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História Because Of You - Capítulo Um - Talvez


Escrita por: BlueMoon_3

Notas do Autor


OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOIII
Eu voltei! E estou com o proximo cap! Bom eu já tinha ele pronto quando eu postei o prologo, mas resolvi postar só hoje. Espero mesmo que gostem, minha primeira fic do BTS :3
Kookie so no proximo capitulo sorry.
Um capitulo fresquinho, e logo, logo volto com o proximo.
Se você gostou da fic, POR FAVOR fale dela para seus amigos, pouquíssimas pessoas viram e sabem da existência dela. Mas paciencia, bom espero que gostem.

Boa Leitura :3

Capítulo 2 - Capítulo Um - Talvez


Fanfic / Fanfiction Because Of You - Capítulo Um - Talvez

Chapter One -

 

Ir ao enterro de minha mãe, foi com toda certeza uma das piores experiências. Não só pelo fato, de que minha mãe estava dentro daquele caixão de madeira. Também odiava o fato de ser obrigado a, cumprimentar todas aquelas pessoas que nunca vi na vida, ouvi-los dizer seus “meus pêsames” com falso pesar em suas vozes, sentir os olhares de pena sobre mim, estava me sufocando.

Eu tinha vontade de gritar, que não precisava de seu pêsames e condolências. Isso era a última coisa que eu precisava. Eu apenas precisava de alguém para abraçar e me dizer que tudo iria ficar bem, eu precisava soltar tudo que estava entalado em minha garganta e preso em meu peito, em forma de choro. Mas eu não conseguia, não havia derrubado uma lágrima sequer, desde que a encontrei sem vida.

Chung Hee estava ao meu lado. Sua mão esquerda, descansava sobre meu ombro esquerdo e me abraçava fingindo tristeza. Eu sentia meu peito pesado, por todos os sentimentos reprimidos, embora meu rosto não demonstrava isso, não carregava expressão alguma.

Senti meu estômago embrulhar, e uma pontada no peito. O caixão de madeira, que minha mãe repousava, lentamente   descia pela cova na terra. Ela não voltaria, nunca mais.

Eu agradeci a Deus, quando tudo acabou, e eu pude retornar para casa. O caminho no carro seguiu  silencioso, por minha parte e da de Chung Hee. O único barulho presente era o da música Pop do rádio, e os carros na avenida.

Assim que chegamos em casa, eu fui rapidamente para meu quarto, e permaneci o resto do dia lá.

Não sai para comer, e nem para beber. Tinha um banheiro a minha disposição naquele quarto, então entrei e tomei um longo banho quente. Sai do chuveiro enrolado em uma toalha e me olhei no grande espelho na porta do banheiro.

Eu não era gordo, não muito, só minhas bochechas que eram muito grandes e minha pele era branca, por não ter muita exposição ao sol. Eu realmente parecia com minha mãe, os cabelos castanhos lisos, as bochechas gordinhas, até o corpo meio delicado para um garoto, pela falta de exercícios físicos. Mas eu tinha os olhos do meu pai. Me lembro de uma foto que minha mãe guardava dele, os mesmo olhos.

Por isso que ela não aguentou?

Toda vez que ela me olhava, se lembrava dele?

Será que olhar para mim era muito doloroso?

Pensamentos martelavam em minha mente, enquanto me vestia e saía do banheiro da suíte. Me joguei na minha cama e encarei o teto branco do meu quarto. O quarto era coberto pelo breu, as cortinas não permitiam que a luz da lua entrasse. A casa estava silenciosa demais, eu não ouvia o ruído da televisão, muito menos o barulho que o piso produzia, quando Chung Hee andava. O que me levou a acreditar, que Chung Hee havia ido embora.

Soltei um grande suspiro  finalmente me sentindo livre para descarregar, e foi quando a primeira lágrima caiu. A primeira de uma noite inteira de choro. Meu peito descia e subia desesperadamente enquanto lágrimas salgadas, e mornas desciam de meus olhos.

Minha mãe se matou.

Ela me deixou sozinho com ele.

Porque não me levou junto?

Não tem razão continuar com isso sem ela. O que eu iria fazer agora?

A dor em meu peito, já era maior que tudo. Eu só conseguia chorar me perguntando, o porque de tudo isso. Eu perguntava a Deus, porque tudo me foi tirado, eu era tão novo. Só queria ser igual as crianças da minha escola e ter um pai e uma mãe. Uma família.

Por que meu pai tinha que morrer?

Porque Chung Hee tinha que ter entrado em nossas vidas?

Eu não entendia o que Mamãe costumava me dizer, sobre Deus nos tirar algo, para que pudesse duplicar-las, depois. Se ela estivesse aqui, talvez pudesse me explicar.

Chorei como nunca aquela noite, e também boa parte da madrugada. E mesmo que no final, a inconsciência me pegou, a dor continuava lá, as lágrimas não tiraram o grande peso no peito que ainda sentia. Ela continuava intacta, permanentemente instalada em meu peito. Mas decidi que não iria mais chorar, porque eu sabia que isso significava fraqueza perante os olhos de Chung Hee. E eu não ia mais chorar. Porque minha mãe chorava todas as noites por sua causa.

Todos os dias, estava sempre sorrindo. Não deixaria os outros saberem de minha dor. Mas o que adianta ter um sorriso no rosto, quando seu coração está chorando?

 

[...]

                                                                 

Algumas semanas depois do funeral de minha mãe, no final de Abril, o banco nos informou que o dinheiro de meu pai havia ficado para mim, em uma conta que ele e minha mãe haviam criado, e foi dado a Chung Hee acesso a ela, já que agora ele era meu responsável. Eu tinha vontade de pegar aquele dinheiro e sumir daquele lugar, mas eu ainda era menor de idade. Chung Hee tomou posse da maioria do dinheiro da conta bancária, com a desculpa de ajudar em minha escola.

Minha vida seguia como um borrão cinza, totalmente sem graça e vazia. Eu já não conseguia me relacionar com os outros, pois tinha medo de que todos fossem como Chung Hee. Eu andava pelas ruas a caminho da escola com medo. Solitário e no escuro, temendo que alguém se aproximasse de mim, pois todos eram iguais. Todos eram falsos como meus amigos e Chung Hee, todos se aproximam com um interesse, e depois que perdem esse interesse ou você já não útil, te descartam ou fazem de sua vida um inferno. Por isso temia as pessoas, a maior parte delas.

A presença de Chung Hee sugava minha alma aos poucos.

Minha rotina se resumia em acordar de manhã, tomar café, ir para escola, me excluir de todos com meus livros, andar até minha lanchonete preferida para comprar meu jantar, voltar para casa, me trancar em meu quarto e passar a tarde inteira lendo meus livros e estudando. Sempre sorrindo. Não via Chung Hee durante dias de semana e preferia que as coisas continuassem assim.

Porém por um descuido meu, não tranquei a porta de meu quarto, durante uma noite de verão. Estava muito entretido lendo A Menina que Roubava Livros, que não percebi quando Chung Hee entrou em meu quarto bêbado.

Foi como se a cena se repetisse, só que dessa vez, eu não tinha minha mãe para limpar meu machucados. Quando ele deixou meu quarto aos tropeços, sangue escorria de minha testa, supercílio e lábios. Marcas roxas eram visíveis por meus braços, costas e pernas,  minha cabeça rodava. Apenas me levantei cuidei de meus machucados como pude, e me sentei em minha cama encarando a parede, como se ela fosse me dar as respostas mais ocultas sobre minha existência insignificante, perante meus olhos.

Era como se eu morresse aos poucos, desde que ela se foi. Como se Mamãe tivesse me levado junto. Ou melhor, levado minha luz consigo, só restando a escuridão e o frio.

Isso se repetiu tantas vezes durante meus treze, quatorze e quinze anos, que perdi a conta das vezes, tive que repor o estoque de primeiro socorros. Com o tempo, não doía mais. Eu não sentia mais nada, eu era totalmente vazio. Só a escuridão e o medo me preenchiam.

Com quinze anos, eu consegui um emprego na lanchonete que tanto gostava. A dona já me conhecia depois de tantas tardes, comprando meu jantar lá. Ela era uma senhorinha muito simpática e fofa, eu não tinha medo dela, ela me lembrava minha mãe às vezes, os mesmos olhos bondosos e sorriso doce.

Eu cada dia me destacava mais na escola. Minhas tardes até então vazias, eram gastas com horas estudando e meus tão amados livros. Os resultados não tardaram a chegar: notas excepcionais. Mesmo com o trabalho de meio período, eu ainda tinha tempo para ler e estudar.

Os rumores e comentários maldosos ainda eram presentes, mas já não os ouvia mais. Era como se eu não fosse capaz de ter qualquer emoção, se não o medo e a repulsa que sentia de Chung Hee. Não me afetava.

 

[...]

 

Todas as sextas-feiras Chung Hee aparecia com uma nova mulher em casa. Gastava o dinheiro de meu Appa com bebidas e mulheres. Ele se deitava com elas na cama que dormia com minha mãe, que minha mãe dormia com meu pai. Eu sentia tamanha repulsa dele. Colocava meus fones de ouvido, para não ouvir os barulhos sujos saindo do quarto, d quando mesmo assim, eu os ouvia, eu pegava um livro e ia para a praça perto de casa. Tudo para me afastar daquele lugar sujo, que me dava enjoos só de imaginar o que acontecia lá dentro.

                                                                                      

Quando completei dezesseis, percebi que o dinheiro que vinha guardando era o suficiente para alugar um pequeno apartamento no centro de Busan.

Já não aguentava Chung Hee e suas amantes. Uma delas tentou abusar de mim, por mais um descuido meu, eu deixei a porta do quarto aberto.

Eu estava enjoado pelo cheiro que saia daquele quarto, e todas as palavras sujas que saiam daquelas bocas. Minha única companhia durante aquelas noites eram as estrelas. Eu queria desesperadamente sair dali, e já vinha pensando mais seriamente no assunto.

Então fiz todas as contas, juntei todas as minhas economias e tomei uma decisão.  Eu sairia dali. Meu salário não era muito gordo, mas dava pra sobreviver, e o dinheiro que Chung Hee não havia pego da minha conta iria ser de grande ajuda.

A memória do dia que deixei aquela casa, ainda estava fresca em minha mente. Eu levava a última caixa com meus livros para o táxi, as outras caixas já estavam no pequeno apartamento.

Chung Hee abriu a porta de casa e me olhou no olhos, demonstrando confusão, quando eu colocava as minhas malas e a caixa dentro do carro.

“Para onde vai com essas coisas?” Sua voz saiu ríspida de seus lábios, seu cenho estava franzido e os cabelos bagunçados.

“Embora,” Disse sem emoção alguma em minha voz. Ele simplesmente olhou para mim nos olhos, murmurou um “tá” e fechou a porta em seguida.

Eu assenti com a cabeça e entrei no táxi. Eu pedi para o motorista seguir o caminho até meu apartamento. Não esperava nada mais de Chung Hee, ele não se importava se estava vivo ou morto. 

Meu apartamento era pequeno, porém perfeito para uma pessoa só. Uma pequena sala, embutida com a cozinha, um pequeno corredor branco, e no final dele, duas portas de madeira eram localizadas. O banheiro pequeno e estreito e meu quarto. Não havia prateleiras em meu novo quarto, então meus livros ocuparam boa parte do chão dele. Meu quarto era pequeno, o apartamento em si era, mas me sentia confortável como não me sentia em anos.

Dois meses haviam se passado, e Chung Hee parou de pagar minha mensalidade escolar. Eu passaria mais aperto ainda se tivesse que pagar, ou  teria que começar a frequentar escola pública. Mas, felizmente por meu histórico perfeito no colégio, eu ganhei uma bolsa integral até o terceiro ano de ensino médio.

Minha vida seguia como sempre, vazia e cinza, por isso decidi que precisava de uma companhia. Foi quando eu adotei a Marshmallow, uma Spitz Alemã anã, de pelo tosado, uma verdadeira bola de pelo. Ela de algum jeito diminuía um pouco o peso de meus demônios internos, ela era minha razão para ainda rir verdadeiramente, vez ou outra. Ela ainda era apenas um filhote, e os seus primeiros meses comigo foram os melhores. Ela sempre foi muito carinhosa e carente, e amava dormir comigo.

Eu ia bem no trabalho, havia ganhado um aumento da senhora Cho. Tudo estava mais suportável desde que saí daquela casa, e a ideia de desistir de tudo parecia um pouco mais distante.

Quando eu completei dezessete anos, eu consegui comprar um bolo de chocolate - que ainda era meu preferido -, para meu aniversário. A senhora Cho me deu uma bela flor e um croissant também de chocolate, e Marshy me cobriu de lambidas quando cheguei do trabalho.

Foi um bom dia.

No final de outubro, eu recebi uma carta de uma das melhores escolas da Coreia do Sul, que ficava em Seul. A escola me oferecia bolsa integral até o último ano do ensino médio, e se eu mantivesse meu histórico perfeito, uma recomendação para a faculdade que eu desejasse, deixando claro os benefícios da faculdade que era localizada do lado do prédio da escola. Esse foi um dos poucos momentos de pura felicidade que eu tive, desde meus sete anos de vida.

Eu não entendia porque não havia desistido de tudo, talvez eu era muito fraco para isso. Mas eu não vivia minha vida, não considerava aquilo viver, eu sobrevivia em meio todos os meu demônios internos. Sentir aquela felicidade, mesmo que por míseros segundos me deu uma coisa que eu não tinha a muito tempo: esperança. Esperança que talvez no futuro, eu pudesse sentir isso mais vezes. E deixar Busan não me parecia uma má ideia aquele momento, seria até bom deixar aquela cidade, respirar novos ares.

Eu me encarava no espelho enquanto arrumava meu cachecol vermelho, eu cresci com o passar dos anos, mas não era tão alto assim, era considerado baixo para um homem. Minhas bochechas não eram tão gordinhas como antes, já que nem sempre eu tinha dinheiro para comprar comida. Minha longa franja castanha, dividida ao meio caia sobre meus olhos, eu precisava cortar meus cabelos.

Assisti pelo espelho, meus dedos com anéis prateados, tirarem minha franja dos olho, vi que minhas orelhas com piercings e brincos, ainda estavam vermelhas por causa do banho quente que havia tomado. Eu trajava um jeans de lavagem escura justa no corpo, uma blusa preta de mangas compridas e um casaco de inverno fechado de pano azul por cima, e calçava meu inseparável Converse High preto. Era época de ferias de fim de ano, e eu teria que me mudar para Seul durante esse tempo, já que meu último ano de escola começaria em Março. Eu havia terminado meu segundo ano, e passaria o final de Dezembro, Janeiro e Fevereiro em casa. Tempo esse que gastaria procurando um emprego.

Eu tinha enviado meus livros e outros pertences, que não iria ser capaz de trazer no trem, pelo correio alguns dias antes, e agora me arrumava para pegar o próximo trem que me levariam até Seul.  

Eram aproximadamente três horas de viagem.

Agarrei minhas malas, e peguei Marshmallow no colo, quando ouvi a buzina do táxi do lado de fora. Tranquei a porta do apartamento que me abrigou por quase dois anos, e entreguei a chave ao porteiro quando cheguei ao térreo.

Guardei as malas no porta malas do táxi, e aninhei Marshmallow em meus braços. Ela lambia calmamente minhas mãos, enquanto eu acariciava sua cabecinha.

Logo estávamos no trem a caminho de Seul. E logo também estaria em meu novo apartamento, um maior que o que tinha em Busan. Logo também estaria em uma nova escola.

Estamos recomeçando, eu e Marshmallow.

Uma nova cidade, um novo apartamento, e uma nova escola. Talvez, mas só talvez, eu tivesse a chance de ter uma nova vida, sem a sombra do meu passado.
              

 

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que as coisas melhorem para o lado do ChimChim!

E ai? O que acharam? Por favor me digam, adoro saber o que estão achando e se tiverem algum conselho, ou algum erro let me know!

Por hoje é isso, então até o proximo cap!


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