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História Behind The Secrets - third season - Drama queen


Escrita por: featollg

Capítulo 40 - Drama queen


- Nós não conseguimos ficar distantes um do outro. Você sabe muito bem disso. Até quando eu não me lembrava de você estávamos próximos. Eu não vivo sem você e você não vive sem mim. - Todos esses meses foram a prova perfeita de que não vivemos um longe do outro.

- Eu vou aprender.

- Para de lidar com a situação assim!!!! Você não entende? Não tem jeito. Nós vamos ficar juntos. - Ele fala bravo. - Por que você quer complicar a situação?

- complicar a situação? Eu quero é sair fora. Eu não quero mais me envolver com alguém que acaba comigo aos poucos.  

- Eu nunca fiz nada de mal para acabar com você. - Não fez? Vamos lá... Ele senta na cadeira giratória e paro em sua frente.

- Você mentiu seu nome. - começo a numerar nos dedos. - 2. Você mentiu sua identidade. - 3. Temos o mesmo pai e sofremos muito com isso. Eu considero um mal. - Ele desvia o olhar. - 4. Você pegou a Stacey quando nos separamos e a engravidou. - Ele cruza os braços.

- Você vai voltar atrás em tudo, sério?

- 5. Você me fez voar com você até a Rússia para ver sua amante grávida, sendo que eu também já estava grávida.

- Chega. Você quis vir junto comigo. - Ele aponta para mim.

- 6. Você me traiu "bêbado" - fiz aspas para piorar a situação. - com a Grace e se rastejou atrás de mim depois... Ou você não se lembra que eu fui embora para os Estados Unidos?

- Eu me lembro. - Responde com seriedade.

- 7. Você mentiu para mim sobre estar com amnésia e transou com várias mulheres.

- Você está piorando a situação. Eu não transei com mais ninguém depois que recuperei a memória.

- Eu só estou relembrando porque você não merece meu perdão.

- Eu não te pedi perdão.

- Você não está arrependido do que fez?

- Eu estou arrependido de não saber que você estava grávida. Isso sim foi um motivo de cinismo.

- Eu não falei sobre cinismo. Eu falei sobre traição de confiança.

- Em momento algum você citou a palavra confiança. - apoio com as mãos na cadeira e aproximo-me dele.

- Você traiu a minha confiança. - Respondo-o com precisão. Ele lambe os lábios e me devolve um olhar triste.

- Eu não queria te deixar assim...

- Justin, chega dessa discussão. Chega dessa briga. Nós não vamos voltar, nada vai acontecer. Eu tenho meu apartamento e você a sua casa.

- Aquela casa é nossa.

- Não é. Está no seu nome. É sua.

- Eu coloco ela no seu nome. - Ele fica de pé. - Mel... Não faz isso... Nós fomos feitos um para o outro. Você sabe muito bem disso.

- Agora eu estou começando a achar que não. - Eu estava sendo sincera. Depois de tantas coisas, é como se não tivéssemos mais chance juntos. Eu queria desistir. - Eu estou muito triste com tudo isso... Sabe... Eu não quero mais.

- Você está dizendo isso da boca para fora. - Ele segura meu braço. - Eu sei que está. Você sempre faz isso quando fica irritada.

- Você não está entendendo, Justin. Eu não estou irritada. Eu estou determinada, decidida. Não é uma briga qualquer. Eu não quero mais. - Olho em seus olhos conforme as palavras simplesmente escapam. - Eu simplesmente cansei. Depois de tudo o que eu fiz, você conseguiu me decepcionar ainda mais.

- Eu não queria te decepcionar. Eu pensei que você ficaria feliz. - Ele diz ao tocar meu rosto. - Eu ainda acho que você está contente.

- Eu não estou contente. É legal você ter conquistado sua memória de volta. - Digo cínica e ele sorri.

- É legal? Só isso?

- Sim. - Não demonstro qualquer sentimento. Eu estava brava demais. Com raiva. Mas confesso... Era bom saber que ele se lembrava de tudo.

- Mel... - Ele acaricia minhas bochechas com os polegares e tenta me beijar. Nego. - Você não vai conseguir me evitar. - Ele tenta mais uma vez e o afasto.

- Caramba, você não entende mesmo. Não temos mais nada. Acabou. Eu não quero saber de você. Fique feliz porque ainda nos veremos nessa empresa até que eu arrume outro emprego.

- Outro emprego? Você está louca... Meu Deus... O que está acontecendo com você? Olhe para mim - ele aponta para si mesmo e dá a volta - Eu estou de volta.

- Você está me deixando ainda mais irritada. - Franzo as sobrancelhas. - Sai do meu escritório.

- Essa empresa é minha.

- Então vai tomar no seu cu. Que saco. - Saio ao bater a porta e passo reto por várias pessoas.

- Volta aqui, Mellanie.

- Me erra. - Entro na sala da Jade e ele vem atrás. - Você pode ir em casa hoje? - Falo ao encostar a porta e Justin fica para trás.

- Você ainda está no apartamento? - Ela diz ao parar de digitar. - Eu estou ouvindo você e o Justin discutirem daqui.

- Sim... Eu vou morar definitivamente lá.

- Não vai. - Justin responde distante e reviro os olhos.

- O que eu faço com ele? - Sussurro ao me sentar.

- Você quer mesmo que eu diga? - Ela ri. - Desculpa... Mel, eu já te dei minha opinião.  É ótimo ele se lembrar de você.

- Ele mentiu pra mim por meses. Eu não aceito isso. Ele viu o quanto eu sofri, o quanto eu me esforcei por nós. Você não ficaria brava se o Peter tivesse mentido para você?

- É claro que eu ficaria... - Ela concorda. - Mas você precisa pensar que ele deve ter um bom motivo. Vocês precisam conversar sem brigar, sabe. Pelo menos tentar. Ele está preocupado com essa situação.

- E eu? Como você acha que eu estou.

- Já está na hora de você voltar a trabalhar. - Ele bate na porta. - Chega de conversa. - Falava sério.

- Eu vou voltar para o meu escritório... Você vai em casa hoje?

- Sim... À noite eu passo lá.

- Obrigada. - Pisco para ela e saio no corredor. Justin estava com os braços cruzados, conversando com um dos garotos novos.

- Sim, cara, é por isso que eu estou nesse andar. - Ele diz ao garoto e entro na minha sala. Ligo novamente o ar condicionado e deixo em 20ºC, já que hoje está uma temperatura estável.

Alguém bate na porta.

- Entre. - Falo ao me sentar novamente na cadeira e abro o sistema da empresa.

- O senhor Bieber disse que você pode me ajudar. - Era o garoto que conversava com ele há pouco.

- Claro, sente-se. - Ele fecha a porta. - Em que posso ajudá-lo?

- Eu saí ontem atrás de alguns bandidos que estavam sendo procurados pelo bairro, mas eu não sei quem pode ir comigo amanhã... O Bieber é sempre muito ocupado. Ele me disse que você entende parcialmente disso tudo.

- Sim... Bom, eu vou checar na agenda da empresa se algum dos estagiários estará disponível para amanhã. Será à noite?

- Sim... Por volta das 4h30.

- Ok.

 

...

A Jade veio em casa e jantou comigo e com as crianças. Liberei a Lisa para passar a noite fora e coloquei as crianças para dormir por volta das 23h. Logo quando ela foi embora. Conversamos muito. Tudo se resume em: ela disse que eu fui dramática demais. Não é drama, é irritação. Eu fiquei decepcionada por ele não ter me contado, independente do motivo. Esconder uma surpresa de alguém por até três semanas é legal, mas, agora, três meses? Isso é demais.

Acabo cochilando no sofá e ouço uma batida na porta. Abro os olhos vagamente.

- Ei. - Ouço um sussurro e olho para trás. Nada. - Ei. - Ouço de novo. - Babe.

- O que você faz aqui? - Falo sonolenta e Justin entra. Eu não tranquei a porta, é isso?

- Eu sinto sua falta. Eu mal via a hora de te contar tudo e, agora que você já sabe, está sendo pior do que quando não sabia. - Ele fecha a porta e fala em tom moderado. Vai até o quarto das crianças e os olha de longe. Fecha a porta.

- Desiste, Bieber. - Falo farta e ele se aproxima do sofá.

- Você não desistiu de mim nem quando eu te rejeitei tanto por não fazer ideia de quem era você. Por que eu desistiria agora se nós dois sabemos que você me ama? - Ele dá três passos à frente e suspiro. Eu não iria respondê-lo. Eu queria matá-lo de tanta raiva. Mas ele estava certo, eu acho.

- Se você não sair daqui agora, dará início a uma briga terrível.

- Por que você não tenta me entender? - Ele insiste. O sangue me subiu à cabeça. Eu avisei... - Será que você não entende que eu não fiz isso para te deixar pior?

- Como você quer que eu te entenda? - Reclamo de volta. - Você viu tudo o que eu passei. Eu estava entrando em estado depressivo. Pode não parecer, mas eu estava. Eu não queria mais continuar te ajudando, porque eu sabia que seria à toa. Nunca nada voltaria a ser como antes.

- Você sempre esfregou na minha cara o quanto eu era dramático com você, mas as mulheres são muito piores. Você é o drama em pessoa. É como se o mundo estivesse acabando para o seu lado. Não é assim, Mellanie. Caramba.

- Como assim? Você está dizendo que eu sou mais dramática que você? Isso não é drama. - Levanto-me e ligo a luz principal.

- É drama sim, e muito. Aprenda a diferenciar.

- Você não tem argumentos para conversar comigo.

- Eu preciso de argumentos para te convencer de que eu fiz isso para o seu bem e que você está agindo de maneira errada?

- É óbvio que sim. - quase grito. - SE VOCÊ NÃO TIVESSE ESCONDIDO ISSO DE MIM, PODERÍAMOS TER APROVEITADO O ANIVERSÁRIO DAS CRIANÇAS JUNTOS, EU NÃO IRIA ATRÁS DAQUELES BANDIDOS COM VOCÊ E, quem sabe não teria perdido o bebê. - Falei mesmo. Ele parece boquiaberto. Tentei não gritar muito.

- Você está me culpando pelo aborto? - Ele aponta para si mesmo.

- Você se considera culpado pela situação? É isso?

- Não. Quero dizer, sim. - Ele fica confuso. - Você sabe que não foi fácil para mim.

- SABE O QUE EU DEVERIA TER FEITO? Aproveitado todos esses últimos três meses para ficar com outros caras, me divertir. Eu que fui a idiota. Eu ainda tenho 21 anos e poderia muito bem me divertir nessa cidade maravilhosa de homens branquelos com sotaque encantador. - Ele gruda meus pulsos com as mãos e para diante de mim.

- Você está louca? O que te deu na cabeça para dizer isso?

- O que me deu na cabeça? - Falo incontrolavelmente irritada. É sério que ele quer brigar comigo? - Você não merece nada que eu fiz por você nesses últimos meses. Caramba. Eu te odeio. Você não deu valor a nada que eu te fiz.

- Como não? É claro que eu dei. Eu sei o quanto você se importa comigo. Eu sempre soube. - Solto meus pulsos de suas mãos e franzo a testa. Ele morde os lábios bravo e bufa ao virar o rosto para o lado da porta.

- Se você soubesse 1/3 do quanto eu me importei com você durante esses quanto anos, você não teria coragem de me esconder algo tão importante quanto isso. A volta da sua memória era a maior incerteza da minha vida. Eu não sabia se poderia acontecer, quando, como seria... Você conseguiu piorar todas as minhas expectativas. Quer saber. Eu preciso sair dessa sala. - Vou até a porta do meu quarto  Eu estava louca de nervosa. - NÃO ME SIGA. - Berro e ele não obedece.

- Mellanie... Você está agindo feito uma adolescente. Caramba, você não consegue pensar que você está exagerando 100%? Não é assim que funciona. Você não sabe resolver as coisas!

- Eu sou ainda sou uma adolescente. 21 anos é muito pouco para se considerar adulta. - O que eu estava dizendo? - É por isso que eu vou sair. Eu sou maior de idade e posso entrar em qualquer casa noturna daqui. - Abro meu guarda-roupa e procuro por uma roupa bonita para usar.

- Pelo amor de Deus, Mellanie. Chega dessa crise. Você está meio descontrolada.

- Crise? Você declara tudo isso como uma crise? Em que mundo você vive? - Paro e olho-o nos olhos. Estavam marejados. - Eu acho que é muito mais do que uma crise.

- Você está surtada. - Ele fala abismado. Coloca as mãos no bolso e suspira tentando me passar qualquer tranquilidade.

- Você ainda não me viu surtada. - Falo apontando para ele. - Agora me deixa.

- Eu não vou te deixar nesse estado incontrolável. - Eu preciso sair. Eu preciso beber. Eu preciso fazer qualquer coisa que amenize essa raiva imensa que eu tenho dele no momento. - Se eu bem te conheço, você quer sair para beber em qualquer lugar... Você não gosta dessas coisas nos dias de hoje. Nós dois sabemos disso. Tenta se acalmar. Eu tenho muito o que dizer a você. - Respiro fundo e, por um momento, me sinto frágil. O que eu faço?

- Por favor, me deixa em paz. Eu estou meio surtada, eu sei, mas eu não estou errada. Eu quero que você me deixe em paz.

- Eu não quero que você apronte. - Ele pede. - Eu sei que você está brava... Eu sei que foi errado o que eu fiz. Mas você precisa me entender. Eu não fiz por mal. Eu nunca faria.

- NÃO TEM COMO EU TE ENTENDER. - Grito para ele. - QUE CARALHO. VOCÊ ME DEIXA MALUCA. - Ele tenta me beijar, com ambas as mãos em minhas bochechas, e eu o empurro. - EU ODEIO VOCÊ. - Ele tenta me abraçar forte, mas hesito. Viro-me de costas para ele, que me abraça por trás e passa os braços em minha barriga. Ele descansa a cabeça em meu ombro e murmura. - ME SOLTA...

- Sh... Calma. - Ele me aperta com toda força que chega a machucar. Justin me impede de mover um passo e bufo irritada. - Não grita. Calma. - Ele fala baixo e eu não conseguia me acalmar. Eu me sentia péssima. Solto as mãos e ele beija meu ombro com força.

- Justin, me deixa em paz. - Falo frágil, a voz retraída. - Me deixa.

- Eu só vou te soltar quando você se acalmar... - Ele fala com a voz baixa colada em minha orelha. Estremeço. Que droga. Eu o detesto. Eu o amo.

- Eu estou calma. - Respondo após um longo suspiro. - Você pode me soltar e sumir da minha frente. - Falo ao colocar minhas mãos em seus braços. Ele me solta no mesmo instante e suspira. - Sai da minha frente. - Falo com a voz controlada e ele sai do quarto no mesmo instante. Não olha para trás, não diz uma palavra, só sai. Espio-o pela porta, que sai na sala. Que droga de vida é essa?

Fico deitada por bons minutos e ouço o telefone tocar. Levanto para atender e encontro meu celular na cômoda.

 

- Alô? Mellanie?

- Oi Bryan.

- O Justin está por aí?

- Eu não sei... Acho que sim.

- Ele perdeu uma reunião importante há uma hora. Você pode pedir para que ele venha logo? Não consigo falar com ele. O celular está desligado.

- Sim... Eu falo.

- Obrigado. 
 

Bufo para mim mesma e levanto. Vou até a porta. Ele estava saindo do apartamento.

- O Bryan quer falar com você. - Digo. - Você perdeu uma reunião.

- Foda-se a reunião. - Ele dá os ombros. Justin entra no quarto das crianças e fecha a porta. Deixo com que ele fique lá. Faço minhas higienes e vou até a cozinha para tomar um copo d'água. Eu quero que ele vá embora logo. Hoje tem sido um dia péssimo.

Fico parada perto da porta do quarto deles e Justin sai minutos depois. Sem dizer nada, deixa o apartamento e fecha a porta. Ando rápido para trancar a mesma e volto para o meu quarto. Será que o que ele disse faz sentido? Apesar de eu estar brava com a situação, é drama? Porque eu não considero como.

 

...

Faz uma semana que eu descobri o que o Justin aprontou comigo e continuo aqui, firme e forte. Passei no condomínio para pegar todas as minhas roupas e mais algumas das crianças. Eles têm total direito de ir lá quando quiserem. Aliás, eles sentem falta. Lá tem os cachorros, os brinquedos, as camas deles, o quintal, a piscina, o lazer do condomínio, o mar, a Anna: o pai deles. Justamente por ter crescido sem o meu pai comigo eu não quero que isso aconteça a eles. Só mais uns dias e eles poderão voltar a frequentar lá...

Eu e o Justin não nos falamos tem alguns dias. Só coisas na empresa, reuniões e assuntos do gênero. Eu sinto a falta dele e fico feliz com a volta da memória. Justin já contatou sua família do Canadá para contar. Eu fiquei sabendo disso através da Anna. Ela que me informa às vezes sobre assuntos que eu preferia não saber tão cedo.

Decidi almoçar na casa porque a Anna me convidou e a Lauren precisava da minha ajuda. Levei meus filhos no colégio e voltei para a casa do Justin. Alimentei os cachorros e fiquei um tempo conversando com a Lauren.

- Está tudo tão parado... O Justin anda super pra baixo.

- Hm... - Falo tentando não demonstrar interesse. Eu estou em processo de desapegar.

- É sério. Ele deveria estar animado por conta de ter se lembrado de tudo, mas está complicado.

- Eu também não estou nos meus melhores dias. - Dou os ombros. - Enfim... Eu vou pegar minha prancheta no apartamento e voltar para a empresa. Nos vemos esses dias.

- Até mais, Mel! - Anna me abraça. - Reflita.

- Ok. - Respondo e logo saio com o meu carro. Chego no apartamento e o carro do Justin estava estacionado na vaga ao lado. Então ele entrou, como morador, no meu prédio? Por que diabos ele ainda tem a chave?

Vou até o meu andar, pronta para outra discussão, e o vejo sentado em frente à porta. As pernas juntas os braços esticados.

- Perdeu alguma coisa?

- Eu queria conversar com você. - Ele diz tranquilo. Abro a porta e ele quase cai para trás.

- Então levante. - Entro na sala e procuro pela minha prancheta. - Estou quase atrasada para voltar à empresa.

- Eu também. - Ele diz e para em minha frente. - Você já refletiu sobre o que aconteceu? - Demais.

- Você quer saber se nós vamos voltar, é isso?

- Não foi essa a minha pergunta.

- Eu já refleti bastante. Isso não interfere na minha decisão de semana passada.

- Eu duvido muito. - Ele insiste.

- Não me tire a paciência agora... Se tem algo que temos conversar a respeito, é sobre as crianças. Eles importam.

- Totalmente.

- Então... - As palavras sumiram.

- Eu amo muito você. - Ele diz parado em minha frente. - Eu estava extremamente sentida e, ainda sim, magoada com o ele fez comigo: mais uma coisa para a lista. - Meu amor... Eu te amo.

- Você não poderia ter feito o que fez comigo. Caramba, eu detesto você. - Falo sentida. - Nós já passamos por tantas coisas. Nós já passamos pelo pior e eu aguentei. Isso eu não AGUENTO. E o assunto não era para ser esse.

- Você fala como se só eu tivesse errado com você!

- E não foi?

- Não. A culpa não foi minha se descobrimos sermos praticamente irmãos naquela época. Você transou com um cara qualquer numa festa em que estava COMIGO. Eu queria morrer. Eu queria morrer. - Repete a mesma frase e transmite um olhar preocupante. Ele estava triste. Mas e eu? Como ficam meus sentimentos?

- Você quer mesmo que eu discuta com você sobre tudo isso agora? É sério? Eu não quero mais saber de conversa. Você me fez de idiota por meses. Quem tanto estava sabendo disso?

- Você já me fez essa pergunta antes...

- Sai de perto de mim, por favor. - Ele dá um passo à frente. Tenta me tocar. Hesito. - Não.

- Era uma surpresa para o casamento.

- Foda-se o casamento. Não tem mais casamento.

- Como assim? Você não quer mais casar comigo?

- Como eu vou me casar com um cara que eu não sei se está sendo sincero comigo? E se você só estiver me induzindo a acreditar que você recuperou a memória? Você pode nem ter perdido a memória. Caramba. Você me machucou de um jeito que eu jamais imaginei. EU PERDI O BEBÊ POR SUA CULPA. VOCÊ NÃO ME DISSE A VERDADE E EU ACHEI QUE VOCÊ NÃO QUERIA SER PAI.

- ERA ÓBVIO QUE EU QUERIA. EU SEMPRE QUERO. EU SÓ FIZ TUDO ISSO PARA TE SURPREENDER. EU ACHEI QUE VOCÊ FICARIA FELIZ.

- MAS EU NÃO ESTOU. - Meus olhos marejam. - EU NÃO ESTOU FELIZ com a situação. - Reduzo o tom vocal por conta do choro que subia à garganta. Eu queria segurar. Queria que ele entendesse que foi uma péssima maneira de me "surpreender".

- Você não quer se casar comigo? Isso é sério?

- Eu não quero. Você me mostrou que não sabe ser sincero e fiel.

- Fiel? Eu sou fiel a você. Quando eu peguei várias mulheres, eu não fazia ideia de que isso te afetava. Você transou com um cara em completa consciência. Você não tem ideia de como eu me senti quando lembrei de você.

- E foi assim, do nada? Você se lembrou de mim? - Cruzo os braços. Aí vem o assunto principal...

- Eu acordei na manhã seguinte da qual transamos, sabe... O dia em que eu fui para o Canadá. Foi aí que eu comecei a me sentir estranho, porque quando eu cheguei lá, era como se estivesse faltando algo. Eu não sabia o que era. Então eu senti vontade de te ligar. Minha prima conversou muito comigo, meus avós. Ela me contou mais ou menos como éramos um com o outro. Eu comecei a pensar... Eu já me sentia diferente com relação a você, porque eu fiquei péssimo com o fato de você transar com aquele cara. Eu fiquei muito, muito bravo. Aquilo mexeu comigo de uma maneira extremamente estranha. - Ele está tentando me dizer que eu o ajudei a recuperar a memória com esse choque de sentimentos? - Então eu me lembrei de você durante a viagem... Foi estranho porque eu senti sua falta de jeito louco. Eu queria você de volta... Então eu tirei os dias para pensar mais a respeito da nossa vida. Eu iria te contar no dia em que cheguei, mas durante o longo voo, eu pensei sobre o casamento. Eu queria te surpreender de um jeito diferente. Eu queria que você ficasse feliz. Eu queria te deixar contente com a minha ideia e com o fato de que eu te amo mais do que antes. Mais do que já amei em todos esses quatro anos. Nós temos uma história incrível. Você me mudou duas vezes. - Ele fala contente e com a voz preocupante. Ele estava aflito sobre qual seria minha resposta. SE teria uma resposta. - Eu fiz tudo isso pensando em nós e nas crianças. Eu nunca faria uma coisa dessas para te deixar desse jeito. Eu vi o quanto você sofreu e eu me esforcei para te agradar aos poucos, mas eu não poderia me entregar na hora. Eu estava gostando de te ver tão empenhada. Você parecia outra mulher. - Ele engole seco. Minha boca seca. Ele lambe os lábios e tenta mudar minha cabeça. Ele percebe que não está dando certo. - Caramba... Eu iria te contar antes, logo quando o Bryan e o Nolan viajaram, mas você se virou tão bem. - Ele gesticula sua explicação. - Sabe, eu... Eu não vivo sem você. Eu não tenho dúvidas disso. Você é tudo o que eu tenho. Nossos filhos são tudo o que eu realmente tenho. Eles sempre serão meus filhos. Mas se você me deixar... Eu não... Eu não sei o que eu faço. Eu realmente não sei. Eu morro. - Ele conclui e bate as mãos na lateral das coxas. Justin busca o fôlego interminável e sinto que ainda tem algo a dizer. Ele abre a boca e logo fecha. - Você é a minha vida, Mellanie Rose. - Fala de uma vez e em abalo profundamente. Ele e os meus filhos são a minha vida. O que eu respondo? Eu preciso dizer algo? Eu posso acabar piorando ainda mais essa situação instável.

Não o respondo. Não tinha o que dizer. Eu não sabia como respondê-lo diante de tudo o que me disse. Ele esconde as mãos no bolso, porque percebo que está um tanto trêmulo.

- Eu sei que não foi fácil para você. Eu sei mesmo. Não foi fácil para mim. - Ele continua. - Mas você precisa entender os dois lados da moeda. Você foi feita para mim. Eu sei disso. - Ele fala insistente, com a voz baixa e pausada. Ele estava nervoso. Eu estava angustiada. Olho para os meus pés e não tenho resposta. Eu não conseguia perdoá-lo. Não era algo que eu conseguia controlar. Puxo a respiração com ainda mais força e busco uma resposta, uma conclusão, mas não há. Simplesmente não há o que dizer agora. - Só diga que você vai tentar me entender. - Ele fala inseguro. - Por favor. - Dá dois passos à frente. Toca a ponta de seu sapato social de trabalho no meu salto pequeno. - O que eu sinto por você é muito mais do que um amor de mulher, de minha mulher. Eu sinto amor por você como minha mulher, como minha companheira, como uma pessoa que se importa comigo mais do que ninguém. Você é a minha segurança. - Ele buscava palavras para tentar me convencer. Justin estende as mãos lento, tentando não transmitir posse, mas sim, tranquilidade. Ele toca minhas mãos e acaricia as costas com o polegar. - Por favor, me responda... - Engulo seco. Ele consegue me envolver aos poucos. Como ele faz isso? Justin sobe a mão em meu braço direito e toca meu rosto com a mão quase fechada. Apoia em meu queixo.

- Você me deixa maluca com tudo o que diz. São muitas informações de uma única vez... - Ele analisa meus lábios conforme falo. - Não me toca. - Repreendo-o. Justin tira a mão do meu rosto e continuamos tão próximos. Tanto calor humano envolvido.

- Eu vou te deixar armazenar tudo isso... Mas você é realmente importante pra mim. - Ele acaricia meu rosto por dois segundos e logo recua.

- Ok. - Respondo. - Você pode ver as crianças quando quiser. A Lisa ficará aqui com elas.

- Eles precisam ficar em casa. Você não passa o dia aqui.

- Eu vou pensar sobre isso. - Falo ao colocar meu cabelo para trás dos ombros. - Então eu já vou... - Ele fala ainda parado. Seu olhar estava opaco, escuro. Sério. Justin se aproxima. - Você vai-me tratar normal? Porque eu não suportaria ser ignorado por você.

- Eu não quero... - Que ele entenda como quiser. Abro a porta principal para ele, que passa por mim e assente.

- Até mais, Mel. - Sua voz suave e triste me chama a atenção. Eu sabia que ele não estava bem com essa situação. Ainda estou um pouco abalada com tudo o que ele acaba de me dizer. Esse é o Justin de antes.

- Até mais. - Respondo apoiada na porta e ele anda até o elevador. Fecho a porta. Como isso é difícil. Eu simplesmente não tenho como lidar com essa situação.

Pego minha bolsa, pronta para sair e ouço a campainha tocar. Seria ele, de novo?

- Já vai. - Falo andando até a porta e abro a mesma ao jogar a bolsa na mesa. Ele vem até mim com agilidade e me agarra. Ok. Eu fui pega de surpresa. Ele me agarrou com força e nada no mundo compensava a sensação de tê-lo comigo. - Justin. - falo com o fôlego em falta e ele segura meu cabelo grudado em minha nuca, já com a outra mão em minhas costas. - Pare. - Prosseguimos com um beijo longo.

- Eu não aguentei... - Ele fala ofegante e para por um instante. - Desculpa... Eu precisava.

 

SPOILER

- Eu acho que se não transar com você agora, eu vou morrer.
- Cala a boca. - Respondo rindo e voltamos a nos beijar. - Você sabe que isso está sendo um momento de fraqueza... - Falo ao parar o beijo e ele apoia novamente com os braços em minha bunda, mantendo-me em seu colo.
- Eu estou falando sério. - Ele sussurra. - As crianças estão brincando no quarto. - Ele beija meu rosto.


Notas Finais


hahahahaha sensacional os comentários de vocês!! Cara, do nada vocês aparecem, incrível, né? To amando super os comentários. Tá meio a meio. Umas detestaram a atitude da Mellanie, outras entendem. Enfim... Eu sou neutra. Não acho certo o Justin ter escondido por tanto tempo, mas foi por um bom motivo. Eu vou evitar essas brigas diretas pra não ficar cansativo, ok? Bjss


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