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História Before You (Imagine Jeon Jungkook - BTS) - Caixa Postal


Escrita por: mayaszz

Notas do Autor


bom dia, boa tarde, boa noite
ou boa madrugada!
oi oi, voltei ashahsha.

ai ai, os capítulos de pura tristeza começaram, mas, como eu prometi no capítulo anterior, isso não irá se prolongar por tantas atualizações, e logo vocês poderão ficar mais aliviadas e apenas curtir a chegada da baby Yu.

a música do capítulo de hoje é:
⇢ The Night We Met, Lord Huron.
(o momento de ouvi-la aparece no capítulo).
agora, vamos lá, sem muita enrolação.
aproveitem, e tenham uma boa leitura! 🌻❤

Capítulo 19 - Caixa Postal


Capítulo 19 — Chapter Nineteen. 

São três horas da manhã, e eu ainda estou acordada. 

Com o olhar fixo no teto e a respiração fraca.

Jeon Jungkook foi embora há três semanas, e eu ainda espero que ele me acorde, dizendo que nada disso aconteceu e que tudo foi apenas um pesadelo — um pesadelo horrível. Eu já até me belisquei algumas vezes, numa tentativa falha de me acordar, porém, eu estou bem acordada, literalmente, acordada. Vivendo um pesadelo real. 

Não consigo comer e nem dormir, meu estômago embrulha só com a ideia de colocar alguma coisa na boca, e quando deito para dormir, minha mente se enche de pensamentos melancólicos que me impedem até de fechar os olhos. Minha respiração se tornou dolorosa desde o dia em que ele se foi, e eu sinto meu peito doer cada vez que me lembro de seu rosto tão bonito. 

Meu quarto está todo bagunçado, com vários polaroids rasgados no chão e inúmeras cartas amassadas, me pergunto o que ele fez com nossas fotos e com minhas cartas — se foi o mesmo que eu. 

Enquanto me revirava na cama, relembrava da conversa de ontem, quando Taehyung passou a suspeitar dos vários sintomas que venho sentindo. O medo de que ele tenha razão anda me consumindo desde que suas falas sinceras foram proferidas. Já tem um tempo que me sinto assim, e quem estou tentando enganar? Estou prestes a me formar, e sei que isso não é uma intoxicação alimentar, e nenhuma outra doença que provoque náuseas, dor de cabeça e atraso menstrual. 

De qualquer forma, mantive em minha mente que eu estava apenas doente pela dor da separação, nada além disso. No dia seguinte, eu continuei confiante de que logo isso passaria, e que não era nada do que Taeyung imaginava, bom, eu tentei, mas a vovó também começou a desconfiar de mim, me enchendo de perguntas suspeitas sempre que me encontrava pela casa, isso não durou tanto, já que começamos a discutir sempre que ela me interrogava, e eu acabei me sentindo obrigada a comprar um teste. 

— Aproveita que seu avô não tá aqui e faz logo esse negócio! — Ela me perseguia enquanto eu andava pela casa tentando abrir a caixinha comprada agora. 

— Calma, vó! — Exclamei, irritada com toda sua pressão. 

— Você é uma teimosa, estou falando a dias que isso não é normal!

— Você já me disse isso... — Murmurei, jogando a caixa no chão assim que retirei tudo de dentro, andando para o banheiro com as mãos tremendo. A vovó parou na porta, enquanto eu preparava o meu teste, terminando todo o processo e o deixando em cima da pia, ficando de costas para ele, respirando fundo e sentindo a garganta doer a cada puxada de ar. 

— Vê logo... — A mais velha apressou. 

— Não é tão rápido assim, tem que esperar. — Falei com a voz trêmula, vendo sua carranca e um balançar de cabeça me reprovando, cruzando os braços e se encostando no batente da porta. 

— Já? — Perguntou novamente passado alguns minutos, eu bufei, me virando de vez para o teste, faltando cair pra trás ao bater meus olhos no resultado. Minhas pernas fraquejaram, meu corpo gelou e minha cabeça doeu, me segurei na parede atrás de mim com o teste em mãos, o encarando boquiaberta. 

— ____________?! — A mais velha chamou-me a atenção, me observando confusa. 

— Meu Deus... — Foi a única coisa que eu disse ao descobrir que todos esses sintomas que eu vinha sentindo a dias, se tratavam mesmo de um bebê. — Ai puta que pariu, vó. — Falei mostrando o resultado do teste pra ela. A velha arregalou os olhos, puxando o ar e apoiando-se no batente da porta, me encarando em seguida.

— Eu disse que tinha menino aí dentro, mas você é burra pra cacete e não acreditou! 

Eu saí andando para fora do banheiro, tentando me concentrar em controlar meus batimentos cardíacos e minha grande vontade de chorar, a mais velha me seguiu, mudando seu semblante estressado para um totalmente preocupado, me puxando para um abraço forte assim que eu caí no choro. 

— Certo… Tudo bem… Vamos fazer um exame de sangue, e aí teremos mais certeza! — Dizia enquanto acariciava meus cabelos, respirando fundo e engolindo seco. — Não contaremos pro seu avô agora. 

Eu nem consigo imaginar qual será a possível reação do vovô, ele já estava com um pouco de raiva do Jungkook por ele ter ido embora sem se despedir, e talvez ficasse com mais raiva ainda. 

A vovó pegou sua bolsa e juntou meus documentos, colocando tudo nela antes de sairmos de casa, em direção ao hospital mais próximo e de atendimento mais rápido. Foram os minutos mais angustiantes da minha vida, do momento em que passei por aqueles corredores brancos, até o momento em que o médico sentou em minha frente e abriu o resultado dos exames, passando o olho por todo o papel enquanto eu esperava com a perna balançando e as mãos tremendo, com a ansiedade me devorando. A vovó estava sentada ao meu lado, e colocou a mão sobre as minhas enquanto se mantinha mais perto, encarando o médico impaciente. 

— _________ Clark. — Virou a página, colocando os cotovelos sobre a mesa e direcionando seu olhar para mim, tirando seus óculos e reprimindo os lábios. — Meus parabéns, querida, você está grávida. 

Naquele momento eu só consegui puxar o ar, sentindo uma pontada na cabeça seguida por um formigamento que subiu-me de da cabeça aos pés. Não consegui esboçar reação nenhuma, diferente da vovó, que arregalou os olhos e encheu o médico de perguntas quanto aos meses de gestação, acompanhamento médico e psicológico. 

Meus olhos encheram de lágrimas, e eu abaixei a cabeça na tentativa de segurar o choro, o que não adiantou, e eu logo recebi todo o apoio daquele homem e da minha avó. Não sabia exatamente o que sentir, não esperava por isso, Jeongguk nem está aqui. 

No caminho de volta para casa, minha velha Clark tentou dizer algumas palavras que me confortassem, pedindo pela minha calma até decidirmos melhor o momento para contar ao vovô, que poderia ter qualquer reação. Quando chegamos em frente a casa, pude ver o Taehyung sentado na entrada, sorrindo alegremente ao nos ver chegar. 

— Ai, finalmente, eu cheguei aqui já tem um bom tempo. — Ditou aliviado, nos observando descer do carro que vovó estacionou sobre a calçada da garagem. Ela passou por Taehyung primeiro do que eu, cochichando algo que o fez assentir e franzir o cenho, vendo-a entrar em seguida. — O que que foi? — Me encarou confuso, e eu parei em sua frente terminando de enxugar algumas lágrimas que insistiam em sair. 

— Você tava certo… — Murmurei rouco, sorrindo fraco e sem vontade alguma. 

— Eu sei que estou sempre certo, mas sobre o que exatamente? — Brincou, rindo divertido enquanto esperava pela minha resposta, que eu nem precisei dar. Sua expressão mudou drasticamente, e Tae arregalou os olhos, entreabrindo os lábios procurando por palavras, sua única ação foi me puxar para abraçá-lo, ainda sem saber exatamente o que dizer. Ele estava chocado. — Meu Deus ___________…. E agora?

— Agora vamos ligar para o Jungkook. — A vovó, que estava encostada na porta, falou de maneira autoritária, voltando para dentro com o semblante preocupado de antes. 

— Eu o bloqueei de todas as minhas redes sociais. — Falei para Taehyung enquanto caminhamos para dentro, ele suspirou pensativo, fechando a porta. 

— Ele não usa mais o instagram tem um bom tempo, na verdade, eu acho que ele o desativou. — Murmurou. — O Jimin poderia tentar entrar em contato com ele, mas o problema é que ele não atende nenhuma das minhas ligações e nem me responde mais. 

— Será que eu devo tentar entrar em contato agora? — Perguntei receosa. 

— O vovô Clark já sabe?

— Ainda não… 

— Primeiro tenta entrar em contato com o Jungkook, depois decidimos como contar pro vovô. — Eu assenti, pegando meu celular com as mãos trêmulas, discando o número de Jeon, demorando bastante para apertar no botão verde. — Vai, liga pra ele, não se preocupa. — Tae falou, sentando no sofá ao lado, balançando a perna sem parar. 

Ao apertar em ligar, eu esperei um tempo, sem tirar os olhos de Taehyung, que parecia mais apreensivo que eu, a vovó também se aproximou, sentando ao lado do garoto que encostou a cabeça em seu ombro, recebendo um sorriso da mais velha. 

“Yeoboseyo! Você ligou para JK, não posso falar agora, então, deixe um recado ou ligue novamente mais tarde.” 

— Ele não atendeu… — Tirei o celular da orelha, sentindo o coração acelerado faltando sair pela boca.

— Tenta de novo. — A vovó ditou. 

E assim, eu o liguei mais de quinze vezes, ouvindo sua voz repetidamente me direcionando para a caixa postal, já estava cansada de tanto ligar, até que Taehyung decidiu que fizéssemos isso no outro dia. Nisso, iniciamos um período de cinco dias inteiros tentando entrar em contato com Jeon, Tae tentou ajudar, tentando ligar para Jimin, que também havia sumido do mapa. Minha cabeça doía tanto que eu estava começando a me cansar de tantas ligações perdidas, e o vovô começou a perceber a mudança de comportamento de nós três. 

Ele ainda não sabe de nada, já que era melhor que Jeongguk desse um sinal de vida primeiro, e decidisse contar tudo da melhor forma — o que não aconteceu. E o vovô passou a ficar mais desconfiado ainda. 

— Ele não usa mais esse número. — Taehyung concluiu. Estávamos sentados na sala, apenas nós três, eu estava deitada com a cabeça na perna da vovó, enquanto meu melhor amigo estava no outro sofá, com o seu celular e o meu nas mãos. 

— Será? — Murmurei, cansada demais para esboçar uma expressão. 

— Estamos ligando por dois números diferentes, talvez ele não atendesse uma ligação sua, mas atenderia uma minha ou da vovó Clark. — Suspirou, colocando os celulares de lado. — Eu tentei mandar mensagem pro KakaoTalk dele, mas as mensagens nem chegam, e o instagram dele também sumiu. 

— Bruce está começando a desconfiar…. — A vovó falou baixinho, reprimindo os lábios. — Você já está de dois meses, querida, sua barriguinha já está começando a aparecer. — Ela passou a mão sobre minha barriga coberta por um moletom preto e largo, na tentativa de escondê-la. Eu tirei sua mão dela, respirando fundo e abaixando a cabeça, tentando ignorar aquilo. — Devíamos contar logo para ele, antes que ele descubra sozinho. 

— Eu também acho, já foram muitas tentativas, talvez o vovô consiga entrar em contato com o Jeon. — Taehyung concordou, e eu apenas assenti, me sentando direito no sofá. 

Não deu nem dois minutos e o vovô chegou em casa, pudemos ouvi-lo colocar suas chaves sobre a mesa, avisando alegremente que estava em casa. Continuamos sentados, olhando para a entrada da sala, até que ele apareceu sorridente, estranhando nossas caras sérias e franzindo o cenho. 

— Vocês tão com algum problema? Já tem quase duas semanas que estão com essa cara de bunda sempre que eu chego ou me aproximo de vocês! — Cruzou os braços, já irritado com nossa mudança de humor “sem motivo'' algum. — Preciso saber de alguma coisa? — Eu olhei para a vovó desesperada, vendo-a me olhar de canto e se levantar. 

— Sim. — Ditou ela, acenando com a cabeça para a poltrona a nossa frente, onde ele se sentou, suspirando pelo dia cansativo. — Estávamos pensando em como te contar isso. — Ela se sentou no braço da poltrona, colocando o braço sobre os ombros do mais velho, que nos observou confuso. 

— Eu estou velho, me contem logo antes que eu sofra de um infarto. — Falou numa tentativa de brincar, sorrindo fraco e olhando para mim, franzindo o cenho ao perceber minha expressão cansada e com olheiras fortes. — Você tem dormido bem, querida? A faculdade está muito difícil? 

— Não, não tem nada a ver com a faculdade. — Falei, reprimindo os lábios e abraçando minhas próprias pernas. — Eu… olha vovô, eu… Não sei como dizer isso exatamente, você pode ter qualquer reação mas… — Comecei a enrolar, falando até coisas sem sentido, enquanto ele me olhava com o cenho franzido, tentando me entender. Taehyung me olhou de canto, intercalando o olhar entre eu e a vovó, que também não entendia nada do que eu estava falando. 

— Ela está grávida. — Tae falou de repente, e eu me calei, o olhando rapidamente, me sentindo mais nervosa ainda. O vovô ficou em silêncio, e quando olhamos para ele novamente, ele me encarava perplexo, com os lábios entreabertos. Permanecendo assim enquanto eu e os outros nos entreolhávamos sem saber o que fazer, o velho então piscou algumas vezes, se encostando e puxando o ar. 

— Vou infartar. 

— Não vai não! — A vovó deu um tapinha em seu ombro, e ele colocou a mão no peito, respirando fundo e olhando para mim novamente. 

— Você está? — Perguntou, engolindo seco. Eu assenti calmamente, com a garganta doendo. 

— Sim… — Respondi. 

— Querida… — Colocou a mão sobre a boca, e seus olhos marejaram. — E vocês planejavam me contar isso quando?! — Perguntou indignado, se levantando e vindo até mim, sentando ao meu lado e olhando para minha barriga. — Já tem quanto tempo? 

— Dois meses. — O olhei, segurando o choro. 

— Dois?! E por que toda essa demora pra me contar? 

— Estávamos tentando entrar em contato com o Jungkook primeiro, e aí ela poderia te contar, com ele. — A vovó respondeu em meu lugar, recebendo a atenção do homem ao meu lado. 

— E conseguiram? — Perguntou seriamente. 

— Não, ele não atende nenhuma ligação, achamos que mudou de número. — Taehyung explicou toda a situação, e o vovô ouviu tudo atentamente, coçando a nuca cansado. O conhecendo bem, sabia que ele precisava de um tempo, ele nunca reagia como esperávamos, e as vezes demorava um pouco para esboçar alguma emoção. 

— Eu vou me deitar. — Se levantou, caminhando para fora da sala sem dizer mais nada. A vovó olhou para nós, pedindo calma enquanto se levantava, o seguindo até o andar de cima. 

— Você quer um Bk? — Taehyung tentou mudar meu foco, e eu assenti, me levantando para sairmos dali juntos. Ainda era seis horas da tarde, e no caminho conversamos sobre o que deveríamos fazer em seguida, meu melhor amigo tentava me animar a todo momento, tentando me desestressar para que isso não afetasse o bebê. 

Depois de lanchar, nós voltamos para minha casa, onde ele ficaria essa noite, a vovó o convidou, e o Tae também não queria voltar para sua casa vazia, onde seus pais já não moravam mais. 

— Vocês sumiram. — A vovó falou enquanto abria a porta para entrarmos. 

— Fomos lanchar, trouxe pra vocês também! — Tae respondeu, entregando o pacote de lanche para a mais velha, que sorriu animadamente enquanto corria pra cozinha. Eu ri baixo, fechando a porta e indo até lá com eles. 

— Cadê o vovô? — Perguntei, me sentando a mesa. 

— Ele já vai descer. — A mais velha respondeu, tirando seu lanche do pacote. Não demorou e o outro também apareceu, com um notebook em mãos, andando apressado até o balcão, onde colocou o aparelho. Nós o observamos sem entender nada, e ele perguntou pelo nome da empresa que o Jungkook trabalhava, a pesquisando ali e indo até o painel de funcionários. Todos paramos ao redor do mais velho, que pesquisava afoitamente. 

— Vamos lá, qual o novo cargo dele? — Perguntou, e eu me sentei ao seu lado, olhando para a tela. 

— Ele é o novo CIO da empresa. — Tae falou rapidamente, se sentando do outro lado. O vovô procurou por um tempo, até encontrar o nome completo de Jeongguk, ao lado do nome do CEO. 

Ao clicar, pudemos ver algumas informações de contato, e eu até me perguntei como diabos o vovô encontrou aquilo. Ele pegou o telefone da casa, colocando o número da secretária e olhando rapidamente para nós antes de ligar. Olhávamos para o telefone apreensivos, ansiosos e nervosos, eu poderia desmaiar ali a qualquer momento. Dois toques e a ligação foi atendida, me causando arrepios. Uma voz feminina falou, identificando a empresa antes de seguir com seu atendimento. 

Boa noite! Você ligou para a secretária do senhor Jeon, como posso ajudar? 

— Boa noite, eu gostaria de falar com o seu chefe. — O vovô falou seriamente, enquanto olhávamos para ele como crianças curiosas. 

Por gentileza, quem gostaria de falar? 

— Meu nome é Bruce Clark, ele sabe de quem se trata. 

Perdão, senhor Clark, mas o senhor Jeon está em reunião no momento. Gostaria de deixar um recado? 

— Você poderia me passar o número do próprio? É um assunto sério demais. — Ditou já impaciente.

Sinto muito, mas isso não será possível, visto que não tenho tal permissão. 

— Certo, minha querida. — Falou ironicamente. — Diga a ele que Bruce Clark o ligou, e que se ele não me retornar, eu o caçarei no quinto dos infernos! — Colocou o telefone no lugar com força, nos assustando. 

— Você foi grosso demais, Bruce! — A vovó o repreendeu, o encarando assustada. 

— Odeio essas frescuras, amanhã você liga para lá novamente, vamos ver que desculpa irão dar! — Falou para mim, se levantando com o notebook em mãos e saindo da cozinha. 

— Ele já perdeu a paciência e mal começamos o processo. — Taehyung comentou. 

— Ele ainda está nervoso com a ideia da ___________ estar grávida e o Jungkook longe demais. — A vovó explicou, se sentando e mordendo seu sanduíche. — Taehyung, eu arrumei o quarto de hóspedes pra você. 

— Tá bem, eu ainda preciso fazer os exercícios da faculdade. — Murmurou preguiçosamente. 

— Devo ter umas trinta atividades acumuladas. — Reprimi os lábios. — Eu nem lembrava de nada disso. 

— Que bom que já estamos terminando a faculdade, assim você consegue terminar sem problemas. — Eu assenti. 

Não demorei muito ali na cozinha, me levantando e indo para meu quarto, estava tão cansada e com tanto sono, e ainda teria que ir para a faculdade no outro dia.

Mas é óbvio que o que eu já esperava, aconteceu novamente, e eu passei mais tempo vendo vídeos antigos com Jeongguk, do que realmente tentando dormir. 

Enquanto observava nós dois sorridentes pela tela do celular, eu desejei voltar para aqueles dias, esperando que um gênio da lâmpada aparecesse para eu realizar este desejo. A realidade de desejos que não podem ser atendidos é chata demais, e eu deveria conviver com isso. 

Ao desligar o celular e me virar para o lado, coloquei a mão sobre a barriga, pensando se eu realmente deveria ter aquela criança, se eu teria a capacidade de criá-la sem o auxílio de seu pai. Estava com tanto medo de Jeongguk não retornar minhas ligações, tanto medo de não o ver nunca mais, querendo ou não, quando uma criança cresce sem um pai, isso a afeta de certa forma, e eu odiaria ter um filho que vivesse isso. 

Meu quarto ainda estava bagunçado, e no chão os polaroids rasgados ao meio me causavam arrepios, tudo acabou tão de repente, a dois meses atrás ainda estávamos juntos, e nem imaginávamos que isso tudo aconteceria. Será que ele ainda me ama? Ou já conheceu alguém em Nova York? 

Nova York é tão grande, tem tantas pessoas, tantos lugares bonitos. As americanas são muito bonitas, pode ser que Jeon logo encontre alguma que se interesse por ele, uma com quem ele provavelmente construirá sua família — enquanto eu, fico aqui. 

Meus olhos novamente se encheram de lágrimas, e eu puxei a coberta sobre minha cabeça, com a respiração trêmula e uma dor que ia além do emocional. O que eu devo fazer agora? Eu queria tanto saber o que ele me diria, e como decidiríamos isso juntos, eu odeio tomar decisões sozinha, estava acostumada a ter sempre a sua opinião para que uma conclusão fosse tomada. 

Novamente eu demorei bastante para cair no sono, pedindo inconscientemente para que eu retornasse a noite em que nos conhecemos, sofrendo pelo que não fiz, pelo que eu poderia ter feito, ter dito, sentido... A noite em que nos conhecemos nunca mais sairia de minha cabeça, e a noite em que eu o perdi, também não. 

Eu tive tudo, e então a maior parte de você

Um tanto, e agora nada de você

Me leve de volta para a noite em que nos conhecemos.

— The Night We Met.

Bom dia! Você ligou para a secretária do senhor Jeon, como posso ajudar? 

— Bom dia, meu nome é ____________ Clark, eu estou ligando de Seul, gostaria de falar com o Jungkook. — Falei calmamente, sentada no jardim da casa, pegando um sol matinal que a vovó me obrigou a tomar. 

O senhor Jeon não está no momento. Gostaria de deixar um recado? 

— Você pode me dizer os horários em que ele está livre e por aí? — Pedi, engolindo seco, ela demorou um pouco para responder, e eu até pensei que a ligação havia sido desligada. 

Ele não estará disponível hoje, observado que tem algumas reuniões importantes ao longo do dia. — Informou, e eu acabei compreendendo. 

— Ok, diga a ele que eu liguei, e que preciso urgentemente falar com ele! — Me levantei, caminhando para dentro de casa. 

Qual a sua ligação com o senhor Jeon, se me permitir? 

— Eu sou a ex-namorada dele. — Respondi. — É um assunto importante, por isso preciso entrar em contato com ele o mais rápido possível.

Certo, tentarei passar tal recado para ele assim que o senhor Jeon estiver disponível. 

A ligação foi finalizada antes do esperado, e eu até franzi o cenho, estranhando a rapidez, mas decidindo ligar mais tarde, já que estava atrasada para a faculdade. 

As semanas se seguiram, e eu perdi as contas de quantas vezes falei com a secretária de Jeongguk, estava prestes a fazer três meses de gravidez, e logo terminaria a faculdade. O vovô já estava começando a se preocupar, já que eu estava tão cheia de estresse, que aquilo poderia acabar me fazendo mal. 

Boa tarde! Você ligou para... 

— Eu sei, porra, secretária do senhor Jeon! — A interrompi bruscamente, andando pela sala com o telefone na mão. — O Jungkook está disponível agora ou já está em uma reunião novamente? Por acaso ele tem um momento em que não está em reunião?

Senhora Clark, se acalme!

— Não tem como eu ficar calma, será que não entende? — Suspirei. — Estou ligando tanto porque estou grávida! E não estou em um momento de muita paz. 

Oh, entendo, você está grávida? 

— Foi o que eu acabei de dizer. — Ela demorou um tempo, e eu pude ouvi-la digitar em um teclado de computador. 

O senhor Jeon não está na empresa hoje. 

— Então, deixe este recado para ele, pode ser? Eu estava me segurando para não contar desta forma, mas pelo visto, é melhor assim. 

Claro, Clark. — Ela respondeu, com o tom de voz diferente, eu logo tratei de desligar, seguindo meu dia como estava fazendo ultimamente.

Faculdade, exercícios e banho de sol. 

Os únicos três que ainda me acompanham agora, me observavam seguir uma rotina repetitiva, e meus vários surtos diários ao longo dela, sem contar os desejos extremamente estranhos de grávida. Só consigo ter paz quando estou dormindo ou comendo. 

— Você passou meu recado a ele?... — Perguntei exausta, encostada na varanda do meu quarto com a cabeça latejando, o sol já estava se pondo. E agora eu já estou com três meses e meio de gravidez, esperando por uma resposta de Jeongguk.

Seu recado foi passado para o senhor Jeon... — Eu tremi, me desencostando do batente da porta de vidro. — Porém, ele não está disponível. 

— Como assim ele não está disponível? Você contou da gravidez? — Senti todo meu corpo gelar, isso é impossível, Jeon não estaria indisponível mesmo depois de uma notícia como essa. 

Certamente, mas o senhor Jeon é um homem bastante ocupado, e não quis entrar em detalhes. 

— Como... — Minha respiração falhou, e a vontade de chorar veio de uma vez. — N-Não, não é possível, por favor, eu preciso falar com ele, será que estou esse tempo todo ligando para a pessoa errada? O Jungkook não teria essa atitude, estávamos juntos a cinco anos, eu o conhecia o suficiente para saber disso! Como ele pode ter mudado tanto de uma hora para a outra? — Eu já chorava sem parar, falando entre soluços. 

Sinto muito, senhora Clark, mas você não está tentando falar com a pessoa errada. 

Desliguei sua chamada imediatamente, respirando fundo e jogando o celular na cama, desistindo de tantas tentativas falhas, ele sabe de tudo, e ainda assim, não se importa em tentar falar comigo e assumir a criança. O que é tão estranho que é quase impossível de acreditar. Quando o vovô soube disso, se enfureceu, falando mil e umas coisas sobre Jeongguk, enquanto eu, Taehyung e a vovó ouvíamos e não falávamos muita coisa, ele estava certo, pensávamos que ele era uma pessoa, e agora, se mostrou ser totalmente outra.

Eu e Tae não falamos muita coisa em meio as falas enfurecidas do vovô, pelo contrário, ouvimos e nos mantivemos em silêncio, deixando para comentar assim que ele deixou a sala. Em partes, Taehyung e a vovó concordavam com o mais velho, mas também desconfiavam de tudo isso — assim como eu — porém, é fato que muito tempo já se passou, e que mais nada poderia ser feito, eu já estou com muito tempo de gravidez para sair de Seul e perder tempo nos Estados Unidos. É hora de parar, e dar atenção ao que realmente importa, e foi o que eu tentei fazer, mas não deu, e eu ainda liguei mais duas vezes para sua secretária um tempo depois. 

É fato que a gravidez é um período bom e ao mesmo tempo, muito difícil, as emoções ficam à flor da pele e eu até tomo certas decisões que não tomaria se não estivesse grávida, como por exemplo, essas ligações que eu ainda fiz até completar meus quatro meses e meio de gestação. 

Eu ainda não sabia o sexo do bebê, o qual eu já poderia ter conhecimento desde a oitava semana de gravidez, mas estava tão ocupada com as ligações falhas e com a faculdade, que nem tive tempo, então, após toda aquela confusão, eu esperei a poeira baixar para que pudéssemos finalmente descobrir o sexo do bebê, que estava começando a me dar uns sustos com suas mexidas em minha barriga, as quais eu comecei a adorar, amava colocar a mão em um cantinho e senti-lo mexer exatamente ali. A ideia de ser mãe aos poucos entrava em minha cabeça, mesmo que fosse tão difícil. 

— O que você acha que é? — A vovó perguntou empolgadamente, enquanto nos direcionávamos para o hospital, onde eu finalmente descobriria o sexo do bebê. O vovô estava dirigindo, e o Taehyung sentado ao meu lado no banco de trás, jogando um dos seus joguinhos de celular, ele já era como um irmão mais velho, e passava mais tempo com a gente do que em sua casa, ajudando bastante nesse período.

Todos já estavam mais calmos, e nem falavam mais em Jeongguk e seu pouco tempo livre. 

— Acho que é menina! — O vovô respondeu sorridente, me olhando pelo retrovisor. 

— Bom, eu não sei, vi no google que as mães sempre sentem qual vai ser o sexo do bebê, mas eu não to sentindo nada! — Falei, rindo fraco. 

— Além de desejos extremamente estranhos? — Taehyung riu. — Que bom que acabaremos com essa dúvida hoje, pensei que eu morreria de ansiedade antes, já estava até preparando meu caixão, o bebê nasceria sem um tio.

— ___________ é a primeira grávida que eu conheço que não quis saber o sexo logo no segundo mês, por isso o gênero de filme favorito dela é suspense! — O vovô brincou, arrancando nossos risos. 

— Hoje vamos acabar com todo esse suspense. — Ditei, ansiando pela nossa chegada. 

Alguns minutos se passaram e chegamos ao hospital, onde o vovô encontrou uma vaga rápida no estacionamento, e nós caminhamos até a recepção, minha médica já estava me esperando, então, não demoramos a ser encaminhados para a sala de ultrassom. 

— Oi, meu amor, a quanto tempo que não te vejo! — Eun falou assim que me viu entrar na sala, se aproximando para colocar a mão em minha barriga. — Finalmente vamos descobrir se é uma menininha ou um menininho, já estava começando a ficar ansiosa junto com vocês. — Dizia animadamente, arrancando nossos sorrisos e um suspiro apaixonado de Taehyung, que continua se apaixonando por todo mundo. 

— Finalmente mesmo! — O vovô exclamou, caminhando para se sentar em um dos sofás da sala junto do Taehyung. Minha médica riu da fala do mais velho, me levando para a maca onde eu me deitaria e iniciaria meu ultrassom. 

— Como você tem se sentido nesses últimos meses? — Perguntou, se sentando na cadeira ao lado, em frente ao computador. A poltrona do meu lado foi ocupada pela vovó Clark, que observava tudo ansiosa. 

— Cheia. — Respondi, ouvindo a risada deles. — O bebê mexe bastante. — Sorri, levantando o moletom e deixando minha barriga grandinha a mostra. 

— Olha só que gracinha, eu adoro essas barriguinhas salientes! — Eun falou de modo fofo, acariciando minha barriga. — O que vocês acham? Menina ou menino?

— O Bruce acha que é menina. — A vovó falou, sorrindo para o mais velho. 

— Queremos uma netinha, mas se vier um menino, vai ser ótimo também! — Ele falou, olhando para Eun, que assentiu com um sorriso gentil. Ela colocou suas luvas, pegando o gel e colocando em minha barriga, eu observava tudo atentamente, segurando meu moletom e olhando para minha avó vez ou outra, após isso, ela colocou o transdutor sobre minha barriga, o mexendo ali e me provocando algumas risadas pelas cócegas. 

— Uh, você está de quatro meses e três semanas e meia, então, cinco praticamente, nunca vi uma gravidinha tão paciente como você.

— Era o que eu estava dizendo no caminho para cá, ela queria matar todo mundo de ansiedade. — O vovô comentou, enquanto Taehyung e a vovó estavam vidrados na tela do computador, tentando entender o que aparecia ali. 

— Ah, mas hoje vamos acabar com isso. — Eun riu, analisando tudo que aparecia ali. Aos poucos, ela foi nos explicando como estava o bebê e seu desenvolvimento, sem lesão alguma e nem nada anormal. — E com isso aqui... — Mexeu no mouse, clicando em algumas coisas no computador, eu não estava enxergando nada naquele preto e branco. — Podemos ver que o bebê é... — Fez um suspense, nos olhando de canto de olho, todos se levantaram se aproximando da maca nervosos e falando sem parar. 

Ai meu Deus! — Taehyung faltava desmaiar junto do vovô.

— Fala, Eun, pelo amor de Jesus Cristo! — O velho Bruce pediu, sem desviar o olhar da tela, mesmo que não entendesse nada do que aparecia ali, eu ri alto da reação deles, até que comecei a ficar nervosa também, olhando para a médica ansiosa. Ela retribuiu meu olhar, sorrindo carinhosamente enquanto reprimia os lábios e arqueava as sobrancelhas, voltando a olhar para todo mundo antes de me encarar, abrindo a boca para matar nossa curiosidade. 

— Parabéns, meu amor, você está gravidinha de uma menina! 

Uma comemoração começou na sala, e todos se abraçaram enquanto eu ainda tentava assimilar toda aquela informação, sorrindo feito boba ao direcionar o olhar para minha barriga. Uma menina. No fundo, eu esperava que fosse uma, e saber daquilo, me animou instantaneamente, podia sentir que aos poucos, todas aquelas noites tristes passariam, e eu finalmente teria um motivo para sorrir, vou ter uma filha, uma pequena melhor amiga, e tentarei ser uma mãe incrível para ela.


Notas Finais


baby Yu no forninho, pessoal! 😍
vocês não tem noção do quanto eu amo essa bebê, foi com certeza a melhor personagem mirim que já criei na minha vida. e o bom é que jajá ela vai voltar ashahs, Yumi Clark não estava prevista para ter uma participação nos capítulos de Before You, pois eu terminaria a fanfic assim que JK deixasse Seul, porém, por que eu faria isso né? Então, vai ter bebê sim!!

como vocês puderam ver no capítulo de hoje, pelo fato da Yu não ter sido planejada, ___________ ainda teve certos pensamentos sobre realmente querer ter e cuidar dela, não dando muita atenção nas primeiras semanas. mas agora, ela já está mais empolgada com a ideia de ser mamãe, e a pequena no forninho já é muito amada pela pequena família Clark.

é tão bom saber que tudo ficará bem no final né? After You é uma benção pra vocês. inclusive, eu queria compartilhar com vocês uma teoria insana que se passou na minha cabeça esses dias KKKKKKKKKKKKK PRA ASSOMBRAR VOCÊS TAMBÉM. pensando em toda essa tristeza que a __________ vem sentindo, e todos os problemas que ela enfrentou durante a gravidez, já pararam para pensar se na verdade, AY tiver sido apenas um delírio dela? E na verdade, JK nunca voltou?
com essa me despeço, garotas! #faleitoleve 🥳
(é brincadeira hein?! Não me levem a sério que vocês passam mal de verdade AHSHAHSHAHH).

o nascimento também não vai demorar, até porque, como eu já avisei, não irei prolongar os capítulos ''depressivos'', então, ela pode chegar a qualquer momento, visto que não avisarei nada a vocês, vou pegá-las literalmente de surpresa! 🤭

is this, espero que tenham gostado!
• Meu perfil ღ: @mayaszz
• Perfil secundário ღ: @anaxyz_
Até a próxima! 🌸


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