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História Between Law and Love - Cap. 21 - O Dentista de Detroit II.


Escrita por: Semi-Harmonizer

Notas do Autor


HEEEY VOLTEI CEDO EIN.
Cap maior hoje.
Espero que gostem <3

Capítulo 21 - Cap. 21 - O Dentista de Detroit II.


Pov Lauren

 

Bufei irritada assim que Camila saiu da minha sala. Como ela pode fazer isso!? Nós nos beijamos, admitimos que sentimos algo uma pela outra, fazemos sexo - de novo e de novo - e ela simplesmente acoberta um crime? Como se fosse algo normal e algo certo?

 

Por que sempre temos essa mania de achar que pessoas podem mudar por nós?

 

— Acho que você pegou pesado com ela — Ally comentou, entrando novamente na sala — Eu consegui ouvir seus gritos.

 

— O que você queria, Allyson? Ela sabia que a galeria seria assaltada — retruquei — Aliás, Dan e Will não abriram a boca, mas realmente, a líder foi Christina.

 

— Camila contou? — Ally questionou confusa e incrédula.

 

— Não intencionalmente, deixou escapar que "Chrissy" — fiz aspas com meus dedos, um pouco irônica — A chamou para ajudar no assalto, porém ela recusou.

 

— Ponto para ela — Ally murmurou e eu revirei os olhos — Por que está tão irritada!? Todas nós sabemos como Camila é, pelo menos ela não ajudou, apenas não dedurou uma antiga amiga.

 

— Amiga!? Elas dividiram uma cela na prisão, não fizeram um pacto! — exclamei irritada.

 

— Lauren, me diz que não está assim, porque...

 

— Nós estamos, meio que, ficando — murmurei, sentindo minhas bochechas esquentaram.

 

— O quê!? Como assim? Ah, meu Deus, Normani vai surtar — Ally disse incrédula — Explique-se.

 

— Eu gosto daquela idiota, Ally — sussurrei, me sentando na ponta da mesa, suspirando — Eu realmente gosto, e ela também, então, estamos deixando levar.

 

— Por deixando levar, você quer dizer, transando sem parar? — Ally perguntou divertida, me deixando ainda mais vermelha.

 

— Ei, o que houve? A Cabello saiu daqui como um furacão — Normani disse, entrando na sala, com o cenho franzido.

 

— Ela e Lauren brigaram — Ally contou.

 

— Brigaram? — Normani perguntou confusa.

 

— É, ela e Lauren estão 'ficando' — Ally me dedurou o que me fez fuzila-la com o olhar.

 

— Como é que é!? — Normani praticamente gritou.

 

— Ah não façam isso, as duas já sabiam que eu estava meio confusa sobre ela, e é, eu gosto dela, eu disse à vocês duas que conversamos, vocês até a interrogaram! — lembrei, vendo as duas reviraram os olhos.

 

— Nós sabíamos que a Cabello gosta de você, e que você meio que gosta dela, mas não sabíamos que estavam tendo um relacionamento — Normani retrucou me fazendo rolar os olhos.

 

— Não é um relacionamento, nós apenas nos beijamos as vezes, bem, hm...

 

— Transam bastante e têm ciúmes uma da outra, pra mim isso é um relacionamento — Ally disse risonha, me deixando corada.

— Por que brigaram? — Normani questionou.

 

— O roubo que você me ligou de manhã, me avisando e que Ally me trouxe os dados, Camila sabia, foi no dia do nosso primeiro encontro por assim dizer, ela fez com que não fôssemos à avenida aquele dia, pra acobertar a antiga colega de sala — expliquei, vendo o olhar incrédulo de Normani.

 

— Como ela pode não te contar? — Normani disse surpresa.

 

— Ah vocês duas, parem com isso! Camila é um amor de pessoa, mas sempre fez péssimas escolhas, nós sabemos disso, e eu aposto que ela não pensou nas consequências — Ally disse séria — Tenho quase certeza que Christina Constanza a chamou para o roubo, e ela apenas disse não, nem deve ter passado pela cabeça dela contar, porque ela não é uma agente da lei como nós, ela não pensa como nós.

 

Me calei depois das palavras de Ally. Por que ela tem que sempre saber das coisas? E ver um lado bom em tudo? E defender todos?

 

Mas, de um certo modo, ela estava certa. Camila não é como nós, ela não pensa em defender a lei a todo custo, ela está acostumada a quebrar as leis. E quando soube do roubo, nem deve ter pensado em me contar, provavelmente nem deve ter pensado que poderia se dar mal já que não iria participar do roubo.

 

— Merda — xinguei, pensando que talvez eu tenha pegado muito forte com ela — Eu e Camila precisamos realmente conversar sério.

 

— É, vocês precisam — Normani concordou — Mas, por agora, tenho as localizações de Kevin.

 

— Coloca na tela — pedi, a observando fazer exatamente isso, nos mostrando um mapa com as localizações do chefe da máfia — Ei, alguma de vocês percebeu se Camila ficou desconfortável durante a reunião de manhã?

 

— Ela não pareceu feliz com a Máfia na cidade — Normani comentou, me fazendo ter um péssimo pressentimento.

 

— Veja as localizações dela das últimas horas — pedi — E compare com a de Kevin.

 

— Está carregando. O ponto verde é Kevin e o vermelho é Camila — Mani avisou.

 

— O que você está pensando? — Ally questionou, assim que o mapa com as duas localizações ficou pronto na TV da sala.

 

— Isso — resmunguei irritada apontando para o ponto específico onde os pontos verde e vermelham cruzaram — Camila esteve no mesmo local que Kevin! Mas que merda! Ela me disse que não tinha problemas com eles!

 

— Ela voltou pra lá — Normani disse confusa, vendo o pontinho piscando indicando que Camila havia voltado para aquele local.

 

— Sabemos onde Kevin ou os irmãos estão? — questionei começando a me preocupar.

 

— Hm, agentes de vigia garantem que ele está em um hotel. — Ally respondeu.

 

— Ótimo, eu vou atrás da Camila.

 

(...)

 

Dirigi rapidamente pelas ruas de Nova York, seguindo as coordenadas que Normani me enviou, e em poucos segundos cheguei ao prédio praticamente abandonado. Subi poucos andares até achar onde Camila estava.

 

— Por Zeus, Chancho! Não vamos fugir! Vamos resolver isso! — ouvi a voz de Camila mais nítida enquanto me aproximava.

 

— Resolver? Camila! Todos os bandidos de Nova York estão atrás de mim, porque aquele Jonas idiota colocou minha cabeça a prêmio — Eu conhecia aquela voz, da amiga de Camila que eu nunca consigo descobrir o nome.

 

— DINAH!

 

O grito de Camila, mais o som de tiros e janelas quebradas me fizeram apressar meus passos, com minha arma em mãos, entrando rapidamente no cômodo, vendo Camila pegar uma arma do chão e atirar contra um rapaz que entrava pela janela, acertando seu ombro o fazendo cair.

 

— Camila! — a chamei, a vendo largar a arma para se aproximar da amiga caída — Ela está bem? — perguntei rapidamente, me aproximando do rapaz, chutando sua arma pra longe e o algemando, sem me importar com os resmungos pelo ombro atingido e sangrando — Para de choramingar, você não vai morrer! Camila! Ela está ou não, bem?

 

— Está, pegou de raspão — Camila me respondeu, enquanto tirava a camisa xadrez pra estancar o sangue que saia do braço da tal Dinah. — Como sabia que era ela? — questionou e eu franzi o cenho ao vê-la encarar o rapaz algemado no chão.

 

— Do que está falando? — perguntei, mas fui ignorada, tanto por Camila como por sua amiga.

 

— Eu perguntei como soube,! — exclamou, pegando a arma novamente, e a apontando para o rapaz.

 

Desde quando ela sabe atirar uma arma? Ou segurar uma sem desmaiar?

 

— Responde! — gritou atingindo a cabeça do homem com o cano da arma.

 

— Camila!

 

— Chechee!

 

Eu e Dinah gritamos ao mesmo tempo, mas Camila não nos ouviu.

 

— Juntei os pontos, Cabello — O rapaz respondeu e vi Camila bufar, destravando a arma.

 

— Quem mais sabe? — perguntou irritada.

 

— Só eu! Juro! — ele respondeu e pareceu ser o suficiente para Camila, que apenas soltou a arma longe e se aproximou novamente de Dinah.

 

— Você atirou, como? — questionei confusa, mas ela nem ao menos me olhou.

 

— Só porque não gosto de armas não significa que não sei usá-las quando preciso.

 

Franzi o cenho para aquele tom ríspido. Camila não agia assim. A vi estancar o sangue que escorria do braço de Dinah com sua camisa, sussurrando baixo com a amiga. 

 

— Mas você treme só de me ver com a arma em mãos e eu sou uma agente do FBI — murmurei ainda confusa.

 

— Porque eu não me sinto segura, e eu só agi agora porque DJ estava em perigo — explicou rápido, negando com a cabeça — E pode não parecer, mas minhas mãos estão tremendo e meu coração está acelerado. 

 

Observei melhor, a camisa já estava bem amarrado no braço da mulher, mas Camila ainda insistia em mexer, e se eu olhasse melhor, sua mão tremia levemente. 

 

— Se esse idiota descobriu, os outros também vão, precisamos te colocar num lugar seguro — Camila sussurrou, ajudando a amiga a se levantar.

 

— Me colocar em segurança? Mila, toda a cidade sabe que trabalhamos juntos, se eles descobriram de mim, vão atrás de você também — Dinah respondeu preocupada e eu comecei a me irritar.

 

— Ok. Agora, uma das duas me explica porque um cara chegou atirando aqui, e porque as duas estão em perigo. Me respondam ou levo ambas presas! — exclamei irritada e começando a me preocupar. 

 

Que merda está acontecendo aqui? 

 

— DJ...

 

— Fala o nome dela, porque eu já escutei — cortei Camila, irritada e a vi olhar para q amiga que assentiu.

 

— Sabe o Dentista de Detroit? Criminoso conhecido por nunca pego? — apenas assenti, ainda achava que essa pessoa não existia — É Dinah. 

 

Encarei Camila incrédula. Isso não podia ser verdade. O Dentista de Detroit havia sido suspeito de grandes crimes! 

 

— E Kevin Jonas está atrás dela — Camila completou e eu respirei fundo. 

 

— Andar com você só anda me trazendo problemas — resmunguei, e quase vi um sorrisinho no rosto da latina. 

 

— Ok, Dinah, vamos te colocar em segurança, e Camila, você fica comigo — avisei, vendo o olhar de Camila para o rapaz ainda algemado no chão.

 

Não iria tirar ela de vista, vê-la atirando, daquela forma, realmente me assustou, mas de certa forma também me preocupou, Camila estava começando a ficar com aquele olhar vago de quando se perdia em lembranças. 

 

Liguei para Normani e pedi para que passasse aqui e levasse Dinah para o FBI, ela teria de ser interrogada. E em meio a reclamações de que a melhor amiga de Camila era doida, e que isso definitivamente era um castigo, Normani chegou aqui em poucos minutos, levando Dinah em seu carro, antes é claro, tendo certeza que a mais alta não estava armada. E aproveitou para deixar o cara na delegacia mais próxima. 

 

— Dentista de Detroit foi suspeito de crimes horríveis, Cabello, e até de assassinatos — murmurei quando Normani saiu levando os dois.

 

— Dinah não é má pessoa, Lauren, eu juro — Camila respondeu, mas eu via em seus olhos como ela estava confusa.  

 

— Quer parar em alguma cafeteria antes de voltamos para o FBI? — perguntei, um pouco mais calma e decidida a pegar leve com Camila. 

 

— Eu estou bem — mentiu enquanto eu me aproximava. 

 

— Não, não está, não aja como se tivesse feito algo normal e cotidiano — falei devagar, me aproximando o suficiente para tocar em sua cintura.

 

— Não está mais brava comigo? — perguntou baixo, quase na defensiva, o que me fez sorrir.

 

— Estou — respondi sincera, a vendo desviar o olhar entre um suspiro — Mas, eu gosto de você, Camila, você sabe disso, e agora você fez algo que eu sei que está te deixando nervosa, e além do mais, você é sua amiga estão correndo perigo, podemos falar sobre eu estar brava com você, depois. 

 

— Acho que vou ficar em perigo mais vezes — sorriu divertida, me fazendo revirar os olhos lhe dando um tapa de leve em seu braço. 

 

— Pare de ser idiota — falei, sorrindo. 

 

— Só se você me der um beijo — sorriu de lado, e eu me permitir rir, antes de aproximar nossos lábios em um selinho demorado — Era pra ser um beijo de verdade — reclamou quando me afastei.

 

— Você não está merecendo — respondi, a vendo bufar baixinho enquanto saíamos dali. 

 

Dirigi até uma cafeteria mais próxima, e agradeci mentalmente quando Camila fez seus pedidos para viagem e logo voltamos para o carro, onde Camila comia alguns cookies com um chá, com uma aparência preocupada.

 

— O que está pensando? — perguntei, desviando meu olhar rapidamente para ela, antes de voltar para a rua a minha frente. 

 

— Meus irmãos — confessou — Estou preocupada. 

 

— Mas, não há nada que ligue vocês, não é? — lembrei e ela assentiu.

 

— Só que, às vezes, Dinah fica com eles, muitas vezes, então, é mais fácil relacioná-los à ela, do que a mim — explicou com a voz tensa.

 

— Podemos colocar eles em um lugar seguro, se quiser — sugeri, vendo seu olhar surpreso pela minha visão periférica — Afinal, são seus irmãos. 

 

— Obrigada, mas, hm, pra ser bem sincera, não confio nesses lugares seguros do FBI — admitiu e eu quase soltei uma risada.

 

— Que tal minha casa? É tecnicamente segura, ninguém vai pensar que estão lá e Taylor pode fazer companhia a eles — sugeri, vendo Camila analisar a ideia. 

 

— É, isso parece bom, se importa de pegá-los na escola? Tenho certeza que já sabe o caminho — foi um pouco irônica no final, se lembrando que eu a segui, mas não respondi, apenas mudei o percurso para ir até à escola. 

 

O caminho foi feito em silêncio, já que eu também não quis ligar o rádio e Camila parecia tensa demais para conversar, além de...

 

— Eu fazia aulas de tiro ao alvo na adolescência — Camila disse de repente, me fazendo a encarar surpresa rapidamente — É assim que sei atirar, e essa foi a primeira vez que precisei disso, e espero que a última. 

 

Encarei a rua a minha frente, sem dizer nada, mas deixei um pequeno sorriso sair dos meus lábios, ela estava me contando algo sobre sua vida. Isso era um bom começo. 

 

— Você se saiu bem, atingiu o ombro dele — falei calma, e ela riu baixinho. 

 

— Eu mirei no peito dele — admitiu ainda rindo do erro, e eu acabei rindo junto. 

 

Chegamos na escola, logo em seguida. Ainda faltava algumas horas para os alunos serem liberados, então Camila saiu do carro para entrar na escola. Ela voltou minutos depois, com o irmão no colo e a irmã ao seu lado. Destravei a porta de trás, e esperei eles entrarem. 

 

— Sofi, essa é Lauren, a agente que tem minha custódia — Camila me apresentou a sua irmã, e me senti um pouco aliviada por ela não ter me apresentado como 'alguem que tenho um caso'. 

 

— Prazer em conhecê-la, Sofia — me virei para o banco de trás, sorrindo para a irmã mais nova de Camila.

 

Elas eram tão parecidas. 

 

— O prazer é meu, Lauren, até que enfim aliás, Camila só fala de você há anos — Ela confessou e eu ri baixinho, vendo de relance as bochechas de Camila, corarem. 

 

— E quem é esse pequeno? — perguntei sorrindo, me virando para frente, onde o irmão de Camila estava quase querendo se fundir com a mesma em seu colo, escondendo o rosto no peito da irmã. 

 

— Desde quando você é tímido, Jack? — Camila perguntou risonha, tentando fazer ele se virar.

 

— Ela é bonita — ouvi ele sussurrar e sorri largo. 

 

— Eu sei disso, baixinho, concordo com você — Camila disse e senti minhas bochechas corarem levemente — Mas para vê-la melhor, você tem que olhar pra ela né, cara. 

 

Sorri quando o pequeno se virou devagar para me olhar, e acenou para mim, ele lembrava vagamente o rosto de Camila, mas tinha um sorriso diferente. 

 

— Oi Jackson — sorri mais largo para ele, que me devolveu o sorriso, murmurando um 'oi' baixo em resposta. 

 

— Ok, vamos nessa, Tay iria sair mais cedo hoje, então já deve estar em casa — avisei, dando partida, e seguindo para minha casa.

 

Enquanto eu dirigia, Camila é Sofia conversavam animadamente sobre o último ano escolar da mais nova, e o baile de formatura, que já estava sendo preparado. Aparentemente, Camila achava muita graça de ver a irmã indo ao baile, e não parava de provocá-la, o que eu achava infantil. Mesmo assim, era bonito ver as duas conversando, pareciam ser muito unidas, e de uma forma estranha, eu estava me sentindo bem de ser incluída alguma vezes, o que quase me fez esquecer o motivo pelo qual estávamos ali. 

 

Estacionei em frente minha casa, e saí do carro, sendo seguida pelas duas e por um quase dormindo Jackson no colo de Camila. Andei à frente, para abrir a porta e entrar primeiro para encontrar Taylor.

 

— Hey — chamei a atenção da minha irmã que estava assistindo TV e logo me olhou surpresa.

 

— Chegou cedo demais, o que houve? — questionou.

 

— Os irmãos de Camila, estão aqui, vão ficar aqui até voltarmos, por segurança, preciso que faça companhia e seja educada — pedi, e franzi o cenho ao ver seu rosto divertido.

 

— Já estão na fase de conhecer a família? Que fofo — me provocou e eu apenas revirei os olhos, sendo salva por Camila que entrava na sala, junto com Sofia e Jackson que agora estava no chão, praticamente agarrado na perna da irmã mais velha. 

 

— Hey Tay, essa é minha irmã Sofia, e esse agarrado na minha perna impedindo meu sangue de circular, é o Jackson — apresentou os irmãos, sorrindo e vi minha irmã indo os cumprimentar. 

 

Sofia logo aceitou a oferta da minha irmã de assistirem alguma série e já se sentou no sofá. Complicado mesmo foi fazer o pequeno se soltar de Camila. A latina teve que prometer que voltaria ainda hoje, para que ele se soltasse e fosse correndo para perto de Sofia. 

 

— Ok, vamos? — chamei Camila, que assentiu, se despediu dos irmãos e me seguiu para fora da casa — Relaxa, Camila, eles estão bem — garanti quando a vi olhando mais uma vez para trás. 

 

— É, tem razão, vamos focar na Máfia agora — respondeu entrando no carro.

 

— Errado, vamos focar em Dinah, temos que interrogá-la.

 

(...)

 

— Ok Dinah, comece a explicar como você é a Dentista de Detroit, mas não cometeu assassinato e tantas outras coisas — pedi, me sentando e apoiando alguns papéis na mesa a minha frente. 

 

Camila se sentou ao meu lado e encarou a amiga do outro lado da mesa, cruzando os braços ao ver que Dinah não parecia muito animada para nos contar.

 

— Vamos lá, Chancho, se você não contar, será pior, você vai acabar presa por crimes que não cometeu — Camila a aconselhou e ela respirou fundo, antes de começar a falar. 

 

— Eu fui deixada em um orfanato, quando tinha 2 anos — Dinah começou e eu me endireitei na cadeira, isso parecia sério — No orfanato, eu não era muito popular, a garota alta, desengonçada e mais inteligente que todos ali, mas o Sr Patterson, o diretor, gostava de mim, me dava livros para ler, e sempre cuidava de mim. Então quando eu fiz 11, ele encontrou uma família legal para mim, eles eram incríveis, me ensinaram tudo que sei sobre arte, literatura, e até informática. Só que eles tinham um garoto mais velho, treze anos que me odiava, o capetinha roubou uma quantia de dinheiro e me culpou. É claro que eles acreditaram no filho, e para não voltar para o orfanato. Eu fugi. 

 

— Hm, eu sinto muito por tudo isso — comecei devagar, olhando rapidamente para Camila que tinha a expressão neutra, obviamente já sabia dessa parte. 

 

— Hm, eu era inteligente e esperta, arranjei um trabalho, fazia apostas para um cara, sempre acertava — Dinah continuou, dando ombros — Mas, eu queria mais dinheiro, e o cara não confiava em mim, então, fiz amizade com o vizinho, era um pintor de uns 25 anos, e meio idiota, falei pra ele que poderíamos ganhar dinheiro com apostas, e ele gostou... 

 

— Espere um momento, você tinha 11 anos!? — questionei incrédula, mas ela apenas deu ombros.

 

— Garota prodígio — respondeu despreocupada, olhei para a Camila, mas a mesma apenas também deu ombros — Continuando, começamos um negócio de apostas, ele era a cara do Dentista de Detroit, eu era o cérebro. Só que, bem, Kevin Jonas pai apareceu para um negócio, e eu achei que seria legal, ganhar mais dinheiro dele e meio que roubei meio milhão de dólares dele. 

 

— Você o que!? — Camila questionou surpresa. 

 

— Você ouviu, Mila, de qualquer forma, ele não gostou, e veio atrás, acabou pegando meu parceiro, que me dedurou, e digamos que Kevin não gostou de ser deixado pra trás por uma garota de 11, quase 12 anos — Dinah explicou — Eu fugi para cá, e acabei deixando a maior parte do dinheiro para trás. Kevin atribuiu outros crimes ao Dentista, para que não soubessem que era uma criança. Ele morreu, mas pelo jeito os filhos dele ainda guardam rancor. 

 

— Por que vocês tem que arranjar coisas tão complicadas? — reclamei, e ouvi uma risada das duas enquanto me levantava — Dinah, você fica aqui, Normani está de olho, e Camila, vem comigo, vamos resolver isso. 

 

— Só uma coisinha — Camila disse, se virando pra Dinah — Por que Dentista? 

 

— Ue, eu tinha 11 anos, era a coisa mais assustadora que eu poderia pensar — Dinah respondeu dando ombros e eu ri baixo, saindo da sala junto com Camila, que também ria. 

 

(...)

 

 

— Ok, o plano é simples, Kevin é como o pai, louco por apostas, e isso é ilegal, vamos pegá-lo assim. Camila ligou para antigos contatos, ele apostou e ganhou, e será ela que irá levar o dinheiro. Lembrem-se, só podemos prendê-lo quando ele pegar a maleta de dinheiro. Entenderam? — orientei minha equipe composta por 12 agentes, e todos assentiram, se dirigindo para seus esconderijos enquanto eu entrava em uma Van, com Camila, Ally e mais dois agentes — Pronta, Camila? — perguntei, levemente preocupada, não gostava de fazê-la de isca, mas a mesma se ofereceu. 

 

— Relaxa, Lauren, já fiz isso milhares de vezes — me garantiu, e eu sorri, a pegando de surpresa ao abraçá-la quando ninguém estava olhando. 

 

— Tome cuidado, entendeu? — pedi, vendo um sorriso leve em seu rosto.

 

— Vou tomar — disse calma, saindo da van onde estávamos — Vejo você daqui a pouco. 

 

Neguei com a cabeça enquanto ela saía da minha vista. Eu estava doida por essa mulher. Observei de longe e pelo rádio, Camila se aproximando. E para nossa sorte, Kevin se aproximou junto com os dois irmãos. Ouvi apreensiva, Camila conversar com eles, e alertei os agentes ao ver uma arma na mão de cada um dos três. 

 

— Droga — xinguei, pegando minha própria arma. 

 

— Jauregui, ele ainda não pegou a pasta — Ally alertou quando eu me preparava para sair. 

 

— E eles estão apontando uma arma para Camila! — lembrei, como se fosse óbvio. 

 

— Dê mais tempo à ela — Ally disse no tom grave que não nos dava escolhas para a contrariar.

 

Esperei impacientemente, já em pé, pronta para ação, mas respirei aliviada ao vê-los abaixarem as armas, e finalmente pegar a maleta. Saí da van, assim como os outros agentes saíram de seus esconderijos. 

 

Admito, eu adorava ver a cara surpresa dos bandidos ao serem pegos. Corri rapidamente, me colocando na frente da Camila, caso eles tentassem revidar. Só que os três idiotas ficaram surpresos demais para revidar. Não foi difícil pegar Kevin, vi um dos agentes algemarem Nicholas e Ally teve que correr, mas pegou Joseph. 

 

— Eu disse que te veria logo — Camila sorriu assim que coloquei os três na viatura, e me permiti sorrir. 

 

Não respondi, apenas peguei meu telefone, ligando para Normani e a orientando a liberar Dinah, ri ao ouvir seus resmungos de alívio, e de reclamação por ter perdido o jantar com uma amiga. 

 

— Liberou Dinah? — Camila perguntou, quando voltamos para o carro, direto para casa, amanhã eu resolvia os problemas do caso.

 

— Sim, e estou devendo um jantar a Normani agora — respondi divertida, vi minha... 

 

Espera, minha? Eu quase pensei em Camila como algo meu!? 

 

— Ei, tá tarde, se importa de deixar Sofia dormir na minha casa? — Camila perguntou, me tirando dos meus pensamentos. 

 

— A casa é sua, fique a vontade — respondi e ela assentiu.

 

— E, hm, nós podemos conversar quando chegarmos? Sobre, hm, sobre antes? — perguntou e eu segurei o volante com mais força, me lembrando rapidamente porque eu estava brava com ela. 

 

— Pode ser — respondi curta. 

 

Chegamos rapidamente em casa, Camila praticamente pulou do carro e eu a segui. Franzi o cenho pelo silêncio da sala, mas acabei sorrindo pela cena. Taylor dormia com a cabeça escorada no ombro de Sofia, que também dormia serenamente, enquanto Jackson estava deitado no colo das duas, e também dormia. 

 

— Pelo jeito se deram bem — Camila disse sorrindo e eu apenas assenti. 

 

— Vamos deixá-los dormirem mais um pouco — sugeri, já me encaminhando para as escadas, com Camila logo atrás de mim. 

 

— Então, podemos conversar? — a latina perguntou, na defensiva, e eu suspirei. 

 

Era estranho ter que conversar com Camila, como se estivéssemos em um relacionamento. Mas, talvez, nós realmente estivéssemos em um. Afinal, nós duas gostávamos uma da outra. 

 

— Eu não sei, tivemos um longo dia e...

 

— Eu sinto muito, Lauren, por não ter te contado que Chrissy iria cometer um roubo — Camila me cortou, dizendo rápido quase se atropelando nas palavras. 

 

— Não é só isso, Camila — falei, tentando manter a calma, fechando a porta do quarto, para as crianças não acordarem — Você não me conta nada, Camila, diz que tem sentimentos por mim, mas não sr abre comigo. 

 

— Eu não sou assim, Lauren, você sabe disso — Camila retrucou, entre um suspiro.

 

— Mas, você acobertou um crime! Tem noção de como isso é grave!? — questionei começando a me irritar.

 

— Eu já cometi vários outros! Eu só não te contei sobre Christina — Camila tentou contornar, me deixando mais irritada. 

 

— Só que agora você está sobre minha custódia — a lembrei, a vendo se sentar na cama, respirando fundo — O que você sente por mim, Camila? 

 

— Eu gosto de você, eu sinto meu coração acelerar quando estou perto de você e, eu, eu sinto meu corpo arrepiar e meu estômago ficar doido quando me beija — Camila confessou e eu deixei um sorriso escapar, me sentando ao seu lado, tentando controlar minha raiva.

 

— Então comece a ser sincera comigo, Camila, porque eu me sinto da mesma forma, mas não posso entrar em algo com alguém que não conheço e que não posso confiar — sussurrei e a ouvi respirar fundo. 

 

— Ok, acho que agora eu deveria te contar um pouco mais sobre mim, não é? — ela sorriu um pouco divertida, mas eu via em seus olhos, o receio em me contar sobre sua vida. 

 

— Bom, é melhor do que eu ter que pesquisar sozinha tudo no FBI e só descobrir por partes — tentei soar divertida e vi um sorrisinho fraco em seu rosto. 

 

— Tudo bem, melhor ficar confortável, é uma longa história. 


Notas Finais


E então? @semiharmonizer
Até a próxima, bye bye estrelinhas.


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