_____'s pov
Funguei. O último dia de aula antes das férias era para ser bom. E cá estou eu chorando em uma pequena salinha da manutenção.
Ninguém nunca vem aqui e eu posso chorar em paz.
Quando jogaram tinta em mim... encarei minhas mãos. Também vim aqui chorar. Sei que foi o grupinho popular de minha sala, mas até hoje... ninguém fez nada a respeito.
Nem eu.
O diretor Kim Namjoon me levou até minha casa naquele dia. Lembro-me de passar muito tempo no banheiro. Não que a tinta tivesse demorado a sair... Mas eu me senti menos que nada. Como agora... Menos que nada. E por quê?
A porta se abriu e levei um susto.
- Ah, desculpe. - disse Yoongi. - Eu não sabia que tinha alguém aqui. - passei a mão pelo rosto limpando as lágrimas. -Eu... - respirei fundo. - O que aconteceu?
- Não aconteceu nada. - suspirei.
Yoongi fechou a porta e veio até mim se sentando no chão ao meu lado.
- Como nada? Você está chorando.
- Não estou.
- Qual é? - ele deu de ombros. - Eu vejo, okay? - afirmei com a cabeça. - Pode falar comigo se quiser.
- Eu sou uma pessoa horrível.
- O que foi que você fez, ______?
- Eu não fiz nada. - meus olhos estavam marejados. - Eu não fiz nada.
- Então, não. - o encarei. - Você não é uma pessoa horrível.
- Eu estou me sentindo tão mal. - levei uma mão ao rosto e lágrimas começaram a descer.
- Está tudo bem. - Yoongi passou um braço ao redor do meu ombro e me acolheu junto ao seu peito. - Somos diferentes. Provavelmente a culpa não é sua. E não tem que achar que é. As pessoas são cruéis com aquilo que não entendem. Que não compreendem.
- Eu queria não ligar...
- O que fizeram com você?
- Nem se fosse verdade... - comecei. - Eu não ia querer que minha vida fosse exposta desta maneira. - levantei a cabeça para o encarar. - Estão dizendo que eu e o Jimin transamos nas dependências do colégio.
- Vocês transaram?
- Não. - sussurrei. - Nem aqui e nem em lugar nenhum. O que acha que eu sou? - franzi o cenho.
- Veja pelo lado bom. - ele rapidamente continuou ao ver a minha cara de confusa. - Vocês não fizeram nada. E não tem nada comprometedor circulando sobre vocês. É só boato. Daqui a pouco esquecem.
- É. - suspirei. - Talvez tenha razão. - disse em dúvida.
- Eu tenho razão. - garantiu. - Você imagina quem possa ter começado esse boato?
- Eu não sei. - suspirei.
- Jimin?
Olhei para Yoongi atentamente.
- Não. - disse firme. - Ele é bom. Não faria isso. - sorri simplista. - Por que está aqui falando comigo?
- Eu não vim aqui para falar com você. - ele bufou e tirou o braço que estava ao redor de mim. - Não se ache tão importante, ______.
- Ah... Eu sei que não sou. - comprimi os lábios. - O que veio fazer aqui?
- Estou dando um tempo.
- Tempo de quê?
- Você já gostou de alguém que não gostava de você?
- Ah. - corri as mãos pelos rosto. - Isso é uma merda. Eu conheço ela?
- Ele.
Arregalei os olhos brevemente.
- Você é gay? - disse chocada. - Eu jamais saberia. Yoongi, você é muito discreto. - ele sorriu simplista. - Ele não gosta de você?
- Não que não goste. - começou ele. - Mas ele é hétero.
- Ah, lamento.
- Está tudo bem. - ele me encarou atentamente. - Ele é hétero ainda.
Ri simplista.
- Como assim? As pessoas... podem mudar de repente?
- Não de repente. - disse ele. - Mas quando elas estão se descobrindo... Podem fazer qualquer coisa. E se gostar...
- Você não é gay. - disse ainda chocada. - Jura? - ele afirmou com a cabeça. - Oh!
Jimin's pov
Caminhei a passos largos atrás de Taehyung. Era hora do intervalo e ele estava indo em direção ao pátio.
- Taehyung! - coloquei a mão no ombro dele o virando para mim e soquei a cara dele.
- Ficou maluco cara! - disse Tae com a mão sobre o nariz e seus dedos se sujaram de sangue. - Agora você vai ver!! -
Taehyung invadiu contra mim como um touro que ataca suas presas fáceis. Ele segurou na minha cintura e me empurrou para trás jogando todo o seu peso para isso. Bati as costas na parede do corredor antes do pátio.
Segurei os braços dele e os tirei do meu corpo. Taehyung tentou me socar, mas me esquivei e acertei outro soco na cara dele.
- Isso é pelo que disse! - Taehyung caiu no chão e eu continuei o socar até que alguém me puxou para trás.
- Pare com isso?! - era Jungkook que estava assustado. Ele correu os olhos de mim para Tae que estava caído e sangrando no chão. - Vocês querem se encrencar? Ainda estamos dentro do colégio!
Taehyung se levantou.
- Podemos fazer o que quisermos dentro do colégio, não é, Jimin? - disse Taehyung debochado e eu avancei contra ele, mas Jungkook se pôs a minha gerente me impedindo de bater em Taehyung.
- Fica frio! - disse Jungkook para mim. - Você também, Taehyung!
- Que isso? - disse Tae indignado. - Ele me atacou! - apontou para mim.
- Vai limpar esse rosto, Taehyung! Está sujando o chão de sangue! - Taehyung revirou os olhos e se mandou. - Se está tão irritado com as provocações do Tae... - Jungkook se voltou para mim. - É porque é verdade, não é?
- O quê?! - franzi o cenho. - Não é verdade. Eu bati nele para que tenha respeito com as pessoas. - Jungkook engoliu em seco. - Não vou deixar ninguém falando mal da minha namorada. Não vou deixar ninguém falando uma coisas dessas... dela! - neguei com a cabeça. - Primeiro, isso é uma intimidade de cada um. Segundo, não é de interesse de ninguém mais.
- Então vocês não transaram?
Aproximei-me um passo ficando cara a cara com Jungkook.
- Eu não transei com ______ no colégio. - disse firme.
Desvencilhei-me dele e segui meu caminho em direção o pátio. Deve haver uma distância de Jungkook e ______. E com a minha resposta, dei a entender que _______ e eu já estamos em outro nível do nosso relacionamento, mesmo que não seja verdade. Mesmo que eu quase dei um treco quando a vi quase nua.
Eu a respeito. E o nosso relacionamento, o que fazemos ou deixamos de fazer... não tem nada a ver com ninguém.
(...)
______ sumiu. Será que ela já foi embora? Liguei para ela, mas não tive retorno. Estava parado em frente a escola e todos já tinham ido para suas casas.
Esse dia se tornou um pesadelo.
A vi vindo em minha direção.
- Achei que já tinha ido. - disse ela em tom baixo.
- Eu não ia sem você. - disse contido. - Onde estava?
- Lá perto do almoxarifado. - disse _____. - É calmo e quase ninguém vai lá. - a puxei para um abraço. - O lado bom é que... - sua cabeça estava ainda em meu peito. - só vamos encontrar todos daqui um mês. - ela afastou a cabeça para me encarar.
- Eu vou te levar para casa. - sorri simplista. - Vamos.
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