História Because i love you - Kim Namjoon - Liberdade

E mais uma semana se passou como vento, rápida e fria como Namjoon estava sendo esses dias.

Depois do ocorrido na praça, ele se certificou de me trazer segura até em casa e até conversamos por mensagem. O Kim havia pedido meu número e posso dizer que ele estava envergonhado por isso me deixava ainda mais sorridente.

A sensação de sua mão sobre a minha deixava minhas expectativas maiores que a torre Einfel, o calor de seus dedos apertando os meus de forma protetora. A forma como seu corpo musculoso me pressionou na parede me deixava febril, poderia ter o beijado naquele instante.

Seus olhos também não saiam dos meus sonhos nas outras duas semanas que se passaram, apesar de sua aparência ser forte e seu jeito frio e sem emoção, seus olhos eram verdadeiros e isso ele não poderia esconder de mim.

O Kim parecia não querer se mostrar a mim, mas vou descobrir tudo sobre ele e quem sabe só TALVEZ, beijá-lo.

-Deus pode me conceder esse desejo? –Falei colocando minhas mãos para cima, Nang entrou e me olhou estranhamente.

-O Namjoon não deu sinal de vida de novo? –Se sentou do meu lado, esticando as pernas na parede assim como eu. –Não acha que ele tem motivos para sumir dessa forma sempre que vocês se encontram?

-Qual motivo seria? –Perguntei franzindo o cenho.

-Já pensou que ele pode ser chefe de uma máfia coreana? –Dei risada da sua fala, ouvindo o celular na cama vibrar.

Nunca pensei que estaria magoada com alguém porque ela foi embora da minha vida, pessoas vem e vão e quem é para ficar apenas fica. Mas isso era diferente do que estava sentindo agora, Namjoon havia sumido desde a última vez que nos vimos e isso me magoa e ao mesmo tempo me mantém estranhamente curiosa.

-Estão aqui porque? –Yoongi entrou no quarto falando. –Amália fez pipoca e seus pais querem ver filme. –Deitou ao lado de Nang a puxando para seu peitoral.

-É o Namjoon? –Nang perguntou e corri para a janela, precisava de luz para não me perder na escuridão dos olhos dele.

Sim, isso mesmo, ele mandou uma foto dele para mim.

PARA MIM.

@NAMJOONKL: Podemos nos encontrar hoje?

Me perdi alguns minutos olhando a tatuagem em seu pescoço, não estava apaixonada por ele, mas sim querendo muito desvendar o perigo que sua presença e seu toque me trazem.

@JANG_ASLY: Está me chamando para sair depois de três semanas me ignorando?

@JANG_ASLY: Você é estranho.

-Mana, temos que descer agora... –Olhei para os dois e seria estranho os dois descerem sem mim, então me juntei a eles e Yoongi me abraçou quando chegamos no andar de baixo.

Meus pais ficavam pouco tempo em casa e na maioria das vezes estavam trabalhando ou indo em festas e eventos, porém hoje seria o dia família e sempre ficávamos na sala vendo nossos filmes preferidos e comendo doces e salgados que a Amália fazia.

Sorri para os dois que estavam deitados no sofá abraçados, sentando com Yoongi no sofá felpudo. Me tampei com a manta para que minha irmã e meu “namorado” descem suas mãos e quando o fizeram peguei meu celular vendo as notificações.

@NAMJOONKL: Digamos que tive uns problemas senhorita.

@NAMJOONKL respondeu sua história “Você está linda vestida assim”

@NAMJOONKL: Acho que preciso ver você.

Aquela última mensagem me fez fechar os olhos e sorrir, Yoongi e Nang me olharam com o mesmo sorriso cúmplice e minha mente divagou durante alguns segundos.

Não estava apaixonada pelo tatuado e sim curiosa sobre ele.

-Asly? –Olhei para minha mãe que sorria para mim. –Precisamos falar sobre o casamento de vocês. –Todos ficamos tensos.

-Mãe, não estou no clima disso, tá? –Falei e a mesma se sentou me olhando.

-Você está adiando isso a mais de anos Jang Asly, -Esbravejou. –Vocês se amam de verdade, porque está adiando algo que não pode decidir?

“Não pode decidir”, aquela frase me fez tirar as mãos dos dois e levantar do sofá, Nang apenas fechou os olhos e sabia que a mesma estava se segurando para não chorar. Yoongi suspirou pesado olhando para mim.

-Posso sim, é minha vida mamãe! –Ela arregalou os olhos, nunca havia falado com ela daquela forma. –Parem de achar que podem decidir as coisas por mim, a vida é minha.

Não sei como tive coragem de dizer aquelas coisas, mas meus pais me olhavam assustados e sem reação, isso não era diferente com Yoongi e Nang. Lágrimas acabaram quando meu pai levantou e se aproximou.

-Você sabe seus deveres e suas obrigações para com a nossa família. –Ditou e Yoongi levantou tentando me acalmar, olhei meu pai mais uma vez.

-Não são obrigações com a nossa família, são obrigações com a SUA empresa, -Levantei a voz falando tudo que tive vontade de falar a vida inteira. –Vocês querem decidir nossas vidas por nós, mas eu não quero cuidar da empresa, sabem que o que mais quero é fazer jornalismo!

-Enquanto estiver em baixo do meu teto, -Segurou meu braço com brutalidade, mamãe tentou o fazer parar, mas ele apenas me apertou mais. –Vai fazer o que eu mandar, você não é nada sem o dinheiro que te damos e vai fazer o que nós queremos.

-Vai sonhando papai, -Me soltei de seu aperto, pegando meu carregador e meu celular. Nang tentou me segurar, mas me virei já enfurecida. –Se acha que tem controle da minha vida, vou sair daqui, fique com tudo que me deu.

-Filha, não faça isso seu pai está alterado. –Minha mãe interveio enquanto meu pai me olhava enfurecido.

-Não posso mais deixar que tentem controlar minha vida, passar bem. –Sai porta á fora escutando Yoongi me chamar diversas vezes, mas apenas corri para qualquer lugar longe dali.

Andei durante algumas horas e meus pés já estavam doloridos, só conseguia pensar em ir para a praia e quando meus dedos tocaram a areia sorri, a liberdade é gratidão para quem ficou preso por anos.

Não tinha certeza do que tinha feito, mas tinha minhas economias e estava preparada para viver minha própria vida tomando minhas decisões apenas porque EU quero.

-Sabe, não está tão frio, mas não exagera. –Me assustei quando uma jaqueta de couro foi jogada em meus ombros, eu conhecia essa jaqueta.

Tinha o cheiro dele e lágrimas automaticamente caíram, não por ele estar ali ou por Namjoon ser a última pessoa que queria que me visse assim. Suspirei e o vi sentar perto de mim, com o polegar limpou uma única lágrima que caia.

-Como sabia que eu viria para cá? –O olhei e o mesmo mantinha seus braços abraçando seu joelho, o olhar estava no mar e ele parecia gostar dali tanto como eu.

-Também venho aqui para fugir dos meus problemas, -Olhou-me por alguns segundos. –E Yoon me ligou falando da briga e que você iria sair de casa.

Respirei fundo o encarando e me surpreendi por Yoongi ter ligado justo para o Namjoon, seu boné estava combinando com as vestes pretas e o moreno devolveu o olhar, me fazendo desviar e suspirar.

-Cansei de ser controlada, -Sentia seu olhar em mim, mas não quis devolver. –Não posso me casar sem amar quem estou casando do jeito que meus pais esperam, muito menos assumir uma empresa que odeio.

O tatuado apenas me ouvia e ajeitava a jaqueta em meus ombros, chegando mais perto do meu corpo. Me deixei levar pelo momento e encostei minha cabeça em seu ombro, o senti ficar tenso por alguns minutos.

-Sei como é ter uma família controladora. –Desabafou, minhas lágrimas caiam e não acreditei que estava chorando na frente do Namjoon.

DO NAMJOON.

-Eu tenho dinheiro para alugar um apartamento, mas não quero mais nada deles. –Senti uma de suas mãos me abraçar por trás, parecia que ele não queria que eu notasse seus pequenos toques. –Não sei o que fazer, só sei que não quero voltar.

-Se quiser ficar na minha casa até poder se manter com seu próprio dinheiro, -O olhei assustada, como assim ficar na casa dele? –Eu viajo metade do tempo por causa do trabalho e para ver minha irmã, pode ficar na minha casa.

-Está mesmo falando sério? –O olhei mais uma vez e ele sorriu minimamente, acabei me empolgando e o abracei, por estarmos sentados ele desequilibrou e caiu na areia.

Na hora que tentei me desculpar pela minha falta de coordenação motora, levantei a cabeça e vi que seu rosto estava perto demais do meu, algo em mim se colocou em estado de alerta, suas orbes que se fixaram nas minhas.

Meu tronco estava em cima do dele e senti suas mãos segurando minha cintura, não consegui parar de olhá-lo por um segundo sequer ,ainda mais com seus olhos presos em meus lábios e analisando cada parte de meu rosto.

-Porque está sendo bom para mim? –Perguntei ainda com os cotovelos apoiados na areia e seu olhar se intensificou.

-Você salvou minha vida aquele dia, estou lhe agradecendo. –Mas é claro que é por isso, o vi engolir em seco e notei que ainda estava em cima dele me levantando rapidamente e quase caindo de novo. –Além de marrenta é estabanada.

-Desculpa! –Ele me olhou por alguns segundos começando a rir e acabei fazendo o mesmo, tentando parar de pensar como seria morar na casa do moreno que estava me deixando cada dia mais curiosa a seu respeito.