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História Beloved Dragon (Descontinuado) - Caçada


Escrita por: K4CCH4N

Notas do Autor


sinto muito pela demora aa

Capítulo 13 - Caçada


» 3 meses antes – Katsuki Bakugou

Katsuki estava na floresta que ficava ao lado de sua vila. Treinava incansavelmente mesmo que ainda faltasse um mês para o tão aguardado “Dia da caçada”. Era um dia importante na vida dos jovens, ao menos em sua vila, onde para serem considerados “verdadeiros homens”, teriam que matar algo grande, poderoso, raro ou que valesse bastante.

E advinhe que animal entra em todos estes requisitos de uma vez? Exato, dragões. Por muitos, eram considerados extremamente perigosos, espécie que deveria ser eliminada imediatamente para o bem da existência humana, contudo, a realidade era diferente. Dragões não são agressivos, apenas se tornam agressivos quando alguém invade seu território e, mesmo assim, não costumam matar humanos, apenas os intimidam para que recuem. Apenas avançam quando não há outra opção. Podem ser enormes e assustadores, mas não são cruéis. Claro, há exceções, mas a maioria é pacífica, podendo até mesmo assumir uma forma humanoide ocasionalmente e conviver como pessoas.

Todavia, por serem temidos e detestados na vila de Katsuki, ele acabou tomando aquilo como verdade e decidiu que treinaria para matar um dragão. Ganharia a merda daquela caçada e ninguém iria impedi-lo. Iria matar um daqueles seres sanguinários e arrancar-lhe o coração.

Pensava isso até conhecer All Might.

Estava passando pela floresta, procurando algum lugar para treinar quando deu de cara com a enorme fera amarelada. Suas pernas travaram, sua respiração prendeu, seus olhos fixaram-se às orbes azuladas com escleras negras.

Um dragão tão perto de si? Tão perto de sua vila? O que diabos fazia ali? 

Iria morrer, com certeza iria. Aquela enorme fera iria rasgar seu ser em pedaços, mas ao menos morreria lutando. 

Sacou sua espada e apontou para o dragão, posicionado-se para atacar ou desviar de algum ataque.

“Acha que pode me derrotar, jovem humano?” — ouviu uma voz em sua cabeça, como se alguém estivesse usando algum tipo de telepatia. Deu um passo para trás e olhou para os lados rapidamente antes de olhar novamente para o dragão — “Sou eu quem estou falando”.

— Mas que merda? — Indagou, caindo desesperado. Aquela besta estava falando? Deveria ser algum tipo de truque. — Porra, para com essa merda!

“De falar? Não quer acreditar que aqueles que tanto abominam também são capazes de falar?” — bufou irritado.

— Quem diabos é você...?

“Sou All Might, o dragão do sol” — explicou.

— Como consegue falar? — Indagou confuso.

“Sou um ser mágico, portanto, capaz de transmitir palavras através de ruídos, mas muitos humanos se recusam a acreditar”

— Então você fala com suas vítimas antes de devora-las? — debochou, já sentindo o desespero.

“Não seja tolo, dragões não comem humanos. Vocês quem nos caçam” — Levantou sua cabeça, olhando para Bakugou por cima “Não foi isso que te contaram, certo?” — e abriu as asas, voando rapidamente para algum lugar, deixando um loiro confuso para trás.

Por que não estava morto? 

Como assim dragões não comem humanos?

Que merda estava acontecendo? Só poderia ser o feitiço de alguma feiticeira de merda, depois procurararia Uraraka e tiraria satisfações com a mesma.

Contudo, no dia seguinte, foi capaz de ver o dragão novamente. Estava tomando água pacificamente em uma lagoa e sequer parecia uma besta sanguinária. Esgueirou-se pelos arbustos se aproximando a fim de observá-lo mais de perto enquanto escondia-se atrás de um tronco de árvore.

“Não pense que não estou te vendo, jovem”

— Merda — rosnou baixo, saindo de seu esconderijo.

“Ainda planeja me matar?”

— Não. — negou firme — Aquilo que você disse ontem, o que quis dizer?

O dragão mostrou os dentes em um sorriso e então contou sobre os inúmeros dragões que viu morrer nas mãos dos malditos humanos, as inúmeras vidas inocentes que foram tiradas em prol do lucro. E o pior, a maioria destes humanos matavam-nos enquanto estes imploravam por suas vidas. Era pura crueldade. 

As semanas se passaram, e Katsuki passou a ver All Might como um verdadeiro líder. Um professor, pai, amigo. Descobriu que ele era bem aclamado no mundo mágico, sendo visto como um símbolo da paz pelos demais, sempre exalando uma aura pacífica que acalmava a todos. 

O loiro começou a observar as ações das pessoas em sua vila, em como a grande maioria não tinha conhecimento algum e apenas julgavam baseado nas informações que ouviam por aí. 

Assim como ele.

Então o mês terminou, e aquele dia que antes era tão esperado, tornou-se temido. Merda, não gostaria de matar um dragão então provavelmente teria que matar algo que estivesse neste nível, algo que fosse verdadeiramente perigoso. Pegou sua espada e rumou à floresta juntos a outros caçadores, até que uma matilha de lobos fez todos se dispersaram. Lobos não são tão grandes, portanto, não eram uma boa escolha para a caçada, mas ainda sim eram um grande problema e seria difícil lidar com tantos com o grupo estando disperso.

Era estranho, pois matilha nenhuma habitava aquela região.

Foi cercado por três deles, que o rodeavam raivosos. Foi obrigado a sacar sua espada e defender-se do primeiro que saltou para atacá-lo de frente, sendo atingido bem no peito pela lâmina da espada. O outro veio logo depois e conseguiu derrubar o loiro, tentando insanamente rasgar sua face, sendo impedido pela espada, enquanto o terceiro partiu para sua perna, rasgando sua carne e o fazendo gritar de dor.

Pelos deuses, onde estava a porra de seu grupo? Olhou de canto, vendo alguns ainda lutando contra os caninos, então focou-se novamente à sua luta e chutou o lobo em cima de si na barriga com a perna que ainda estava intacta. Quando este saiu de cima dele, tratou de cravar sua espada  direito no pescoço do maldito, finalizando-o.

Agora só faltava o que rasgou sua perna, que vendo a brecha para atacá-lo, pulou em sua direção tentando chegar ao seu pescoço, mas sendo impedido pelo braço do loiro. Katsuki soltou um chiado esganiçado e agarrou-o com a outra mão e puxou seu lombo, conseguindo fazê-lo desprender suas presas de si e o jogando longe. Pegou a espada que estava cravada no pescoço do outro e a ergueu bem no momento que o terceiro lobo pulou em sua direção, sendo atingido na garganta e morrendo na hora.

Katsuki respirou fundo, seu braço e perna direta estavam sangrando e a carne estava à mostra.

Merda, essa porcaria poderia piorar?

Sim, poderia.

Ouviu um barulho vindo dos arbustos e presenciou um urso indo em sua direção, porra, era brincadeira?

Não era coincidência demais um urso e uma matilha de lobos estar passando por ali ao mesmo tempo? 

Deveria ser alguma maldição contra si.

Tentou se levantar, mas sua perna doía demais, levando-o a tentar rastejar para trás desesperado enquanto o urso se aproximava.

Encostou em um tronco de árvore, vendo que não teria escapatória e apenas esperou sua morte. Ainda pegou a espada para ao menos não morrer sem lutar, vendo o animal avançar em si, urrando furioso.

Contudo, não aconteceu.

Antes que pudesse ser morto, o som de um rugido alto pôde ser ouvido. Um rugido de dragão. E logo, sentiu o ar quente e o tremor causado pelo pouso. Olhou na direção que o tremor vinha e viu All Might. 

Não. 

Ele não podia estar ali. 

Merda, sua vila tinha uma especialidade única em prender e matar dragões. All Might não sobreviveria se ficasse ali.

Ouviu o rugido novamente e percebeu que o urso já estava se afastando, assustando com a besta amarelada. Viu que os lobos restantes também sumiam.

Os olhos azulados fixaram em si, e o dragão começou a se aproximar.

“Está bem, jovem?” — A voz grossa parecia de fato estar preocupada com si “Ouvi seus gritos de dor e vim até aqui”.

— Não... — negava o fato do dragão ter vindo ali apenas por ele — Você não pode ficar aqui, vá embora!

“Não são humanos que vão me derrubar”

— Você não entende. Eles são diferentes, são especialistas! — avisou — Por favor va-

Antes que pudesse terminar, viu uma flecha atingir o dragão e ele berrar de dor. Não deveria ser assim, flechas normalmente são ineficazes contra dragões, mas estas eram feitas com materiais derivados de dragões, sendo encantadas por bruxas ou feiticeiros.

— Vai embora, rápido! — berrou, tentando fazer com que o dragão recuasse, mas este não lhe deu ouvidos, direcionando seu olhar para onde a flecha veio.

— Olha que bela besta temos aqui. — Shigaraki disse enquanto sorria sarcasticamente, andando na direção do dragão que o olhava furioso.

— VAI LOGO! — Tentou fazer com que All Might o escutasse.

— Oh, são amiguinhos? — Tomura olhou para o loiro — Então pode ir embora, mas esse merda aqui vai morrer se o fizer. — apontou, sorrindo vitorioso quando o dragão pôs-se em frente ao loiro. – Você não pode protegê-lo. — E sinalizou para que mais flechas, tanto envenenadas quanto as que apenas ultrapassavam as escamas de um dragão fossem em direção ao amarelado que nem teve tempo de desviar.

Katsuki olhou desesperado com tal cena.

— ME DEIXE MORRER E VÁ EMBORA! — Gritou com todo ar de seus pulmões — POR FAVOR! — Implorou, já sentindo os olhos arderem e as lágrimas escorrerem.

“Não me dê ordens, jovem” — Falou sorrindo antes de começar a avançar nos humanos para mantê-los desacordados, ou cuspir fogo para espanta-los.

Mas não adiantou, eles continuavam.

Katsuki continuou gritando até ficar sem voz, até sentir a garganta arder e suas palavras perderem-se em meio aos berros de dor que o dragão soltava e os gritos vitoriosos dos homens enquanto cravavam suas espadas na pele amarelada, a banhando de vermelho.

Não podia se mover, e mesmo que quisesse, um dos homens de Shigaraki o segurava e fazia-o presenciar a cena a força. Então os gritos foram ficando cada vez mais fracos, e tudo que viu foram os olhos da fera opacos e sem vida deitada em uma poça com seu próprio sangue, cheio de feridas. 

Shigaraki ria e incentivava os outros a gritarem com a vitória que haviam adquirido.

E em Katsuki, as lágrimas não paravam de ser derramadas. Não acreditava no que via.

Era sua culpa. All Might só veio por sua causa.

Por que ele entrou nessa merda de ritual de sua vila. 

Ocasionou a morte daquele que o protegeu, que ensinou-o a questionar e ter um pouco mais de empatia. Que mostrou-o que dragões não eram inimigos.

Ele ainda era o grande símbolo da paz. 

O que seria dos outros seres mágicos sem ele? O que havia feito?

Nunca se perdoaria. Nunca.

***

Foi levado a força para a vila, e lá foi acusado de trair e questionar a ordem militar, aliando-se a um monstro como um dragão. Seus progenitores insistiram que ele fosse perdoado, e tudo que conseguiram foi livra-lo da morte. Contudo, foi expulso da vila depois de ter seus ferimentos tratados.

[...] 



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