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História Between Love and Zombies - Avoid


Escrita por: MrsCheshire

Notas do Autor


Hello Bae's! Bem?♥
Espero que sim!
Me perdoem a demora e o capítulo tá uma merda, então, só estou postando mais para atualizar mesmo.
Sosmkskkwkskwksks.
Bom, espero que não esteja tão entediante.
Sweet Reading!♥

Capítulo 79 - Avoid


Fanfic / Fanfiction Between Love and Zombies - Avoid

Girei o molho de chaves em meu indicador com meu olhar fixo no corpo caído sobre a parte cimentada do local. Observei suas órbitas revirarem por baixo das pálpebras e a testa enrugar antes dos olhos negros serem revelados e direcionados a mim.

— Bom dia, flor do dia. — Eu debocho com um péssimo humor.

Evan levanta o tronco esfregando o braço sem mão no rosto congestionado, o mesmo franzindo as sobrancelhas ao ver seu outro braço algemado à um ferro que reveste a pequena janela no topo da cela.

— Mas o que… — Interrompo-o.

— Convenci o meu grupo a não matá-lo, tenho uma divida com você e irei pagá-la da melhor forma possível. — Eu me levanto e puxo a bandeja com uma garrafa d’água e um enlatado sobre a mesma, me sento ao seu lado e coloco a bandeja em sua frente. — Mas está claro para você que não sou uma boa garota, e que minha gratidão tem limites.

— Como me prender em uma cela e algemar meu único braço inteiro? — Evan retruca com a voz rouca, fito-o com raiva e agarro seu pulso algemado com força, o mesmo faz uma careta, aproximo meu rosto do seu.

— Você escondeu o meu segredo e me conseguiu remédios, mas não me protegeu dos Salvadores nojentos ou me tirou de dentro daquela cela que cheirava a urina. — Eu praguejo em voz alta e com uma careta de raiva, puxo as chaves e solto a algema de seu braço. — Eu fiz mais por você em cinco minutos o que você não fez em quase duas semanas. — Empurro seu braço de volta,sobressaltada.

— Tipo o quê? — Pergunta mal humorado.

— Impedi que meu grupo o matasse. — Evan arqueia as sobrancelhas, irônico.

— Não vejo um grande esforço nisso. — Pragueja.

— Apontei uma arma na cabeça do meu amigo na frente da comunidade inteira, um amigo que já me salvou e fui posta a prova por minha própria família, por Daryl, se lembra dele, certo? Assistiu enquanto ele apanhava. — Cuspo as palavras. — Ainda não acha o suficiente? Eu ter me voltado contra meu grupo para proteger você? Caso não esteja satisfeito me avise. — Me levanto e puxo a adaga de meu cinto. — Acabarei com isso eu mesma!

— Espera! — Evan altera a voz.

Eu rodopio minha adaga entre meus dedos e a invisto, Evan fecha os olhos com força como se estivesse com medo de ser atingido. A lâmina desce e atinge em cheio a superfície do enlatado, o som laminado faz Evan abrir os olhos.

— Não pense que eu não o mataria por ter me ajudado, o que eu devo a você é um favor não minha vida. — Puxo o enlatado para minhas mãos e contorno minha adaga no mesmo a abrindo e entregando a lata com o conteúdo para Evan. — Coma, após isso, vai fazer um mapa para mim do Santuário.

— O quê? — Evan retorna com seu enlatado para o chão.

— De todos os postos avançados e o nome de todas as pessoas que você conhece e se lembra, preciso ter noção do quanto de vocês existem, e eu sei que é muito mais do que me foi mostrado. — Evan me encara.

— Não vou fazer isso. — Evan murmura. — Eu posso não ter te ajudado tanto quanto eu gostaria no Santuário, mas nunca te pedi um mapa de Alexandria e o nome de todos que vivem aqui. — Cospe.

— Não me interessa o que você pediu ou deixou de pedir, é a ordem que dou a você. — Cruzo meus braços. — Eu tenho uma contra proposta, não vai agradá-lo, mas isso não importa também, certo? — Aproximo meu rosto do seu. — Vai fazer ou não? Se eu fosse você, aproveitava as regalias que estou disposta a oferecer, não queira ver o meu outro lado. — Estalo minha língua no céu da boca. — Neste momento  estou sendo a garota gentil e compreendedora.

— De boas intenções o inferno está cheio. — Destaco minha feição ruim. — Você não me assusta, Ariana. É só uma garotinha assustada. — Sorrio sarcasticamente.

— Vai querer mesmo competir com meu outro lado? — Tombo minha cabeça para a direita. — O lado que arrancou fora a sua mão? O lado que matou seus “amigos” e está disposta a matar os que restaram? Você quer mesmo isso, Evan? — Ele desvia o olhar e mordisca o lábio inferior, suspira e torna a olhar para mim.

— Estou disposto a oferecer os mapas. — Me afasto, satisfeita. — Não sou burro, sei que vocês irão atacá-los, mas preciso de uma certeza antes.

— Claro. — Arqueio as sobrancelhas. — O que você quiser.

— Você não participará dos ataques. — Evan se levanta. — Ficará aqui, e protegerá a si mesma e… — Ele olha para minha barriga, franzo o cenho e me levanto.

— Não está em posição de fazer este tipo de pedido. — Cruzo meus braços.

— Vai colocar mesmo a vida dele em risco? — Evan fica indignado. — Um bebê inocente e frágil pode não sobreviver a isso, vai pagar essa rixa com a vida dele? — Engulo a seco.

— Isso não diz respeito a você. — Profiro.

— E diz respeito a quem? Ao pai dele? — Dou passos atrás. — Até onde sei, se você está aqui, significa que ele não aceitou o bebê, certo?

— Não sabe do que está falando. — Corto, tornando a dizer pausadamente. — Não diz respeito a você!

— Arrisquei minha vida subornando o doutor para conseguir os remédios pro seu bebê sobreviver, eu dei tanto vida a ele quanto você.

— Eu não conversarei esse assunto com você e não interessa! — Me exalto dando-lhe as costas. — Faça o que mando, ou voltarei e mandarei sua cabeça para Negan em uma caixa.

— Em troca do quê? Vingança? É disso que você sobrevive? — Me viro para ele, a raiva consumindo minhas veias.

— Vocês podem ser uns cretinos que escravizam as pessoas. Mas nós, somos os animais, e quando mexem com o nosso bando, não existe perdão.

Minhas palavras cuspidas ficam no ar e Evan às processa, torno a dar as costas para ele, saio da cela e fecho o portão girando a chave com o trinco.

— Ariana, espera. — Evan se aproxima, sua mão contorna a grades do portão, ele suspira.

— Eu lamento que tudo tenha sido revelado daquela forma, lamento que Negan tenha ameaçado-a e seu filho, mas não tenho certeza se uma guerra é a melhor opção.

— Sendo a melhor opção ou não nós iremos lutar e vocês vão cair. — Encaro-o friamente. — Derrubarei o castelo que vocês são, pedra por pedra, e quando finalmente acabar eu poderei respirar aliviada. — Espreito meus dedos pelos vãos e abraço a grade um pouco abaixo da mão de Evan. — E quando você não me servir de nada, derrubarei você também.

Evan fita-me, os olhos negros percorrendo cada extremidade de minha face, analisando pontos e imperfeições aleatórias. Seus olhos tornam a cravarem-se nos meus, o portão separando nossos corpos, Evan encosta sua testa contra uma das grades sem desviar o olhar do meu, ele molha seus lábios com sua língua ágil.

— Agora que tudo foi revelado e as cartas foram jogadas à mesa, você pôde matar a sua curiosidade e descobrir o que ele achava. Então diga-me Ariana, o que Carl disse à você? — Engulo a seco.

— Ainda não tive tempo de conversar com ele, eu não o vi. — Respondo sincera, em prol dos conselhos que Evan compartilhou comigo quando eu havia descoberto minha gravidez no ninho inimigo.

— Ele está fugindo de você. — Evan afirma e eu franzo minhas sobrancelhas. — Ele não vai aceitar essa criança.

— Ele vai. — Retruco-o. — Ele não está fugindo, apenas não esbarrou comigo.

— Como pode ter tanta certeza? — Engulo a seco, eu realmente não colocava fé em minha crença que Carl não esteja fugindo de mim.

— Eu sei. — Respondo-o mascarando minha hesitação.

— Está tensa. No fundo, está com medo de que eu esteja certo. — Fecho meus olhos e arfo contraindo meu rosto e negando com a cabeça.

— Por que se importa? — Sopro.

— Quando descobriu sobre a gravidez você me pediu para arrumar pílulas para abortar, você estava convicta a tirá-lo de você e nem parou sequer para pensar que mataria e tiraria a vida de um inocente.

— Não seria a primeira. — Digo entredentes, meus olhos lacrimejando por ter feito aquela escolha e por Evan tê-la tirado da minha cabeça.

— Eu te arrumei as pílulas e você tomou todas elas, não foi? — Assinto. — No outro dia eu fui até sua cela, você estava chorando e gritando, disse que nunca havia sentido uma dor tão grande e que tudo parecia ter acabado e que eu poderia tê-la matado, você tinha matado seu bebê e parte sua morreu junto. E então, me abaixei ao seu lado, e você se lembra o que eu disse para você?

— Você disse… — Funguei. — “O que eu te dei foram vitaminas e não pílulas para aborto” — Respondo, me lembrando de cada palavra.

— Se lembra o que aconteceu depois? Você nunca mais falou sobre abortar depois de todas as coisas que eu te falei, você… — Sinto necessidade de interrompê-lo e eu o faço.

— Evan. Você me ajudou mas não tinha motivos, me ajudou a esconder sobre a gravidez mesmo não sendo da sua conta. Por que? — Evan suspira.

— Houve alguém antes  uma garota que acabou engravidando. — Responde castamente, como se dissesse que não iria revelar nomes ou detalhes mais a fundo. — Ela resolveu abortar.

— O que aconteceu? — Evan, em um ato evasivo, começou a resvalar seu polegar pelas costas de minha mão, engulo a seco.

— Ela fez o que queria, mas morreu junto com o bebê. — Fito-o atravessado. — Sentiu o peso disso? Um erro, uma dívida foi paga com duas vidas.

— Quem era? — Evan se afasta, andando de costas.

— Não importa mais, ela está morta assim como a criança. — Evan retorna para a penumbra da cela, e de lá, ele diz em tom alto e claro. — Fique a salvo, não arrisque-o.

— Eu agradeço, Evan. Mas essa não é uma decisão sua.

Dou as costas ao portão da cela e deixo o cômodo, tranco uma porta e subo o lance de degraus, deixando a casa e trancando mais uma porta com grades, trajeto até a calçada de ladrilhos.

Caminho com calma, prendendo meus dedos nos bolsos de meu jeans, o chaveiro no molho de chaves tilinta e eu o prendo em minha calça. Suspiro, olhando ao redor.

O cheiro de morte ainda impregna o ar, ainda existe corpos salpicados pelas extremidades da comunidade, Rick havia anunciado que os corpos inimigos seriam queimados, os dos nossos amigos, enterrados.

Conforme preâmbulo, meu olhar capta um corpo — um Salvador — caído rente ao muro, olho ao redor vendo que ninguém circula esta parte da comunidade. Bufando alto, arregaço as mangas de minha camisa comprida e agarro seus tornozelos.

Puxo seu corpo para trás fazendo caretas. Meus dedos esticam e alisam a pele do homem enquanto puxo seu corpo, seus braços acima da cabeça se arrastando gradativamente no chão. Eu grunho, minha testa arde devido ao sol.

— Hey! — Ouço um grito de alerta.

Sem me virar ou me importar, prossigo arrastando o cadáver para a direção que se localiza os portões. As botas impermeáveis de Alexia amassam ao meu lado e ela me olha feio, tomando um dos tornozelos do corpo e me ajudando a arrastá-lo.

— Não pode ficar fazendo força. — Alexia alerta-me.

— Para de me encher. — Resmungo. — Já estou ficando nervosa o bastante com os olhares. — Desabafo, após ter recebido inúmeros olhares à respeito da minha atual revelação.

— É normal que você seja o centro das atenções. — Alexia insiste. — Você é uma adolescente grávida, uma gravidez na adolescência sempre foi um tabu, estamos em um apocalipse zumbi é normal que as pessoas estejam assustadas.

— Pode não ficar repetindo essa palavra? — Peço, suspiro e Alexia me encara. — Você parece estar lidando com isso melhor do que eu, que descobri a mais tempo do que qualquer um.

— Eu já tive que lidar com grávidas antes, na Sex Tape. — Alexia e eu largamos o corpo rente a uma pilha deles. — Mas você é diferente. — Alexia tomba a cabeça para o lado, sorrindo. — Vai ser divertido e emocionante te ver nessa situação, lidando com uma criança.

— Não tem graça, Alexia. — Fecho a cara.

— Não é para ser engraçado. — Ela posiciona as mãos na cintura e franze os olhos perante enquanto me encara. — Você vai ter uma criança, isso é estranho para você.

Eu me calo tornando a arrumar as mangas de minha camisa, mordisco meu lábio inferior conforme Alexia chuta o corpo do Salvador para cima da pilha.

— Você já conversou com ele? — Alexia pergunta.

— Eu não o vi, deve estar me evitando. — Chuto uma pedra aleatória com meus dedos presos aos bolsos traseiros de minha calça. — Aposto que ele não quer me ver. — Não nego os apontamentos de Evan.

— Você está enganada. — Franzo as sobrancelhas para Alexia.

— O que quer dizer com isso? — Alexia suspira e olha em volta, estamos sozinhas.

— Carl veio até mim. — Espreito meus olhos. — Ele me mandou avisá-la que ele te espera para conversar sobre o assunto.

— Onde ele está? — Pergunto um pouco afobada, Alexia entorta o lábio.

— Eu não sei! Ele me disse que estaria “na casa de vocês” — Alexia faz aspas com os dedos. — E saiu, eu não entendi o que ele quis dizer com isso pois vocês moram em casas diferentes. — Alexia chacoalha os ombros. — Você entende o que ele quis dizer com isso?

— Não… — Hesito, uma pequena memória retorna da penumbra até mim e a frase faz sentido para mim. — Eu me lembro, eu sei onde ele está.

— Está esperando o que? Vá até ele. — Um trovão ansioso ricocheteia as nuvens no céu, Alexia olha diretamente para elas. — É melhor se apressar ou a chuva separar vocês dois, mais uma vez.

Eu suspiro, talvez Alexia esteja certa, talvez terminar com essa situação de uma vez por todas alivie os dois lados que pesam minhas costas, alivie tudo.

Gotas começam a despencar do céu, e eu, antes que o aguaceiro se multiplicasse, deixei Alexia e tomei a primeira rua vista.

As gotas caindo, se colidindo, despencando, encharcando-me. Meio a água eu esboço um sorriso.

Talvez, eu consiga formar minha própria família pela primeira vez.

Talvez, eu esteja pronta para dar vida a alguém.

Talvez, eu seja feliz.

Mas, talvez, as coisas não saiam como eu planejo, e tudo vire uma enorme negatividade.

E talvez, eu não esteja verdadeiramente preparada para nada.

Continua...


Notas Finais


Beijão! #FuckKisses


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