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História Beloved Dragon (Descontinuado) - Cio


Escrita por: K4CCH4N

Notas do Autor


Bom, o capítulo de hoje tem umas paradas meio desconfortáveis que realmente não sei descrever com exatidão o que são, mas bora lá...

Capítulo 30 - Cio


3 semanas depois

Para Kirishima o cio, certamente, era uma das piores coisas qual passou em sua vida. Foram três semanas extremamente exaustivas e angustiantes, onde manteve-se o tempo inteiro trancado no quarto que lhe fora designado, apenas almejando que tudo aquilo acabasse de vez, que o calor incessante em seu corpo fosse embora, que sua vontade absurda de em se aproximar dos demais dragões apenas para saciar-se sumisse. Mesmo com os avisos de que sofreria, Eijirou optou por ficar o mais distante possível dos outros, não queria cometer nenhuma besteira, sequer trair Bakugou, deixando que qualquer um tocasse seu corpo.

Foram diversas as vezes que tentou se saciar sozinho, envolvendo seu membro – quase sempre desperto – com a mão e masturbando-se a fim de conseguir se livrar daquela vontade insana de foder.

Mas nunca adiantava. Precisava de outro alguém para que aquele sofrimento acabasse, contudo se recusava a ceder ao cio e saciar-se com qualquer um. Tinha seus princípios, e estes envolviam a lealdade à pessoa que amava.

Faltava apenas uma semana para esse maldito inferno acabar, mas os cheiros de outros dragões que também haviam acabado de entrar no cio – descobrira ser uma época comum para tais criaturas entrarem neste período, denotando uma espécie de "época de acasalamento" – o fazia sentir-se cada vez mais tentando. Foi aí que decidiu: Sairia dali. Estava agradecido pela hospitalidade dos demais dragões, que tentaram de tudo para ajudá-lo em relação ao cio – Mina até se ofereceu para ser sua parceria durante ele –, mas não poderia frequentar aquela aldeia por mais nenhum segundo, mesmo que isto significasse que quebraria uma regra, que afrontaria a autoridade máxima dali. Iria fugir, ou ao menos tentar.

Se levantou da cama, respirando fundo e soltando o ar devagar na tentativa de manter controle sob seus sentidos, abrindo a porta de seu quarto e colocando a cabeça para fora dele, verificando se havia alguém no corredor. Lembrou-se do aviso de Tokoyami, que afirmou que iria sair para resolver algumas coisas e saiu do quarto apressado, indo até a entrada da casa para dar o primeiro passo ao plano de fuga – na realidade, não havia plano, apenas não estava pensando bem o suficiente para entender que seria loucura caso tentasse sair logo no meio da tarde, onde grande parte dos dragões estavam fora de suas casas, exercendo seus trabalhos. Abriu a porta, saindo da casa e se deparando com vários dragões. Alguns lhe encararam, indicando que sentiram o cheiro forte que exalava por conta do cio, outros apenas não sendo afetados por sua presença e prosseguindo seus caminhos, mas uma dragoa em específico lhe notou. Droga, justo ela...

— Kiri? — a rosada arregalou os olhos ao vê-lo fora de casa após tantos dias. Logo abriu um sorriso, se despedindo de seu grupo de amigas e indo em direção ao ruivo — Finalmente está saindo, ein? — afirmou ao chegar perto dele, tampando as narinas por conta do cheiro forte — Continua no cio também.

— Pois é, Mina... — deu um passo para trás, coçando a nuca de modo nervoso e mostrando um sorriso falso. — Eu só estava tomando um ar...

— Olha, te ver sofrendo assim acaba comigo, sabe? — lamentou — Queria poder eu mesma te ajudar, mas você parece não se interessar por fêmeas...

— De fato, eu...

— Oh, acertei! Então tenho alguém perfeito para você, venha! — interrompeu-o, agarrando sua mão e começando a puxá-lo na direção contrária à saída.

Eijirou gostaria de negar, dizer que estava ocupado e precisava ir em algum lugar, mas temia que a rosada lhe seguisse. Alguém perfeito? Ah, mas o ruivo já havia encontrado este alguém; Bakugou Katsuki, aquele quem não hesitaria em passar o cio, contudo sequer sabia seu paradeiro. Ficou confuso com a afirmação da rosada, mas iria segui-la apenas por ser insistente e demonstrar-se preocupada consigo. Não gostaria de ficar com quem quer que fosse este alguém que ela falava.

***

Adentraram uma casa – não muito diferente das outras – bem simples, pintada com uma tinta mais escura, pendendo para o azul. O rapaz quem atendeu a porta era inegavelmente belo, com seus cabelos raspados, olhos afiados e uma altura qual o levaria a certamente ser confundindo com um gigante. Se era grande assim, imagine em sua forma draconiana?

— Olá Ashido! — ele cumprimentou a rosada com um sorriso afiado e uma animação exagerada — E você, quem é? — viu-o remexer o nariz, provavelmente afetado pela fragrância exalada pelo ruivo.

— Kirishima Eijirou. — respondeu normalmente, analisando a altura do homem e ainda se assustando com a aura energética que o circulava. — Seu nome?

— Inasa Yoarashi, muito prazer. — sorriu, estendendo a mão ao ruivo e sendo correspondido.

— Então... — Ashido começou a explicar — Acho que já percebeu que o Kiri está no cio, não? — questionou ao mais alto, que apenas acenou positivo, como se fosse algo corriqueiro. E bem, de fato era. — Ele está sofrendo há três semanas por não achar nenhum parceiro.

— Isso é horrível. — lamentou, chocado com a informação. — Como ninguém não quis ajudar um dragão tão belo como esse? — riu divertido.

— Ui, chamou de belo... acho que está interessado, não é? — a dragoa rosa provocou.

— Eu mentiria se dissesse que não estou. Seu cheiro é bom e bem excitante. — fitou o ruivo com certa malícia.

Kirishima sentiu-se incomodado com tal encarada. O rubor cresceu em sua face, mas era inevitável não se envergonhar ao receber um elogio. Entretanto, só se sentia realmente bem caso fosse Katsuki o elogiando. E aquele cara estava longe de ser seu amado Bakugou. Sorriu forçado, agradecendo ao gracejo e ficando inquieto, seu corpo começou a se aquecer mais, provavelmente pelo efeito que o outro dragão possuía sobre ele por conta do cio.

— Então acho que pode ajudar ele, não é? — Mina falou, sorrindo feliz por ter encontrado alguém que o ruivo não havia recusado até agora.

— Ei, espera, eu não-

Eijirou tentou dizer, mas sentiu sua voz falhar e seu corpo doer. Esse era um dos momentos onde o maldito cio novamente se intensificava, fazendo-o perder o controle sob seu corpo. Começou a sentir sua cauda, seus chifres e até mesmo suas asas formando-se em seu corpo, denotando que agora estava em sua forma híbrida. Se assustou com tal mudança, dando um passo para trás e levando as mãos à boca.

— Nossa, está ficando pior... me deixe te ajudar com isso. — Yoroashi se aproximou de Kirishima, que tentou resistir, mas assim que o maior trocou seu corpo seus instintos começaram a gritar para que fosse aliviado — É o primeiro cio dele? — a rosada acenou positivo. — Serei gentil com você, não precisa ter medo... — ele disse, sua voz soando calma mais calma, calma demais para um homem tão grande.

Então Inasa começou a levá-lo até seu quarto, sem pressa alguma ou possessividade. Para dragões, ajudar um ao outro durante o cio, muitas vezes, não passava de um ato prestativo para que seus iguais não sofressem. O rapaz estava afetado pelo cheiro de Kirishima, mas por não estar no cio, estava controlado e apenas queria ajudar Eijirou. Se despediu de Ashido, que direcionou um "Me agradeça depois" ao ruivo, que se manteve em silêncio. Kirishima não estava nem um pouco agradecido, pelo contrário, não conseguia controlar aquela situação e estava praticamente indo fazer sexo com alguém que não queria apenas porque seu maldito instinto implorava para que aquela agonia terminasse.

Não culpava Inasa, pois percebera que de fato o homem não pretendia machuca-lo, só estava tentando ajudar – e pela falta de relutância de Eijirou, ele não percebeu os verdadeiros desejos do ruivo.

Não queria isso, mas seu corpo não ouvia seu coração, não ouvia seus sentimentos, ele só queria ser saciado. Porra, que situação infernal era essa que havia se metido? Suas emoções se misturavam; por um lado seu coração alimentava um enorme ódio e a mágoa de Ashido que levou isto a ocorrer, por outro, o medo perdurava em seu peito, não queria aquilo, mas sequer podia manifestar tal pensamento.

Entraram no quarto do maior, que o levou até a cama com paciência e fez com que se deitasse no móvel.

"Porra, resista Eijirou, essa droga de cio não pode te vencer" gritava incessantemente em seus pensamentos, tentando não se submeter àquela merda de situação. Seu corpo lhe desobedecia, e isso apenas o deixava mais frustrado. Se sentia quente, fervendo, como um verdadeiro elementar detentor do fogo, apenas deixando que Yoroashi se pusesse por cima de si sem resistência alguma.

O maior lhe encarou novamente com aquele olhar afiado, mas ainda assim preocupado. Não demorou para desmanchar o sorriso calmo de seu rosto e perguntar uma última coisa, a fim de certificar-se de que estava tudo bem prosseguir.

— Ei, você está bem com isso? Seu corpo está tão quente e parece tanto almejar por isso, mas seus olhos não transmitirem o mesmo... — questionou com cuidado, estreitando os olhos para verificar a veracidade da resposta que obteria.

Eijirou – ao menos – arregalou os olhos com o questionamento repentino. Poderia ter absoluta certeza que o maior não notaria sua relutância interna, mas para sua sorte fora o que aconteceu. Abriu a boca para tentar falar algo, mas seu corpo tratou de – mais uma vez – ir contra suas vontades, levando-o a erguer o quadril para frente, fazendo com que a ereção marcada em suas calças de couro roçasse contra a de Inasa. O maior engoliu em seco, ainda parecendo suspeitar das atitudes do ruivo, mas tomando aquilo como uma resposta positiva e começando a passar seus dedos suavemente pelo tronco desnudo e sensível.

Aquilo era uma tortura. Seu corpo fazia aquele toque parecer excelente, mas sua consciência não concordava com aquilo. Não queria deixar que ninguém lhe tocasse daquela forma libidinosa, ninguém a não ser Bakugou. Por que tinha de ser assim? Por que o maldito cio viera justo naquele maldito momento, onde estava longe de seu amado? Por que Ashido fora insistente ao ponto de jogá-lo à um cara totalmente desconhecido por si? Deixou-o por conta própria e ainda teve a audácia de achar que fez o correto. O vórtice infinito e angustiante de pensamentos negativos, de resistência e mágoa foram tão fortes que lágrimas escaparam por seus orbes rubros. Inasa estranhou na hora, retirando o semblante calmo de sua cara mais uma vez e afastando suas grandes mãos do corpo fervente de Kirishima.

As lágrimas ficaram mais intensas, e aos poucos, a respiração de Eijirou tornou-se mais desesperada. Ele reaveu o controle sob seu próprio corpo, sentindo o formigamento em suas costas, que já se desfaziam das asas, bem como os chifres em sua cabeça e a cauda acima de seus quadris. Se levantou de modo brusco, rangendo os dentes e soltando rosnados de ameaça à Yoroashi, que prontamente se afastou, confuso com a mudança repentina de disposição de Eijirou.

Antes que o maior pudesse dizer algo, o ruivo começou a se mover, saindo da cama em segundos e olhando uma última vez para o maior, uma mistura de culpa, mágoa e compreensão perdurava em seu olhar. Respirou fundo, buscando normalizar a respiração – o que não ajudou muito – e deu passos largos até a porta de madeira, abrindo-a e indo direto para onde se lembrava de ser a sala, abrindo a porta de entrada e dando de cara com dois indivíduos que não esperava ver por ali.

Shinsou e Jirou.

Ambos pareciam preocupados, além de ofegantes – indícios de que vieram ali voando o mais rápido possível –, com suas madeixas desgrenhadas. Assim que avistou Eijirou todo vermelho, com lágrimas caindo por seus olhos, a preocupação do casal apenas aumentou.

— Kirishima, você está bem? Ele te obrigou a fazer algo que não queria? — Jirou fora a primeira a perguntar, pousando suas mãos sob os ombros de Eijirou, que pareceu se assustar com o toque e se afastar um pouco. — Por favor, responda!

— Se ele te fez algo, Kirishima, saiba que ele não sairá impune. — Hitoshi tratou de tranquiliza-lo, lhe fitando com aquele olhar mortificado, mas preciso. Queria deixar claro que uma situação daquela não passaria despercebida.

— Eu... ele... não, ele não fez nada, ele... — tentou explicar, se perdendo nas palavras e apenas se frustrando mais.

— Fica calmo e respira. — a arroxeada aconselhou, mantendo as mãos firmes em seus ombros a fim de garantir-lhe alguma segurança. O ruivo então o fez, puxando o ar e soltando-o um pouco apressado. — Agora me explique o que aconteceu.

— Ele não fez nada, ele estava tentando me ajudar, mas eu... — enfim começou a explicar, dizendo com firmeza que Yoroashi não era de fato um culpado naquela situação. — Olha, eu só quero ficar sozinho. — disse por fim, removendo as mãos de Jirou de seus ombros com gentileza, levando o antebraço à face para limpar suas lágrimas e começou a andar com pressa para longe — E eu não quero fazer aquilo com ninguém que não seja o Bakugou. — avisou aos dois, finalmente correndo na direção que lembrava ser a casa de Tokoyami.

Queria apenas ficar sozinho, longe de qualquer dragão daquela aldeia. Não queria arriscar passar por aquela situação horrível novamente.

[...]


Notas Finais


Como eu disse avisei antes, me senti meio desconfortável do que imaginava na cena do Inasa com o Kirishima... mas é isto-


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