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História Behind The Secrets - third season - Welcome to...


Escrita por: featollg

Capítulo 54 - Welcome to...


- Você me assustou! Eu pensei que... sei lá... Você estava bem até domingo.

- Eu não quero entrar nesse assunto agora... Há quantas horas estamos voando?

- Sei lá... Umas seis...

- Puta merda! Onde nós estamos agora?

- Olha, essa é uma informação que eu realmente não posso te passar. - Ela revira os olhos. - Eu realmente quero entender essa história da gravidez.

- Não tem história... Eu estava me sentindo mal pra caramba na terça-feira, acordei enjoada, não consegui comer direito, estava com muito sono... alguns sintomas suspeitos. Eu fiz o teste e obviamente deu negativo.

 

Mellanie P.O.V

A verdade é que eu estou muito confusa para assimilar o que está acontecendo... O que deu nele para simplesmente querer viajar comigo do nada? Digo, não estamos mais juntos, ambos trabalhamos, eu já estava viajando, temos dois filhos pequenos... Algo ele vai aprontar. Confesso que não me irritei pela intenção dele, mas sim pela situação.

- Como se o fato de que eu poderia te convidar faria você aceitar de primeira. - Ele diz ao desconectar o celular do carregador e coloca o meu. Justin aumenta o volume da música e tocava Sam Smith...

- Você não tinha que ter me trazido sem dizer nada! - Falo brava e ele ignora completamente. - Você está ouvindo? Eu estou falando com você.

- Como se eu não te conhecesse o suficiente. Eu diria: vamos viajar para tal lugar, Mellanie? Ainda acredito que possamos voltar de uma vez por todas. E você diria: Oh, claro, Jay. - Ele me imita. - É tudo o que eu quero.

- Óbvio que não seria assim, mas você tinha que ter me falado. Eu queria ver as crianças. Eu não acredito que você me dopou... - só agora eu me toquei disso. Ele me dopou por quantas horas? Como conseguiu? Eu não me lembro de ter desembarcado em Moscou.

- Para de encher meu saco! Eu fiz isso na melhor das intenções. Quer saber, dorme mais um pouco vai. - Ele gesticula bravo. - Que droga. Você só me irrita. - Justin franze a sobrancelha e se levanta, entra no quarto. Eu me levanto e o sigo andando devagar.

- Espera... - Vou atrás dele no quarto e o encontro sentado na cama com a cabeça baixa.

- Eu fiquei surtado porque você não acordava logo e já estará arrependido de ter feito tudo isso para te surpreender porque você não acordava nunca e eu não sabia se você estava grávida e eu quase enlouqueci. - Ele fala impaciente e suspira. Fico de joelhos no chão, em sua frente, e faço ele erguer a cabeça.

- Eu... Eu imagino. Foi mal. É que eu não estou entendendo nada do que está acontecendo. Você não me conta direito. Eu quero saber como vim parar aqui. Como tudo isso aconteceu? - espero uma resposta e Justin estala os dedos tenso. - Eu quero entender como eu dormi por tanto tempo. Eu estava sozinha naquele lugar...

- Eu não quero falar sobre isso agora. Nós vamos chegar no tal lugar e... É. Ai conversamos. - Bufo e ajeito minha postura. - Será melhor, acredite.

- Que saco.

- Será melhor... - Ele diz. - Se for pra você ficar reclamando ou me xingando com antecedência, me deixa um pouco aqui. - Ele pede. Era exatamente o que eu faria.

Levanto-me e o deixo sozinho. Como alguma coisa e volto a tevê no canal de notícias sobre... América? Então quer dizer que nós estamos na América, provavelmente, do Norte. Onde viemos parar?

Vou até meu celular e desbloqueio a tela. Olho minhas fotos recentes e apago algumas que não usaria para nada... Logo vejo a minha abraçada com as crianças, aquela que tirei no aeroporto. Sinto tanta saudade deles. Bloqueio a tela e deixo o mesmo em cima do frigobar. Voltei no quarto andando lenta. Ele estava com a cabeça baixa, parecia pensativo. Eu me aproximo aos poucos, pisando fraco no chão e subo na cama. Ele deve ter notado minha presença. Por trás, eu o abraço aos poucos e beijo sua nuca. Justin se arrepia.

- Você é muito mais bipolar do que eu. - Ele diz sem expressão alguma.

- Você me deixa confusa. Eu não sei o que está acontecendo. - Sussurro e beijo sua nuca mais uma vez. Ele suspira. - Eu nem sei onde estamos... Eu só sei que é na América.

- Eu te trouxe para o jato desacordada porque era uma surpresa. Eu realmente não quero entrar nessa conversa agora, porque eu sei que você vai se irritar, nós vamos discutir ainda mais e você vai me fazer pensar que o que eu estou fazendo é errado. - Ele fala calmo e eu o olho de lado, ainda com as mãos em seus ombros. Eu o aperto numa massagem e suspiro.

- É porque eu fico curiosa... - Desço a mão esquerda por sua coluna.

- Podemos fazer um combinado? - Arqueio a sobrancelha. - Durante esse voo, vamos fingir que você está aqui de livre e espontânea vontade, que nós estamos ok. Não estou pedindo pra nos tratarmos como se estivéssemos noivos. Mas tenta relaxar. Você não precisa nem falar comigo se não quiser, mas fique de boa, porque eu estou. Assim que chegarmos lá, eu te conto tudo. - Ele me olha esperando resposta. - Mas se você não concordar, foda-se também. Já me preocupei demais. - Ele tenta se levantar e logo se afasta de mim.

- Combinado. - Digo e ele me olha de imediato. - É porque eu achei que a primeira coisa que viria seriam meus filhos. - Falo olhando para ele, que me devolve um olhar sério.

- Eu sei.

- Então... Mas... Como ainda temos muito tempo... Você deve estar cansado, durma um pouco. - Bato na cama.

- Eu estou. - Ele responde. - Fiquei super nervoso porque você não acordava.  - Justin anda pelo quarto e vai ao banheiro. Volta segundos depois.

- Vem cá deitar então... - Bato mais uma vez na cama e ajeito os quatro travesseiros. Encosto do lado direito, na parede e ele dá a volta na cama. - Assim você descansa um pouco... - Falo tranquila e ele deita ao meu lado. - Eu não faço ideia de onde estamos mesmo... Não vou mais te fazer perguntas. - Ele deita ao meu lado e solta a mão esquerda em minhas pernas. Logo deixo minha mão esquerda em seu cabelo.

Justin ajeita sua mão direita debaixo dos travesseiros e lambe os lábios. Acaricio seu cabelo e logo paro.

- É tão bom. - Ele resmunga. Volto a acariciá-lo no cabelo e ele sorri já com os olhos fechados. Justin demora um pouco, mas dorme. Descanso olhando para o nada e penso sobre como foi desde que acordei. É tudo tão estranho.

Rick nos avisa que enfrentaremos uma leve turbulência e eu encosto ainda mais na parede. Olho pela janela e estávamos caindo para a direita. Ele se aproxima um pouco mais e me abraça nas pernas. Justin desperta do nada e me aperta nas coxas.

- Quanto tempo eu dormi?

- Eu acho que meia hora...

- Huh. - Ele responde sonolento.- Eu vou perguntar ao Rick quanto tempo ainda temos... - Senta-se na cama.

- Você está mais dormindo do que acordado... Eu vou lá.

- Não! Você não pode saber para onde estamos indo. - Ele se levanta um pouco atordoado e sai do quarto. Segundos depois, ouço Rick responder.

- Ainda temos três horas e meia... - Onde estamos indo??? Esse lugar não chega nunca.

- Tudo isso? - Falo em voz alta. - Se eu também ouvi a resposta, por que você não me deixou perguntar?

- Eu esqueci. - Ele fala de longe. - Quer comer algo?

- Uma barrinha. - Justin volta para o quarto tomando água na garrafa e me entrega uma barra de cereal de chocolate com morango. - Obrigada. - Ele senta na cama ao meu lado e procura pelo controle da tevê.

- Você não sente falta de todo o nosso relacionamento? - Justin diz ao deixar a garrafa de lado e atravessa o braço em meu corpo para pegar o controle da tevê. Ele muda de canal.

- Sim... É normal sentir falta.

- Por que você acha normal?

- Nós ficamos juntos por quatro anos... Tudo bem que terminamos várias vezes, mas foram quatro anos.

- É bastante tempo...

- Eu não achei que duraríamos muito, sabia? - Digo a ele, que morde minha barrinha.

- Sabe que eu também não?

- Assim... No começo, claro. Depois eu não pensava em mais nada.

- Eu achava meio louco amar alguém. Eu mal sabia o que era sentir falta constante de uma pessoa só. Você me pegou de vez. - Ele diz e me faz sorrir. Isso seria uma jogada?

- Eu peguei.

- Ai você largou... - Ele faz bico e toma mais um gole d'água. - Foi um pouco louco tudo isso. Eu nunca pensei que me tornaria uma pessoa tão carinhosa. Eu sou carinhoso, não sou?

- Bastante. - Complemento. - Você mudou demais... Eu nunca imaginei que você de tornaria uma pessoa tão romântica, carinhosa... Isso é meio louco. - Falo olhando para ele.

- Sim. - Ele afirma.

- Me da sua água. - Estico o braço esquerdo. - Por favor. - Justin me entrega e tomo alguns goles. Devolvo a garrafa a ele, que coloca no canto e estica os braços. Ele coça o abdômen. - Não sei se aguento mais três horas nesse avião. Eu quero muito saber para onde estamos indo. - Justin senta em minha frente e aumenta o volume da tevê.

- Aguenta sim... Você dormiu boa parte das horas...

- Por sua culpa.

- Nós temos um combinado. - Ele diz ao coçar os olhos. - Eu ainda estou com sono... Mas não quero dormir de novo. Eu gosto de ficar aqui com você. É como se ainda estivéssemos juntos...

- Eu sinto isso quando ficamos sozinhos num quarto... - Falo olhando-o nos olhos. - É um pouco preocupante.

- Eu gosto. - Dou os ombros conforme ele fala. - O que você fez aqui? - Ele aponta para o meu rosto e logo faz referência no canto de seu lábio esquerdo.

- Eu? Nada! - Falo ao colocar o o dedo indicador ao lado da boca. - O que tem?

- Não sei... Parece que você machucou. - Ele diz ao franzir o cenho. Eu não sinto nada. - Deve ter arranhado com a unha.

- Eu vou ver no espelho. - Falo ao descruzar as pernas e Justin me segura.

- Deixa eu ver. - Ele se aproxima e me beija no canto da boca.

- Como você é bobo. - Dou risada. Por que eu ri disso? Nem foi engraçado.

- Só para quebrar o gelo. - Ele diz ao parar em minha frente. - Você lembra quando pagou um bloquete pra mim no avião? Estávamos... Sei lá... Na época da formatura. - Coloco as mãos na boca ao me lembrar do que ele diz.

- É claro que eu lembro. - Respondo. - Eu lembro de tudo. Muito mais do que você.

- Isso é mentira... Você não sabe o que eu lembro ou não.

- Com certeza menos do que eu.

- Eu lembro de muita coisa... - Ele responde. - Justamente por isso, eu me sinto no dever de pedir... Eu queria um beijo seu. Eu pretendo voltar a dormir mesmo. - Ele se aproxima um pouco. - Só para quebrar ainda mais o gelo mesmo.

- Mas se você já vai dormir, por que você quer um beijo agora? - Arqueio a sobrancelha direita e Justin analisa minha roupa, eu continuo acompanhando seu olhar.

- Porque eu gosto demais do seu beijo. Mesmo que seja um só... - Ele desvia o olhar.

- Deixa pra depois... Pode voltar a dormir. - Pisco para ele, que revira os olhos e se deita ao meu lado.

- Você não deixa de ser chata. - Ele responde ao deitar no mesmo lugar que estava antes, ao meu lado, e fecha os olhos. Justin esconde os olhos com o antebraço direito na frente e solta a mão esquerda. Conforme ele suspira, eu me aproximo aos poucos, sem que ele perceba e, meio de lado, o beijo nos lábios devagar. Ele segura meu cabelo e me aperta para que eu não me afaste tão fácil. Eu deito meu corpo em cima do dele e paro com as mãos em suas costelas.

- Eu não sou tão chata assim. - Falo ao dar um selinho nele, que tenta segurar meu cabelo para ver meu rosto. Justin abre os olhos com um sorriso nos lábios e me beija mais uma vez.

- Você é bem bipolar. - Ele diz ao me dar um selinho. - Eu até gosto disso.

- Você já estava me insultando sem saber se eu faria algo. - Falo ao tocar seu cabelo.

- Bela jogada, Mellanie. - Ele responde e solto seu lábio de leve com os dentes. Dou um beijo na testa dele.

Depois de minutos ouvindo a tevê e deitado ao meu lado, Justin cai num sono pesado e aproveito para andar pelo jato, mexo no meu celular, pego minha bolsa e olho se tudo que eu levei para a Suécia ainda estava lá... Minha carteira, minha chave de casa, meu batom, o carregador que o Justin pegou... a embalagem do teste de gravidez... É.

Eu só quero chegar logo para saber como tudo isso aconteceu, qual o propósito. Preciso ligar para casa... dele com urgência!

Percebi que já estava anoitecendo e Justin dormia há algumas horas...

Volto a me deitar ao lado dele na cama e fico olhando minhas fotos antiga no rolo da câmera... Estava com um pouco de calor. Viro-me para o lado e encosto com as costas na parede. Fecho os olhos e solto minha mão direita na barriga do Justin, bem de leve. Ele estava quente, como sempre.

- Já anoiteceu? - Ele pergunta.

- Sim... Mais ou menos.

- Então estamos chegando.

- Oh, finalmente. - Falo. Ele senta na cama e logo deixa o quarto. Justin pergunta ao Rick onde estamos, que responde: "Pousaremos em meia hora".

- Nem acredito! - Justin diz ao voltar para o quarto. - Eu não aguento mais ficar nesse avião.

- Eu também não... - Faço careta. - Pelo menos você conseguiu dormir bastante.

- É... Você não dormiu?

- Não. - Nego com a cabeça. Justin senta na cama e estica o corpo, olhando para o teto. Ainda deitada, eu olho para ele de lado, que estava apenas com a bermuda, o cabelo todo desfeito... Engulo seco antes de tentar segurar minha língua.

- Já que nós combinamos que não vamos discutir nem nada até chegarmos... Eu sinto sua falta. - Falo. Ele arregala os olhos e abre os braços. Sorrio um pouco sem graça por ter dito isso do nada e ele abre as pernas.

- Fica aqui comigo. - Ele diz todo fofo e eu me aproximo aos poucos. Eu o abraço no pescoço e Justin me aperta nas costas. - É estranho te ouvir dizer que sente minha falta... Só porque temos meia hora.

- Eu sinto... - Falo e acaricio seu rosto com o polegar. Dou um selinho nele. Justin me beija nos lábios com força e sento em minhas próprias pernas. Ele desce uma das mãos por minhas costas e para em minha lombar. Com a outra, segura meu pescoço e me acaricia de leve. Eu não tinha o que dizer a ele agora. O único pensamento que tomava conta de mim era: o que está acontecendo aqui? Era uma pergunta que eu não tinha como responder. Só ele pode me dizer e eu sei que não será agora. Paro o beijo com um selinho. - Meia hora...

- Tempo suficiente para relaxarmos antes de termos várias conversas...

- Huh, é. - Falo ao desviar o olhar dele. - Você quer relaxar? - Olho para ele. Justin mexe as sobrancelhas pretensioso e mordo meu lábio debaixo.

- Só se você quiser. - Ele responde. - Não sei qual tipo de relaxamento te agradaria mais. - Justin diz ao beijar meu pescoço.

- Qual você quiser. - Respondo.

- Tudo que envolve seu corpo me relaxa. - Ele diz com um enorme sorriso no rosto e dou um beijo nele.

- Aproveite que ainda não chegamos. - Digo ao me deitar na cama e ele vem para cima de mim. Justin beija abaixo do meu umbigo, deixando-me arrepiada enquanto mexo em seu cabelo com as mãos até o começo de suas costas. Ele sobe seu rosto na direção do meu e distribui beijos pelo meu pescoço.

- Eu entrei em choque quando vi aquele negocio de teste de gravidez. - Ele fala entre os beijos. - Eu estava procurando seu carregador... Ai eu achei e entrei em choque.

- Mas você ficaria feliz? - Pergunto aleatoriamente.

- Óbvio que sim. Mas aí você falou que não está...

- É, eu... Eu fiz por fazer mesmo. Andei me sentindo mal nos últimos dias, passei muito mal ontem, mas não era nada.

- Mas você tem certeza? - Ele pergunta ao me olhar.

- Sim... Minha menstruação deve chegar em uma semana...

- Hm, ok. Se você diz. - Ele dá os ombros. - Mas enquanto não chega... - Ele morde meu pescoço e murmuro. Justin beija várias vezes meu pescoço e morde o mesmo de leve. - Eu senti muito sua falta... - Ele diz.

- Tudo certo? - Era a voz do Rick... Será que já estamos realmente chegando? Justin bufa e me dá um último beijo na bochecha. Ele se levanta às pressas e responde.

- Sim.

- Preparar para pouso... Pegamos um atalho para o aeroporto do local.

- Oh, certo. - Justin responde.

- Apertem os cintos e desliguem os celulares. Pousaremos em instantes. - Como eles pegaram um atalho no céu? Justin volta para o quarto sério.

- Eu queria que demorasse pelo menos mais uns 10 minutos... - Ele diz ao sentar ao meu lado. Encosto a cabeça no travesseiro e já vejo pela janela que era noite, estávamos em direção ao chão.

- Nós estamos numa floresta?

- O quê? Por quê?

- Eu vejo pouca iluminação aqui... Justin... onde nós estamos?

- Você já vai ver. - Ele pisca para mim e também encosta a cabeça. - Eu só posso dizer que vamos desembarcar no meio do nada... Mas eu já me informei sobre como chegaremos ao nosso destino. - Respiro fundo e logo a velocidade aumento em 100%. Senti aquele frio na barriga de ver o avião pisar no solo e nós dois ficamos imóveis, lado a lado. Minutos depois, o avião foi parando aos poucos... Justin se levantou e calçou seus chinelos. - Eu vou levar nossas malas... Você só pega aquela sua que estava o carregador, nossos celulares e vê se não esquecemos nada.

- Tá. - Fico de pé e abro o frigobar. Pego uma garrafa d'água e coloco na bolsa. Vai saber quanto tempo demoraremos para chegar... Saio do quarto e calço minha bota. Justin bate na cabine e Rick logo sai.

- Oh, boa noite, Mellanie.

- Oi, Rick. - Aceno para ele.

- Eu vou descer a escada...

- Atenção passageiros, estamos com uma temperatura estável de 25ºC e o tempo deverá amanhecer com céu aberto. - E a cidade em que estamos? Ele não vai falar, sério?

- Espera... Você não veio pilotando?

- Só nas primeiras quarto horas...

- Fizemos uma parada rápida no Canadá para trocar de piloto. - Justin diz e logo desce as escadas com as duas malas. Quem será que fez a minha mala? Pego minha jaqueta de frio e desço as escada atrás dele. Nem acredito que realmente saí daquele avião. Olho ao redor e estávamos... no meio do nada. Puta merda, que lugar é esse? Sentia um cheiro de maresia.

- Estamos numa floresta! - Falo olhando ao redor. - ESTAMOS NA AMAZÔNIA? - Justin para no caminho e começa a rir sem parar. Não foi engraçado.

- Essa foi a coisa mais tola que você disse hoje. - Ele leva as malas até um jipe marrom e, com a ajuda do Rick, coloca as duas no lugar de trás.

- Eu só vou ver se o Benné está ok na cabine e volto para levar vocês até o local. - Ele fala ao fazer um cumprimento com o Justin e paro em frente ao jipe. Tiro meu celular do bolso e busco sinal. Estava um pouco fraco, mas pegada...

Liguei para casa e ninguém atendeu.

- Espera! Você nem sabe que horas são lá... Mande apenas uma mensagem. - Suspiro e deixo uma mensagem para a Anna.

 

"Chegamos agora! Aqui são... Bem... eu não sei, acho que 20h pelo horário do meu celular. Como estão as crianças?" - Mellanie.

 

Guardo o celular no bolso.

- Eu quero saber como eles estão... - Falo preocupada.

- Eu vou na frente com o Rick e você vai aqui atrás, ok? Te garanto que não levaremos nem cinco minutos aqui dentro. - Suspiro e ele me ajuda a subir no jipe. Sento-me num banquinho pequeno.

- Tá.

- Eles estão bem... Fique tranquila.

- Você disse que me falaria onde estamos assim que chegássemos.

- E nós ainda não chegamos. - Reviro os olhos e vejo que Rick se aproxima. - Dá meu celular. - Ele coloca a mão para trás e eu tiro do meu bolso.

- Quanto tempo leva até lá?

- Nem cinco minutos... - Rick liga o jipe e aquele negócio era barulhento... Nunca andei num desse antes. Balançava demais. Eu me segurei no encosto do Justin e passávamos por ruas desertas... Saímos numa estrada estranha, com pouquíssima movimentação. Meu Deus... Onde é que nós estamos?

Rick anda mais ou menos dois quilômetros e vira à direita, que dá em uma rua asfaltada coberta por árvores e apenas alguns postes de luz. Finalmente, avisto luzes no fim da rua e Rick acelera. Saímos uma rua infinita com casas enormes, era uma espécies de condomínio aberto... Havia um prédio de três andares, algumas casas e logo ele virou à esquerda. Saímos numa rua ainda mais deserta, só com um poste de luz.

- Chegamos. - Ele diz em voz alta e passamos por dois prédios pequenos, uma sobrado e ele estacionou na garagem de uma casa sinistra. A mesma era um sobrado completamente quadrado. Mas não tinha mar aqui... Não como em casa, no quintal. Rick desliga o jipe e Justin desce do mesmo.

- Você pode levar as malas para cima, por favor? Eu vou falar com a Mellanie. - Olho para o Rick e Justin logo me ajuda a descer no chão.

- Claro. - Ele pega as malas e Justin entrega a chave a ele, que estava no bolso de sua bermuda.

- Onde nós estamos? - Cruzo os braços e ajeito minha bolsa no ombro direito. Olho ao redor... Não faço ideia de que lugar é esse.

- Estamos em uma ilha isolada de qualquer lugar que te faça pensar que pode ir embora andando.

- Onde nós estamos? - Repito a mesma pergunta.

- Estamos em São Vicente e Granadinas, uma das mais luxuosas ilhas de todas. Fica próximo ao Caribe. Eu aluguei essa casa para termos mais privacidade, porque o resort fica a quinze minutos daqui. - Me assusto. Nunca ouvi falar sobre essa ilha.

- Nós estamos quase colados na América do Sul? - Pergunto.

- Sim. - Ele sorri.

- E qual o propósito dessa viagem? - Olho ao redor e era uma calmaria só.

- É uma pré lua de mel.

- É o quê? - Arregalo os olhos - Não tem lua de mel. Não tem casamento. - Falo irritada. - O QUE NÓS ESTAMOS FAZENDO AQUI? Como você me trouxe pra cá? Oh meu Deus! Eu não sei nem por onde começar... Com quem as crianças ficaram em casa? Só a Anna?

- Eles estão com a Anna e a Anne.

- Minha mãe?

- Eu conversei com ela há um tempo e ela disse que viria passar uma semana em Moscou. Ela chega amanhã cedo por lá... Ficaremos alguns dias aqui.

- Você só pode estar brincando comigo. Você está mentindo pra mim.

- Eu não estou.

- Como vamos embora daqui? As crianças devem estar querendo muito me ver! - Eu estava nervosa. - Você é completamente louco. - Ele ri.

- Shhh... Calma. - Ele se aproxima e segura meus pulsos. - Eles vão ficar bem. Serão só por alguns dias... Nós precisamos desse tempo.

- Eles já devem estar chorando! Eles não ficam sem nós dois, Justin. Eles têm 3 anos!!!! - Rick aparece na porta.

- Meu amor. Calma. - Ele insiste e segura minha mão. Dá um beijo na mesma. - Você está muito nervosa... Nem parece que ficamos 10 horas naquele avião, sendo que você dormiu boa parte do tempo.

- Precisa de mais alguma coisa?

- Não, Rick! Muito obrigado, cara. - Justin se aproxima dele e faz um toque. Eles cochicam algo que não consigo ouvir.

- Beleza. Espero que vocês aproveitem essa viagem! - Ele se afasta e me dá um beijo no rosto. Rick entra no lugar do motorista do jipe e vai embora.

- Que horas são? - Falo perdida e olho ao redor.

- Aqui são 19h30. Temos que caminhar 4km para chegar até um pequeno comércio e as demais moradias... Já a parte do mar, as aventuras mesmo, ficam a 10km daqui. - Suspiro e olho ao redor mais uma vez. - Eu vou te mostrar a casa. - Ele me puxa pela mão. A casa era um sobrado quadrado. - Feche os olhos. - Bufo e ele esconde meus olhos com a mão esquerda em volta da minha cabeça.

- Você é o cara mais enrolado que eu conheço. - Falo e ele anda lento comigo.

- Nós vamos começar lá por cima... Estamos subindo uma escada. Cuidado com os degraus. Assim que paramos, ele tira a mão dos meus olhos. - Pode abrir.

Estava num enorme corredor quadrado. Do mesmo, eu conseguia ver o outro lado do corredor, a sala e mais um cômodo. Tudo tão louco. O teto era iluminado por um enorme lustre prateado, todo decorado e chamativo. Era lindo. Eu via duas portas à frente e nada de quarto à minha esquerda. Era uma área livre e aberta, onde a escada começava. Andamos até lá e, já em minha frente, avisto uma área aberta. A enorme varanda da casa.

- Essa é uma mini mansão para Lua de Mel. Mais tarde essa casa ficará ainda mais bonita.

- Por quê?

- Depois você verá. - Ele responde. - Venha. - Damos seis passos e paro em frente à primeira porta. Abro a mesmo e era uma sala enorme de massagem. Não que tivesse um massagista lá, mas tinha a cama apropriada, alguns hidratantes, pedras quentes em uma prateleira e demais utensílios ao lado da pia, que ficava junto a um espelho de rosto. A enorme janela dupla iluminava todo o ambiente. Havia um home theater. - Essa é a sala de massagem...

- E quem as faz?

- Você fará em mim. - Ele fala brincalhão.

- É mais fácil eu te esganar. - Ele ri. Saímos de lá e vamos até a próxima e última porta.

- É um quarto arejado para um casal relaxar e realmente passar a noite de núpcias. - Ele segura a maçaneta. - Você só conhecera esse quarto à noite.

- Mas eu quero vê-lo agora. Já anoiteceu.

- Mas não vai. - Ele retruca e me puxa. Vamos até a área da varanda e saio para ver onde realmente estou. Ele para ao meu lado e analisa a vista comigo. Haviam árvores, o mar distante, um lago à esquerda... Que louco. Eu estou no meio de tudo e nada. Tem mar. Tem água. Tem plantas. Tem moradia. - Essa ilha é linda. - Ele fala. - Quando seu estresse passar, você perceberá o quanto é linda.

- Eu ainda estou meio perdida... Eu não entendo o que te fez pensa em me trazer aqui. Eu preciso tomar um banho. - Ando de um lado para outro perdida.

- Mel... Qual é. - Ele vira de frente para mim e sorri. - Eu te trouxe aqui para você relaxar comigo.

- Nós não transamos desde domingo... - Ele coça a cabeça. - Eu só estou feliz por estar aqui com você. Eu vivo sem sexo.

- Que mentira. - Falo ao entrar para o corredor novamente e ele ri.

- Não que eu viva sem sexo... Óbvio que não. Eu vivo com você sem a necessidade de sexo. Você entende? - Ele parece confuso na explicação. - Eu estou tentando te dizer que não fico com você por sexo. Nunca. Eu te amo como minha... ex-mulher e não só o seu físico, não só pelo sexo. - Ok. Ele estava sendo sincero. Eu sabia. - Eu aguentaria ficar sem sexo, mas não sem você.

- Então você não vai me obrigar a transar com você aqui? - Falo provocando e bato com os dedos na perna, pensativa. Ele franze o cenho.

- Não eu... Eu... É óbvio que eu não vou te obrigar. - Ele fala descontente. - Mas estamos numa casa, sozinhos, privacidade completa. Como quando estávamos naquela ilha... Lembra?

- Lembro. - Era impossível esquecer. A cara que ele fez quando falei que não serei obrigada a transar cortou meu coração. Mas ok. Tenho que me manter firme. - Não estamos mais juntos... Será que você não entende?

- Você sabe que nós estamos. Não tem como não estarmos. Eu já te pedi perdão por tudo isso várias vezes. Várias. E outra coisa, você já errou muito.

- Isso não muda o que você fez. A pior coisa da minha vida foi ter sido feita de idiota por você durante três meses.

- Ei... Não briga comigo agora. - Ele dá um passo à frente.

- Eu estou irritada. - Replico. Ele segura minha mão e aperta meus dedos nos seus. Dá um beijo na mesma.

- Nós vamos saltar uma tirolesa aqui por perto. - Uau. Ele planejou tudo isso sozinho? Há quanto tempo?

- Em quantos dias você planejou essa viagem?

- É uma longa história... Em uma semana. - Ele fala. - Eu precisava de trazer para longe de tudo antes do nosso casamento. Aqui nós vamos nos entender muito. Você vai ver.

- Esse lugar é milagroso, por acaso? - Olho para ele, que sorri.

- O tempo é. - Boa resposta. Descemos as escadas juntos e a sala era comprida. O sofá com cinco lugares, uma tevê enorme. Um tapete redondo entre os mesmos. Vários quadros enfeitavam o cômodo. Era arejado, tinha espaço de sobra. A cozinha era branca com detalhes vermelho. A bancada não era lá muito grande, mas bem dividida. Havia uma mesa para quatro pessoas ao lado, onde seria a sala de jantar.

- Essa é a casa. - Ele finaliza com um sorriso. - Eu achei bem confortante para passar uns dias.

- Por quanto tempo ficaremos aqui? Como você pensou nesse lugar?

- Eu só vou responder essas coisas quando você estiver mais calma.

- Eu estou calma. - Retruco. - Mas eu continuo furiosa com você.

- Então não.

- Por que você fez tudo isso? Eu estou um pouco irritada por... sei lá... Eu não sei.

- Justamente por isso. Aqui você vai ter que me ouvir. - Ele dá os ombros e para em minha frente.

- Por quanto tempo eu dormi no total? Você me dopou!!!!

- É óbvio que eu te dopei... Mas foi por uma boa causa.

- Não, não foi. Eu fiquei completamente desacordada.

- Na verdade, você ficou grogue e não se lembra... Você acordou enquanto estávamos no avião para ir ao banheiro, comeu alguma coisa. Você não se tocou de que realmente estávamos no avião. Na verdade, eu vi que você percebeu o ambiente em que estávamos, mas não se preocupou.

- Eu... eu lembro disso. Mas eu não estava entendendo o que acontecia.

- Você dormiu por 7 horas se eu não me engano..

- Tudo isso? E como você me dopou?

- Dopar é uma palavra muito cruel para uma situação tão legal como essa. Eu te fiz dormir. - Reviro os olhos.

- Para de me enrolar.

- Mel... Eu vou tomar um banho, tome você também. Saímos para caminhar e conversamos no caminho. - Não o contrariaria. Tudo o que eu preciso agora é de um banho. Subo as escadas primeiro e ele vem atrás. Meu Deus, que lugar é esse? Passo perdida pelo enorme corredor e ando com a mão direita no corrimão de madeira. - Você vai para o primeiro quarto do outro lado do corredor... Eu ainda não te apresentei. Justin entra no quarto principal de núpcias - aquele que eu não posso ver - e vou o que ele disse. Fecho a porta e olho onde estou. É um quarto neutro com dois quadros enormes na paredes. Não há qualquer bolsa ou mala. Mas ok. Coloco minha bolsa dos ombros em cima da mesa e logo meu celular ao lado. Tiro a bota e logo minha blusa, a calça jeans... Estou morta.

Vou até o banheiro e havia um conjunto de toalha branco. Shampoo e condicionador já estavam lá, assim como um sabonete roxo. Uau. Tomo meu banho em cerca de 10 minutos e enrolo meu cabelo na toalha menor. Seco meu corpo e enrolo a toalha maior no busto. Preciso achar minhas roupas.

- O que houve? - Ele fala do outro lado do corredor, em frente à porta secreta. Usava uma bermuda preta e uma regata vermelha. O cabelo espetado.

- Preciso de uma roupa. - Falo como se fosse óbvio. - Você sumiu com as minhas coisas.

- Ah. - Sua expressão é de surpresa. - Estão no outro quarto... Eu vou escolher uma roupa para você.

- Você não sabe escolher. - Falo indo até ele pelo lado esquerdo do corredor.

- Não ouse. Você não vai entrar nesse quatro até à noite. - Reviro os olhos.

- Então vai logo. Eu estou descalça é preciso me vestir. - Ele entra no quarto e fecha a porta. Espero a 50 metros da mesma e ele demora um pouco... Encosto no corrimão de madeira e fico ali alguns minutos.

- É complicado escolher roupas para mulheres. - Ele abre a porta com uma troca de roupa nas mãos e joga meu chinelo rosa no chão.

- Eu preciso da minha escova, do meu desodorante, meu hidratante, meu perfume... Eu preciso da minha mala. - Falo ao pegar a roupa da mão dele e minha toalha abre. Antes que ele me veja nua, seguro a mesma e viro-me de costas.

- Calma... Isso é tudo frescura. O desodorante eu pego. O resto você só vai ver amanhã.

- Você sabe que está me irritando, não sabe? - Cruzo os braços. - E que roupa é essa?

- Uma que eu quero te ver usando... Não é fácil escolher roupas para você usar.

- Caramba. - Calço os chinelos e tiro a toalha da cabeça. - Eu preciso da escova.

- Eu vou pegar e já levo para você no outro quarto. - Reviro os olhos e ando novamente pelo corredor. Vou até o quarto em que estava e encosto a porta. Penduro a toalha na maçaneta do banheiro e visto minha calcinha. Ele escolheu uma das menores que eu tenho. Por que isso está na minha mala? Era preta, toda de renda. O sutiã era par, na mesma cor, também de renda. Ele escolheu um vestido curto que eu tenho na cor preta. Tudo preto, sério? Tinha as alças finas e era enfeitado com bolinhas cor de rosa. Eu o usava às vezes. Termino de colocá-lo e Justin abre a porta.

- Eu trouxe seu desodorante, uma escova de cabelo e o primeiro creme que estava na neccessair. - ele coloca na cama e senta ao lado. Pego meu desodorante e vou até o banheiro para espirra-lo. Coloco em cima da pia e penteio meu cabelo, logo tiro o excesso com a toalha. Volto para onde ele estava e tiro os chinelos. Levanto a perna direita, apoiando com o pé na cama e espirro um pouco de hidratante floral na mão. Ele analisa cada movimento que eu faço e passo dos pés até o início da coxa. Ele me olhava sem piscar. Coloco o pé direito no chão e levanto o esquerdo. Faço o mesmo processo e ele continua observando cada movimento.

- Eu vejo sua calcinha perfeitamente daqui. - Ele fala com a voz calma.

 

SPOILER

- Minha cabeça está confusa com muitas informações. Você acha certo tudo isso? Digo, eu não sei o que pensar. - Ele presta atenção e descansa as mãos em minhas coxas. - Mesmo que você diga que me ama e que fez isso para o meu bem, é como se... Eu não sei. Isso soa falso. - Ele arqueia as sobrancelhas descontente. - Não que você esteja sendo falso. Não é isso que eu disse. Eu disse que a situação soa falsa, forçada. Como eu vou saber que você está realmente sendo sincero? Eu não confio mais na sua palavra como antes... Ou sim... - Eu estava realmente me sentindo absurdamente confusa. - Eu estou confusa com relação a tudo. - Ele suspira, pronto para responder. - O que você acha disso? - Ele acaricia minhas coxas.


Notas Finais


CAP ENORMEEEEEE uhu.
Já que eu atrasei pra postar o cap e estão meio longos, to postando um agora e pretendo postar outro amanhã à noite ok galera. Obrigada pelas críticas e opiniões sobre a fic. Ainda há pessoas que gostam do comportamento da Mellanie hahahaha obrigada, de vdd. Amo demais essa fic e amo ainda mais o fato de que vocês também gostam! Bjoss.
Tem gente com medo da fic acabar com os dois separados hehe nunca se sabe o que pode acontecer.


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