História Beta - Prólogo

Baekhyun era diferente. E Chanyeol soube disso quando os olhos escuros encontraram os seus, pela primeira vez, naquela cafeteira. Um ômega oposto do que via-se nos dramas e dos ômegas que Chanyeol tinha esbarrado em sua faculdade e trabalho. De certa maneira, o beta não tinha muita vivência em relação à sociedade. Trabalhava com o público, era um produtor e compositor famoso no meio artístico e entrava em contato com diversos tipos de artistas, e, claro, isso incluía diversos NE* diferentes. Porém, limitava-se ao contato profissional, e, sendo um beta, não era alvo de interesse amoroso. 

Esse era o ponto; ser um beta. Em uma sociedade dividida em sub-especies, Park Chanyeol não estava no topo da cadeia alimentar. Desde que nascera numa família pura em genes, seu destino era carregar a linhagem até a morte e viver como eles viviam. Chanyeol não quis. Odiava a criação conservadora e restrita que sua família lhe dera, por isso, aos 18 anos e com dinheiro suficiente, cortou quase todos os laços que tinha com eles e partiu em busca do sonho. Foi fácil, ah, sim, foi extremamente fácil. Ele tinha sobrenome forte, os Park's eram quase como uma seita e tinham influência no mundo que viviam. Tinha nascido em um lar regrado onde se nascia um beta puro e se formava em advocacia, ou, nos piores casos, se tornava político. Sua família era amorosa, especialmente sua casa. As mães dele o criaram com muito amor, carinho e compreensão, mas desde que seguisse o caminho certo. Aliás, elas não conheciam outros caminhos, Chanyeol sim. Ele via o mundo além do que era lhe permitido ver. 

Algum tempo depois de se formar e vários casos de uma noite, Chanyeol conheceu Baekhyun na cafeteria que amava. Sentia os olhares interessados dele, com certeza sentia a intensidade daqueles olhos, mas, não achava que seria ele capaz de ser direto e flertar tão descaradamente consigo. Chanyeol ficou encantado, claro. Baekhyun era diferente, lindo e o conquistou lentamente. 

Agora, 5 anos depois e mal falando com suas genitoras, Baekhyun tinha acabado consigo, com os dois, ao esquecer o celular em casa. Se alguém o perguntasse se ele tinha visto, sentido ou desconfiado de algo, responderia sem hesitar que não; o ômega era o mesmo de sempre e isso só levava a duas hipóteses; que ele fazia isso há muito tempo ou Chanyeol era cego demais por ele. Naquele momento, quando leu todas as mensagens, ele se deu conta que todas as hipóteses estavam corretas, e, inferno, isso não ficaria assim. 

O beta dentro dele choramingou triste e ferido, tanto quanto o humano, quando a última mensagem, do número desconhecido, foi lida:

Alfas e ômegas precisam um do outro, é biológico.