História Beijo roubado. - Vingança, doces e limonada.

A neve caia mansa, tornando toda a paisagem branca, o vento soprava pelas árvores cantando uma leve canção, era como a noite em que ele partiu, já faziam quinze anos, como tudo mudou e ao mesmo tempo nada mudou, ele ainda amava desesperadamente Madara, com todas as forças de seu coração e sua alma, mas havia descoberto que nem tudo na vida pode ser belo e puro.

Hashirama olhou para fora, estava voltando para a casa, uma sensação de saudade o invadiu mansamente, sabia que seria bem recebido em sua nova casa, tudo já estava em ordem, tinha enviado seus melhores empregados na frente, eles na verdade já eram sua família, havia contratado cada um deles assim que recebeu a herança de seu tio avó, ironicamente dois dias após abandonar a cidade e seu único amor, quase todos vieram das mansões de seu tio avó, um bom homem, justo e leal, foi quase natural ficar com todos eles, e na verdade ele estava tão ferido e sozinho e era tão jovem que acabou sendo adotado por todos. Sorriu ao pensar que devia ser o único homem de negócios que chega em casa e dá um beijo na bochecha da governanta, que recebe um abraço do mordomo, e um afago do jardineiro.

Hashirama sempre foi gentil e doce, seu carisma e simplicidade o fizeram aumentar a fortuna que ganhou, na verdade ele a triplicou em apenas dois anos, investimentos certos, sorte e bons conselhos, agora ele queria voltar, e ver como podia usar o que aprendeu para se vingar de Madara, ele o queria a seus pés, ele o queria implorando por seu amor, mas ainda tinha medo de não ser firme o suficiente, no entanto tinha que tentar.

Como previsto assim que desceu do carro foi recebido pela governanta, senhora Dolly, uma bela e sorridente mulher, na faixa de seus cinquenta anos, cheia de vitalidade e uma cozinheira de mão cheia, ela veio rápido e o envolveu como um filho, e ele retribuiu o abraço, e depois lhe deu um beijo estalado em cada bochecha, a fazendo rir muito.

-Meu menino lindo, como foi a viagem?

-Boa Dolly, está frio, tem chá quentinho e talvez alguns biscoitos de chocolate?

Ela riu, já chamando o mordomo, senhor Cássius para pegar as malas, e um sorridente homem de meia idade se apressou a buscar as poucas malas, mas antes deu um abraço em seu senhor, que amava como o filho que nunca teve.

-Senhor, experimente os biscoitos de aveia e canela, estão divinos, foram feitos para esse clima gelado, aquecem por dentro, e com uma boa xícara de chá fica perfeito.

Hashirama sorriu e entrou, tirando seu pesado casaco e pendurando em um cabide na entrada, olhando para a sala grande a sua frente, tão bonita e bem organizada, então se lembrou de seu jardineiro.

-Julio já melhorou da gripe? E anda muito resmungão por causa do clima?

-Ele está dormindo agora, depois de um chá de hortelã com um pouco de alguma bebida alcoólica intragável que ele gosta tanto, mesmo que eu prefira um bom tônico a base de gengibre e canela, como minha mãe fazia. Retrucou divertida a boa mulher.

O homem sorriu, tinha sorte de ter todos eles ao seu lado, eram sua família, e então subiu, aceitando o chá com biscoitos de aveia e canela, em sua sala particular, com a lareira acessa e os pensamentos longe, começou a se lembrar de quando recebeu a notícia que mudaria tudo em sua vida, sentado ali, de olhos fechados sonhou com o passado.

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-Madara, tem certeza, está ai no testamento mesmo, somos os tutores de Naruto, nós dois?

-Foi assinado pelo próprio Minato e por Kushina Uzumaki, e tem o selo oficial, somos agora os tutores de Naruto Uzumaki, e ele é o bebê mais rico que tenho conhecimento, agora posso finalmente reerguer as empresas de meu pai, serei de novo respeitado e temido no mundo dos negócios. Falou Madara todo satisfeito, causando um arrepio em Hashirama.

-C-como assim meu amor, não podemos mexer no dinheiro do bebê, vamos cuidar dele como se fosse nosso, daremos a ele uma família carinhosa, seremos felizes, o pobrezinho perdeu os pais naquele acidente horrível, vamos ser seus pais agora, isso é um presente meu amor!

Madara sorriu e pegou o rosto do namorado nas mãos, apertando com força suas bochechas.

-Preste atenção seu tolo, eu quero ser poderoso, não me importo com família, isso é coisa de gente pobre, eu não quero ser amado, quero ser temido, e não quero ter um bebê chorão no meio de nós dois, eu quero você só para mim, inteiro e na minha cama, de preferência amordaçado e amarrado, bem como gosto. Soltou o rosto bonito, de onde lágrimas desciam silenciosas.

-Você prefere ser temido a amado, e quanto a mim, você não me ama? Meus sonhos e desejos não são importantes para você?

Madara o olhou com desdém, e depois respondeu calmamente.

-Has, meu lindo, eu adoro te foder, adoro mesmo, mas é só isso, pare com essa bobagem de família, bebê, casa de campo, eu não te amo, eu te desejo, só isso.

Aquelas palavras quebraram seu coração, ele aceitava tudo que o outro queria fazer com ele, por mais degradante que fosse, aceitava por amor, mas não podia competir com a ganância e o dinheiro, isso era demais, ver o ser que ele tanto amava roubando de um indefeso bebê, corrompendo a memória de amigos tão queridos por dinheiro era demais.

Naquela noite tomou um banho perfumado, vestiu uma camisa branca de mangas longas que pertencia ao próprio Madara e mais nada, passou no quarto principal e pegou um par de algemas, depois foi até a biblioteca, onde encontrou Madara fazendo seus planos, assinando o acordo forjado em muito dinheiro para manter Naruto no orfanato até mais ou menos os oito anos, quando seria transferido para os cuidados dele. Hashirama entrou, trancou a porta e parou na frente do amado, que o olhou curioso, mas divertido, sua camisa no corpo dele parecia um vestido, ficava quase em seus joelhos, e aquilo era muito sexy.

-O que faz aqui a essa hora querido? Está sem sono?

Hashirama jogou as algemas que sempre odiou na mesa, em cima dos papéis, e estendeu as mãos para ele, sem nada dizer.

Madara sorriu e pegou as algemas, virou bruscamente o outro e prendeu suas mãos nas costas, em seguida o deitando sobre a pesada mesa de madeira onde minutos antes trabalhava, puxou a camisa, suspirando ao ver que ele estava sem nada por baixo, apertou firmemente sua cintura entre as mãos e sussurrou em seu ouvido:

-Quer brincar meu gatinho selvagem? Está preparado para gritar?

Entrou em Hashirama sem nenhum preparo, ouvindo seu grito ecoar pelas paredes cobertas de livros raros, e isto o deixou muito excitado, sentiu aquele corpo que amava, embora jamais admitisse se entregar a ele, como das outras vezes, mesmo quando era mal e o machucava como agora, mesmo assim ele se entregava, e depois de tudo ainda o beijava na boca, dizendo dezenas de vezes que o amava.

Madara gostava de ter Hashirama assim, de barriga para baixo, as mãos pressas nas costas, a bunda maravilhosa a seu alcance, tirou e enfiou de novo, o ouvindo gemer, e repetiu o processo, adorando o calor daquele corpo lindo, só para judiar um pouquinho o mordeu no ombro, forte para doer, mas nem tanto para realmente machucar.

Quando Hashirama protestou, ele o mordeu de novo, depois o soltou, pegou em sua gaveta uma mordaça e colocou nele, rindo de sua cara espantada, ele tinha esses brinquedinhos pela casa toda, virou o belo amante sobre a mesa, abriu suas pernas e o estocou furiosamente, era assim que gostava, brincou com o membro do outro, sem masturba-lo realmente, só o excitando o suficiente para deixa-lo louco, gemendo por mais, que ele não daria.

-Terá que gozar somente por ser fodido assim, não vou te tocar mais, entendeu gatinho?

Hashirama fez sinal de que entendia, e Madara o beijou por sobre a mordaça, puxando seus cabelos longos até prende-los nos dedos, mordeu aquele pescoço branquinho, beliscou seu tórax, e chupou seus mamilos, mas não desceu além disso, apenas o fez gemer, enfiava até quase gozar e parava, recomeçando, fez isso até estar cansado, então finalmente com um estocada violenta que arrancou um gemido abafado chegou ao climax, sentindo o calor molhado do outro em sua pele.

Saiu de dentro dele, e soltou sua mordaça, mordeu e depois beijou sua boca linda, ofegante e macia, e soltou suas mãos que por causa do atrito já estavam vermelhas, com um puxão o tirou da mesa, e dando um tapa em sua bunda o mandou sair.

-Até mais gatinho, depois a gente continua, agora tenho que terminar de assinar os papeis que me deixaram rico.

Hashirama voltou e o beijou na boca, e depois saiu, foi sua última noite ali, por isso se entregou do jeito que sabia que o outro mais gostava, era uma despedida, pegou suas roupas e objetos pessoais e partiu na madrugada nevada, sentindo as lágrimas geladas no rosto.

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-Senhor, está tudo bem? Teve um pesadelo de novo?

Hashirama abriu os olhos, percebendo que estavam molhados, tinha sonhado de novo não é? Mas uma vez, mas logo mudaria completamente tudo isso, o indefeso garoto tinha crescido, era rico e poderoso, podia conquistar quem quisesse, então conquistaria o arrogante Madara, o deixaria tão apaixonado quanto ele mesmo foi um dia!

Suspirando se levantou e foi para o banheiro, tomaria uma ducha quente antes de dormir, quando tirou as roupas e se olhou no espelho do banheiro, achou que tinha mesmo chances de conseguir o que queria, estava mais forte, embora nunca fosse musculoso, tinha apenas definido seu abdomem, suas pernas sempre foram finas, agora estavam torneadas, resultado de um pouco de malhação e muita caminhada.

-Vamos ver como vai reagir Madara...

E entrou no banho, como um deus grego, molhado e perfeito, deixando seus cabelos caírem em cascatas pelas costas, ele mesmo não sabia o poder de sedução que agora tinha, logo, logo alguém descobriria...