Eu estou deitado na cama, com os olhos semicerrados e olhando para o teto. Eu não consigo dormir, além de ser uma pessoa extremamente ansiosa, tenho muita insonia. Começo a tentar pensar como será meu dia amanhã, mas daí eu lembro que todos os meus dias são iguais. Bufo demonstrando a minha frustração.
- Que porra é essa? - Susurro ao ouvir barulhos na minha janela. Levanto e vou até ela a abrindo. Não vejo absolutamente nada. Bufo de novo e viro indo pra minha cama.
- Oi! - Uma voz fala atrás de mim. Viro dando de cara com o... É o vizinho?
Ligo a luz e olho para ele, realmente, é o vizinho, carregando uma mochila aparentemente muito pesada. Eu não sei o nome do meu vizinho, eu não saio muito de casa. A única coisa que eu sei é que ele sempre está sorrindo. Sério, chega a ser bizarro, nunca vi ele triste. Ele deve ter a minha idade, 15 anos no máximo. Eu realmente devia tentar socializar com ele um dia, se bem que...
Socializar não é legal.
É sim PK.
Eu tenho um sério problema mental.
- Ãn... Oi? - Ele fala de novo. Eu viajei por tanto tempo assim?
- Oi... Eu acho? O que você tá fazendo aqui? - Pergunto muito confuso. - Você é o vizinho não é?
- Nós somos vizinhos à 10 anos. - Fala ele, revirando os olhos. - Mas acho que nunca fomos apresentados - Ele diz com aquele sorriso lindo. Será que é um sorriso verdadeiro? Novamente uma voz chamada: Realidade fala na minha mente. - Meu nome é Thiago.
- Ãn... Por que você está na minha casa? - Eu deveria chamar a polícia?
- Eu estou indo embora. - Dá de ombros. - E eu queria te chamar, sabe? Pra ir junto.
- Por que eu?
- Porque você parece uma daquelas pessoas extremamentes depressivas, que vão morrer antes dos 20 anos. - Esboço uma careta, ele dá uma risada baixa. - Você não quer viver um pouco antes disso?
Eu já tinha visto Thiago caminhando pela calçada e andando de skate por aí, ele tem vários amigos. Não vejo o porquê de ele querer fugir.
- Mas... - Ele pega um mochila minha e começa a tirar os cadernos escolares de dentro dela. - Eu não disse que eu vou ir. - Arqueio as sobrancelhas.
- E nem disse que não vai. - Ele devolve arqueando as sobrancelhas também. - A hora é agora, ou você vive intensamente por alguns dias ou você vive de forma monótona e triste pro resto da vida, qual você prefere?
Você vai.
Eu não vou.
Você vai.
Eu não vou.
VOCÊ VAI SIM!
Suspiro e começo a encher minha mochila. Não olho diretamente pra ele, mas sinto que ele alarga o sorriso, satisfeito por eu ter aceitado.
- É Matheus... Agora que tudo vai começar.
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