História Because i love you - Kim Namjoon - Senhorita?

O cheiro de cigarro não estava mais ali e no lugar, um incrível cheiro amadeirado me fez abrir os olhos e esticar meu corpo na cama. Os lençóis eram macios e sedosos, abracei o que pensei ser o travesseiro escondendo meu rosto em algo quente e com cheiro de... bebê?

Sentia o vento bater de leve em meu rosto, a janela devia estar aberta e foi naquele instante que meus olhos se abriram, lembrei que não estava em casa e que o “travesseiro”, era o Namjoon. Ele estava de olhos abertos e sem camisa, será que alguma coisa rolou ontem a mais do que eu estava lembrando?

-Bom dia senhorita, -Arregalei os olhos me afastando lentamente do corpo de Namjoon. –Está assustada assim porque? –Sorriu debochado saindo da cama.

Tampei os olhos assim que vi que o mesmo estava apenas com uma cueca box cinza, por mais que sua bunda fosse linda e bem maior que a minha, me senti envergonhada por estar daquele jeito na frente dele.

Esse homem não tem vergonha na cara não?

-Ah... –O olhei quando finalmente o vi vestido com uma calça preta rasgada no joelho, era difícil me concentrar vendo-o daquele jeito, seus músculos estavam aparentes e as tatuagens pareciam brilhar a luz do dia.

-Não rolou nada ontem se é isso que você está pensando, -Falou sorrindo, ele estava rindo da minha cara? Mas que ousadia. –Você dormiu, eu te trouxe para o quarto, mas assim que tentei sair a senhorita me puxou e me fez de travesseiro.

Me sentei mesmo sendo contrariada pelo meu corpo, vendo Namjoon sentar na cama colocando seu tênis preto junto com uma camisa larga branca, ele estava um gato, porém jamais iria admitir isso a ele.

-Vai ficar aí me olhando ou vai se vestir? –Balancei a cabeça correndo para o banheiro, minhas roupas ainda estavam lá e me apressei em coloca-las, enquanto lavava o rosto ouvi Namjoon descendo as escadas e começando a preparar o café.

Soltei meu cabelo sentindo meu coro doer de ter dormido com ele amarrado, lavando o rosto acabei pegando um pouco da pasta de dente e a colocando na boca, não queria estar com mal alito, apesar de saber que ele não chegaria tão perto assim de mim para sentir meu bafo.

Mais como Yoongi sempre dizia, melhor prevenir do que remediar.

-Uau, você é bom nisso... –Falei me encostando no balcão após sair do banheiro, o loira estava fazendo panquecas e olhando-o sem que o mesmo visse, notei que ele podia ser bem interessante e misterioso quando queria.

-Coma, tenho que te levar para casa, senhorita. –Colocou um prato com panquecas na minha frente e o encarei.

-Porque está me chamando de senhorita? –O vi sentar à minha frente e tomar um gole de café antes de falar:

-Sabe, você é bem famosa, na internet... –Falou pausadamente, comendo uma de suas panquecas. –Filha de empresários ricos, noiva... –Sussurrou a última parte, me fazendo arquear a sobrancelha.

-Você é um stalker, senhor Namjoon? –Semicerrei os olhos sorrindo, as panquecas estavam boas e só reparei a carranca do tatuado quando o mesmo se levantou me apressando para irmos embora.

Saímos as pressas e para minha surpresa ele tinha uma moto, o que para um tatuador combinava mais que um carro. Não sei porque, mas aquela camisa branca com uma jaqueta de couro havia realçado seu porte atlético.

Porém, ele estava estranho.

-Segure firme, -Falou se sentando na moto e colocando o capacete, logo depois de mim que sempre amei motos e vi um capacete preto sendo colocado a minha frente. –Só não desça suas mãos, seu noivo não vai gostar.

Se não estivesse de capacete veria as rugas que se formaram no meio da minha testa, não notei que ele havia dado partida e rapidamente agarrei sua cintura, por instinto coloquei minha cabeça em cima de seu ombro vendo seus olhos olharem em direção ao espelho.

Suas palavras ainda martelavam em minha mente, suas ações estavam estranhas desde que ele falou de meu “noivo” diria que poderia ser ciúmes, mas isso nem tem cabimento já que tanto eu quanto ele sabemos que nunca mais nos veremos.

Alguns quarteirões se passaram e a velocidade da moto se diminuía, sinalizei para virar à esquerda e assim minha casa estava a poucos metros. Falei um “É aqui”, e lentamente sai da moto quando o mesmo parou.

Namjoon tirou o capacete e por alguns segundos a cena de sua pele avermelhada e seus cabelos bagunçados mexeram com meus batimentos. Entreguei o capacete em sua mão subindo na calçada, mas assim que abri a boca para falar Yoongi apareceu com Nang em seus braços.

-Namjoon? –Franzi o cenho quando os dois se cumprimentaram, o mais alto saiu de sua moto e abraçou seu... amigo? –Quanto tempo cara, a Asly te deu muito problema?

-Não sabia que vocês eram noivos, quer dizer... –O loiro começou assustado me olhando de canto, mas sua cara assim que Nang abraçou meu “noivo”, foi engraçada.

E bem, o que fazemos quando achamos algo engraçado? Rimos, é isso ai!

-Nós não somos noivos de verdade, casamento arranjado, gatinho. –Parei a seu lado sentando em sua moto, seu olhar foi até mim e voltou a seu amigo. –Não sabia que você era ciumento...

-E você é convencida. –Falou me tirando de sua moto com um sorriso debochado, pelo menos ele não estava sério que nem antes.

-Espera ai! Da onde vocês se conhecem? –Perguntei, mas Namjoon deu partida na moto acenando para Yoongi, e eu?

Porque ele não me disse nem um tchauzinho, sei lá!

-Ele é meu tatuador, Asly. –Falou com uma careta de deboche igual à do loiro.

–E a pergunta não é essa, porque você estava com ele? –Foi a vez de minha irmã falar e me puxar pelo pulso até o jardim de casa, o portão foi fechado e Yoongi se encostou no mesmo sorrindo na minha direção. –Você ficou louca? O que acha que os vizinhos vão pensar de uma mulher comprometida chegar na garupa de outro homem em casa?

-E o que vão pensar da irmã mais nova, abraçada com o noivo dela? –Nang cruzou os braços brava, mas logo cedeu e Yoongi se juntou a nós.

-Como se conheceram? –Sentei na grama olhando o céu, aquela manhã seria linda, porém teria que a ver da janela do meu quarto.

As últimas provas eram as mais importantes do curso de direito, precisava estudar para uma que seria no dia seguinte e nem ao menos sei como começar. Deus que me ajude.

-Umas coincidências aí. –Falei me levantando e andando até a entrada da casa, caminhei até meu quarto que ficava no final do corredor e tranquei a porta quando entrei.

Um monte de livros estava por cima de meus travesseiros e a ideia de dormir pareceu idiota, sentei com o computador no colo começando a abrir vídeos sobre os temas da aula, a última coisa que quero é reprovar nessa faculdade.

Não posso negar que algo em mim estava implorando para ver aquele idiota. Será que irei vê-lo novamente?