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História Beautiful Stranger - Painful


Escrita por: pahrunag

Notas do Autor


Ayo guys! Gostaria de pedir desculpas porque por causa de certos comentários e até da perda de dois favoritos pude perceber que decepcionei vocês. Realmente me foquei um pouco mais no drama do que devia, o que estava atrapalhando bastante Yulsic. Mas peço que não me deixem, senão eu choro mimi rs Nesse capítulo, trago-lhes de volta Yulsic \o/ ~Todos comemoram~ Espero vocês nos comentários finais, para uma uma informação que vocês com certeza gostarão de saber :D Antes de começarem, gostaria também de fazer uma indicação de música :D É uma música do grupo VIXX. Eles não são muito conhecidos, infelizmente porque eles são tudo, afinal eles debutaram ano passado. Mas eles tem uma música que me lembrou um pouco a fic e a situação da Jessica: www.youtube.com/watch?v=tTObetdahlM
Boa Leitura!

Capítulo 18 - Painful


Minha mente estava tão ocupada se preocupando com o estado em que Yoona estaria que mal notei o trajeto que fizemos, só sei que quando dei por mim, já estávamos na porta do hospital. Saí do carro e entrei no prédio sem nem mesmo ter certeza de que Taeyeon e Tiffany me seguiam. Cheguei à sala de espera e logo vi várias pessoas ali sentadas naquelas poltronas, e alguns médicos passando em minha volta. Olhei para o balcão e logo vi uma mulher preenchendo algo.

— Oi, boa noite. Eu vim visitar um paciente — Tentei parecer calma, mas provavelmente foi em vão. A mulher mal me olhou, e voltou a preencher o tal papel. Boa-vontade era algo que ela claramente não tinha — Ei! Quero fazer uma visita! — Falei mais alto.

— Qual quarto?

— Eu não sei o quarto! Só descobri que ele se internou agora a pouco! Quer me ajudar, por favor?! — Acabei sendo mais grossa e rude do que o normal, de maneira que todos ao redor me olharam. Para minha sorte, Tiffany e Taeyeon logo apareceram, contornando a situação.

— Boa noite — Tiffany sorriu simpática — Gostaríamos de fazer uma visita ao Sr. Im Yonghyun. Não sabemos em qual quarto que ele está, ma sabemos que está com sua filha, Im Yoona. Nós realmente gostaríamos de vê-lo, se possível.

                Pela primeira vez a mulher pareceu dar atenção, e pegou uma prancheta com várias folhas e as folheou.

— Sr Im Yonghyun… Ele está no quarto 407. Mas é importante que entrem apenas uma por vez. Ele está em uma ala especial do hospital por causa de seu instável estado, por isso peço que não haja tumulto.

                Ela então nos entregou três crachás de visitantes e nós seguimos para o elevador. Eu estava visivelmente nervosa, podia sentir minhas mãos trêmulas, mas as mesmas pararam de se movimentar assim que Tiffany as segurou forte, levemente sorrindo para mim.

— Acalme-se — Ela pediu — Vai ficar tudo bem.

— Mas você viu o que a mulher falou? O estado dele é instável, o que significa que o quadro pode mudar a qualquer momento. Yoona deve estar arrasada. O pior de tudo é que eu estou convencida de que meu lugar é ao lado de Jessica, mas como espera que eu diga isso a ela agora?

— Não diga — Taeyeon se pronunciou — Pelo menos não agora. Conte a Jessica o porquê de não contar e ela entenderá.

— Eu não sei se consigo, Tae. Não posso negar Jessica, não depois de tudo que ela fez hoje.

                Nenhuma das duas disse mais nada. Provavelmente estavam tão sem resposta quanto eu. O elevador finalmente parou no andar, e seguimos para a esquerda procurando o quarto. Logo pude reparar que os quartos eram diferenciados. Era como se fosse uma UTI, porém em estado menos perigoso. Todos os quartos tinham grandes vidros que davam visão para o corredor. Talvez para facilitar o trabalho dos médicos. Mas a maioria deles estava fechado por uma cortina. Finalmente achamos o número do quarto.

— Yuri, se alguém tem que entrar esse alguém é você — Taeyeon disse, enquanto eu apenas fitava a porta.

— Ela tem razão — Tiffany apenas concordou — Ficaremos esperando aqui fora. Pode ir…

                Eu assenti, antes de respirar fundo e tocar a maçaneta. Girei a mesma e entrei lentamente. A cena que vi era de partir o coração de qualquer um. Seu pai estava deitado, dormindo enquanto um tubo ligado a sua veia lhe injetava soro, e outro abaixo de seu nariz provavelmente o ajudava a respirar. Enquanto isso, Yoona estava sentada numa poltrona ao lado da cama, mas mantinha a cabeça recostada sobre a cama dele, enquanto sua mão segurava a de seu pai. A única coisa que passava pela minha cabeça era a culpa antecipada por saber o que eu tinha que dizer para ela num momento tão difícil quanto aquele. Virei meu corpo lentamente em direção a porta, na intenção de sair, mas parei ao ouvir Yoona dizer meu nome baixinho.

                Me virei novamente e a vi ainda na mesma posição, mas agora ela me olhava, parecendo ainda sonolenta.

— Me perdoe, eu não queria te acordar…

— O que faz aqui?

              Seu tom foi rude, e parecia que todo seu sono e cansaço haviam ido embora. Ela se levantou e ficou a minha frente. Seu olhar era firme e decisivo. Confesso nunca ter visto Yoona daquela maneira.

— Eu… Eu vim ver como você e seu pai estão. Tiffany me disse sobre você ter vindo para o hospital assim que você ligou pra ela. Fiquei preocupada.

— Eu disse que não te queria aqui — Ela disse, fitando o chão em seguida.

                Não tinha como não me surpreender com aquela reação. A Yoona que eu conhecia se jogaria em meus braços, pedindo por proteção e apoio, e agora ela estava praticamente me expulsando dali.

— Yoona, eu estou realmente preocupada. Você sumiu a semana inteira, e claramente me ignorou, porque Tiffany sabia de tudo que acontecia com você, mas eu mal podia pensar em te ligar, porque você não me respondia. Eu só quero que me diga o que está acontecendo…

— Você quer mesmo saber o que está acontecendo, Yuri? — Novamente seu tom me surpreendeu, e desta vez, o mesmo era mais agressivo ainda.

                Tentei usar os poucos segundos que tinha antes de ouvi-la novamente para me preparar mentalmente para o que estava por vir. Eu já esperava que aquilo tudo tivesse a ver com Jessica, mas não conseguia imaginar como seria a reação dela em relação a tudo aquilo. Mas antes que ela pudesse se pronunciar, um homem alto, vestindo um jaleco branco, entrou no quarto.

— Boa noite, meninas.

                No mesmo instante, a feição de Yoona mudou. Como se naquele momento, minha existência não importasse mais, e seu pai fosse tudo em que ela pensasse.

— Qual de vocês é a filha dele? — Ele perguntou

— Sou eu, doutor — Ela imediatamente disse, dando um passo em direção a ele enquanto eu apenas me afastava, ficando no canto do quarto — Im Yoona…

— Olá, Yoona. Peço perdão por não ter vindo antes, mas estávamos correndo com os exames de seu pai. Os resultados da tomografia e do exame de sangue já estão prontos. E tanto esses exames quanto a avaliação da auscultação pulmonar de seu pai demonstraram que ele sofre de Enfisema Pulmonar.

              A face de Yoona era uma incógnita, e ela parecia não ter entendido muito o quê o doutor havia dito, assim como eu. Percebendo isso, ele continuou.

— Deixe-me ser mais claro… O enfisema pulmonar é uma doença que diminui a elasticidade do pulmão e dilatação excessiva dos alvéolos, causando perda da capacidade respiratória e oxigenação insuficiente. Pelo o histórico de seu pai, a doença foi provavelmente causada pelo uso do cigarro.

— Mas doutor, ele já parou faz anos!

— Desculpe-me Yoona, mas não foi isso que os exames mostraram. O pulmão dele se encontra comprometido em certas áreas graças ao tabagismo. Por isso os problemas respiratórios freqüentes e o cansaço contínuo do qual ele se queixou.

                Senti meu coração estalar ao ver Yoona levar as mãos ao rosto, enquanto algumas lágrimas desciam. Provavelmente ela não sabia que seu pai havia voltado a fumar. Eu sabia que ela não seria capaz de passar por aquilo sozinha, e essa era a hora de demonstrar que apesar de tudo, ela era importante pra mim e eu me importava com ela. Andei até seu lado, e estiquei a mão para o doutor.

— Prazer, doutor. Meu nome é Yuri, sou uma amiga da família.

— Prazer — Ele sorriu levemente, me cumprimentando.

— Pode me dizer tudo que tiver que dizer. Tudo que precisamos saber…

— Olhe Yuri, a doença ainda não se encontra no pior estágio. Estamos administrando remédios fortes, exatamente por isso que o sedamos agora. Mas no caso dele, o mais indicado seria uma cirurgia para redução do volume pulmonar. Retiraríamos as áreas mais afetadas, no intuito de melhor a respiração e diminuir os impactos da doença. Porém, mesmo assim, ele ainda teria que se manter a base de remédios por certo tempo. E obviamente, cortar o cigarro.

                Olhei rapidamente para Yoona e ela ainda chorava. Eu podia sentir o medo apenas em sua respiração. A idéia de perder o pai era demais pra ela. Receosa, passei um dos braços por sua cintura, a puxando mais para perto de mim. Ao contrário do que eu pensava, ela não recusou. Talvez nem tivesse forças para isso.

— E quais são os riscos? — Mesmo sabendo que ela talvez desabasse ao meu lado ao ouvir aquela resposta, era uma pergunta inevitável.

— A cirurgia em si não tem riscos, o procedimento é seguro no caso dele. Porém, não sabemos exatamente o quão preparado o corpo dele está para agüentar uma cirurgia longa como essa. O que significa que os riscos sempre existem.

                Só senti Yoona se soltar de mim e a vi se sentar na poltrona novamente, ainda com o rosto entre as mãos e o som de sua respiração ofegante.

— Mas antes de termos certeza da realização da cirurgia, realizaremos alguns exames amanhã quando ele estiver acordado e então analisaremos o que é melhor. Bom, por agora é só isso. Amanhã pela manhã continuaremos com os exames.

— Obrigada doutor — Eu disse e ele apenas assentiu, saindo do quarto.

                Andei até a janela e ao mexer um pouco na cortina, pude ver que Taeyeon e Tiffany não estavam ali. Talvez tivessem ido até a cantina do hospital ou algo do tipo, pois eu sabia que não iriam embora antes de terem notícias. Virei-me  novamente para o quarto, e pude ver que Yoona já não mais chorava, mas seus olhos ainda estavam inchados e vermelhos. Novamente reclinada sobre a cama, com uma das mãos sobre a de seu pai.

— Ele voltou a fumar — Ela disse baixo, ainda olhando para a mão dele — Eu deveria saber.  Eu deveria ter estado por perto, deveria ter percebido que havia algo errado com ele.

 — Yoong, isso não é sua culpa…

— Eu deveria ter me importado mais. Talvez ele tivesse me contando… Ou não né. Ele não pretendia me contar — Ela riu estranha e forçadamente, como se tentasse fugir da dor através daquilo — Ele não pretendia me contar… Assim como você nunca pretendeu me contar.

                Senti uma palpitação forte em meu peito. Tínhamos chegado àquele ponto que eu temia.

— Co-Contar? — Gaguejei graças ao medo — Contar o que?

                Pude sentir meus músculos se tencionarem, o coração acelerar estranhamente, o corpo todo tremer.

— Pela primeira vez em que eu me permito falar sobre isso você vai mesmo fugir do assunto?

                Ela tirou a mão sobre a mão de seu pai, e então virou o rosto para mim. Fiquei sem reação. Ela realmente começaria aquele assunto.

— Você vai mesmo ficar calada? Está bem então, eu vou falar. Pela primeira vez eu vou falar.

                Ela se levantou, e levou uma das mãos até o bolso da calça, pegando o celular. A cada movimento que ela fazia, eu me sentia mais paralisada. O medo de qualquer reação dela me corroia por dentro a cada instante. Ela mexeu em algo no celular e deu alguns passos em minha direção. 

— Quando você ia me contar sobre isso?

                Ela virou a tela do celular para mim, e eu pude ver uma foto de Jessica, naquele momento do show onde ela segurava o papel.

— Como conseguiu isso? — Foi tudo que consegui dizer.

— Já está por toda internet, Yuri — Ela jogou o celular sobre a pequena mesa ao lado da poltrona e novamente se virou para mim, porém bruscamente — O mundo inteiro já sabe que eu sou uma otária! Uma corna! Chame do que quiser!

                Seu tom era tão agressivo que era possível ver as veias de seu pescoço saltarem. Eu estava assustada, bastante assustada. Nunca, em momento algum desde que a conheço, havia visto Yoona daquela maneira. Irritada, raivosa, desequilibrada.

— Fala Yuri! Fala! Quantas vezes eu fui corna? Quantas vezes você deixou de ficar comigo pra ficar com ela?! Quantas vezes estava comigo, pensando nela?! — Ela gritava, e eu via a hora de alguém entrar naquele quarto.

— Yoona, calma — Tentei me aproximar, mas ela rapidamente me afastou.

— Calma?! Calma o cacete, Yuri! Eu cansei! Satisfeita?! Cansei! Cheguei ao meu limite!

              Depois daquele palavrão, eu realmente duvidava de que aquela Yoona a minha frente era a Yoona que eu conhecia. Eu tinha medo, não conseguia me movimentar. Qualquer ação poderia desencadear mais raiva e fúria nela.

— Você acha que eu não vi o programa? Eu vi! Eu vi a maneira como ela falou, e depois do acontecido no bar, onde eu paguei de otária pra todo mundo porque tinha uma mulher cantando uma música daquelas pra minha namorada, ela só podia estar falando de você.

— Yoona, nada aconteceu entre mim e Jessica desde que começamos a namorar.

— Então confessa que aconteceu antes?!

                Fiquei sem resposta, sem reação. Apenas abaixei a cabeça e deixei que a culpa me tomasse.

— Eu sabia! — Ela bateu os braços contra o corpo em desistência — Esse é o pior. Eu sempre soube. Eu acho que só não queria enxergar. Eu sou uma idiota, isso sim!

— Yoona, você não é idiota…

— Sou sim! Porque eu te amo! — A última frase saiu em um único rompante, deixando-me assustada — Eu sempre soube que havia algo entre vocês! Mas preferi não ver, preferi fingir que era apenas impressão minha. Porque assim, eu pensei que poderia me esforçar pra ter você comigo e que poderia fazer você me amar. Eu fui idiota de te amar ao ponto de mentir pra mim mesma, só pra te manter por perto. Eu sempre pensava que se dissesse, haveria grande chance de você escolher ela ao invés de mim, e isso me destruía por dentro. Por isso ficava calada, fingindo não ver. Fingindo não sentir. E enquanto isso, você a beijava, e depois vinha e me beijava.

— Yoona, eu pretendia te contar… Eu te juro. Mas as coisas entre mim e Jessica ficaram mais complicadas do que eu imaginava e por isso que eu…

— Por isso você resolveu me namorar? Porque eu era seu plano B? Já que não deu certo com Jessica, tentou que desse certo comigo?!

— Não, não é dessa maneira. Eu realmente tentei fazer com que as coisas dessem certo então nós, não pela Jessica, mas por mim e por você. Você sabe que é especial pra mim…

— Mas não tanto quanto a Jessica, não é Yuri. E quer saber, eu não te culpo. Eu até acredito que nada tenha acontecido entre você e Jessica durante nosso namoro, porque eu conheço você, sei que é uma pessoa boa. Mas eu te amo demais pra continuar com isso. E esse é o problema. Antes de amar você eu preciso me amar. E pra fazer isso, eu preciso de você longe de mim.

— Yoona… — Dei um passo em sua direção, mas ela se afastou.

— Acabou, Yuri. Vai embora — Ela disse, ficando de costas para mim — E nunca mais me procure.

                Senti uma dor indescritível em meu peito. Como se algo o tivesse atingido em cheio. Logo pude sentir as lágrimas descerem involuntariamente por meu rosto. Eu sabia que terminaríamos e isso era algo que eu já esperava. Mas ela não estava apenas terminando. Estava me mandando embora. Pra sempre. Eu a amava. Não do jeito que ela esperava e merecia, mas eu a amava. Yoona era uma das pessoas mais próximas que eu tinha. Agora eu não tinha muito contanto com minha família, e ela era meu tipo de porto-seguro. Era alguém em que eu confiava acima de tudo, alguém que eu sabia que estaria ali comigo em qualquer situação e que seu sorriso e otimismo me confortariam independente de tudo. A idéia de tê-la fora da minha vida era tremendamente assustadora. Era algo que eu não agüentaria, e tinha total certeza disso.

— Yoong, eu entendo. Você está em seu direito de terminar, e eu respeito isso! — Tentei limpar as lágrimas que desciam, mas era em vão — Eu realmente não mereço você. Você sempre esteve comigo, em tudo e para tudo. Enquanto eu nem coragem pra te contar isso tinha. Mas por favor, não me tire da sua vida. Eu não sei se conseguirei conviver com isso.

— Nem eu, Yuri — Ela ainda estava de costas, mas pelo seu tom de voz era fácil perceber que chorava tanto quanto eu — Mas eu preciso tentar. Vai embora, por favor.

                E ir embora era a única coisa que me restava a fazer. Por mais que ela se dissesse culpada, como alguém poderia ser culpada por simplesmente amar? Eu era a culpada da história. Em nenhum momento tive a intenção de magoá-la, mas o fiz, pois a iludi. Deixei que ela nutrisse um sentimento do qual eu não retribuía. Pelo menos não da maneira que ela esperava. Respirei fundo, juntei as poucas forças restantes e saí do quarto. Praticamente me arrastei pelo corredor, até encontrar Tiffany e Taeyeon andando em minha direção com pacotes de biscoitos em mãos.

— Yuri! — Tiffany exclamou ao perceber o quão arrasada eu estava.

                Ela simplesmente correu até mim e me abraçou. Eu nem ao menos retribui com força, apenas deixei que meu corpo pesasse sobre seus ombros.

— Ela me mandou embora, Fany… Mandou-me embora da vida dela — Eu disse entre soluções e lágrimas, e ainda não sei como ela foi capaz de entender o que eu havia dito.

                Taeyeon se aproximou e se juntou ao abraço, o que fez chorar mais ainda. Eu não sabia muito bem explicar o que se passava dentro de mim. Sentia-me um furacão de emoções. Feliz por saber que Jessica esperava por mim de braços abertos, e isso era o que eu mais desejava, mas por outro lado, Yoona havia literalmente me deserdado e pensar nisso só me devastava mais ainda.

— Tiffany, leve-a pra casa — Taeyeon ordenou, enquanto nos soltava.

— Mas e você? — Fany perguntou, ainda me mantendo em seus braços.

— Se Yuri está desta maneira, eu não quero nem imaginar como está Yoona, ainda mais com essa situação do pai dela. Ela vai precisar de alguém do lado dela. Ela é minha melhor amiga. Eu preciso ficar.

— Tudo bem. Você tem razão — Tiffany concordou e eu pude ver de relance quando ela virou o rosto e Tae depositou um leve beijo em seus lábios — Fica bem, Tae.

— Você também — Tae disse, antes de depositar outro leve beijo, mas desta vez em minha cabeça, afagando rapidamente meu cabelo.

                Não vi quando ela se afastou, pois ainda estava agarrada a Tiffany.

— Yuri, você precisa se recompor — Ela pediu, tentando me por completamente de pé, mas me faltavam forças.

— Eu não consigo… — Murmurei — Não pensei que fosse doer tanto ouvi-la dizer isso. Na verdade, nunca pensei que ela me diria isso.

— Mas ela disse. Agora já foi. Você precisa se recompor, e ir pra casa. Yoona ainda estará aqui, e você poderá conversar com ela mais calma outro dia. Vocês duas estão de cabeça quente. Tenho certeza que conversarão melhor numa próxima vez, agora venha comigo.

                Ela me abraçou de lado e me levou pelo corredor, até que chegássemos a um bebedouro. Encheu um copo e me entregou. Bebi aquele líquido lentamente, e aquilo me acalmou um pouco. Tiffany novamente me deu apoio e me levou até o carro. Só sei que recostei a cabeça sobre o vidro e assim fiquei até que chegássemos a meu prédio. Não prestei atenção em nada no trajeto, não vi nada passar. Estava muito ocupada mergulhada em meus próprios pensamentos pra isso. Fany estacionou o carro, e assim que saímos, ela novamente me apoiou. Pegamos o elevador, e logo chegamos à frente de minha porta. Eu não tinha chave nem nada. Na correria em sair para o hospital, deixei tudo no camarim, não levando nada comigo. Sabendo disso, ela tocou a campainha, e em poucos instantes Jessica apareceu na porta. A me ver, seus olhos se arregalaram.

— O que aconteceu?! — Ela logo perguntou e sem dar tempo de reposta, me soltei de Tiffany e me joguei em seus braços.

                Seus braços me envolveram de maneira firme, e sentindo que ali eu estava no lugar onde realmente queria estar, as lágrimas voltaram a cair descontroladamente.

— Hyoyeon te avisou? — Ouvi Tiffany dizer, mas nada vi já que estava com o rosto enterrado no pescoço de Jessica

— Sim — Jessica respondeu ainda me segurando contra si própria — Mas não entrou em detalhes, o que houve?

— Deixarei que ela te conte, se conseguir, é claro. Vou voltar ao hospital, e assim que tiver notícias mais concretas que aviso.

                Senti Tiffany afagar meu cabelo levemente e depois ouvi o barulho da porta se fechar. Jessica se afastou um pouco e pousou suas mãos em minhas bochechas, limpando as lágrimas com a ajuda dos polegares. Sentia-me incomodada de falar sobre aquele assunto com ela, mas diante da minha reação de dor, seria impossível impedir que isso acontecesse. Eu tinha medo que ela pensasse que toda aquela minha tristeza fosse por arrependimento por minha decisão. Minha decisão em ter escolhido ficar com ela. Mas não era isso, obviamente não. Mas fui surpreendida por seu lado doce e compreensivo.

— Quer conversar sobre isso? — Ela perguntou, fitando-me nos olhos.

                Não consegui responder, apenas balancei a cabeça negativamente. Eu queria falar, mas não agora. Naquele momento eu só queria ficar ali, em seus braços, para me sentir protegida. Como se fosse uma transmissão de pensamento, ela pegou minha mão e me puxou até seu quarto. Sentou-se na cama e eu me deitei em seu colo. A maneira como ela envolveu meu tronco enquanto afagava meu cabelo com uma das mãos me fez sentir leve. Meu coração e mente se acalmaram, afinal eu estava num lugar do qual eu sentia falta, sentindo aquele toque que eu desejava. Sentia como se ali, nada me atingisse, e em algum momento, toda dor que eu sentia passaria. Acalmei-me de tal maneira que adormeci ali.

                Não fazia idéia de quanto tempo passei dormindo, ou melhor, literalmente apagada. Só sei que assim que abri meus olhos, vi a mesma visão do quarto que eu tinha visto antes de apagar, o que significava que eu ainda estava na mesma posição. Virei lentamente meu corpo e logo recebi um olhar doce de Jessica.

— Que horas são? — Perguntei, esfregando os olhos.

— Quase quatro da manhã… — Ela calmamente respondeu — Como se sente?

                Saí de seu colo, me sentando a sua frente. Pisquei os olhos e pude sentir uma pontada de dor na cabeça. Eu já devia ter imaginado que depois de tanto choro, essa dor seria inevitável.

— Minha cabeça dói — Levei uma das mãos até a testa — Ficou acordada esse tempo todo? — Por mais que a luz do quarto fosse mínima, pude percebei que ela estava com sono, pois seu piscar de olhos era bastante lento.

— Sim.

— Por quê? Deveria ter dormido, Sica…

— Não, não podia — Ela sorriu levemente, afagando meu rosto com uma das mãos — Tinha que ter certeza de que você estava bem, por isso fiquei acordada.

                Foi involuntário que um pequeno sorriso se formasse em meu rosto ao ouvi-la dizer aquilo.

— Quer conversar agora? — Ela perguntou ao tirar sua mão de meu rosto.

— Não sei nem por onde começar — Fui sincera, abaixando a cabeça.

— Conte-me tudo. Afinal, desde o início de seu namoro com ela que mal trocamos algumas palavras.

— O namoro… — Respirei fundo antes de começar a falar — Eu achei que fosse o certo a se fazer, mas confesso que também fiz com certo desejo de vingança. Era óbvio que não daria certo. Eu tentei, mas não dava pra fingir que estava completamente feliz fazendo aquilo. Mas tudo estava indo bem na medida do possível, até o dia que fomos ao bar, onde você cantou pra mim.

— Eu sabia que causaria problemas, mas eu não podia deixar que as coisas continuassem como estavam. Mas peço desculpas se te causei problemas.

— Claro que não. Você não foi o problema — Peguei sua mão e a mantive entrelaçada a minha — Eu fui o problema, principalmente a maneira como agi. Yoona pode ser inocente, mas é esperta. E obviamente percebeu o que estava acontecendo. Foi então que ela sumiu. Sumiu por uma semana inteira. Não atendia minhas ligações, me ignorava completamente. Fiquei apenas sabendo que seu pai estava mal e ela estava com ele em sua casa. A grande noticia veio ao final do seu show, quando Tiffany recebeu uma ligação e era Yoona, dizendo que estava no hospital com seu pai. Peço perdão por isso também. Sei que deveria ter ido atrás de você. Depois de tudo que fez por mim, na frente de todos os seus fãs, de todos aqueles que você mais teme perder… Aquilo foi realmente corajoso. Obrigado por ter feito isso por mim.

                Apertei mais sua mão contra minha, e ela sorriu pra mim. 

— Fiz isso por nós. Era o certo a se fazer. Fui egoísta, Yuri. Pensei estar fazendo o melhor pra você, mas na verdade só estava fugindo do que realmente sentia por medo. Sou eu quem deve pedir desculpas. E eu entendo que tenha ido até o hospital. Entendo perfeitamente que a ligação que você tem com ela é algo que ninguém conseguirá mudar, e essa nem é a minha vontade. Você gosta dela, isso já é mais do que provado. E mesmo se tudo der certo entre nós, não quero que se afaste dela.

— Talvez seja tarde demais pra pensar nisso — As lembranças de Yoona me expulsando correram minha mente como um flash, e eu precisei respirar fundo para continuar — Ela não quer mais me ver. Literalmente me mandou embora de sua vida. Disse que viu tudo que você fez pra mim essa semana. O papel, o programa… Na verdade, disse que sempre soube, mas preferia não ver, pois tinha medo que eu a deixasse. E eu não a culpo. Eu a iludi, Jessica. A fiz acreditar em algo irreal. Prometi a ela coisas que era incapaz de cumprir. Agora, nem sua amizade eu tenho mais.

— Vocês estavam de cabeça quente, Yuri. Além disso, eu não sei o que está acontecendo com seu pai, mas com certeza não está sendo fácil pra ela. Ela está com medo de perder o pai, e ainda por cima acha que perdeu você. Mas você tem que mostra a ela que isso não aconteceu. Que você não pode estar com ela da maneira que ela deseja, mas que vai estar lá, como amiga, como alguém que se importar e quer o melhor dela.

              Nada respondi. Fiquei apenas fitando Jessica enquanto sentia um leve sorriso brotar em meu rosto. A mudança nela era clara. Em outros tempos, ela provavelmente me mandaria esquecer Yoona de vez, e agradeceria por ela ter me mandado embora. Agora, ela estava ali, a minha frente, depois de ter ficado horas acordada tomando conta de mim, me dizendo para ir atrás de Yoona.

— O que foi? — Ela perguntou também com um leve sorriso no rosto, ao perceber que eu a fitava enquanto me mantinha pensativa.

               Inclinei meu corpo em sua direção, segurando seu rosto com as duas mãos.

— Será que você realmente existe, ou faz parte apenas da minha imaginação?

                Ela não conteve o riso com o comentário, e também se inclinou para frente, deixando seu rosto a milímetros do meu.

— Sou real, Yuri. Sou real. Estou aqui com você, agora. E daqui não pretendo sair.

                Ela acabou com a distância entre nós e pousou seus lábios sobre os meus. Novamente ela me deixava sem palavras para expressar meus sentimentos. Era tão bom finalmente senti-la daquela maneira novamente. Era como se tudo dentro de mim tivesse começando a fazer sentido novamente. Eu estava ali por ela afinal. Tudo que eu fazia era por ela. Ela era a razão de tudo. Tinha certeza disso.

                Jessica deslizou uma das mãos até minha nuca, fazendo um arrepio correr por todo meu corpo, e delicadamente puxou-me mais para si, aprofundando nosso beijo. Era impressionante a capacidade que seu beijo tinha de me fazer sentir tantas coisas, pois o mesmo era apaixonado e intenso ao mesmo tempo. Podia ficar ali, me rendendo aos seus lábios, até o fim de minha vida. Mas por mais que eu não acreditasse algumas vezes que Jessica era real, tamanha a perfeição que eu via nela e o sentimento que por ela eu nutria, éramos humanas, e o ar se fez necessário em certo momento. Ela se afastou, mas manteve sua testa colada a minha.

— Eu quero fazer as coisas da maneira certa desta vez — Não havia entendido muito bem, mas deixei que ela continuasse — Quero começar de novo, do início desta vez. Esquecer qualquer coisa que um dia se colocou entre nós, e tornar nosso relacionamento minha prioridade, pois você é minha prioridade. Quero levar você a um encontro de verdade, como se fosse nosso primeiro. Sem fama, sem restaurantes chiques ou nada do tipo. Quero apenas um lugar pra ficar com você, conhecer você como eu nunca me permiti fazer. Quero conquistar você, da maneira que se deve fazer. Quero andar de mãos dadas com você, quero te roubar um beijo na frente dos nossos amigos, quero ficar abraçada com você sempre que tiver vontade. Quero não me importar nem um pouco com o que vão pensar. Quero fazer sua respiração descompassar a me ver, quero fazer seu coração acelerar ao meu beijar. Quero te fazer sentir saudade, quero te fazer sentir vontade de mim. Isso tudo porque quero fazer você se sentir especial. Quero que se sinta única.

                Eu até poderia ter dito que ela já me fazia me sentir daquela maneira, pois ela realmente havia descrito tudo que eu sentia. Mas significou tanto para mim ouvir aquelas palavras saindo de sua boca, que resolvi me calar.

— Então, aceita ir a um encontro comigo? — Ela sorriu divertida.

— Como eu recusaria um encontro com uma mulher tão incrível quanto Jessica Jung?

— Yuri-ah! — Ela me empurrou pelo ombro, mas em tom de brincadeira — Do ínicio lembra? Você ainda não sabe  nada sobre mim, como fica dizendo que sou incrível?!

                Rimos juntas. Por mais preocupações que eu tivesse, Jessica conseguia me transformar. Transformar minha vida. Fazer-me esquecer de qualquer coisa quando estava com ela.

— Perdoe-me — Respondi, tentando ser séria. — Eu aceito, senhorita Jung. Será um enorme prazer ir a um encontro com você.

— Agora sim — Ela novamente riu e logo jogou os braços sobre meus ombros, beijando-me novamente.

                O peso de seu corpo sobre o meu me fez cair de costas sobre a cama e eu aproveitei para passar meus braços em volta de seu corpo, mantendo-a presa a mim.

— Dorme comigo essa noite — Ela pediu, afastando um pouco o rosto.

— Nem tivemos nosso primeiro encontro e já está me fazendo propostas indecentes? — Usei o mesmo tom brincalhão que ela havia usando antes e a fiz rir.

— Baboo — Depositou um rápido beijo em meus lábios e então saiu de meus braços, indo para o outro lado da cama, e entrando debaixo de seu cobertor. — É sério… Durma aqui.

— Está bem — Respondi me levantando — Deixe-me trocar de roupa antes.

                Andei até meu quarto e peguei a primeira roupa confortável que vi. Troquei-me rapidamente e quando voltei ao quarto, sorri ao ver que Jessica já dormia pesadamente. Entrei embaixo do coberto com cuidado, e me posicionei ao seu lado. Beijei levemente sua testa e então me aconcheguei em seu corpo. Desejei mentalmente que Yoona estivesse bem antes de deixar que o sono chegasse e me dominasse novamente.

 

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                Fui acordada pelo sol que batia em meu rosto, causando-me certo incomodo. Rolei na cama e logo percebi que Jessica não estava ali. Espreguicei-me e em seguida me levantei. Assim que abri a porta do quarto, pude ouvir várias vozes conversando animadamente. Cheguei à cozinha e pude ver Tiffany sentada à mesa tomando café da manhã junto com Jessica.

— Se soubesse que teríamos visita não teria saído do quarto com essa cara toda amassada — Brinquei e assim que ouviram minha voz as duas se viraram para mim.

                Tiffany rapidamente se levantou e me abraçou forte. Senti um enorme conforto em seus braços, como sempre sentia.

— Como está? — Ela perguntou, afagando meu ombro logo depois de nos afastamos.

— Bem melhor agora — Sorri levemente.

                Andei até a mesa e beijei o topo da cabeça de Jessica, em seguida me sentando a mesa com elas.  Peguei a caixa de cereais que estava sobre a mesa e coloquei um pouco em uma tigela. Teria continuado a preparar o que comeria se o comentário de Tiffany não tivesse me feito parar tudo que fazia.

— Fui ao hospital agora pela manhã…

— E como ela está? — Logo perguntando, esperando ansiosamente por sua resposta.

— Levando… Tentando ser forte. Taeyeon passou a noite com ela no hospital. Disse que ela só não chorava quando estava dormindo.

— Meu deus, o que eu fiz — Abaixei a cabeça começando a ser novamente consumida pela culpa — Sinto-me um monstro.

— Boa Tiffany — Vi Jessica dar um tapa em Tiffany e em seguida a ruiva reclamou.

— Ela não esta errada em falar, Sica — Eu disse

— Mas não há necessidade de você ficar se martirizando por isso. Já te disse para ir atrás delas quando as coisas estiverem melhores. Agora você precisa dar certo espaço pra ela.

— Jessica tem razão. Por pior que a situação seja, uma aproximação sua só ira deixá-la pior — Tiffany concordou, e eu também concordava.

— Mas e o pai dela? Como está? — Perguntei, começando a comer meu cereal.

— Agora é certo de que terá que operar. O médico disse que os remédios que ela está tomando são muito fortes, e que por isso ele já deveria estar sentindo menos dores e estar respirando mais facilmente, mas isso não está acontecendo. A cirurgia acontecerá, eu só não sei ainda quando. A data ainda não foi marcada.

— Espero que seja o mais rápido possível, pra que ele possa logo se recuperar — Jessica disse, compreensiva.

— Eu também… — Apenas concordei, voltando a comer.

— Também espero, até porque cada vez as coisas ficam mais difíceis.

— Por quê? — Perguntei, confusa com o comentário de Tiffany.

— A imprensa. A notícia já vazou. Quando cheguei ao hospital havia repórteres na sala de espera causando o maior tumulto. Andando pra cá, eu vi que até matérias no jornal tem. O que significa que também já está na internet.

— Mas porque isso? — Jessica perguntou. Ela não sabia quem era o pai de Yoona.

— O pai de Yoona é dono de umas das maiores, senão a maior, empresa imobiliária da Coréia do Sul — Expliquei a ela e sua expressão foi de surpresa.

— Ele é muito influente no mundo nos negócios. Por isso que Yoona vive tão bem financeiramente falando. Seu pai literalmente a banca. Ela já trabalhou por conta própria, mas não estava satisfeita e saiu, afinal ela pode largar o trabalho, pois tem alguém que a sustente, já eu…

— Porque você precisaria de alguém que te sustente? Você trabalha, Fany… Larga de ser preguiçosa — Jessica disse

— Trabalha?! — Eu logo retruquei — Tiffany nunca aparece naquela agência! Nunca mais vi Tiffany recusando algum compromisso nosso por causa de trabalho!

— Agora eu trabalho em casa, bem melhor! Ganho menos, mas faço os projetos em casa e os envio por e-mail. Raramente apareço na agência. Prefiro assim, além de ter mais tempo, fico em casa. Quer coisa melhor?

— Fica tranqüila, se alguma coisa acontecer, eu te sustento Fany-aaah — Jessica brincou, nos fazendo rir.

— Acha que é fácil me sustentar, Jung? Sou uma pessoa que gosta de receber presentes, de jantares em bom restaurantes…

— Pena da minha amiga Taeyeon então — Eu disse, e só notei a gravidade do que havia dito quando vi a feição nervosa de Tiffany enquanto Jessica apenas não entendia.

                Vi Tiffany ficar mais branca do que já era. Eu realmente havia falado demais. Na verdade, eu nem tinha certeza de Jessica tinha alguma noção de que Tiffany e Taeyeon tinham alguma coisa.

— Jessica, eu tenho que te contar uma coisa… — Tiffany disse calmamente, virando-se para ela — Eu e Taeyeon estamos juntas.

                Vi uma feição extremamente surpresa em Jessica, e pedi mentalmente pra que sua reação fosse boa, afinal Tiffany estava bem com Taeyeon, e uma reação ruim de Jessica poderia de alguma maneira atrapalhar isso.

 — Wow… Eu… Não fazia idéia…

— Olha, eu sei que você ainda não está bem com ela porque existe muita mágoa e muito ressentimento entre vocês, mas estou muito bem com ela. Pra ser sincera, estou nas nuvens. Estamos indo com calma, mas está tudo tão perfeito que eu tenho até medo que um relacionamento sério estrague isso. Mas por favor, tente não deixar esse seu problema com ela interferir em sua decisão. Eu realmente não quero ficar mal com você por causa disso e…

— Ei, Tiffany! — Jessica a parou, pois ela estava falando muito rápido devido ao nervosismo. Tão rápido que eu ri com a cena, pois as palavras estavam saindo enroladas — Porque ficaríamos mal por causa disso? O problema que tenho com Taeyeon é entre mim e ela, não tem nada a ver com você. Sabe que eu te amo, Fany-ah… Eu nunca deixaria nada disso ficar entre nossa amizade.

— Quem é você e o que fez com minha amiga?! — Ela disse, e eu não contive o riso, assim como Jessica.

— Por quê? Acho que eu mataria você?!

— Quase isso! — Ela respondeu, dando uma risada — Parabéns Yuri, você realmente transformou a Jessica que eu costumava conhecer.

— Estou tentando — Eu disse, sorrindo para Jessica que pegou minha mão sobre a mesa e a beijou.

                Jessica pareceu encarar bem a situação, mas eu ainda pretendia conversar com ela sobre Taeyeon posteriormente. Continuamos a conversar sobre assuntos aleatórios até que terminamos o café e nos sentamos ao sofá. Sentei-me em uma das pontas, e Jessica praticamente deitou-se sobre mim e eu apenas abracei seu corpo contra o meu enquanto Tiffany estava do outro lado do sofá, sentada sobre as pernas. Não me lembro como começamos o assunto, mas estávamos falando sobre família.

— Sinto falta de meus pais…

Confessei, e realmente sentia. Não os via nem via meu irmão desde que havia começado a morar com Jessica. A verdade é que eu morava relativamente longe. Numa parte mais calma de Seul. Costumava dormir muito na casa de Tiffany até por isso, porque a distância acaba nos prejudicando para nos encontramos.

— Porque não faz uma visita a eles? — Jessica virou o rosto um pouco para mim

— É complicado, Sica… Meus pais são muito ocupados, e nós também, não é? Temos compromisso praticamente todos os dias.  Meu pai trabalha bastante, bastante mesmo. Meu irmão também, depois que ele voltou do exército meu pai estava encaminho ele para a empresa onde ele trabalha, então também deve estar bastante ocupado. Minha mãe é a única que costuma ficar em casa, mas também sempre está fazendo alguma coisa.

— Telefone existe, Yul… — Acho que você deveria ser mais ligada a eles.

                Olhei para Tiffany e ela concordava, assentindo com a cabeça. Elas tinham mesmo razão. Eu os amava, era minha família. Mas eu realmente estava distante ultimamente. Teria que mudar isso.

— Falando em família… E a família da Yoona? — Jessica perguntou — Alguém podia ficar no hospital com ela.

— Yoona não tem ninguém… — Tiffany respondeu — Sua mãe morreu quando ela era nova e ela não tem mais ninguém da família no país.

— Bem, tem sua irmã né… Talvez ela nem saiba do estado do pai — Comentei

— Jiyeon? Aquela cobra?! — Tiffany disse alterada de uma maneira que eu e Jessica nos sentimos obrigadas a rir da expressão dela — Deixa aquela mulher na China, pelo amor de deus!

— Nossa, o que ela tem de tão ruim? — Jessica pareceu curiosa.

— Conte, Tiffany, porque nem eu sei. Sei que ela deixou Yoona sozinha com o pai para tentar carreira na China, não é?

— É, sendo que ela é uma megera! Pelo amor de deus, nunca digam isso a Yoona porque eu guardo esse segredo a sete chaves. Sabem que Victoria é chinesa, não é?

— Claro — Respondemos juntas.

— Então, eu estava conversando com ela e Sulli uma vez há algum tempo atrás, e ela nos contou uma coisa, mas pediu sigilo absoluto, pois não queria que isso chegasse aos ouvidos de Yoona. Ela tem uma amiga, que estava trabalhando no mesmo drama que a Jiyeon estrelou. A tal amiga contou a Victoria que ela é uma jibóia em forma humana! Que ela se acha “a diva”. Que manda e desmanda em todo mundo, até quem nem mesmo trabalha pra ela. É falsa com os fãs, e parece não ser amiga de ninguém.

— Nossa, Tiffany… Não acha isso meio exagerado? — Jessica perguntou e eu fui obrigada a concordar.

— Também pensei nessa hipótese, mas depois me lembrei da história dela com Yoona. Ela largou o pai e a irmã mais nova logo após a morte da mãe. Isso é ser muito sem coração gente, por favor…

                Novamente tive que concordar, mas dessa vez com Tiffany. Era fácil acreditar que isso tudo era verdade pelo simples fato de Yoona não parecer fazer muita questão da presença da irmã, nem mesmo em um momento como esse.

— Tá, mas agora chega de falar sobre Jiyeon e questionar se ela é ou não boa pessoa. Porque não saímos para almoçar hoje? Por minha conta — Eu disse, e Jessica logo se animou.

— Agradeço Yul, mas prometi passar no hospital para pegar Taeyeon e Yoona para almoçar. Para Yoong será bom para distrair a mente, e Tae deve estar cansadíssima. Ela passou a noite lá, foi em casa agora de manhã para um banho e comer algo, mas já voltou para lá. Ela faz questão de ficar com Yoona. Daqui a pouco o manager dela vai reclamar, ela cancelou um evento fansign hoje só pra ficar com Yoona. Inclusive, vou aproveitar para ligar para ela e perguntar como estão as coisas.

                Tiffany se levantou do sofá e foi até a janela da sala, para falar ao celular. Assim que ela se afastou Jessica girou em meu colo, ficando de frente para mim, mas ainda deitada em meu corpo.

— Podíamos comer aqui mesmo. Eu preparo alguma coisinha pra gente almoçar. Afinal, já vamos sair à noite.

— Hmmm, então nosso encontro é hoje à noite? — Me fiz de surpresa.

— Porque, tem outros planos, Kwon?! — Seu olhar pra mim foi feroz e eu apenas a apertei mais contra mim.

— Depende, se você quiser ficar, comer alguma coisa, tomar um vinho… Sabe, ficar por aqui mesmo.

                Levei meu rosto até seu pescoço e comecei a dar beijos e leves mordidas ali, e pude ouvir um gemido satisfeito por parte dela. Ela, que antes estava deitada sobre minhas pernas, se separou de mim por alguns instantes apenas para se sentar sobre as mesmas, agora me mantendo presa entre ela e o sofá, o que não era nada ruim pra ser sincera. Ela atacou meus lábios, e segurou meu rosto com as mãos enquanto sua língua fazia maravilhas sobre a minha. Isso era com certeza uma das coisas que eu mais tinha sentido falta. O beijo de Jessica era simplesmente… Maravilhoso. Sem hesitar, levei minhas duas mãos até suas coxas e as apertei, e em resposta ela mordeu meu lábio, o que me fez abrir os olhos, então ela se afastou e sorriu de maneira tão maliciosa que se Tiffany não tivesse nos interrompido, eu acho que não responderia por meus atos.

— Vocês querem parar com essa pouca vergonha no sofá?! Eu ainda estou aqui!

Ela se sentou novamente no mesmo lugar de antes e Jessica não saiu daquela posição, e apenas recostou o tronco sobre o meu.

— Falando na cobra… — Tiffany disse em tom sério, recebendo então total atenção por parte minha e de Jessica — Ela voltou. Jiyeon voltou e já está no hospital.


Notas Finais


É galerinha, Jiyeon voltou! Acham que ela vai aprontar? Façam suas apostas rs
E quanto a informação que eu prometi, teremos o tão esperado e prometido orange! Prometo que será um orange de verdade dessa vez, vocês merecem isso ;) Me esforçarei o máximo, e veremos o resultado no próx cap ;)


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