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História Between Law and Love - Cap. 31 - Sinuhe


Escrita por: Semi-Harmonizer

Notas do Autor


HEEEEY ESTRELINHAS! Olha quem está de volta!!
HJ É ATT DUPLA!
Mas, sejam legais tá? Votem nos dois! Comentei nos dois!
Me digam se estão gostando ou se a fic está ficando chata para vocês, eu gosto de saber!!!
Aproveitem o cap dessa fic universo alternativo que não imita a realidade em nada pq se fosse imitar a gente só ia sofrer.

E eu sei que era pra eu ter aparecido antes, e peço desculpas, mas eu realmente não tive tempo. MAAAS HJ É ATT DUPLA então me perdoam né?

Capítulo 31 - Cap. 31 - Sinuhe


Pov Camila.

Entrar ali, fez meu estômago revirar, minhas mãos suaram, e meu coração se acelerar. Não, não era no bom e romântico sentido. Essas eram reações naturais ao medo, nervosismo, ansiedade.

Penitenciária feminina de segurança máxima em Bedford Hills, Estado de Nova York.

Nunca fiquei presa aqui, eu não era um perigo físico para a sociedade. Porém, de qualquer forma, era uma prisão, e entrar ali, mesmo sem algemas em meus pulsos, fez meu sangue gelar e uma leve tontura me atingir. O som das botas contra o piso era a única coisa que eu conseguia escutar, tanto as minhas, quanto as que andavam à apenas um passo atrás de mim. Era Lauren, que fez questão de vir comigo, e mesmo quando tentei dizer que queria fazer isso sozinha, ela usou o argumento que perante a lei, ela era minha tutora e eu não tinha autorização para visitar um preso sem acompanhante.

Sei que era verdade, porém, uma parte de mim, ficou grata de Lauren insistir em vim, não pela lei, mas por ser minha namorada.

Admito que ainda não havia caído muito bem a ficha que namorávamos.

Só que, novamente, por culpa da lei, não podíamos ser um casal publicamente aqui, então não poder entrelaçar nossas mãos aqui, ter seu conforto ao tocar minha pele, estava me deixando ainda mais nervosa e apreensiva.

— Sabe que não precisa fazer isso, não sabe? — Sua voz soou próxima ao meu ouvido e eu suspirei, parando de andar, me virando para ela, seus olhos me analisando com preocupação.

— Você sabe que preciso — retruquei, soando firme — Estou adiando isso há anos — lembrei, fazendo uma careta — Quando Jackson nasceu, eu nem ao menos a vi, foram apenas ligações.

— Vou saber o que ela disse para te convencer a isso? — Lauren perguntou baixo, analisando minha expressão.

Após a ligação da minha mãe três dias atrás, eu fiz com que Lauren autorizasse os papéis para eu visitar Sinuhe na prisão. Só que, por mais que suas insistências fossem irritantes e constantes, eu não disse nada sobre nossa conversa ao telefone. E, sinceramente, não queria ter que falar tudo.

Lauren ainda me encarava, os olhos verdes em um brilho de carinho. Tive que pensar por alguns minutos. Lembrar a mim mesma que Lauren me amava, ela só queria que eu estivesse bem.

Suspirei, olhando para meus tênis por alguns instantes, antes de olhar de volta para ela.

— A pena dela acaba em poucos anos, ou antes por bom comportamento — comentei, desviando o olhar — E, em menos de dois anos depois que ela sair, é fácil que ela consiga a guarda do Jackson, ainda mais provando que eu falsifiquei tudo para ficar com ele — expliquei, voltando meu olhar à minha namorada que me encarava incrédula — Ela disse que se eu vinhesse, ela se contentaria a apenas ver ele — informei.

— Por que não me disse antes? — Lauren questionou, o tom mostrando que ela estava se irritando — Eu posso impedir ela até de chegar perto do seu irmão, ou você se esquece que sou uma agente do FBI?

— Mas eu também quero falar com ela, Laur, e você sabe, ou se esquece que eu fui sequestrada por um meio irmão? — soei um pouco mais irônica do que o esperado, a vendo soltar um suspiro.

— Só, eu me preocupo com o que vai acontecer caso você escute respostas que não queira ouvir — Lauren disse, um tom mais baixo, olhando ao redor pra ter certeza que ninguém a ouviu.

— Eu vi e ouvi muitas coisas, Lauren — falei vagamente, antes de cruzar meus braços — E, ontem, Dra Jones me liberou para voltar ao trabalho, então — dei ombros, despreocupada.

— Para trabalhar, não para reviver seus traumas — Lauren argumentou, mas eu apenas soltei mais um suspiro, descruzando meus braços e a olhando o mais atentamente que podia.

— Eu vou ficar bem, eu juro — garanti, mas pelo seu olhar, sabia que ela não estava confiando muito nisso.

— Srta Cabello? — a voz de um dos guardas me chamou a atenção — Vamos?

Seguimos o guarda até uma das salas fechadas para visitas entre advogado e cliente. O mesmo tipo de sala onde eu recebia visitas de Dinah, que costumava se passar por minha advogada, e onde conversei com Lauren meses atrás.

Parece que faz tanto tempo.

Mas foi apenas há cinco meses.

O guarda abriu a porta, e não evitei de travar no exato momento que olhei para dentro.

Os cabelos loiros desbotados estavam bem visíveis, o óculos de grau no rosto, as mãos algemadas acima da mesa, o uniforme laranja escuro, os olhos encarando as mãos. Respirei fundo, sentindo uma mão em meu ombro, olhei para minha namorada, que me transmitiu um sorriso reconfortante.

Dei três passos para dentro da sala, o que chamou a atenção de Sinuhe, que levantou os olhos devagar.

— Oi Sinuhe — fiz minha voz soar firme e levemente superior, enquanto pelo canto do olho via Lauren adentrando a sala e se sentando em cima de uma das mesas opostas.

— Filha — a mulher que me pôs ao mundo sussurrou, me olhando com olhos, agora, marejados.

Tentei permanecer firme, enquanto a via se levantar, o barulho das correntes chegando aos meus ouvidos. Mas duas batidas altas na porta a fizeram voltar a se sentar.

— Você está tão grande — ela murmurou, a voz chorosa que me fez revirar os olhos.

— É o que acontece quando se passam 16 anos — soei irônica, ainda a olhando de cima.

— Se fazem 8 anos, na verdade — ela respondeu, provavelmente se referindo ao dia que tive minha primeira prisão.

— Tanto faz — resmunguei, cruzando os braços abaixo do peito.

— Sente, Karla — Sua voz saiu como uma ordem, da mesma forma de quando eu ainda tinha sete anos e fazia algo errado — E descruze os braços para falar com sua mãe.

E surpreendentemente, eu simplesmente me sentei, descruzando os braços, bufando, como se realmente ainda tivesse sete e tivesse de a obedecer.

— E, meu nome é Camila — informei, um pouco mais rude, a vendo fazer a cara de desprezo que eu quase não reconhecia mais.

— Os anos lhe fizeram uma garota muito desrespeitosa — Sinuhe disse, séria, me olhando como...

Oh céus, eu lembrava desse olhar.

Foi o mesmo olhar que ela me lançou quando eu tinha sete anos e xinguei seu parceiro da polícia. Tive que ficar três horas encarando a parede, pedir desculpas e, ainda levei algumas palmadas.

Me remexi inquieta na cadeira automaticamente, e pelo olhar no rosto da minha mãe, era possível ver que ela sabia exatamente o que pensei. E, isso era assustador.

Sinuhe olhou ao redor, seus olhos parando em Lauren por alguns segundos, o olhar de desprezo, nojo, como se minha namorada fosse um objeto que não combinava com a sala.

— Tem tanto medo de mim que trouxe sua dona? — Sinuhe disse sarcasticamente após uns instantes, voltando seu olhar para mim.

O tom de sua voz, o deboche fez meu sangue ferver, mostrando minha irritação pelo comentário.

— Ah por favor, Karla, não se irrite, você usa uma coleira e ela te controla, é fácil enxergar, ou já se esqueceu que eu sou uma policial? — completou, sorrindo debochada, irônica.

— Era, porque agora, é só uma assassina — retruquei, praticamente cuspindo as palavras, fechando minhas mãos em punho — E talvez, se minha mãe não fosse uma assassina, eu não estivesse usando uma tornozeleira. Porém, ainda estou melhor que você, pelo menos eu não vejo o sol nascer quadrado — completei, voltando a cruzar meus braços, em pura afronta, vendo minha mãe fechar as mãos em punho.

Consegui ver Lauren se mexer, descendo da mesa, para ficar apenas encostada. Eu não sabia se ela estava se deixando preparada para me tirar dali caso Sinuhe tentasse algo ou, para me tirar dali, caso eu tentasse algo.

Minha mãe me encarou por longos minutos, relaxando as mãos e ombros, antes de soltar um suspiro prolongado.

— Podemos conversar cividalizamente, Karla? — Sinuhe questionou, um tom até mais calmo.

— Se começar a me chamar pelo meu nome, eu posso pensar no seu caso — respondi, me recostando na cadeira, sem disposição para ser educada com ela, mas sua feição após minhas palavras quase me fez me arrepender.

— Eu te dei seu nome no dia que você saiu do meu útero após 13 horas de trabalho de parto, e não é um pedaço estúpido de papel de uma merda de proteção à testemunha que irá mudar isso! — Sinuhe praticamente gritou, irritada, apoiando as mãos na mesa.

Engoli em seco pela pequena explosão, sua voz alta ressoando nos meus ouvidos, me deixando levemente tonta.

"Eu te dei somente a merda de una tarefa estúpida! E você conseguiu estragar! Elas são crianças! Como não as viu aqui? Você te noção como isso muda as coisas!? Você matou o estúpido do Alejandro na frente das filhas!

Balancei a cabeça, tentando afastar as imagens, mas, principalmente, a voz de minha mãe que ressoava em meus ouvidos.

— Um momento — a voz de Lauren soou no canto da sala, afastando de vez os pensamentos, franzi o cenho em sua direção a vendo se aproximar e encarar Sinuhe, nossa conversa ontem não dizia que ela podia interromper a conversa — Como sabe que Camila teve que mudar seu nome por causa do programa de proteção à testemunhas? — minha namorada questionou ríspida, e só então eu me toquei, encarando Sinuhe confusa e talvez assustada.

Ao dizer meu nome, nem me recordei do motivo que fui obrigada a mudar, ou ao menos quem fez isso. Porém, minha mãe não pareceu abalada com a pergunta, apenas encarou minha namorada, sem dizer nada.

— Vamos, diga! Camila poderia muito bem ter mudado sozinha, como sabe do programa? — Lauren insistiu, ainda mais dura.

— Isso não é um interrogatório, agente Jauregui — Sinuhe respondeu, deixando tanto eu, quanto Lauren, surpresas por ela saber quem minha namorada era — Mas se insiste, Karla é minha filha, acha que eu não mantive um olho nela por todos esses anos? Acha que não sei que Isabella agora é Sofia?

Lauren encarou minha mãe por alguns segundos, antes de ajeitar sua postura, o movimento que dizia que ela era uma agente do FBI, seu distintivo reluzente na calça. Minha namorada me olhou.

— Camila, vamos embora — Lauren disse, a voz soando rude, o que me fez a encarar surpresa.

Era o mesmo tom do começo, de quando eu era apenas uma criminosa para ela. Só que, havia algo a mais em sua voz, que dizia que ela estava pensando em algo. Então, simplesmente me levantei.

Mas, é claro que minha mãe não nos deixaria sair tão facilmente.

— Vai obedecer fácil assim, Camila? — Sinuhe disse, meu nome soando debochado em sua voz — Aparentemente tudo que ouvi sobre você, não era nada perto da verdade.

Encarei minha mãe confusa, vendo uma feição quase decepcionada em seu rosto.

— Karla era uma garota viva e corajosa. Agora você, Camila, você é uma fraca — ela disse, o desprezo escorrendo por seus lábios.

Senti meu coração apertar, o sangue fervendo por minhas veias. Mas não tive tempo de responder, Lauren me segurou pelo braço, me puxando para fora daquela sala. Praticamente me arrastando até o carro. Só me soltando quando já estávamos em frente seu carro, e só me soltou para achar duas chaves e destravar. E esses segundos sem sua mão em meu braço foi o necessário para que eu sentisse a necessidade de colocar tudo para fora.

— Fraca? — gritei, antes de entrar no carro, sentindo o sangue ainda fervendo, toda a raiva me consumindo — Ela me chamou de fraca!? Fraca!? A garota de dezesseis anos que teve que quebrar leis para colocar comida no prato da minha irmã? Que conseguiu terminar os estudos e ainda assim impedir que a casa da tia fosse hipotecada? Que teve que entrar pra uma merda de vida porque ela, porque a mulher que me colocou no mundo foi mesma que me fez ficar nessa merda!? Ela tá chamando de fraca a garota de nove anos que viu o pai ser assassinado? A de 16 que descobriu que ele morreu por culpa daquela vadia que está lá dentro? — berrei, a raiva se esvaindo do meu corpo, deixando a tristeza, a decepção tomar conta do meu corpo.

Não notei quando a primeira lágrimas caiu, mas vi Lauren se aproximando, ainda devagar, sem dizer nada, porém, eu estava tão irritada.

— E você! Por que me tirou de lá, Lauren? — berrei, a vendo dar dois passos para trás — Por que? Eu estava prestes a saber todas as merdas da minha vida! Pra que me tirar de lá só porque ela sabe a origem do meu nome? Fala sério, eu mesmo disse que sou Camila, é fácil captar o porquê! — exclamei, irritada com a mulher na minha frente, mas Lauren não se abalou.

— Ela também sabia o nome da sua irmã e quem eu sou — Lauren lembrou, se aproximando novamente, me puxando pela cintura, me abraçando, seu coração batendo contra o meu me acalmando — E, se você quer fazer isso, falar com ela, sinto muito, mas terá de ser aos poucos — ela orientou, me segurando firmemente — Agora, vamos, entra no carro, temos quase duas horas de estrada para voltarmos à Nova York.

Entrei no carro, junto com Lauren, sentindo minhas lágrimas cessarem. Minha namorada deu partida, mas notei ela mandando uma mensagem para Ally antes de sairmos.

— Direto para o FBI? — questionei confusa.

— Precisamos descobrir como sua mãe parece saber tanto sobre você — Lauren disse, entrando na rodovia, aparentemente preocupada.

— Isso é fácil, Bosey — respondi, quase despreocupada, vendo o olhar confuso de minha namorada — Meio irmão, Tyler Posey.

— Bosey? — perguntou divertida.

— Eu tinha dificuldades com esse nome, ok? — Me defendi, a vendo soltar uma risada — Enfim, está bem claro que foi ele.

— Só que eu tenho esse sentimento, que tem mais coisas envolvidas, Tyler é inteligente, e se foi ele, significa que o pai dele também sabe. E mais pessoas, o que significa que você não está mais em segurança — Lauren explicou, e pela primeira vez me senti realmente nervosa por Sinuhe saber aquela informação — E Tyler morou com os avós por um longo tempo, Sinuhe teve mais ajuda, precisamos descobrir de quem.

— Bom, tenho uma lista de ex policiais corruptos, e alguns que aparentemente nunca foram pegos — revelei dando ombros, vendo a freada brusca de Lauren ao pararmos em um semáforo — Porra, Laur! Eu ainda quero viver.

— Como assim você tem essas informações?? — Lauren questionou incrédula me encarando.

— Papai gravou um vídeo, titia só me avisou, eu nunca assisti, ela enviou para a polícia quando papai morreu, foi o que me fez entrar no programa de proteção à testemunha. Mas ainda tenho as cópias — expliquei, não muito interessada, vendo minha namorada soltar um suspiro, negando com a cabeça.

— Como assim alguns que nunca foram pegos?? — Me perguntou, os olhos quase arregalados.

— Bom, não sei, nunca me interessei para ver isso — dei ombros.

— Nunca te passou pela cabeça investigar isso?? — Lauren questionou.

— Hm, não? Eu tinha 16! Fala sério, eu era inteligente mas ainda era uma adolescente, dá um desconto — reclamei a vendo soltar uma risada.

— Aham, 16, mas fazia falsificações de Michaelangelo — rolou os olhos, e foi minha vez de rir.

— Era mais divertido — me defendi, a vendo pisar no acelerador quando o semáforo abriu.

— Certo, vamos para sua casa primeiro então, precisamos achar esse vídeo — informou e eu apenas assenti, tendo consciência de que ela sabia onde era.

(...)

Lauren estacionou perfeitamente em frente a pequena casa onde eu costumava morar com minha tia e minha irmã. Encarei a residência por alguns segundos, antes de seguir o exemplo da minha namorada e sair do carro, já enfiando minhas mãos no bolso.

— Tudo bem aí? — Lauren perguntou, se aproximando para entrelaçar nossas mãos.

— Ah sim, só, muitas lembranças — comentei, soltando um suspiro.

— Esquecemos algo muito importante — Lauren murmurou a feição frustrada, a olhei confusa — A chave!

Eu juro que tentei, mas acabei soltando uma risada, uma risada um pouco alta, que fez minha namorada me encarar confusa, soltando nossas mãos e cruzando os braços.

— O que tem de tão engraçado? — ela perguntou levemente irritada. 

Não respondi ela, apenas me aproximei da porta, olhando ao redor, sorrindo ao encontrar um pequeno clipes perto do tapete. Eu e Sofia não deixávamos uma chave embaixo do tapete, deixávamos um clipe. Peguei o objeto, o abrindo até que ele ficasse como um arame. O encaixei na fechadura. Era muito simples, apenas uns pequenos movimentos certeiros. Sorri largo ao sentir a ponta abrir. Levantei, ajeitando minha calça, voltando meu olhar para Lauren, sorrindo satisfeita. Porém, franzi o cenho ao vê-la ainda de braços de cruzados e uma expressão séria.

— Custava ter uma chave reserva ao invés de ficar arrombando portas? —reclamou, sem me dar chances de retrucar, passando por mim com rapidez e entrando em casa.

— Fique a vontade — resmunguei, baixo o suficiente para ela não ouvir, e a segui para dentro — Bom, você gostando ou não dos meus métodos, é assim que Sofia e eu entramos aqui quando esquecemos a chave, enfim, bem vinda.

Olhei ao redor, assim como minha namorada, fazia alguns meses que não vinha aqui, desde que Lauren descobriu sobre Sofia. Era uma casa pequena, mas de dois andares. A sala era aconchegante, dois sofás, uma grande televisão, algumas prateleiras com livros, e uma pequena mesa de centro. Fotos de mim e Sofia estavam espalhadas, do mesmo modo que nossa tia havia decorado anos atrás. 

— Você que fez? — a voz de Lauren me tirou dos meus pensamentos, a encarei, vendo que ela apontava para alguns quadros que decoravam o ambiente, cópias dos quadros preferidos da titia. 

— É, fiz, titia amava arte, assim como meu pai, então, eu fazia a cópia das suas pinturas preferidas e lhe dava de aniversário — expliquei, encarando os quadros, sorrindo levemente por notar pequenos erros nos mais antigos.

— São perfeitos, Camila! Idênticos aos originais — minha namorada exclamou, quase orgulhosa.

Encarei seu rosto sorridente vendo minhas obras, e segurei a resposta que mostraria todos os erros que fiz, ou como acabei fugindo da perspectiva em algum momento, apenas, deixei o sentimento de orgulho próprio encher meu peito por saber que minha namorada havia gostado de algo que fiz. 

— Enfim, o sótão, por aqui — chamei, indo em direções às escadas, sabendo que Lauren me seguia de perto.

Subimos os lances de escada, e, ajudei Lauren a subir a pequena escada que levava ao sótão. Foi inevitável não tossir ao entrar no lugar empoeirado.

— Pelos deuses, Camila! Vocês não limpam aqui, não? — Lauren resmungou, espirrando repetidas vezes, enquanto eu acendia a luz.

— Ei, não me culpe, eu estive presa pelos últimos três anos, isso aqui é culpa da Sofi — me defendi, a vendo rolar os olhos.

— Você deixa toda a casa no comando de uma garota de 17 anos? — minha namorada questionou, quase incrédula, mas apenas dei ombros.

— Bom, Dinah ficava aqui pra ajudar ela, tomar conta do Jack e tudo mais — lembrei, mas, aparentemente, isso apenas fez Lauren negar com a cabeça.

— Agora faz sentido — murmurou — Enfim, onde estão as coisas que precisamos?

— Deveria estar numa dessas caixas do canto, era onde guardavamos as coisas do papai — expliquei, me aproximando de algumas caixas empilhadas.

Começamos a abrir caixa por caixa, achando alguns pertences antigos do meu pai, fotos, documentos antigos. E, por fim, uma caixa de ferramentas.

— Homens são tão previsíveis — Lauren comentou, me fazendo soltar uma risada encarando a caixa — Eles acham o quê? Que não iríamos olhar uma caixa de ferramentas? Fala sério.

— De qualquer forma, deve ser isto mesmo — falei, enquanto abria a caixa, enquanto uma pasta com documentos, uma fita VHS, e um disquete — Quanta coisa velha.

— Isso parece um túnel do tempo — minha namorada comentou, examinando as coisas — Certo, vamos para casa, eu tenho um aparelho para VHS e acho que no FBI encontramos alguma CPU antiga que ainda leia disquetes.

— É melhor irmos logo então — fechei a caixa, me levantando e a pegando.

Saímos tão rápido quanto entramos, voltando para o carro e seguindo nosso caminho até o FBI. A caixa no banco de trás, começando a me incomodar.

— Eu, Hm, eu não preciso exatamente assistir ao vídeo, preciso? — perguntei baixo, e vi ninha namorada me olhar de relance.

— O quê? Por que? — questionou confusa.

— Eu só, bem, é meu pai, eu não sei se quero vê-lo em uma gravação — expliquei, ouvindo o silêncio por alguns instantes, me surpreendendo ao ver Lauren estacionar em uma rua qualquer, para poder se virar para mim.

— Eu não posso imaginar como isso tudo deve ser para você, nós acabamos de ver sua mãe, e, agora buscamos um vídeo do seu pai, então, se você não se sente bem com isso, eu preciso que me diga — Lauren disse calma, buscando minha mão, para entrelaçar a sua.

— É que, eu não achei que me afetaria tanto ver Sinuhe, mas afetou — admiti, apertando sua mãe — Eu fiquei chateada, magoada, irritada. Não sei o que me faria ver um vídeo do meu pai.

— Seu pai não era nada parecido com Sinuhe, meu amor. Lembre-se disso — pediu carinhosamente — Você não precisa assistir, se não quiser, não precisa se envolver com nada disso, Camila. Eu irei, mas, apenas para ter certeza que você está em segurança.

— Acha mesmo que posso não estar em segurança apenas porque Sinuhe sabe do programa, ou sabe quem você é? — perguntei, preocupada, e pela feição séria da minha namorada, eu já sabia a resposta.

— Não quero que se preocupe tanto com isso, Camz. Não importa o que iremos descobrir, nada irá acontecer com você, com Sofia ou com Jackson, eu não irei permitir — Lauren disse, sua voz demonstrando segurança.

E eu me senti segura. Ali, suas mãos entrelaçadas as minhas, o contato quente de sua pele. Seus olhos me encarando com amor. Eu estava segura. Eu era amada. Lauren me amava. Da mesma forma que eu a amava. E cuidariamos uma da outra.

Toquei seu rosto com carinho, a vendo sorrir levemente, aproveitando o contato.

— Eu te amo — sussurrei, sabendo que ele entenderia que aquela palavras era a demonstração não apenas do meu amor, mas também, de agradecimento, de admiração, de desejo.

— Eu também te amo, Cabello — ela respondeu, se aproximando para beijar meus lábios com amor, se afastando devagar após alguns minutos.

— Vamos, temos uma gravação para assistir — falei, me ajeitando no banco, vendo seu sorriso em minha direção.


Notas Finais




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