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História Belo Começo - Cadê ele?


Escrita por: DudaAssis18

Notas do Autor


Gente, desculpa pela demora ♥️ meu notebook quebrou, e eu tava ocupada fazendo alguns trabalhos 💔 mas vou tentar postar mais capítulos pra distrair vocês enquanto estamos de quarentena. #FICAEMCASA
Se cuidem!

Capítulo 32 - Cadê ele?


DUAS SEMANAS DEPOIS

- Já está na nossa hora? - Lídia pergunta com uma expressão esgotada.

Tiro o celular do bolso do meu jeans, e confirmo meu pensamento que só se passou cinco minutos desde a última vez que ela perguntou.

- Só se passou cinco minutos. - respondo, e Lídia choraminga enquanto se debruça sobre o balcão.

-  Cuidado! Aqui pode ter câmera. - advirto, e ela imediatamente se ergue e abre um sorriso exagerado.

Solto uma risada baixa, e volto minha atenção para os livros que estão no carrinho. Preciso guardar todos, mas principalmente, na ordem certa. Atenção é o que eu não posso deixar de ter.

Quando termino os livros daquele lado do corredor, viro o carrinho e guardo os livros restantes, tomando cuidado para não fazer barulho e incomodar as pessoas presentes.

Quando estou voltando para o balcão próximo a entrada, uma garota loira desvia sua atenção do livro para me lançar um sorriso amigável, que eu retribuo. 

Ela tem se mostrado uma leitora fiel, e quase todos os dias esteve presente na biblioteca. É como se essa poltrona já fosse dela. É praticamente seu lugar marcado.

- Ainda bem que você voltou. Preciso fazer xixi. - minha amiga cochicha quando chego ao balcão.

- Tudo bem. Eu fico aqui. 

Ela praticamente corre em direção ao banheiro, tomando cuidado com os saltos, enquanto passa pelos sofás e poltronas já ocupados.

Ela não estava brincando quando disse que adorava salto. Lídia deve ser a única pessoa que usa salto para trabalhar, sem ser obrigada.

A nossa farda consiste apenas numa camisa branca com o nome da biblioteca. Essa é a única parte obrigatória da nossa farda, porque podemos usar calça ou saia, contanto que seja jeans, e não muito curto, óbvio. Desde que comecei o trabalho, há quase um mês, tenho optado por calça. É mais prático e confortável, já que estamos sempre nos movimentando.

Organizo alguns panfletos sobre o balcão, e verifico o e-mail da biblioteca para ver se há alguma mensagem do nosso chefe, mas não tem.

Abro a outra guia, e olho se há algum pedido ou reserva de livro no nosso site, mas parece que Lídia já cuidou de tudo.

- E agora? Falta quanto? - Lídia pergunta, enquanto passa pela portinha que nos separa, e se joga na cadeira.

- Você tem celular, sabia?! - brinco.

- Tenho medo de olhar. - ela choraminga baixinho.

Reviro meus olhos em divertimento, e olho a hora na tela do computador.

- Ainda falta meia hora.

- Oba! - ela comemora, estranhamente feliz ao saber que faltam trinta minutos para o fim do nosso turno.

- Por que essa felicidade? Ainda faltam trinta minutos.

- Eu não quero ir pra casa. Quero conhecer o nosso novo colega de trabalho. - ela responde radiante.

- Não sabia que já tinham contratado alguém.

- Ben me avisou ontem.

Ben é o cara que fica com o turno da tarde. Enquanto Lídia e eu ficamos no horário da manhã, das oito às duas da tarde, Ben fica das duas às oito da noite.

Ele é um cara legal, do tipo que se dá bem com todo mundo. E não é por acaso que no horário dele há mais leitoras. 

Isso mesmo! As mulheres o adoram.

- Bom, então você não vai esperar muito. O horário deles começa em breve. - e é só eu fechar a minha boca, que vejo Ben estacionar seu carro do outro lado da rua.

Termino de organizar algumas fichas, e as guardo na gaveta.

- Como estão minhas garotas? - Ben pergunta, assim que chega ao balcão.

- Bem! - respondo, no mesmo instante que Lídia pergunta:

- Cadê ele?

- Cadê quem? - ele pergunta confuso.

- O cara que contrataram.

- Ah!Ele deve estar chegando. - ele responde, e então passa pela portinha e se acomoda ao nosso lado.

- Como ele é? -  ela pergunta, mas sei que na verdade ela quer detalhes. Altura, cor do cabelo, cor dos olhos, estado civil...

- Como nós. - ele dá de ombros.

- Quero detalhes. - ela revira os olhos.

- Ah, ok! Deixa eu ver... - ele passa os dedos pelo queixo, de forma pensativa. - ... Ele tem tuas pernas, dois braços, uma cabeça...

- Ha, ha! Muito engraçado. - ela responde com uma careta azeda.

- Você quem pediu. - ele ergue as duas mãos divertido, e eu viro o rosto para que Lídia não veja meu sorriso.

Meu celular vibra no meu bolso, e um número desconhecido aparece na tela.

- Volto logo.  - aviso para os meus amigos.

- Se for o gostoso do seu cunhado, diz que eu mandei um beijo. - Lídia pede.

- Se for o seu cunhado, avisa pra ele fugir.  - Ben diz, e Lídia o belisca no braço, enquanto ele ri e a puxa para um abraço de lado.

Passo pela porta principal, e desço os degraus até parar embaixo de uma árvore.

- Alô? - atendo, mas tudo o que recebo é o silêncio.

- Oi? - tento mais uma vez, mas não há resposta.

Tiro o celular da orelha, e sinto um frio na espinha ao perceber que a ligação não caiu.

- Quem é? - pergunto, mas sem resposta.

Eu posso ouvir a respiração do outro lado da linha, e isso me apavora. Eu preferia mil vezes que a ligação tivesse caído, ou que simplesmente alguém admitisse que ligou para o número errado. Porque se não é engano, e a ligação de fato é pra mim, por quê ninguém diz nada? 

Minha mente trabalha em respostas, mas tudo se liga a festa do Brazil. Será que finalmente descobriram meu número? E pior, será que descobriram onde eu moro ?

Imagens do entregador de pizza surgem na minha cabeça, e sinto minha respiração prender no peito. Preciso de muito esforço para continuar levando ar aos meus pulmões.

Eu continuo ouvindo a respiração do outro lado da linha, e tenho consciência que, quem quer  que seja, pode ouvir a minha respiração também.

Então eu tiro o celular da orelha, e faço o que deveria ter feito há muito tempo : eu encerro a ligação.

Eu me encosto ao tronco da árvore, e respiro fundo tentando acalmar meu coração e clarear meus pensamentos.

Quando escuto passos atrás de mim, imediatamente me afasto da árvore e encaro um par de olhos escuros.

- Ham...oi! Eu não queria te assustar. - ele ergue as duas mãos, como se estivesse dizendo que é inofensivo.

Meus olhos o analisam, tentando encontrar algum indício de que era ele quem estava me ligando. Mas então me dou conta que provavelmente estou ficando louca, e ele deve ser apenas uma pessoa caminhando.

Então meus olhos caem para a sua camisa, e eu constato que estou errada. Ele na verdade está indo para o trabalho, que coincidentemente, é o mesmo que o meu.

- Você deve ser o novato. - abro um sorriso forçado, tentando disfarçar meu real estado de espírito.

- Matt. - ele estende a mão, e eu a aperto amigavelmente.

- É um prazer, Matt.

 - O prazer é meu, Abby. - ele responde, e um alerta soa na minha cabeça. 

Como ele sabe meu nome?

- Como você sabe meu nome?

- Ben me contou. - ele responde prontamente, e eu bato a mão na testa.

É claro!

- Bom, vamos entrar. Não quero te atrasar no seu primeiro dia.

Ele ri, e  então me acompanha enquanto subimos os degraus. E mesmo depois de passar pela porta e estar na segurança da biblioteca, eu não consigo deixar de notar que o calafrio não foi embora. Não sei se a sensação se deve ao fato de que as paredes são de vidro e quem quer que seja que esteja lá fora pode nos ver, ou se simplesmente a pessoa que me causa calafrio está presa comigo.

 

 

 

 

 



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