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História Bellevue - Algumas horas antes da morte


Escrita por: iWitch , DoceVersos e harleyskwad

Notas do Autor


Oi, oi :3, beijinhos, tudo bem com vocês? Espero que sim. Como o capítulo iria ser muito grande, dividi ele em duas partes. Logo postarei a segunda. Beijinhos.

Capítulo 29 - Algumas horas antes da morte


Algumas horas antes da morte de Hannah

 

-Encontraram algo além desse tanto de tralha velha? – Maya já estava irritada, talvez sentisse medo. – Não agüento mais ficar nesse lugar.

-Vamos encontrar, e vamos sair daqui o mais rápido possível – Samantha tentava acalmar a jovem.

 

                        ****

03 de Dezembro de 1895 

Enquanto Hudson se acomodava no círculo feito de sal no meio do seu quarto, enquanto Luís seu esposo, trazia os últimos preparativos para o ritual. Uma dúzia mais ou menos de velas pretas estava espalhada pelo carpeto marrom do quarto, todas acesas. Nas mãos velhas do homem estava um grande livro de couro da capa vermelha.

-Anjos de olhos mortos obedecem ou escorre-te como esta água santa. Touro alado trabalha ou volta á terra, se não queres que te aguilhoe com esta espada.
Águia acorrentada obedece a este signo, ou retira-te diante deste sopro.
Serpente móvel arrasta-te a meus pés, ou seja, atormentada pelo fogo sagrado e evapora-te com os perfumes que queimo nele.
Que a água volte à água. Que o fogo queime. Que o ar circule. Que a terra caia na terra, pela virtude do Pentagrama, que é a estrela da manhã, e em nome do Tetragrama, que está escrito no centro da cruz luminosa. Amém. E desta maneira que iniciado fica pronto e ativo como os Silfos, flexível e atento ás imagens como os Ondinas, energético e forte como as Salamandras, laborioso e paciente como os Elementares da terra.

O fogo nas velas dançava de um lado para o outro.   Hudson continuava deitada no sal, enquanto observada seu esposo com olhos curiosos. O cômodo foi atingido por rajadas de ventos violentos, a sala mergulhou em uma escuridão constante. As cortinas beges balançavam desesperadamente. Depois de alguns segundos tudo ficou parado, houve um grande silêncio enquanto os dois tinham suas respirações ofegantes.

-Então Luís? – Hudson questionava com os cabelos louros longos – Já estou grávida? O ritual deu certo? Estou grávida de uma menina?

-Creio que sim – Luís diz, aproximando-se de Hudson de um beijo molhado em sua boca – Você será a mãe mais linda deste mundo, e teremos a nossa tão sonhada garotinha.

Algumas noites foram passando. Hudson sentia alguns enjôos, mas tudo estava indo bem... Foi o que ela pensou. Passou a ter paciência com David seu filho, participava até das reuniões escolares, coisa que ela nunca havia feito. Completavam duas semanas de gravidez, então em uma noite chuvosa e escura ela sente uma contração forte demais, e logo em seguida uma vontade enorme de vomitar – surpreendeu Luís que acordou assustado, dando um pulo da cama e causando suas pantufas indo em direção ao banheiro. Prendeu seus cabelos longos para trás e viu um liquido esverdeado saindo se sua boca, caindo no ralo da pia. Hudson e Luís possuíam muito dinheiro, os dois já foram em vários hospitais, Hudson fizera inúmeros exames e tratamentos, gastaram mais de cem mil em uma clinica e nada de uma gravidez, todos os médicos diziam ‘’A senhora não poderá ter mais filhos’’, mas ela sabia que nem sempre a ciência estava exata... Para isto existiam outras formas, outras maneiras. Apelaram então para o lado da bruxaria, se a ciência não podia resolver o problema da sua infertilidade, a bruxaria resolveria e foi isto que os dois fizeram um pacto... Um pacto com espíritos imundos, espíritos de esquerda. Queria uma filha, uma filha mulher. Foi tudo o que disseram. Aconteceram novamente, as bochechas inflaram como da primeira vez, e novamente liquido estranho saiu de sua boca, só que desta vez era preto e gosmento. Sua barriga crescia em uma velocidade assustadora. Nem mesmo os médicos que acompanhavam a gravidez da mulher conseguiam explicar aquilo.

-Tudo está correndo da melhor maneira Sr.Hudson – O doutor responsável por sua ecografia dizia – É um bebê enorme. A senhora queria que fosse uma menina, ou um menino?

Hudson já sentia que seu bebê seria uma moça.

-Uma menina – Ela diz com bastante orgulho – Uma pequena garota.

-Então se sinta feliz Dora. – O médico sorri – É uma menina, uma garotinha saudável.

Hudson olha com os olhos cheios de lágrimas de tanta emoção para Luís, que da um beijo em sua testa.

-Eu me sinto a melhor mulher do mundo – Ela diz com voz rouca – Nossa pequena garotinha Luís.

Todos na sala dão risadas felizes.

-Então, como vai ser o nome?  - Luís estava ansioso. David o filho mais velho do casal estava em um cantinho da sala, ouvindo tudo com os bracinhos cruzados na altura dos peitos.

-Eu vou cuidar muito da minha irmã! – Ele dizia enquanto os adultos o observavam – Vou ser seu guarda-costas, e não vou deixar que nada e nem ninguém a machuque.

Hudson pela primeira vez depois que seu filho de sangue morreu afogado, sente orgulho de Davi.

-Creio que sim meu amor – Ela fala com lágrimas – Bom, respondendo sua pergunta doutor. Violet.

Todos estavam em silêncio.

-Ela vai se chamar Violet.

-Um belo nome – Observa Jerônimo o médico responsável pela ecografia.

                                             ****

Ás lembranças de algo que Hudson queria tanto esquecer voltavam átona. Antes de virar a supervisora do colégio Bellevue, ela fugiu de várias coisas.  Procurava esconder-se em qualquer país, a morte a seguia. Os que estavam perto da mulher queriam a todo custo a matar. Passou a fugir mais rápido, até que encontrou Bellevue, um colégio para doentes mentais. Ali continuou com seus pactos satanistas, encontrou algumas pessoas que poderiam lhe servir como iscas, cujo prazer idolatrava satanás.   

O dever deles era causar discórdia por onde passavam, só assim conseguiria ‘’paz’’. Luís era responsável em manter a mente das pessoas confundidas, dizendo que o único Deus entre um céu e um inferno era Lúcifer. Por ser fiel ao demônio receberam os títulos de responsáveis por Bellevue, após o ultimo dono morrer. Pai de Samantha, também fazia parte desta seita satânica.

Com o passar do tempo montaram uma igreja, A igreja não era como as outras normais que abriam todas as manhãs e tardes para que os fieis, pudessem se confessar ou até mesmo ouvir uma palavra. Essa ficava sempre com as portas fechadas, as pessoas que nela freqüentavam iriam apenas as quartas-feiras.  O ‘’Culto’’ era feito sempre ás três horas da madrugada, os portões ficavam fechados e os moradores dos arredores diziam ouvir sons de pessoas gritando, alguns chegaram até chamar a policia, mas não encontraram nada de estranho na igreja.

Na noite oito de dezembro, o oitavo mês, o oitavo dia, e há oitava hora. Os imprevistos iriam atormentar Charllote até seu último dia de vida, ela  precisava fazer algo. Em uma sala escura estavam Hudson, junto a ela estavam Wesley o traidor e Naara, a médica maluca. Logo uma garota magra, e pálida entrou na sala. Hudson encarou a jovem com repugnância, em suas mãos estava uma pedra enorme. Ao lado de Hannah estava o corpo de Elizabeth, sem cor... Sem vida, a aparência angelical, estava também o corpo de Adam em uma cadeira, em uma parede o corpo de Malia. Todos usavam roupas estranhas, Malia usava um vestido vermelho.

-Vermelho significa energias que fervilham no coração humano – Hudson observava Hannah, os olhos da jovem estavam assustados – No coração das montanhas e dos vulcões. Vermelho, mestre das terras e do fogo. Somos magos, magos vermelhos. Especializamos-nos na violência do caos e do combate. O vermelho é cor do sangue, e o sangue é o mais poderoso agente magnético do organismo.

-P-por favor... – Hannah implorava – Não me machuque...

-Desde os tempos mais remotos, todo ato em busca do sobrenatural vai acompanhado pelo sacrifício do sangue. As oferendas, delicadas e eternas, de flores e frutos são somente uma introdução á oferenda verdadeira, á imolação sangrenta. Milhares de vitimas e animais foram sacrificados em altares de todos os tempos –Hudson continuava com um sorriso assustador, colocava dois pares de luvas brancas em cada mão – E em todas as religiões. E esta oferenda se tornou cada vez mais exigente e rigorosa.

-Por favor – Hannah chorava – Me deixa sair daqui.

-Para alguns a magia vermelha é realizada através de meios sexuais e com fim eróticos. Mas o que queremos aqui é minha fertilidade – Hudson dá um sorriso doentio.

-O que quer? – Hannah estava agoniada – M-Me peça, eu lhe dou.

Hudson parecia não estar feliz com aquele comentário.

-Como uma mãe seria capaz de entregar seu próprio filho para alguém louco? – Acerta uma tapa no rosto de Hannah – Existem mulheres que não nasceram para ter um filho! – Outra tapa – E você foi uma delas!

Hudson retirou de dentro de uma caixinha de kit de emergência, uma enorme agulha. Dentro dela existia um liquido preto.

-O que vai fazer com isto? – Hannah dizia assustada, olhando para Wesley – W-wesley – Ela gaguejava – Você está no meio disto também?

A garota estava com os braços e pés atados, não conseguia desprender-se.

-Diga pra ela Wesley – Naara sorria – Diga pra ela que você entregou a alma dela e da criança a um demônio sujo.

-O que? – Hannah parecia perplexa.

-Cale a boca! – Hudson dava uma forte tapa na face de Naara – Só abra sua boca quando for preciso.

-Sim senhora... – A mulher aceitou enquanto passava a mão na parte machucada. Os dedos de Hudson iriam ficar marcados.

-Não vai doer nada querida. Eu prometo – Hudson aproximava da menina – A não ser que você se mecha muito. Fique quietinha.

-Não...Não, não, não – A jovem se debatia – ME DEIXEM SAIR – Ela chorava, soluçava – NÃO.

-Não grite tanto garota, ainda nem começamos. Guarde suas energias para mais tarde. –Hudson ria muito.

 

                                                 ***

-Wesley e Violet estão no meio disto tudo! – Matthew diz enquanto puxava uma pequena folha de papel – Olhem os nomes! E olhem as fotos dos dois, com Hudson!

-Não é apenas ele - Desta vez quem intervém é Maya – Eles matam crianças! Pegam bebês.

-O que? Mas por quê? – Matthew parecia inteiriçado.

-Para fazer os rituais – Samantha responde enquanto pega alguns livros – Fazem parte da magia negra, eles estão atrás de vocês por algum motivo – Ela para um pouco – Não sei por qual motivo, mas Bellevue na verdade é uma seita.

-Meu Deus – Era muito para aquele jovem de apenas dezesseis anos.

-Talvez não seja apenas isto – Maya intervém outra vez – Talvez exista algo além de tudo isto! Se eles fazem parde de uma seita satânica, estão nos prendendo aqui para algum ritual.

Todos os três ficam calados por um minuto, até que Matthew quebra o silêncio.

-Hudson é estéril! Minha avó me disse esta história uma vez, Hudson teve um filho, mas ele acabou morrendo, então ela culpou David por tudo. – Matthew era um grande fofoqueiro. – E depois ela entrou em depressão.

-Ata, ai ela entrou em depressão, e quis tomar conta de um monte de jovens? Pra que? Pra dizer que somos filhos dela? – Maya perdia o controle.

-Acalme-se! – Samantha tentava entender tudo – Eu me lembro de ter pegado documentos de Hudson! E em alguns dos documentos velhos, estava uma certidão de nascimentos... – Neste momento Samantha fica pálida – Meu Deus... –Ela sussurra.

-Samantha? – Maya estava preocupada.

Um som de faca sendo arranhada nas paredes, alto o suficiente fazendo com que os três se assustassem.

-Shhh – Samantha dizia, enquanto mantinha silêncio.

-O que vamos fazer? – Matthew cochicha.

-Tem uma arma na terceira prateleira – Samantha continua sussurrando – Caso algo acontecer comigo, quero que vocês corram, corram para bem longe.

-Espera o que você vai fazer? – Maya segura em seu pulso – Você não está pensando em sair...

-Só disse se acontecer. – Samantha continua – A segunda torre existe e nós descobrimos. E descobrimos mais do que devia. Mas vocês sabem o que devem fazer daqui para frente – Respira fundo e segura firme nas mãos dos dois – Eu quero que vocês sigam em frente, e sejam espertos! Matthew você conhece tudo aqui, então quando eu der o sinal, você vai correr com a Maya e vão voltar por aonde vieram.

Samantha coloca-se de pé. Ajeita a blusa velha que usava.

-Você não pode fazer isto – Maya tentou impedir, mas Matthew segurou novamente.

-É a única saída – Ficou de frente para a porta vermelha – Fique preparados, eu vou conseguir sair desta. Mas corram!

Maya pela primeira vez derramou uma lágrima por alguém. Um forte aperto bateu em seu coração, ela sentiu medo de perder Samantha, pela primeira vez sentiu afeto, amor de filha, sentiu pena e remorso, mas sabia que não poderia fazer mais nada além de concordar com Samantha. Se ficassem ali por mais algum tempo, virariam iscas, ou até mesmo morreriam de fome, ou o responsável por tudo aquilo os pegariam, e seria bem pior.

Samantha abriu a porta vermelha, fez muito ruído, os dois jovens ficaram para trás observando tudo, atentos com cada movimento. Uma janela de vidro estava iluminando tudo, era bastante velha. Demorou muito. Mas logo em seguida, o vidro estraçalhou-se voando vários pedaços de cacos de vidro, neste momento o corpo de Samantha foi puxado para o buraco que ficou a mulher gritava assustada, Maya chorou, e gritou, tentou salvar Samantha, mas foi impedida por Matthew, Samantha havia morrido? Fez tudo aquilo pra nada?

-ME SOLTA – Maya de debatia, chorava desesperada – EU QUERO AJUDAR ELA.

-Não podemos Maya! – Matthew segurava a garota forte e arrastava ela para fora da sala, aproveitando que a criatura não estava por perto, passaram pelo corredor.

 

                                                              ****

Charllote estava inquieta. Tinha que fazer algo precisava fazer algo! Foi à única que viu tudo, foi à única que viu o desespero de Hannah.

-Está tudo tão quieto hoje, não é mesmo? – Michael sentava ao lado de Charllote em um banco de concreto.

-Sim...

O céu estava fechado.

-Charllote você está bem?

-Claro – Ela batucava os dedos na perna – Por que não estaria?

-Não sei...

-Hm, Você viu aquela garota, Paige?

-Sim, e daí?

-Ela é bem diferente – Ele comenta – Ela ver coisas?

-Não sei, pergunte pra ela. Não pra mim.

Charlie juntamente com Bianca e Logan adentrou no grande salão desesperados, fazendo com que Charllote se assustasse.

-Aconteceu algo? –Ela pergunta com a mão no coração.

-Sim – Logan diz.

-O que foi? – Michael pergunta.

-Maya, Matthew  e Samantha estão desaparecidos – Bianca explica.

-Como assim? – Charllote não entendia nada – Eu não estou compreendendo.

-Eles estão desaparecidos desde ontem – Bianca responde abraçando Charlie preocupado.

-Não falaram com Hudson? – Michael questiona, Charllote sente seu estomago revirar-se, ela viu tudo, e não sabia como contaria para os  jovens.

 

                                                                            ****

Paige passou a noite toda acordada tomando café, e observando a lua pela janela de seu quarto, estava difícil segurar o sono, mas ela não queria ter mais um daqueles pesadelos horríveis que tinha.

Ouviu alguém bater na porta de seu quarto, neste momento Paige levantou assustada, logo uma garota alta e pálida apareceu.

-Oi – Era Lavínia, ela era bem tímida, Paige abriu um sorriso, afastou um pouco da cama, e deu algumas tapinhas em seu colchão como se pedisse para que ela sentasse ali.

-Graças a Deus é você – Paige abraçou a jovem assim que a mesma entrou no quarto.

-Por que está chorando? – Lavínia enxuga a lágrima que rola dos olhos de Paige.

-Se eu te contar, você vai achar que estou ficando louca. – Levantou de sua cama, e fechou a janela do quarto.

-Pode falar, prometo que não vou julgar você.

-Tudo bem, Samantha, Matthew e Maya estão desaparecidos – Ela continua, e respira fundo – Na noite anterior, ouvi também o grito de Hannah e hoje eu não a vi.

-Isto é estranho.

-Completamente.

-E o que você vai fazer?

-Eu estou com muito medo – Ela suspira, e novamente chora – EU estou comendo de todos nos morrermos.

-Fique calma – Lavínia abraça a garota – Você precisa descansar, e eu estou aqui com você. Vamos dormir.

Lavínia estava sendo fofa com Paige. E ela sabia disto.

Paige não conseguiu dormir, depois de alguns minutos Lavínia acaba caindo no sono. Tudo estava indo bem até que Lavínia começou a se contorcer. Estava tendo um pesadelo.

-Lavínia acorda! – Gritou subindo em cima dela.

A garota tentou gritar de todas as formas, mas nada fazia com que Lavínia acordasse. Seus braços foram criando marcas, cortes...

-Lavínia, acorda logo! – A garota estava nervosa, então fez um ato inconseqüente, ajuntou todas as suas forças e deu uma forte tapa no rosto de Lavínia.

Lavínia acorda assustada, sem entender o que estava acontecendo.

-O que foi?

Paige dizia chorando, desesperada, mas logo abraçou Lavínia.

-Você estava tendo um pesadelo, olhe seus braços.

Lavínia não podia acreditar naquilo. Então ficou calada.

 

                                                                  ***

Lavínia foi criada em uma família de católicos fanáticos, os mais velhos inventaram uma ‘’regra’’: Após o nascimento de alguma criança os pais da mesma devem levar em uma igreja católica para que a menina seja batizada’’. Eles tinham uma crença em dizer que crianças que não eram batizadas, não poderiam herdar o reino dos céus. Os pais adotivos de Lavínia eram Anastácia e Rodrigo.  No dia do batismo, Lavínia estava toda lindinha. Um vestidinho branco, com sapatinhos vermelho, um laço no cabelo cheio de bolinhas e seus cabelos louros encaracolados, a criança era a cara da mãe biológica. Os pais adotivos eram indígenas.

Luíza não iria cuidar de Lavínia, a mulher vivia ocupada demais com festas e homens. Não tomaria conta da filha da sua irmã maluca, talvez a garota tivesse os mesmos problemas que a mãe. Germano não sabia que Luíza entregou a criança nas mãos de um casal de amigos, com a vida bem sucedida. Ela pretendia inventar qualquer desculpa, mas enquanto o homem não descobrisse, ela iria continuar gastando o dinheiro que seu pai mandava para que ela cobrisse os gastos de Lavínia como o combinado.

Após terminar todo o seu trabalho em Roma, Rodrigo compra uma bela mansão para a mulher e a filha de apenas dois anos. A mais cara de toda Londres, a vida finalmente tornou-se um sonho, principalmente para Anastácia com sua pequena Lavínia. Anastácia era idolatrada por conta do belo gesto que teve em cuidar de uma criança, mas ela amava a menina como sua vida. E não deixaria que nada e nem ninguém levasse a pequena embora.

A mansão era espaçosa, com vários quartos enormes, havia também um enorme jardim com árvores e flores de todos os tipos, desde as mais comuns até as mais raras. Havia também pássaros de todas as espécies, eles cantavam e aquilo alegrava Lavínia. Acima de tudo a mansão era repleta de alegria, convidados e amigos do casal viviam indo lá para jogarem algo, passarem a tarde papeando ou até mesmo cantando.

Para os afazeres domésticos havia um grupo de empregados. O casal depois de alguns meses resolve que seria melhor contratar uma babá para cuidar de Lavínia, principalmente quando Anastácia fosse sair para algum lugar. A babá se chamava Chelsea, vivia feliz e cantarolando. Adorava Lavínia, cuidava da garota como se fosse sua própria filha – levava a garota para passear, e de vez em quando ficavam sentadas na orla do lago observando os pequenos peixes nadar na água cristalina.

A menina estava crescendo, e cada vez tornando-se uma criança ideal. Durante seus três anos de idade a garota mostrava várias qualidades raras de encontrar em uma criança de apenas três anos.  As visitas achavam estranha a forma que Lavínia os encarava. Sempre olhando no fundo dos olhos.

Era uma menina bastante esperta, sempre observava as pessoas atentamente. Com quatro anos aprendeu a falar, então conversava apenas o necessário. Gostava de apreciar o silêncio.

-Essa criança é bem estranha – Uma empregada da mansão comentava – Fica o tempo inteiro ali, sentada, observando as pessoas.

-Se eu fosse você prestaria mais atenção no que fala – Chelsea diz – A mãe tem uma idolatria muito grande por esta criança e com toda certeza não vai gostar de ouvir você falando isto.

-Não estou falando nada de mais – Explica-se – E idolatria é um pecado mortal.

 

                                                           ****

                                                             Samantha,

Sei que prometi que iria seguir em frente ao seu lado, cuidando de você e de nossa primeira filha. Mas acredite! Eu não vou conseguir continuar com está promessa, sei que você desaprovaria isto, por este motivo estou lhe escrevendo uma carta.
Não posso me esconder atrás de mentiras, não desta vez, mas estou com medo, não quero você e Lavínia correndo perigo.
Gostaria de ver nascendo, mas infelizmente não vou poder.
Escrevo-te com o coração despedaçado e tudo o que sobrou de minha alma foram cinza.
Conversei com Luíza e ela me disse que tomaria conta de você e de nossa filha. E isto me deixou aliviado.
Quero lhe dizer meu bem, que meu coração bate forte por conta de você, e que eu daria tudo para outra vez estar ao seu lado, mas não deu...
Minha intenção não era esta de deixar você sozinha, grávida em um trem sem destino certo. Sei que fui covarde, mas estou me desculpando agora.
Quero que saiba que deixei uma quantia, isto ira ajudar você com nossa pequena filha
Meu coração está apertado por abandonar ela é a tia, mas entenda meu lado, se eu continuasse com vocês, iria levar o inferno inteiro e isso deixaria você presa em amargura.
Não foi muito legal, esvaziei minha casa, não tem mais nenhum empregado sequer, isto é algo para o nosso bem. Só faço isto por amor a ti e a nossa filha, desculpe-me se fiz isto Samantha, desculpe se te fiz sofrer, mas não adianta... Não posso fazer nada, a situação está saindo do controle e antes de tudo vire de pernas para os ares, quero que você fique bem.
Haja o que houver, quero que fique sabendo que as amo demais. Amo até minha última gota de sangue espere por mim Samantha. Espere por mim.
Anseio novamente em sentir teus beijos. Sinto saudades de seus abraços, mas, por favor, prometa para mim que vai me esperar, prometa que vai cuidar de Samantha. Prometa que não vai me deixar...
Cuide bem de Lavínia, e se cuide... Não deixe que David a tome, com amor,

                                                                                                      - Com amor, Tomás



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