História Behind the Backstage Season 2. - All you gotta do is listen to your deepest feelings.

Capítulo vinte e sete – Tudo o que tem que fazer é ouvir seus sentimentos mais profundos.
Los Angeles, CA, EUA – Quinta-feira.
13 de Julho de 2017
POV Cheryl Scott     

— You said some day we might, when I’m closer to your height ‘til then we’ll knock around, endlessly, you’re all I need. — a voz de Justin é baixinha demais. Não estamos em um clima ruim, mas aparentemente estamos ouvindo a playlist que Justin começou a ouvir quando terminamos. Não o julgo, eu tenho uma parecida até demais.

— I think I’m falling, I’m falling for you. — eu sussurro tão baixo, que sei que Justin não ouviu. Com o rosto fixo na estrada, ele não mexe mais a boca para cantar e permanece em silencio durante o trajeto até o porto.

Como não há nenhum fotografo atrás de nós e nem no porto que chegamos, Justin desce do carro rapidamente, escondendo o rosto embaixo do boné e abre a porta do carro para mim, pedindo ajuda para um segurança me escoltar até a entrada do barco. Um auxiliar lá de dentro me ajuda a pular para dentro e Justin logo entra atrás de mim. Ele vira a aba do boné para trás e suspira pesadamente.

Enquanto dá algumas instruções para os cozinheiros, já providenciando nosso almoço, eu retiro o celular do bolso para postar algumas coisas no meu Instagram. Assim que ele volta com um sorriso lindo estampando os lábios, eu me sinto mais à vontade ali.

— Espero que nem você e nem Hailey se importem, mas eu peguei roupas que ela já havia utilizado.

— Tudo bem. Se por algum motivo vazar alguma foto, é mais fácil de manipular a situação. Odeio não poder te levar para sair como você realmente merece. Gostaria de poder te dar um encontro de verdade, em um restaurante bacana, poder te levar para passear depois na rua...

— Consequência de fazermos o que amamos. — eu respondo, sincera.

Bieber pega o celular no bolso, abrindo mais uma vez o aplicativo de músicas mas passamos longe da playlist que havíamos escutado no carro.

Enquanto estou deitada pegando sol, Justin está sentado ao meu lado contando algumas histórias engraçadas sobre os desfiles que ele havia feito no ano passado, principalmente dos bastidores dos eventos. Eu não consigo ficar cinco minutos sem dar risada, porque as coisas realmente eram engraçadas.

Conto também de situações que envolveram minhas campanhas, mas entro em outros assuntos com ele. A leveza que está no lugar me faz manter o sorriso estampado nos lábios o tempo todo. Perto da uma hora da tarde, nós tivemos um almoço no espaço interno do iate, onde eu pude tirar o óculos e o chapéu, ficando ainda mais à vontade. Sem obrigações, eu me sento na cadeira deixando uma perna dobrada.

Justin parece mais à vontade também. Ele está usando apenas a bermuda molhada de água devido ao mergulho que ele havia dado mais cedo. Nós estamos comendo uma porção de salada como entrada, mas logo o prato principal foi anunciado que sairia em breve. Durante esse tempo, Justin e eu bebemos vinho e escutamos músicas dançantes.

Antes que o prato principal chegasse, Justin se levantou da cadeira e me puxou, juntando meu corpo ao dele. Juntos e desengonçados, dançamos juntos uma das músicas que tocava pelos alto-falantes. Aos risos, fomos interrompidos pelo garçom anunciando o prato pronto e servindo-nos logo em seguida.

O sol está se pondo e está tarde. Já se passaram das cinco horas quando Justin e eu conseguimos entrar no carro sem nenhum problema e voltar para Beverly Hills. Eu me escondo quando chegamos perto do apartamento apenas por garantia e entramos sem nenhuma interrupção. Afinal, Justin é um pai orgulhoso.

O carro de Scooter está estacionado ali, mas ele não está dentro do carro. Justin e eu juntamos tudo, paramos no andar do dono do carro e devolvemos a chave e seguimos para o andar de Justin, encontrando Zac e Scooter sentados na sala, assistindo um jogo de basquete gravado.

— Vocês chegaram! — a voz de Scooter se faz presente.

— Sim! Estou exausta. — eu respondo.

— Vocês acham que seria bacana postar alguma foto no Instagram para provar que estamos juntos?

— Cheryl postou vídeos no Instagram do barco. Isso pode ser um problema. — Zac murmura.

Eu travo, lembrando dos Stories que eu havia feito mais cedo.

— Certo, é... eu posso dizer que isso foi há alguns dias atrás, mas decidi postar apenas hoje porque não queria que os fotógrafos soubessem. Nós não passamos por nenhum fotografo, então acredito que tenhamos chances.

Os meninos tiram as fotos e logo Zac e eu saímos do apartamento. Pela segunda vez em vinte e quatro horas, estou enfiada em um porta-malas, seguindo para o apartamento de Charlotte. Lá, eu tomo um banho rápido e visto uma roupa de Charlotte, gravando um story no Instagram para provar a eles que os post de hoje eram de outro dia. Explico que eu não gostaria que os fotógrafos fossem atrás da minha localização e que por isso, eu havia postado aquilo dias depois. Pareceu colar.

Então, no meu próprio carro eu sigo para o meu apartamento, completamente satisfeita com o dia que havia tido. Assim que entro, noto todas as caixas espalhadas pela sala. Annelise está terminando de empacotar algumas coisas que eu precisarei e que estão na cozinha, mas assim que me vê, sorri e pergunta de prontidão, se aceito algo para comer. Eu concordo, antes de subir para colocar as coisas no quarto. Quando desço novamente, Annelise estava colocando uma frittata sobre o prato branco. Eu me sirvo, enquanto ela lava a louça que foi utilizada.

— Você pode chamar o Drake, por favor? — eu questiono. Em questão de minutos, eles aparecem juntos.

— Sentem-se, por favor. E fiquem à vontade para se servirem. — apesar de nenhum dos dois se manifestarem quanto a comida, eu continuo a falar. — Conversei com John no fim de semana passado sobre como ficará a questão do apartamento. É por isso, que durante esses três meses que eu estarei fora, vocês estarão em um período de férias remuneradas. Haverá dois seguranças de confiança de John cuidando do apartamento, em turnos de doze horas cada e Annelise, da mesma agencia que contratamos você, haverá outra funcionária que virá aqui para limpar o apartamento de três em três dias.

Os dois não dizem nada, mas é notável na expressão deles que a notícia os alegrou.

— Obrigado mesmo, senhorita Scott. Minha mulher acabou de ganhar um bebê e eu não consigo acreditar que passarei todo esse período com eles! Obrigado mesmo. Eu não sei como agradecer o que a senhorita fez por mim. — a voz de Drake exala emoção. Eu me sinto contente por ter tomado essa decisão.

— Parabéns pelo bebê, Drake! Eu me sinto feliz em saber que você poderá participar desse momento com sua esposa e seu filho.

— Obrigada também, senhorita Scott. Caso a senhora precise, eu posso me deslocar até Nova Iorque para ajudá-la lá.

— Não é necessário, Anne. — seguro sua mão com carinho. — Você está comigo desde o começo e nunca aceita tirar longas férias... É por isso que agora você vai ter o seu momento. Pode viajar para ver suas filhas e netas e se precisar de ajuda para qualquer coisa, poderá sempre contar comigo.

Com os olhos lacrimejando, ela agradece profundamente mas logo retorna ao serviço, pedindo a ajuda de Drake para levar todas as caixas até o corredor. Enquanto eu termino de comer, recebo uma mensagem de Justin.

Amanhã é o nosso último encontro antes de você partir... não consigo aceitar o fato de que viverei três meses sem você aqui. Para a nossa noite memorável, use o seu melhor vestido de gala. E deixe todas as suas coisas para a viagem prontas.

Em êxtase, eu subo para o quarto correndo. As malas estão no canto do quarto e o closet está quase vazio. Eu entro ali, procurando os vestidos de gala. Há pelo menos dez ali e eu começo a tirá-los do cabide até encontrar o perfeito. O último, é o escolhido por mim. Eu o tiro do cabide, observando o tom em vermelho. As alças são tão fininhas e o decote é profundo. Provei ele uma vez, mas nunca havia o usado, porque não ajeitava bem no meu corpo. Eu tiro a roupa que estou usando, e lentamente começo a vestir o escolhido para amanhã. Pela primeira vez, o vestido se ajeita perfeitamente em meu corpo.

Justo ao extremo, ele curva todo o meu corpo, deixando-o bem definido. A saia é um pouco bufante, mas por ser no modelo de vestido sereia, fica delicado e lindo. Me olhando no espelho, eu sorrio com o resultado e tiro o vestido, colocando roupas de academia. Ainda são sete e meia então desço para a academia do prédio, pegando o treino diário no celular e colocando fones de ouvido e começando quarenta minutos de esteira.

Quando acabo, estou cansada, mas não posso parar. Por isso, continuo fazendo a sequência que o treinador havia passado, tento intervalos de três minutos entre um aparelho e outro. Nos fones de ouvido, músicas animadas estouram enquanto eu continuo a malhar as pernas. Estou cansada o suficiente, mas não consigo e nem quero parar. Todos os exercícios conseguem servir de uma forma para eu extravasar a ansiedade do último encontro com Justin e uma mudança radical da minha vida.

Por fim, são quase dez horas da noite quando decido que é hora de voltar para o meu apartamento. Deixo a academia e sigo em direção ao elevador, chegando até o meu apartamento no tempo cronometrado de sempre. Quando entro, Annelise não está mais organizando as coisas, o que me indica que ela foi embora. Eu subo as escadas do apartamento, seguindo para o meu quarto e deixo tudo sobre a pia do banheiro, conforme tiro a roupa. Vinte minutos de banho são o suficiente para me deixar limpa e calma, pronta para uma noite de sono.

Antes disso, publico uma foto no story do Instagram para contar que aquela era minha última noite em Los Angeles. Eu procuro o notebook na gaveta do quarto e sigo para a sala de televisões do piso superior. Enquanto ligo o computador, procuro entre o catálogo do Netflix a minha série do momento. Imersa as piadas de brooklyn nine-nine, eu respondo alguns e-mails para a produção do programa, fazendo a pré-seleção de algumas candidatas e confirmando as passagens para Paris. Quando o relógio bate uma hora da manhã, eu desligo o computador e vou para a cama.

Na manhã seguinte, sexta-feira e meu último dia em Los Angeles, eu acordo excepcionalmente cedo. Não são nem oito horas da manhã quando eu deixo a cama e saio em busca dos meus tênis de corrida e da saia para praticar esportes. Com uma vitamina feita em cima da hora, eu saio do apartamento para correr mais cedo. Com celular preso no suporte e uma nota de vinte junto, eu corro até o The Urth Caffe, um trajeto que dura aproximadamente quarenta minutos. Lá, eu compro a minha habitual tigela de frutas vermelhas e sigo de volta para o apartamento, dessa vez em um ritmo menos frenético.

Quando adentro o apartamento, sigo para a cozinha e como sobre a ilha do apartamento mesmo, descartando no lixo o que é necessário. Ao subir para o quarto, tomo um banho rápido e troco de roupa, vestindo meu traje de mulher de negócios. Com a chave do carro, eu desço para a garagem e sigo com o carro até o escritório de John. Era o meu último dia ali e eu precisava aproveitar.

Quando chego lá, não conto nem os segundos dentro do elevador. A ansiedade me faz batucar os dedos incansavelmente até que a porta se abra no andar de John. Cumprimento todos ali e caminho em direção ao escritório do meu empresário, que se surpreende ao me ver. Eu o abraço por cima da mesa e sou surpreendida por Sophia entrando na sala alguns minutos depois.

— Veio se despedir? — ela pergunta, após um abraço caloroso.

— Matar a saudade. Verei vocês em Nova Iorque, certo?

— Mas é claro! Semana que vem já estaremos lá. Espero que seu apartamento seja grande o suficiente para caber todos nós.

— Com certeza. Há muitos cômodos lá. Enfim, eu passei aqui apenas para dar um oi. Tenho um encontro com o Justin hoje à noite e preciso resolver algumas coisas da mudança... Que horas você disse que o caminhão de mudança vai em casa buscar tudo?

— As três horas. O caminhão que levará dois dos seus carros irá próximo a esse horário também.

— Certo, tudo bem. Vou deixar vocês trabalharem. Acho que vou dar uma volta na Rodeo Drive e então, almoçar em algum lugar. Depois disso, vou para casa conferir pela milésima vez se tudo está pronto.

— E seu encontro com Justin? — Sophia, que estava sentada em uma das cadeiras próximas à mesa de John, pergunta.

— Ele não me disse onde vamos. Ele disse para eu deixar tudo preparado para a viagem e para eu utilizar uma roupa de gala ou algo assim. Não tenho ideia de onde ele me levará, porque ontem mesmo conversamos sobre não podermos ter encontros formais em lugares como restaurantes abertos.

Após mais um tempo de conversa, eu dirijo por Los Angeles imersa a pensamentos sobre hoje à noite. Em um certo ponto, passo por perto do Museu de Arte do Condado de Los Angeles, mas está interditado pela polícia, então preciso dar a volta por cima se quiser fazer a volta para pegar o caminho até Beverly Hills, que de carro, não durava mais que quinze minutos.

As músicas tocam aleatoriamente, até o meu telefone, conectado no rádio, tocar e interromper o que eu ouvia.

— Alô. — murmuro, atendendo sem ler.

— Oi, Cheryl. — é a voz de Justin. — Só estou ligando para confirmar hoje à noite e para lembra-la do dress code.

— Não se preocupe quanto a isso. Está tudo separado já.

Justin parece contente com a resposta.

— Fico muito feliz com isso. Vou te buscar em seu apartamento, não se preocupe. Estou com um carro sem placa, o que facilitará muito para nós. Haverá uma envolta de seguranças maior do que o habitual, então por favor não se assuste. Está tudo sob o nosso controle.

Eu concordo com Justin e logo desligamos o telefone.

Se antes eu já me sentia curiosa para essa noite, com o simples telefonema, Justin aumentou mais ainda minha ansiedade.