam a mentira, como acabei de usa-la.

Kirika não está esperando por mim, nem se interessou em saber para onde eu fui quando deixei o apartamento em que iremos morar. Só pensara em pegar o seu celular para discar o meu número quando estiver prestes a dormir. Sorte a dela que esta noite não precisará se preocupar, porque estarei de volta em alguns minutos.

Não quero ter mentido para Sakakibara, mas já o fiz. De toda forma, eu precisava voltar porque não deixaria que Kirika arrumasse e limpasse tudo aquilo sozinha. Saí porque queria organizar os pensamentos confusos, que acumularam-se dentro de minha cabeça; mas o reencontro com Sakakibara só bagunçou as coisas.

Estou dividida em duas partes. Por um momento penso que nunca usaria metáforas na minha vida, mas acabo de usar. A primeira delas é a que sinto-me perturbada quando estou sozinha, quando não há mais sons e o silêncio torna-se ensurdecedor, esse é o momento em que algum demônio aparece para tornar tudo pior. A segunda delas é a parte em que sinto-me em paz quando estou com Sakakibara. Há algo nele que faz com que todos os demônios sejam expulsos da minha vida, toda a tristeza se esvaí. Pego-me pensando que talvez seja algo em seu sorriso ou em seus olhos, tão serenos que assustam as criaturas malvadas e as manda para bem longe, de certa forma consegue afasta-los de mim também. Há bondade no coração de Sakakibara. Há uma bondade que não conheço, que não sei adquirir. Teorizo que talvez seja esse o motivo de que ele seja cercado de paz, e não de trevas.

Meu coração tropeça, e meu estômago também. Para esquecer percebo o movimento ao meu redor. É engraçado como as pessoas tentam se esconder da chuva como se fosse algum tipo de ácido capaz de mata-las.

Estou quase no apartamento, mas não quero estar lá, não quero mais uma madrugada sombria. Porém, já sinto ás vozes maldosas sussurrarem coisas em minha cabeça, coisa que eu não quero ouvir, nunca mais. Por favor, nunca mais.

Ninguém vai vir para te salvar.

Ouço a mesma voz da noite anterior falar em minha cabeça, quando coloco os meus pés na porta do edifício. A voz está ainda mais alta e clara, como se ele estivesse mais forte.

E essa é a sua maldição, por ficar em meu caminho. 


Notas Finais


Eu não iria fazer nada estranho, ou de terror, ou suspense, ou que ao menos lembre terror, mas não consegui. Não vai ficar só no romance e espero que vocês aprovem isso. Se quiser eu mudo completamente, apago esse capítulo etc haha mas espero que gostem. Eu quase tirei o fato de que os demônios de Misaki tinham forma física par ela, mas decidi deixar para ver o que vocês iriam achar haha e enfim, é isso. E me desculpem pelo tamanho, ficou bem pequeno.


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