______'s pov
- ______? - o encarei timidamente. - É exatamente por você ter ficado trancada lá no escuro sozinha que merece o dinheiro.
- Eu realmente não entendo. - neguei com a cabeça. - Por que quis se encontrar comigo então?
Ele nada disse apenas ficou me encarando com aqueles olhos negros nada reveladores. Jimin bebeu um gole do café e depois de pousar a xícara de volta sobre a mesa, o que levou mais tempo do que o normal, seu olhar voltou para mim e então disse:
- Eu não gosto da forma como você tem vivido. - virei a cabeça de lado, confusa. - Por que deixa eles pisarem em você?
Olhei para a minha xícara de café.
- Eu sou tímida. - disse sem o encarar.
- E por isso eles podem fazer o que quiserem?
Ergui o meu olhar para ele.
- Diga-me o que você quer, Park Jimin? - disse nervosamente. - Você é como eles, o que quer?
- Não. - ele negou com a cabeça. - Não sou como eles. E eu não concordo com o jeito que eles tratam as pessoas.
- Você sente compaixão por mim, é isso? - indaguei incrédula.
- ______. - ele suspirou. - Veja a mim como um amigo, está bem? - franzi o cenho. - Um amigo que quer ajudar você a passar por essa fase e fazer com que eles parem de tratar você como tratam.
- Por quê? - indaguei curiosa. - Por que você tem que fazer ou falar qualquer coisa?
- Deixe-me te ajudar. - insistiu ele.
- Mas eu não preciso de ajuda. - retruquei. - Eu estou bem. - ou talvez não. Mas quem liga?!
Jimin pegou a xícara novamente e bebeu mais de seu café. Comprimi os lábios e ele voltou com a xícara sobre a mesa e suspirou.
- Eu já falei com a central do jogo e eles depositaram o dinheiro em sua conta bancária. - disse ele voltando sua atenção a mim.
- Você fez isso?!
Ele sorriu simplista.
- Vamos dar uma volta. - Jimin deu uma piscadela e se levantou.
Olhei para as rosquinhas. Como assim?! Nem comemos. Ele me chamou novamente e eu peguei minha mochila e uma rosquinha. Saímos da cafeteira, ele na frente e eu atrás, tive que dar uma corridinha para o acompanhar.
- Aonde vamos?
Jimin me encarou de soslaio e eu estava comentando a rosquinha.
- Tem uma festa na semana que vem.
- Sim, eu sei. - corri atrás dele ainda comendo a rosquinha. - Mas eu não vou. - disse com a boca cheia.
Jimin parou e se virou para mim. Arregalei os olhos e engoli o pedaço da rosquinha que estava em minha boca.
- Essa rosquinha é ótima mesmo. - ele segurou em meu pulso e levou a minha mão para perto da boca dele e o último pedaço da rosquinha desapareceu de minha mão. Minha boca se entreabriu. Ele comeu o último pedaço da minha rosquinha!! Jimin largou meu pulso. - Humm. - ele terminou de mastigar. - Essa sua atitude não é favorável para você. - Jimin elevou o dedo indicador brevemente.
- Do que você está falando? - franzi o cenho.
Ainda estava indignada com a audácia dele de comer a minha rosquinha!
- Vamos fazer compras. - disse ele. O quê? - E você vai a festa comigo. - ele voltou a andar e eu fiquei parada na calçada por alguns segundos ainda não tinha digerido o que ele falara.
- Espera aí!! - corri atrás dele depois que voltei a mim. - Como assim? O que você acha que eu sou? O que você está tentando fazer? Hã?! Eu já disse que não quero ir a essa festa!
- _______, você está 1.200.000 Wons mais rica. - caminhava agora ao lado dele. - Vamos comprar uma roupa bonita para você usar na festa.
- Mesmo que eu vá a festa. - comecei. - Por que eu iria com você? Nós nem somos amigos.
Ele parou e se virou para mim.
- Como assim, querida esposa? - ele falou chocado, acho que nem percebeu o que ele disse no momento. - Quer dizer... - ele engoliu em seco ao se tocar sobre o que ele acabou de falar. - Por que você não ia querer ir a festa comigo, _____?
- Porque eu vou a festas com pessoas que eu gosto.
- Uuu! - ele levou a mão sobre o peito brevemente. - Você me magoou. - travei o maxilar. - Se Jeon Jungkook lhe chamasse você iria? - a minha boca se abriu em um perfeito 'o'. - Ahhh, - ele sorriu discretamente. - Eu já sei que gosta dele. Na verdade, todo mundo percebe isso. - fechei a boca e comprimi os lábios. - Você quer que ele te note? Então, eu vou te mostrar o caminho.
- Como?
- Ah, curiosa? - ele sorriu ladino. - Simples. - continuou de modo calmo. - Faça o que eu digo e ele vai cair aos seus pés.
- E por que eu tenho que acreditar que você vai fazer isso pela bondade do coração?
Jimin colocou amabas as mãos dentro do bolso social da calça e inclinou o tronco para frente. Seu rosto ficou próximo ao meu, engoli em seco.
- Aí, é que está. - disse ele cara a cara comigo. - Não tem. - Jimin se pôs de forma ereta. - Seja minha namorada. - arregalei os olhos e ele riu simplista. - De mentira, é claro. E também quero continuar tendo você como parceira no jogo.
- Por que eu?
- Por que você é uma boa jogadora. - disse ele categórico. - E eu quero me cercar de bons jogadores.
- Eu quis dizer por que eu como sua namorada?
- De mentira. - acrescentou ele.
- Sim?
- Você é mais bonita do que pensa ______. - disse ele voltando a andar. - Vamos?!
Corri novamente atrás dele.
(...)
Jimin me acompanhou até em casa. Parei em frente a porta e o encarei segurando as sacolas das compras que eu paguei. (Não queria nada disso).
- Eu passo aqui amanhã para irmos juntos para o colégio. - disse ele de modo calmo.
Eu não pensei que esse lance de namoro de mentira ia começar agora.
- A festa é só no fim de semana. - disse sem jeito.
- E por isso eu devo ser indiferente a você? - disse ele indignado colocando as mãos dentro do bolso da calça social, o que o deixavam descontraído, como quem não liga e então completou categórico. - Não faz meu gênero.
Sorri sem humor.
- Por que temos que ir juntos para a aula amanhã? - indaguei.
- Só amanhã não. - começou ele. - Todos os dias. - me encolhi. - ______, faça o que eu digo. - não quero que ele mande em mim. - Se quiser convencer a todos de nosso relacionamento...
- De mentira. - acrescentei rapidamente.
- Isso. - disse ele de modo calmo e continuou com destreza. - Não posso ignorar você no colégio durante a semana e ir com você na festa no sábado. - completou categórico. - Ninguém ia acreditar.
Até que isso faz sentido. Balancei a cabeça o mínimo possível.
Olhei para o carro que parava ali ao lado e arregalei os olhos. Beon e minha mãe desceram e vieram em nossa direção.
Aigoo!
O quê?! O que estão fazendo aqui?
- Eomeoni?! - disse assustada. Não esperava vê-los tão cedo em casa. - Beon? - corri os olhos pelo pestinha. - O que fazem em casa tão cedo?
- Beon teve um probleminha na escola. - disse mamãe olhando para Beon de soslaio. - Quem é seu amigo? - ela sorriu e se voltou para Jimin.
- Park Jimin, eomeoni. - disse Jimin e eu me encolhi fechando os olhos brevemente.
Por que ele tinha que chamar a minha mãe de mãe?! Eotteoke?! Aish!!! Jimin só pode estar tirando uma com a minha cara.
- Ele é seu namorado? - indagou Beon.
Isso está ficando cada vez pior! Agora Beon vai pegar no meu pé e isso nem é um namorado de verdade.
Aigoo!
- Não! - disse agitada e todos me olharam assustados. - Estamos fazendo um trabalho para o colégio. Jimin e eu somos amigos... - minha mãe olhou para as sacolas em minhas mãos. - de classe e o trabalho é sobre economia. - não sei se colou ou não, mas é o que tem para hoje.
Beon olhou para Jimin e voltou para mim ao dizer:
- Ele é bem mais bonito do que o garoto que está na tela do seu computador.
Jimin prendeu um sorriso e eu fechei os olhos brevemente. Tinha uma foto de Jeon Jungkook na tela do meu computador e agora Jimin sabia disso.
Ahhh, eu quero morrer!
- Beon, vamos entrar. - disse mamãe. - Temos que conversar. ______, não demore muito aqui fora, está bem?
- Sim, eomeoni.
Beon entrou de cabeça baixa.
- Prazer em conhecê-la, senhora.
Wei Hee Sun, minha mãe, sorriu para Jimin disse "igualmente" e entrou. Encarei Jimin que prendia um sorriso.
- Tem uma foto do Jungkook na tela do seu computador?
- Por que tinha que chamar ela de eomeoni?! - disse agoniada sem o responder.
Ele não tem nada a ver com isso!
- Você é uma péssima mentirosa, sabia? - disse ele e eu franzi o cenho. Ele também foi evasivo comigo. - Trabalho de economia? - Jimin arqueou uma sobrancelha. - Fala sério, quem ia acreditar nisso? Terei muito trabalho para que todos acreditem nesse relacionamento de mentira. - deu de ombros.
- Por que tinha que chamar ela de eomeoni?! - grui baixo.
- Pensei que seria normal uma vez que estamos em um relacionamento. - disse ele categórico dando de ombros.
- Relacionamento de mentira! - disse entredentes.
- Sim, claro. - disse Jimin se desculpando ao elevar amabas as mãos brevemente. - De mentira. É que eu nunca estive em um relacionamento antes. - o ar me faltou. Park Jimin nunca namorou antes? Hã! Que piada! Com essa aparência? Duvido. Espera... Será mesmo? Ele não parece estar mentindo, mas pode estar mentindo. Eu também nunca namorei antes. - Eu, frequentemente, não sei o que fazer... Achei que seria normal esse tipo de atitude, não?
- Não, por favor. - disse sem jeito. - É um relacionamento de mentira.
- Eu sei disso. - ele sorriu.
- Não precisa fazer tanto.
- Nos vemos amanhã. - disse ele se afastando antes que eu pudesse falar qualquer coisa.
(...)
Game on
- Wei Wei? - disse Wen.
- Olá, Wen.
- Quer se juntar a mim em uma batalha nas profundezas do Syn Yu.
- Parece interessante.
- Chame seu marido, o mestre Ji-min-he. - disse ela. - As habilidades dele nos ajudará.
- Vou chamá-lo, mas não sei se ele está on-line. - digitei. - Vamos chamar o Yoon também.
- Vou chamá-lo.
Fui até o chat particular entre mim e meu marido e chamei por ele. Segundos depois ele respondeu dizendo que aceitava.
- Ele aceitou, Wen.
- O Yoon também disse que vai se unir a nós.
- Contem com meu poder de ilusão. - disse Yoon se aproximando. - Ouvi dizer que a feiticeira das profundezas do Syn Yu é muito ardilosa e ela brinca com sua mente.
- Ouvi dizer também. - disse.
- Vou ver se tem mais gente para ir conosco nessa batalha. - disse Wen.
- Okay.
- Wei Wei. - disse Ji-min-he aparecendo ao meu lado.
- Ji-min-he, este é um amigo, Yoon. - comecei. - Ele tem um poder de ilusão.
- Mestre Ji-min-he! - disse Yoon com inspiração. - É uma honra lutar ao seu lado.
- Igualmente. - disse Ji-min-he. - Amigo da Wei Wei, meu amigo também.
Algum tempo depois Wen voltou a falar comigo.
- Wei Wei...
- Qual o problema?
- KTae e Ty Nia aceitaram ir conosco as profundezas do Syn Yu.
Que saia justa!
- Quando mais força melhor. - respondi.
- Não quero que fique um clima entre vocês. - disse Wen.
- Clima? - questionou-me Ji-min-he.
- KTae é o meu ex-marido no jogo. - expliquei.
- Ah, sim.
- Ktae deixou Wei Wei para se casar com uma jogadora bonita. - começou Wen. - Ela postou uma foto dela no mural dos jogadores e foi eleita a mais bonita no nosso núcleo.
- Mais bonita que Wei Wei? - questionou Ji-min-he.
- Eu não coloquei foto alguma minha no jogo. - digitei. - E mesmo se colocasse Ty Nia ganharia. Ela é muito bonita.
"Duvido" disse Ji-min-he no nosso chat particular.
Sorri da audácia dele. De algum modo ele me fazia sentir especial.
- O que adianta ser bonita e não ter muita habilidade no jogo? - questionou Wen.
- Sorte a minha. - disse Ji-min-he.
Sorri sem graça.
- Estamos aqui para jogar. - comecei. - Onde estão os outros para iniciarmos a batalha nas profundezas do Syn Yu?
- Estamos aqui. - disse KTae que se aproximou ao lado de Ty Nia.
Fomos até às profundezas da caverna do Syn Yu. A luta era cruel. Salvei Ty Nia duas vezes. A feiticeira com quem lutávamos era cheia de artimanhas e estava em todos os lugares. Fui arremessada para um canto e vi a mensagem de Ji-min-he no chat particular.
"Vamos encurralar ela em um lugar e usar o spray."
"Ótima ideia! Podemos congelá-la com o spray e em seguida posso quebrá-la em mil pedaços com o seu martelo dourado."
"Sim. Vamos lá!".
Não é à toa que o mestre Ji-min-he é o jogador número 1. Ele tem ótimas estratégias.
A primeira a morrer foi Ty Nia.
Yoon usava sua ilusão para confundir a feiticeira, mas ela era esperta e o arremessou para longe. Já entrei na ativa e a impedi de matar Yoon. Usei minhas espadas para criar uma corrente de fogo com os movimentos rápidos das duas espadas. Isso a afastou por um breve tempo.
Jimin jogou o martelo para mim, saltei e peguei o martelo no ar. Caindo no solo com os joelhos flexionados e uma das mãos brevemente no chão.
KTae a atacou, neste tempo em que pegava o martelo, mas a feiticeira rapidamente o eliminou e o jogou para cima de mim. Caímos juntos para trás e o martelo escapuliu da minha mão caindo no vale do esquecimento.
Droga! Droga! Droga!
Olhei para a feiticeira e Ji-min-he e Wen lutavam contra ela. A feiticeira segurou no pescoço de Wen e Ji-min-he começou a correr em volta das duas. A mantendo ali dentro do "círculo" que ele fazia em alta velocidade.
"Wei Wei, usa o spray."
"Eu perdi o martelo!"
"Anda logo!"
Dei um salto, Ji-min-he ainda corria em volta das duas, e joguei o jato gelado na feiticeira, congelando-a.
Em seguida, Jimin fechou o punho e deu um soco. Um grande punho fechado transcendeu a ele atingindo a estátua de gelo da feiticeira. Wen caiu no chão, livre e eu caí para trás pelo vácuo do punho do mestre Ji-min-he.
Fim da missão! Parabéns!
KTae e Ty Nia voltaram a vida.
Ji-min-he se aproximou de mim.
- Bom trabalho. - disse ele.
KTae e Ty Nia se despediram e foram embora. Yoon também foi embora de repente.
- Foi muito bom lutar com vocês. - disse Wen. - Obrigada, Wei Wei, por chamar o mestre Ji-min-he.
- Os amigos de Wei Wei, são meus amigos também.
- Se eu não estiver on-line... - comecei. - Pode chamar o mestre Ji-min-he se precisar de ajuda.
- Posso mesmo? - disse Wen assustada.
- Claro. - disse Ji-min-he.
- Eu vou indo agora. - disse Wen. - Até a próxima então.
- Tchau. - disse e ela desapareceu. Voltei-me para meu marido. - Desculpe, eu falhei.
- Do que está falando? - digitou ele. - A feiticeira está morta. Fomos bem.
- Eu perdi o martelo. - disse agoniada. - O martelo nem era meu.
- Eu realmente paguei um bom preço por aquele martelo.
O quê?!
- Bom preço?!
- Foi uma batalha com o monstro Xyns. - disse ele. - Ganhei e isso me levou direto ao nível 1 do jogo de melhor jogador. - essa conversa não está me ajudando a melhorar. - Aquele martelo realmente era importante para mim.
Afundei-me na cadeira.
- O que eu posso fazer para compensá-lo por isso, mestre Ji-min-he?
- Seja sempre gentil comigo, querida esposa.
Estreitei os olhos e comecei a digitar a resposta.
- Mas eu sou gentil, não?
- Eu quis dizer amanhã.
Respirei fundo. É mesmo! Vamos juntos para a aula amanhã. Tinha me esquecido momentaneamente.
- Você vai me punir pela perda do martelo, não é?
- Não vou, desde que me trate com gentileza. - disse ele. - Não podemos parecer estranhos amanhã.
- Eu serei uma boa companheira amanhã.
- Espero.
Sorri.
- E eu espero que você não tente nenhuma gracinha. - continuei em seguida. - Estamos em um relacionamento de mentira.
- Tem a minha palavra. - respondeu ele. - Não vou tentar nada. - não sei se me senti bem ao ler suas palavras. - Eu tenho que atender uma chamada.
- Vai lá. Eu já estou indo também.
- Certo, até amanhã.
- Até amanhã. - disse e saí do jogo.
Game off.
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