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História Bêbado e perdido - Capítulo único.


Escrita por: jimiours

Notas do Autor


olá! estou aqui com uma one novinha, estava muito ansiosa e espero que vocês gostem. boa leitura!

capa confeccionada pela @blububblegum e betagem feita pela @smaxyjjk!

Capítulo 1 - Capítulo único.


Fanfic / Fanfiction Bêbado e perdido - Capítulo único.

Eu pude finalmente  levantar daquela cadeira – não mais – confortável, mas que agora estava me dando uma tremenda dor nas costas por ficar sentado na mesma posição por mais de quatro horas seguidas em frente ao computador, trabalhando a tarde inteira já que era o chefe da empresa, uma das mais conhecidas pela Coreia. 

Era ômega e carregava uma responsabilidade enorme nas costas, mas não me importava pois estar ali era algo que queria conquistar desde pequeno. Porque vamos ser sinceros, não é fácil – hoje em dia – ver um ômega liderando, sendo chefe de uma empresa tão grande assim como eu, mas nunca abaixei a cabeça pra ninguém e sempre lutei pelos meus direitos, fazendo eu ser o que sou hoje; um ômega independente, com uma boa casa e uma boa vida financeira. E sou feliz porque conquistei tudo isso sozinho, sem a ajuda de ninguém, a não ser o apoio dos meus pais, mas no começo eles não colocaram muita fé, não.

Peguei meu casaco e cachecol para me proteger do frio congelante que fazia do lado de fora. Não poderia pegar uma gripe agora, estava perto do natal e o que eu menos quero é passar essa data comemorativa doente. Saí da sala depois de dar uma leve organizada por ali e rumei até o elevador; queria logo ir para casa, deitar na cama e só acordar no dia seguinte. Cumprimentei alguns empregados e a recepcionista que ficava na portaria, indo para o estacionamento subterrâneo. Abri a porta da minha Jaguar F-Type e sai para as ruas movimentadas de Busan.

Avistei a cafeteria que eu costumava ir todas as noites, que ficava ao lado de um barzinho e sem pensar duas vezes dirigi meu carro até lá, parando em frente à loja para comprar minha bebida favorita, na tentativa de esquentar um pouco a noite. 

— Olá, boa noite — cumprimentei o atendente com um sorriso, enquanto já passava a procurar qual doce levaria para casa hoje. 

— Olá, senhor. No que posso ajudar? — perguntou gentilmente, abrindo um grande sorriso. 

— Me vê um capuccino com chocolate e um bolinho, também de chocolate. — Vi o rapazinho do sorriso bonito assentir e me sentei na cadeira que ficava em frente ao balcão.

— Aqui, senhor. — Me entregou a bebida e o doce num tipo de caixinha, bem delicada e bem embalada, dava até dó de jogar a embalagem fora.

Depois de pagar e agradecer ao beta – que era muito bonito por sinal, vale ressaltar –, saí da cafeteria enquanto caminhava tranquilamente pela calçada a fim de chegar logo em meu carro. Quando estava prestes a abrir a porta do veículo, senti meu pulso ser segurado com delicadeza, e logo virei meu corpo para saber quem era que me impedia de ir para casa. 

— Moço, me ajuda a voltar pra casa? — A voz estava embolada do rapaz de aparentemente 20 anos que estava cheirando um pouco a álcool; não era tanto a ser insuportável, mas dava pra sentir se eu me aproximasse. O alfa tinha cabelo um pouco longo, uma estatura alta e estava com uma enorme cara de cachorro abandonado. 

“Ok, ele é bonitinho."

— Onde é a sua casa? — perguntei me livrando de suas mãos apenas para colocar a comida dentro do carro.

— Eu e-esqueci, moço — choramingou, apertando os olhos como se fosse chorar. Fiquei desesperado, ter um alfa chorando no meio da rua porque esqueceu onde fica sua casa não é algo que se acontece todo dia. — Ajuda eu, moço. 

Eu realmente não vi mal naquilo; o alfa estava bêbado e quase chorando, havia esquecido sua casa, não havia motivos para não ajudar o rapaz e esse parecia uma criança de tão indefesa que estava naquele momento. 

— Tudo bem, eu posso te ajudar… — Sorri guiando o homem para dentro do carro e o colocando no banco do passageiro ao meu lado. — Mas se você vier de gracinha pra cima de mim vai ser só uma, tá’ me entendendo? — Levantei meu punho mostrando o que eu queria dizer.

— Prometo não fazer nada de errado e não chatear o senhor, e se quiser socar eu, fica à vontade. — Sorriu, se aconchegando e logo apagou no banco do carro. 

— O que eu vou fazer com esse garoto? Meu deus. — Bati a mão na testa, ligando o motor do carro e logo partindo para casa enquanto comia do que havia comprado na cafeteria.


 

Desci do carro pegando meus pertences e fui para o outro lado acordar ao garoto que babava no meu banco de couro, porque eu não tinha condições de arrastar aquele poste humano pelo prédio. Chacoalhei o alfa várias vezes, mas nada de ele acordar, então a única opção foi berrar para o prédio inteiro ouvir.

Abri a porta do meu apartamento e logo assim que pus meus pés para dentro, me joguei no sofá da sala, sentindo todos os meus ossos estalarem. Tirei meu casaco, meu cachecol e meu sapato, jogando no tapete que se encontrava ali. 

— Moço, onde eu coloco isso? — O rapaz parecia estar um pouco melhor, mas ainda falava meio embolado. Ele precisava de um banho urgente.

— Pode colocar ali em cima e, por favor, me chama de Jimin. Qual é o seu nome? — perguntei me levantando e indo para a cozinha a fim de preparar alguma coisa para comer.

— Jeon Jungkook, acho eu. — Coçou a cabeça enquanto acompanhava meus passos. Sentou em uma cadeira vazia que se localizava ao lado do balcão e já ficou me olhando, como se estivesse esperando eu dizer o que estava fazendo.

— Quer Lamen? — perguntei vendo Jungkook assentir freneticamente, dizendo que estava com fome. — Então vai tomar um banho pra tirar esse cheiro de álcool e pra ver se você consegue lembrar onde você mora. — Abaixei o fogo e fui guiando o alfa para o banheiro. — Vem, acho que tenho alguma coisa que sirva em você. 

— Se preocupa comigo não, eu posso usar essas roupas, mesmo. — Entrei no quarto e fui procurar alguma peça de roupa para o maior, encontrando um conjunto de moletom que comprei mas era dois números maior que o meu. Peguei uma cueca nova e uma toalha, entregando a ele e empurrando seu corpo para entrar no banheiro. — Não precisa...

— Cala a boca e entra. — Fechei a porta do banheiro e saí do quarto, indo ver se a comida já estava pronta e logo tirei do fogão para preparar o de Jungkook. 

Depois de algum tempo ele finalmente apareceu na sala, agradecendo pelo banho e pelas roupas e dizendo que eu já poderia ir tomar o meu. Disse a ele que já tinha comido e mostrei onde estava a sua janta, falei também que se ele quisesse assistir TV era para ficar a vontade porque eu já voltava.

Subi para meu quarto e separei uma blusa de manga longa e uma calça de algodão deixando em cima da cama e fui para o banheiro. Depois de tomar um banho demorado e me trocar, sequei meu cabelo e desci para ver se Jungkook já havia terminado de comer e para perguntar se ele queria assistir a algum filme, pois ainda estava cedo para ir dormir. 

— Conseguiu lembrar onde você mora? — perguntei descendo as escadas e parando na sala, vendo que o alfa assistia um filme da Barbie. Me sentei ao seu lado enquanto cobria nossas pernas com uma coberta que havia pegado antes de descer. 

— Não lembro muito bem, desculpa. — Coçou a nuca, parecendo nervoso e deu um sorriso tímido, vidrando seu olhar na TV. — Eu não devia ter bebido tanto. 

— Por que você estava bebendo? — Minha curiosidade falou mais alto, a culpa não é totalmente minha. Peguei o controle de sua mão e pausei o filme que rolava na televisão.

— Estava afogando minhas mágoas na bebida. — Riu colocando as mãos atrás da cabeça, se espreguiçando enquanto ajeitava a postura. — Fui iludido novamente, já não é mais novidade. — Sorriu em minha direção, como se não se importasse em ser iludido.

Em todos os meus vinte e três anos de vida, só tive dois relacionamentos – não sei se posso chamar aquilo de relacionamento, mas isso não é relevante agora –, então não sei se entendo muito sobre o assunto. Não que os meus dois “relacionamentos” deram super certo, mas acho que eles não duraram por minha vontade mesmo, já que nunca pensei em namoro ou algo assim, sempre busquei dar minha total atenção aos estudos e, talvez mais para frente, pensar em encontrar alguém. Infelizmente – ou talvez felizmente? – ainda não achei a pessoa certa. Tudo no seu tempo, não é mesmo?

— O que aconteceu, exatamente? Digo, o que ela ou ele fez?

— Eu conheci uma garota já faz um tempo, éramos amigos desde o ensino médio e durante esses meses a gente foi se aproximando e eu contei que estava começando a gostar dela e ela disse que estava sentindo o mesmo. Com isso a gente continuou a conversar como se realmente estivéssemos em um relacionamento, e ontem eu havia decidido pedir ela em namoro já que eu achava que gostava mesmo dela. — Deu um sorriso bobo, como se não estivesse acreditando no que estava dizendo. — Quando encontrei com ela e me declarei junto com o pedido, ela disse que estava gostando de outra pessoa, e que já estava saindo com ela há algum tempo. — Riu desacreditado, passando as mãos no cabelo. — No final a garota disse que era lésbica e foi embora. — O melhor de tudo aquilo era que ele falava numa tranquilidade como se já tivesse superado, ou apenas não ligava mesmo. — Só sei que depois fui para o bar beber um pouco.

“Ôôôôôôôô, vida de gaaaado”

— Você não parece muito afetado com isso. — Soltei mesmo, ele estava muito normal pra alguém que ganhou um fora e ainda descobriu que essa pessoa já estava saindo com outra. 

— Pra falar a verdade, eu acho que não me importo muito em levar um fora — falou sinceramente. — Acho que eu estava apenas com um crush nela, porque ela me tratava tão bem que talvez eu achei que estava realmente gostando dela, sabe? Não sei se você entendeu, mas comigo é assim, não sempre, mas acontece. — 100% sincero.

— Eu não sou muito experiente quando o assunto é namoro, mas compreendi o que você quis dizer. — Eu não estava mentindo, apenas não consegui entender 60% da história.

— Comprei até as alianças, acredita? — falou quando um silêncio confortante pairou sobre nós, e em sua voz tinha um toque de incredulidade.

— Claro que acredito. — Prendi o riso.

— Elas são lindas, foi dinheiro jogado fora! — Cruzou os braços emburrado.

“Seriam ainda mais lindas se estivessem no meu dedinho após você me pedir em namoro. Pega a visão, gato."

— Foram meses juntando dinheiro, hyung. — Seu semblante começou a mudar, parecia que ia começar a chorar. Só acho que o efeito da bebida voltou.

— Shiuu, não chora, você ainda vai encontrar a pessoa certa e irá poder entregar as alianças para ele. — Eu tô bem aqui na sua frente, preste atenção, pô.

Desculpa, gente, mas ele é uma gracinha e apaixonei nele de uma hora para outra, érriéssi.

— Vamos assistir filmes da Barbie juntos? — Me olhou com os olhinhos molhados e com um biquinho nos lábios.

Vocês acham que eu iria aceitar assistir filmes da Barbie com esse alfa? Pois saiba que eu aceitei mesmo e não me arrependo.

Passamos a noite toda maratonando e eu havia descoberto que Jungkook era um grande fã da personagem, e que ele já assistiu todos os filmes dela, sem exceção. Tudo bem, eu gosto muito da Barbie e já até pedi uma boneca de presente uma vez, mas não sou tão fiel à ela quanto o Jeon. 

Já estávamos cansados de assistir filmes e resolvemos ir deitar pois eram três e meia da manhã e eu não estava aguentando ficar mais nenhum minuto com os olhos abertos. Ajudei Jungkook com sua “cama” improvisada que fizemos no sofá; eu até me ofereci para dormir no sofá e ele na cama pois os quartos de hóspedes estão uma bagunça, e não deixaria ele dormir lá, mas ele disse que eu já estava o ajudando demais e que dormiria no sofá – palavras dele, juro.

— Boa noite, Gguk-ssi — desejei sorrindo, subindo as escadas depois de tomar um copo de leite com o mais novo – descobri que o alfa tinha apenas vinte e um anos. Estava prestes a entrar no quarto quando ouvi sua voz sonolenta de longe.

Durma bem, Jiminnie.

E entrei no meu quarto, deitando em minha cama um sorriso bobo nos lábios.




 

Estávamos em frente a casa do Jeon, nos despedindo. Hoje de manhã ele já estava bem sóbrio e havia acordado com dor de cabeça, mas o que uma sopa para ressaca não faz, né? Bom, pelo menos ele já lembrava onde era sua residência, então fomos para a cafeteria da noite passada e tomamos café da manhã. Logo depois levei ele para casa e descobri que não era muito longe da minha. Trocamos nossos números e agora estamos nos encarando sem falar nada, num silêncio constrangedor, um de frente para o outro.

— Hyung, eu realmente gostei de você e espero nos vermos muitas vezes. — Sorriu, e eu pude ver pequenas ruguinhas fofas se formaram perto de seus olhos. Mas esse garoto é uma gracinha mesmo...

— Digo o mesmo… — Sorri sincero. — Foi bom te conhecer, mesmo não sendo de uma forma normal. — Ele fez um biquinho e eu fiquei com vontade de estapear aquele rostinho lindo pra parar de ser fofo.

“Me beija logo! Tá’ esperando o quê?”

— Então até mais, hyung. — Acenei com as duas mãos, mas antes de me afastar senti Jungkook me puxar para um abraço, fazendo seus braços rodearem minha cintura. — Muito obrigado, Jimin-ssi, você foi a minha proteção essa noite. — Me apertou mais forte, sem me machucar. — Eu não sei o que teria acontecido comigo. Quando eu bebo muito eu faço loucuras, acredite — ditou tudo pertinho do meu ouvido, e logo desfez o abraço, um pouco envergonhado.

— Se cuida, Jungkookie. — Beijei sua bochecha e saí correndo para dentro do carro, fechando a porta e colocando as mãos nas minhas bochechas, que pegavam fogo.

“É possível se apaixonar por alguém em tão pouco tempo assim?”

 


Notas Finais


espero que vocês tenham gostado, e até a próxima!


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