1. Spirit Fanfics >
  2. Before Chaos - Hange Zoe >
  3. Leve-nos do irreal ao real. Parte 1

História Before Chaos - Hange Zoe - Leve-nos do irreal ao real. Parte 1


Escrita por: sucrehange

Notas do Autor


Esse cap tem duas partes e eu fiz a ilustração (os desenhos são de minha autoria, se vc quiser usar, é só me avisar. As imagens como wallpaper vão estar disponíveis no insta que eu posto os desenhos, é "howvivi.art") por conta do amor enorme que tô recebendo nessa fanfic, sério. Os comentários de vocês me fazem MUUUITO feliz. sou emocionada k

Capítulo 10 - Leve-nos do irreal ao real. Parte 1


Fanfic / Fanfiction Before Chaos - Hange Zoe - Leve-nos do irreal ao real. Parte 1

 


Assim que o horário do expediente acabou, parei no pátio e esperei ali.

A maioria dos pilares eram cuidadosamente pintados de branco, mesmo estando contra a luz podia enxergar os detalhes na estrutura, escorei em um deles e observei o claro vindo do sol poente. A luz que brotava pela borda da estrutura havia criados feixes luminosos que se destacavam refletindo a poeira no ambiente.

Uma voz falou por trás de mim:

— PRONTA?!

— AI CARAMB... HANGE! — disse cobrindo a boca com a mão — para de fazer isso! — falei entredentes.

— Hihi — Ela sorriu e me cutucou — Vamos?

— Vamos... mas vou passar na minha casa antes, tudo bem? — Eu me lembrei de uma coisa que tinha em casa, e acho que era o momento de pegar.

— Por mim, ok. Vamos sair daqui, então. — Ela disse e começamos a caminhar.

 

A luz brilhou sobre nós ao sairmos da divisão e entrarmos no espaço aberto a caminho do distrito. Eu me voltei para Hange, era bom observá-la quando ela não estava olhando. Podia notar a forma que os fios de sua franja caiam suavemente sobre seu rosto, o ângulo de sua mandíbula, a curva de sua clavícula sob o V da gola da camisa e a postura extremamente ereta.

— S/N? — Hange olhou interrogativamente para mim. — Tudo bem?

— Ah — pisquei — Eu, ah... não. — Eu me perdi — Quero dizer... sim!

A expressão de Hange passou de confusa a alguém que segurava a risada quando não se podia rir.

Eu ri baixinho e ela soltou a risada.

O ritmo dela era lento, sem pressa; caminhamos lado a lado, quase nos tocando.

Talvez ela só estivesse tão devagar para eu poder acompanhar com as muletas.

Chegando na minha casa, ela esperou lá enquanto eu entrei. Peguei as coisas essenciais, uniforme, roupa de dormir, etc. E o item que eu pensava em pegar desde cedo.

Quando Hange foi nomeada a tenente, eu pedi ao alfaiate que era meu vizinho para que fizesse um terno por encomenda, uma cor de vinho, achei que combinaria com seu cabelo. Minha intenção era entregar a ela como presente naquela época, mas eu tinha medo de que suspeitasse dos meus sentimentos e apenas o guardei.

Dobrei cuidadosamente a peça e coloquei junto as minhas coisas. Desci e seguimos o caminho. Hange manteve os olhos fixos na paisagem, hora ou outra ela perguntava como eu estava ou se queria parar um pouco.

Queria segurar sua mão, mas como ela não deu nenhum sinal para fazermos isso, apenas continuei normalmente.

 

Fiz questão de reparar em todos os detalhes quando cheguei a casa de Hange. Tinha dois andares, podia ver um pequeno jardim na parte de cima. O ambiente era bem iluminado e aconchegante, em qualquer superfície que pudesse estar livre, havia algum livro ou folhas com anotações.

Ela se aproximou de mim e nos abraçamos por um tempo, em silêncio.

— Você pode colocar suas coisas lá em cima, ok? Eu já subo. — Ela disse deixando um beijo em minha testa.

— Eu vou.  — Passei ao seu lado dando um tapa pela parte de trás, rindo — cuidado pra ninguém te sequestrar.

Hange me empurrou com o ombro e eu subi. Lá em cima, arrumei minhas coisas e fui tomar um banho.

A sacada do quarto dela dava para o jardim, que chegava a invadir um pouco a parte de dentro, deixando ramos com folhas presos as paredes, as luminárias eram presas ao teto, iluminando por cima, havia um leve aroma de canela no ambiente, misturado com seu cheiro amadeirado, deixei o terno que havia trazido em cima de sua cama.

Lá embaixo, Hange já havia tirado as cintas do seu uniforme e estava esperando no sofá, em suas mãos estava um dos livros de ciências que ela havia me pedido.

— Hange? — A chamei agachada nos 3 últimos degraus da escada — Já pode vir. — Comecei a descer, degrau por degrau, devagar. Ela entrou na minha frente no último e parou.

— Lembra disso? — Ergueu o livro que estava lendo, era um daqueles que ela havia me pedido, de capa verde, falava sobre anatomia vegetal.

— Você já terminou?

— Não... Eu pedi esse por uma coisa em especifico, você não se lembra, não é?

A olhei confusa, ela abriu a capa do livro, escrito na primeira folha com a minha letra:

Leve-nos do irreal ao real — Ela leu em voz alta — Leve-nos da escuridão à luz.

— Você escreveu várias dessas coisas por esse livro todo. — Ela fechou o livro e o segurou por cima do ombro.

Eu olhei para o chão e sorri. — É um mantra Shanti, você que vivia lendo, você sabia tudo... — Levantei a cabeça e a olhei nos olhos. — Esse livro era meu, então eu escrevia algumas coisas conforme lembrava.

— Era seu? — Hange disse com olhos semiabertos

— Eu peguei da biblioteca, mas como ninguém procurava por ele, meio que me apossei...  mas devolvi.

— Eu procurava. Sempre. — Hange se aproximou mais e me abraçou pela cintura. — Queria saber o que você escrevia...

Olhei para os seus olhos amendoados, eu estava alguns centímetros mais alta por estar em cima de um degrau.

— Bem — eu disse. — Agora você sabe.

 

Nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância um do outro. Hange sentiu minha respiração em seus lábios antes de eu beijá-la; ela se inclinou, fechando os olhos. A boca era tão suave como eu sempre imaginei, ela se movia gentilmente, me provocando arrepios.

Levantei meus braços para envolver seu pescoço, para passar os dedos nos cabelos bagunçados, para tocar levemente a pele de sua nuca e puxar a gola gasta da camisa.

Hange me puxou para mais perto, eu sentia o calor vindo do corpo magro e forte da mulher a minha frente, e minhas mãos deslizaram para suas costas.

— S/N... — Sussurrou. Hange começou a levantar a bainha da blusa que eu estava, me agarrando pela lombar. Falou movendo nos meus lábios. — Eu te amo. Sempre te amei.

Você é minha. Sempre será.

Com o coração acelerado, afastei nossas bocas — Te amo, tanto... tanto TANTO! — Gargalhamos enquanto Hange me levantou, passei as pernas ao redor de sua cintura, ela se abaixou e me deixando deitada no sofá, deixou um último beijo em minha bochecha e subiu. — Eu vou me arrumar, já venho.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...