1. Spirit Fanfics >
  2. Between Two Lines >
  3. Brasil

História Between Two Lines - Brasil


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


O capítulo Brasil vai ser dividido em duas partes, porém não terão o mesmo nome. Tipo Brasil parte 01 e Brasil parte 02, eles vão ter nomes distintos.


Vamos ao capítulo. Qualquer erro corrijo depois!

Capítulo 43 - Brasil


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Brasil

 

POV CAMILA

Era quase meia noite de quinta-feira. Tínhamos "cochilado" de conchinha, eu na frente e Lauren me abraçando por trás. Me levantei e coloquei minha roupa. A acordei em seguida. Estávamos no carro, prontas para irmos pegar nossas malas, tínhamos uma viagem para o Brasil e estávamos atrasadas. Tínhamos que estar no aeroporto as três horas da matina. Antes de Lauren da partida no carro ela pegou a caixinha de veludo vermelha que eu já tinha me esquecido.

- Você não abriu ontem. - Lauren me entregou.

- Desculpa! Fiquei tão emocionada com tudo que acabei esquecendo. - Peguei a caixinha e abri. Eram dois pingentes de chave.

- Essa é a chave do meu esconderijo. Hoje você conheceu o lugar do meu refugio. Um lugar que só você pode conhecer. - Lauren tinha um sorriso lindo no rosto. Ela pegou o pingente e colocou na minha inseparável pulseira. Peguei o outro pingente.

- E essa é a chave da minha vida. Antes eu tinha medo, medo de sentir algo que achava que era impossível sentir, mas depois de tudo isso que passamos... Não vou dizer que eu não tenho medo, eu estaria sendo hipócrita, mas agora eu sei o que eu quero. E Lauren Jauregui tá incluída nisso. - Ela colocou o pé no banco e eu prendi o pingente em sua tornozeleira.
 

POV LAUREN

Depois daquela "noite" linda, deixei Camila em casa para que ela pudesse tomar banho e pegar sua mala, ofereci uma carona até o aeroporto, mas ela disse que seus pais a levariam. Fui para minha casa, tomei meu banho. Quando estava saindo do quarto com minha mala bati de cara com minha mãe.

- Onde você tava, Lauren? - Minha mãe estava com os braços cruzados.

- Por aí! - Eu ia caminhar até a escada, mas minha mãe me interrompeu.

- Lauren, você e essa Camila realmente tão ficando? - Minha mãe devia estava de sacanagem. Ela era cega ou o que? Uma dúvida tomou conta de mim.

- Naquele dia que a Camila veio aqui. Até que horas você ficou nos observando?

- Até a hora que você confessou que era... Que diferença isso faz?

- Então você saiu antes de eu pedir ajuda? - A olhei confusa.

- Isso eu não escutei, seu pai me tirou do quarto.

- Tá bom. - Ia sair de novo, mas minha mãe não deixou.

- E a minha pergunta? O que você e a Camila tem?

- Você quer a verdade?

- Quer saber? Não sei nem porque eu tô perguntando isso. É melhor eu acreditar no que eu acredito. Eu não vou poder ir no aeroporto com você. O Chris tá queimando de febre, mas seu pai e Tay vão. Juízo, Lauren. - Minha mãe beijou minha cabeça e foi em direção ao quarto do Chris.

Eu não sei o que minha mãe acreditava, eu não sei se ela acreditou que aquela foto era uma montagem, mas pelo visto ela não viu o beijo que a Camila me deu. O que de certa forma me confortava. Não queria que minha mãe visse tudo assim, tão rápido. Já basta a conversa que tivemos. Cheguei na sala e meu pai e Tay me esperavam. Devia ser umas duas horas já.
 

Chegamos no aeroporto e já estavam todos lá. Simon conversava com o senhor Cabello. Ele seria o responsável por todas nós, exceto por Ally que já era maior. Estava louca para abraçar, para ficar com Camila, mas achei melhor manter distância. Sofia quando me viu chegando veio correndo me abraçar. Ela estava com maior cara de sono, devia estar dormindo.

- Oi, pequenina. - A peguei no colo.

- Laur, tava com saudade. - Sofia me abraçou pelo pescoço.

- Também tava. - Dei um beijo na bochecha dela.

- Eu quero ir no Brasil com você e a Kaki. - Sofia saiu do abraço e coçou os olhinhos.

- Oh, Sofi! Você ainda não pode. Mas prometo que um dia vou te levar tá bom? - Sofia fez biquinho, mas o sono era tanto que ela deitou com a cabeça no meu ombro.

Tay e Camila conversavam, as duas sorriam. Fiquei tão feliz com a cena. Meu pai cumprimentava o senhor Alejandro, a senhora Sinu e Simon. Eles ficaram conversando durante alguns minutos. Faltava pouco para o voo. Cumprimentei Ally, Verônica, Normani e Alexa e depois me aproximei de Tay e Camila, dei um sorriso para a mesma.

- Vamos tirar uma foto? - Tay pediu.

- Ei, pequenina. Olha pra foto. - Sofia olhou para mim com biquinho, mas quando viu Tay preparando a Selfie logo olhou para o celular. Camila entrou na foto e tiramos uma foto de nós quatro.

- Vou postar no instagram. - Tay disse.

- Meninas, vamos? - Simon se aproximou.

- Vem com o papai, Sofi. - O senhor Alejandro se aproximou e Sofia foi para o colo dele.

Ally, Normani, Verônica, Alexa, Simon e mais algumas pessoas da produção andavam na frente. Papai, Alejandro, Sofia, Tay e Camila logo atrás. A senhora Sinu segurou o meu braço o que me fez parar para olhá-la.

- Queria te pedir um favor. - Sinu me observava com um sorriso tímido no rosto.

- Claro, Sinu. Por falar. - Sorri de volta.

- Camila começou a sair sozinha agora, Laur. Vocês tão indo pra um país diferente, um país longe. Por favor, cuide da minha filha. Não que eu não confie no Simon, confio, passamos a semana toda conversando. Sei que isso vai ser bom pra divulgação da Mila, a Dinah já me explicou tudo. Mas por favor, Lauren. Cuide da minha filha. Camila e Sofia são tudo na minha vida. - Sinu estava com os olhos cheios de lágrimas.

- Sinu, prometo que vou cuidar da Camila como uma mãe cuida de uma filha. Se for preciso darei comida na boca dela, brigarei para ela tomar banho, mandarei ela se agasalhar, ficarei colada nela vinte e quatro horas. Prometo que a Camila chegará em casa da mesma forma que ela tá indo pro Brasil.

- Obrigada, Lauren. A Camila gosta muito de você. - Sinu deixou uma lágrima cair.

- E eu, dela. - Sorri de volta e Sinu me abraçou.

Voltamos a caminhar com todos. Chegamos na sala de embarque, depois de todos aqueles chororós. Depois de alguns minutos estávamos à caminho do Brasil, uma viagem de quase treze horas. Uma longa viagem. Todas aproveitamos para dormir já que quando chegássemos teríamos que ir direto para o tal lugar onde iríamos desfilar. Teríamos um ensaio básico e logo de noite teria o desfile.
 

POV CAMILA

Finalmente no Brasil. Não estava acredito. Estávamos no Brasil. No país do calor. No país dos fãs apaixonados. Saímos do avião e Simon parecia preocupado. Pediu para que a gente esperasse em uma salinha. Ele se afastou falando pelo celular. Não demorou muito e quatro homens grandes e fortes apareceram junto a Simon e Big Rob - o segurança fixo das meninas.

- Meninas, parece que tem cerca de cinquenta fãs no aeroporto. O que não é muito, porém quando se trata de Brasil é o suficiente. Eles são calorosos e vão querer chegar perto de vocês. - Simon começou.

- Não parem em hipótese alguma. Fiquem juntas. Não fiquem nervosas. É como uma montanha-russa. - Completou Big Rob.

- Big Rob e mais dois de nossos homens levaram a Lauren, Ally e Camila. Nossos outros dois levaram Normani, Verônica e Alexa. Meninas tomem cuidado. No hotel parece que tem apenas umas dez pessoas. Se for possível entraremos pela frente, caso contrário vamos tentar arrumar um jeito. - Simon finalizou.

Confesso que toda aquela adrenalina estava me assustando, nunca tinha passado por isso. Mas eu não via a hora de experimentar. Lauren segurou o braço de Big Rob, eu abracei o seu braço e Ally o meu. Simon saiu na frente. Assim que Simon pisou no desembarque a gritaria começou. Respirei fundo. Era a nossa vez. Big Rob saiu na frene abrindo caminho para a gente. Gritaria. Choros. Mãos passando pelos meus cabelos, braços. Alguém esbarrou em mim. Uma menina loira chorando na minha frente. Vontade de abraçá-la. Presentes. Mais presentes. Eu não podia mais segurá-los. Algumas pessoas da produção recolhiam os presentes. Um menino que conseguiu uma selfie. Lauren assustada. Ally sorridente. Empurra-empurrada. E de repente estávamos dentro da van. Que loucura.

- Uau! Conseguimos. Que loucura. - Lauren foi a primeira a dizer.

- Eles são lindos. - Ally ainda os observava pelo vidro da van.

- Quase morri. - Alexa revirou os olhos.

- Isso foi incrível. - Normani parecia em transe.

- Eu quero mais. - Foi a única coisa que eu consegui falar.
 

Chegamos no hotel e deviam ter umas dez pessoas. Dessa vez conseguimos parar para tirar foto, abraçar, olhar nos olhos deles. Mas não podíamos ficar muito tempo, só passamos no hotel para deixar as malas e comer algo bem rápido. Tínhamos um desfile.
 

POV LAUREN

Cara na boa, eu nunca tive uma experiência tão louca como aquela no aeroporto. Foi o que Simon falou, não eram muitos, mas a intensidade do amor deles era tanta que pareciam mais de duzentos fãs.

Chegamos no local do desfile, devia ser cerca de dezessete horas, parece que os cálculos do Simon não tinham dado certo. Achamos melhor nos arrumar primeiro e depois apenas passar o som. O desfile começava as vinte e ia até as vinte e duas.

Já eram dezenove hora. Como Camila não iria cantar foi a última a ir se arrumar. As meninas e eu estávamos na passarela passando o som. Cantaríamos uma única música e passaríamos na passarela duas vezes. Todos os modelos já estavam prontos com suas roupas e acessórios da John John.

Dezenove e meia. Os convidados entravam e se sentavam em seus determinados lugares. O Camarim estava agitado. Simon chamou todas nós, Verônica estava ao seu lado ajudando-o com algumas coisas. Fomos até ele.

- Meninas, esses são Chay Suede, Isabella Santoni e Ana Ju Dorigon. - Um rapaz nós apresentou. - E essas são, Lauren, Ally, Alexa, Normani e Camila. Vamos abrir o desfile com o Harmony cantando. Nesse momento Bella e Ju abriram o desfile. Alguns modelos vão entrar, enquanto as meninas do Harmony trocam de roupa. Camila entra, depois alguns modelos...

O Produtor disse como tudo séria. O nervosismo começou a tomar conta de mim. O desfile ia começar. Eu nunca tinha cantado nesse tipo de evento. Nunca tinha desfilado. Camila se aproximou e colocou a mão no rosto. Minha respiração ofegante.

- Lolo, fica calma. Vai dar tudo certo. - Camila acariciava o meu rosto.

- Camz, eu queria você comigo. - Olhei em seus olhos.

- Eu vou tá com você. E você vai tá comigo. - Camila mostrou a pulseira e eu sorri. - Agora vem cá. - Camila abriu os braços e eu a abracei.

Um abraço calmo, carinhoso. Ela acariciava o meu cabelo enquanto beijava a minha cabeça. Meu rosto na curva do seu pescoço, seu cheiro entrando pela minha narina, respirei fundo para sentir melhor aquele cheiro que tomava conta de mim. Beijei seu pescoço de leve e nos afastamos.

- Você é um anjo, Camila. - Sorri.

- Lauren? - Simon gritou.

Fui até ele, fechei os olhos enquanto ele dava as últimas orientações. Quando abri os olhos já estava no começo da passarela, o pedestal na minha frente, o microfone pendurado nele. Os holofotes acenderam em nossa direção. A música começou. "Worth It". As duas meninas começaram a desfilar, meu coração parecia que pularia do palco. Eu sabia que Camila me olhava da coxia, podia sentir seus olhos em cima de mim. Flashes e mais Flashes. Boné. Boné era um acessório que muitos dos modelos usavam. John John estava escrito na minha camisa. Soltamos o microfone do pedestal e fomos até o final da passarela. Fizemos uma pequena pose e voltamos para o Camarim. Corri e corri. Camila piscou para mim durante uma passagem que demos em sentidos contrários. Ela estava na passarela. Alguém me ajudava a trocar de roupa. Camila estava em sua troca de roupa e eu pronta para entrar. Entramos Ally, a loirinha - acho que Bella e eu. Nessa mesma ordem. Novamente troca de roupa. Era minha última passada.

- Lauren Jauregui e Camila Cabello? - Uma mulher gritou. Camila me olhou e fomos até ela. - Meninas, um cliente pediu pras duas entrarem juntas. Parece que a filha dele tá no desfile e ela disse que Shippa Camren, algo assim.

Camren. Cam de Camila e ren de Lauren. Para mim, era apenas uma junção dos nossos nomes, não sabia que já era um shipper. Achei estranho, mas sorri, estava adorando a ideia de desfilar com a Camila dessa vez.

Camila usava um short preto, uma camisa estampada salmão, uma jaqueta marrom e um boné também marrom com a palavra John John escrita nele. Eu estava com uma calça jeans rasgada e uma camisa com o numero zero oito e a palavra John John em cima. Camila e eu entramos juntas na passarela e fomos caminhando no mesmo ritmo, na mesma intensidade, na mesma velocidade, era como se fossemos apenas uma. Paramos no fim da passarela. Ela me olhou sorrindo, o menino que eu não me lembro o nome entrou cantando. Voltamos para o começo da passarela e o tal menino passou entre a gente. Seguimos para o camarim. Logo alguém gritou falando que todos deviam voltar para a passarela agradecer. E foi o que fizemos.

 

De volta ao Camarim. Fim. Final. Acabou. Camila me abraçou com força e eu me deixei ser abraçada. Que sensação gostosa. Queria ficar abraçando ela até o dia seguinte, mas Simon disse que precisávamos voltar para o hotel.
 

POV CAMILA

Terminei meu banho, me olhei no espelho e sorri. Sai do banheiro e encontrei Lauren e Verônica conversando, sentadas na cama. Dividimos o quarto da seguinte forma: Verônica e Ally em um quarto, Alexa e Normani em outro e Lauren e eu onde estávamos. Lauren sorriu e veio em minha direção, colocou a mão no meu rosto e me deu um selinho.

- Que saudades de fazer isso. - Lauren sorria. Olhei para sua boca.

- Você já foi melhor, Jauregui. - Sorri enquanto mordia o meu lábio inferior, coloquei minhas mãos em sua nuca.

- Ah, então você tá me desafiando. - Lauren me deu um puxão pela cintura e colou os nossos corpos. Tive que me segurar para  não soltar um gemido.

- Ei, eu tô aqui. - Verônica estava sentada na cama tapando os olhos.

- Foi mal. - Disse com as mãos no colo de Lauren enquanto ela ainda me segurava pela cintura. O celular de Lauren tocou, ela tirou-o do bolso e olhou a tela. Seus olhos se arregalaram, mas logo guardou o iPhone no bolso.

- O que foi? - Perguntei preocupada.

- Nada. - Lauren se afastou e foi até a janela. O celular de Verônica tocou e ela agiu da mesma forma.

- Quem era? - Olhei para Verônica.

- Ninguém. - Verônica abaixou o olhar.

- O que tá acontecendo aqui? Vocês duas recebem uma mensagem quase ao mesmo tempo, ficam com essas caras. O que aconteceu, Lauren? - Fui até ela.

- Camila, eu já disse que nada. - Lauren continuo de costas.

- Me dá seu celular. - Coloquei a mão no bolso dela.

- Não. Para! Não foi nada. - Lauren virou de frente.

- Lauren, me dá o celular. - Estendi a mão.

- Qual foi, Camila? - Lauren me encarou.

- Eu sei que você tá escondendo alguma coisa. Me dá o celular.

Ficamos numa briga idiota, até eu conseguir tirar o celular do bolso dela. Tentei ver, mas tinha senha. A olhei e ela revirou os olhos, Verônica continuava sentada de cabeça baixa o que estava me agonizando ainda mais.

- Lauren, a senha.

- Camila, por favor. Deixa eu te explicar. - Lauren tocou nos meus ombros e eu me afastei.

- Lauren, eu só quero a senha. - As palavras dela me machucavam sem eu saber do que se tratava.

- Camila, por favor. Só me escuta. - Lauren ia tocar no meu rosto, mas eu me afastei.

- Lauren, eu só quero a porra da senha. - Explodi.

- 1975. - Lauren estava com os olhos cheios de lágrimas.

Meu pesadelo estava começando. Coloquei a senha de Lauren. Abri o whatsapp e lá estava o que eu esperava. Aquela anônimo filho da puta com uma nova mensagem que Lauren não teve tempo de apagar. Abri a conversa e tinha uma mensagem.
 

"Já fez com a Camila o que você adora fazer em um quarto de hotel? Xoxo -A."
 

Aquela frase embrulhou o meu estômago, meus olhos se encheram de lágrimas, não consegui ver mais nada em minha volta, apenas a tela do celular. Tinha um vídeo logo em baixo, um vídeo que não foi carregado. Lauren devia saber do que se tratava, então preferiu não arriscar, mas eu estava decidida, queria saber o que tanto ela temia.

O vídeo carregou. Abri... Eu não estava acreditando no que estava vendo. O fato de ter áudio piorava toda a situação. Lauren, a Lauren que eu achava que me amava mesmo sem dizer, a Lauren que me conquistou, que cuidou de mim. Quer dizer, aquela não era a minha Lauren, não mesmo. Lauren gemia, gemia feito louca, sua cabeça jogada para trás. Uma morena estava de costa para a câmera, aquela morena fazendo Lauren gritar. A morena virou e para piorar a minha desgraça, aquela morena era a minha melhor - ou não - amiga. Verônica tinha um sorriso cafajeste. Os gemidos das duas voltaram.

Lauren arrancou com força o celular da minha mão e soltou em algum lugar. Eu estava perdida, os gemidos não saíam da minha cabeça, lágrimas escorriam pela minha face sem eu poder me controlar. Tudo estava embaçado, minhas pernas não tinham forças. Encostei a palma da minha mãe esquerda na parede. Lauren segurou meu rosto me fazendo olhá-la.

- Camila, pelo amor de Deus me perdoa. Eu juro que ia te contar...

- Você mentiu pra mim. - A encarei, meus olhos cheios de lágrimas, dessa vez sem choro.

- Camila, a Lauren não teve culpa, a gente tava... - Verônica se aproximou.

- VERÔNICA, CALA A BOCA. - Gritei.

- É melhor eu deixar vocês duas conversarem. - Verônica saiu. Meu olhar se perdeu de novo. Lauren puxou meu rosto para perto dela e encostou sua testa na minha, chorando.

- Pelo amor de Deus, Camila. Me perdoa! Eu tava bêbada. - Coloquei a mão sobre as de Lauren que seguravam o meu rosto.

- Por que, Lauren? Por que você mentiu? - Afastei as suas mãos. Dei as costa para Lauren, passei as mãos no meu rosto e pousei-as na minha cabeça. - Você disse que era sua primeira vez. Você mentiu pra mim.

- Eu não menti pra você. - Lauren gritou.

- Mentiu. Disse que era sua primeira vez como era a minha. Disse pra eu confiar em você. - Me virei para ela gritando.

- Eu disse que nunca fui além com a Melanie e com a Alexa. Disse que era como se fosse minha primeira vez. Porque pra mim foi. Foi com você. Esse vídeo que você viu, eu tava bêbada, eu não sabia o que tava fazendo. Eu nem sei como conseguiram esse maldito vídeo. A única coisa que tinha dessa noite era uma foto que a Alexa apagou na frente da Melanie. Só pode ter sido essa vadia. Que droga. - Lauren socou a parede. - Ela ficou puta, porque a gente namorava e se vingou. - Lauren estava descontrolada. Chorando sem parar.

- Por que você não me contou antes? - Falei mais calma.

- Porque a Verônica namorava o Keegan e se ele soubesse eles podiam nunca mais se acertarem. Pequena, - Lauren se aproximou colocando suas mãos no meu rosto, acariciando-o. - acredita em mim. Eu não queria te machucar. - Lauren me deu um selinho. - Você é tudo pra mim, Camz. Eu não suportaria te perder. Por isso... - A interrompi.

- Por isso você mentiu. Lauren eu me entreguei a você, eu confiei em você. Você tem noção do quanto isso foi importante pra mim? E agora eu descubro que a menina que fez minha vida mudar, a menina que eu apostei, larguei tudo, fui contra todos os princípios da minha família, essa menina me enganou. Mentiu pra mim. - Lauren ia falar, mas eu não deixei. - Omitiu, foda-se. Você me magoou. Acabei de ver você na cama com a minha melhor amiga.

- Mas isso foi antes, Camz. - Lauren tentou acariciar o meu rosto, mas me afastei.

- Lauren, eu tô com raiva, muita raiva. - Fui até a porta e abri. - Vai embora.

- Camz, eu não vou te deixar. Não posso. - Lauren me abraçou pela cintura. - Eu não posso ficar longe de você. Eu preciso de você. Eu preciso do seu cheiro, do seu gosto, do seu abraço, do seu colo, do seu carinho... - A interrompi.

- Lauren, vai embora.

- Eu não vou. - Lauren soltou minha cintura para ir com as mãos na minha nuca, mas eu esquivei.

- Então, eu vou. - Sai do quarto.
 

POV LAUREN

Tentei ir atrás de Camila, mas ela tinha conseguido pegar o elevador. Ally apareceu no corredor, me impedindo de sair. Ela não disse nada, apenas me levou para o meu quarto, sentei no chão e Ally sentou do meu lado, me abraçou de lado, me joguei em seu colo de lado e me permiti chorar mais e mais...

Eu não estava conseguindo acreditar no que estava acontecendo. Meu coração queria sair pela boca, meus batimentos erravam, minhas respiração falhava, eu tinha perdido a mulher que eu queria para minha vida, a mulher que me ensinou a amar e eu se quer consegui dizer isso a ela. Meu corpo tremia, minhas pernas não tinham estabilidades, minha boca seca, minha garganta arranhando, meu rosto molhado, ensopado com as minhas lágrimas.

Eu não consegui Sinu, não consegui cuidar da Camila, ela conseguiu escapar e eu covarde não consegui impedir. Fui idiota, babaca, não consegui cumprir minha promessa. Camila estava na rua, sozinha, desprotegida, de madrugada.

Ally fazia carinho no meu rosto. Pude escutar Simon entrando no quarto. Ally deve ter feito algum sinal para ele, porque Simon saiu sem tentar falar comigo. Ela me abraçava com força, me fazendo chorar sem pudor algum.
 

POV CAMILA

Meu coração estava despedaçado. Eu estava cega. A dor tomava conta de mim. Sabe quando você bate o dedinho mindinho do pé no pé da mesa? Ou então quando você sente câimbra na virilha? Aquela dor de dente? Ou a dor de cólica menstrual? Essa dor ia além disso. Uma dor que eu nunca senti antes, uma dor que eu nunca desejo que ninguém possa ter. A dor do amor.

Caminhei até o saguão, mas parei no caminho. Lembrei dos fãs, olhei pela enorme porta de vidro e tinham cerca de cinco apenas, mas eu não estava com cabeça. Pedi para alguém me dirigir até uma outra saída. Sai pelos fundos. Minha cabeça estava em outro lugar, não conseguia escutar nada. Atravessei uma rua em direção a orla. Alguém buzinou, uma freada forte que não me fez desperta e muito menos parar. Cheguei na orla e continuei caminhando.

- Garota, você ficou louca? - Alguém gritou. Ignorei. - Garota, eu tô falando com você. - Alguém me puxou pelo braço. Virei para ele e o olhei. Olhei daquele jeito que você olha, mas não vê nada. - Se eu não conseguisse frear você podia ter morrido, você tem noção disso? - Continuei parada, sem dizer nada. - Você tá me escutando?

- Desculpa. - Foi o que eu consegui dizer.

- Pera! Você é a garota do desfile. Você tá bem? - O menino moreno tocou no meu rosto. Não respondi nada. Alguém buzinou. - Eu vou só estacionar o meu carro. Fica aqui.

Assim que o menino saiu, voltei a caminhar. Eu não conseguia tirar aquele vídeo da minha cabeça. Em seguida vinham imagens de Lauren comigo, a Lauren que eu conhecia. A minha primeira vez, ela pedindo para eu confiar nela. Sentia alguém do meu lado, mas ignorei.

- Eu pedi pra você me esperar. - Não respondi. - Então tá fazendo greve? Ou você é metida mesmo e não fala com os outros? - Parei saindo do transe e encarei o menino.

- Olha, na boa! Eu não tô bem. Me deixa. Eu quero ficar sozinha. - Voltei a andar e o menino continuo andando do meu lado. Parei me irritando. - Eu disse que eu quero ficar sozinha.

- Ué, eu também quero ficar sozinho. Mas quando eu quero ficar sozinho, eu gosto de ter uma companhia. - O menino tinha um olhar brilhoso.

- Você é um idiota. Na boa. Acabei de brigar com uma pessoa e eu não tô com humor pra isso.

- Então somos dois. Acabei de brigar com a minha namorada.

- Então por que você não vai atrás dela e para de encher o meu saco? - Revirei os olhos.

- E por que você não vai atrás da tal pessoa e para de me maltrata? - Ele ergueu as sobrancelhas. Ignorei e voltei a andar. Ele continuo caminhando do meu lado. - A gente pode sofrer comendo alguma coisa? É que eu tô morrendo de fome.

- Eu não vou comer com você. - Continuei andando. A praia estava deserta, tinham poucas pessoas, devia ser quase uma da manhã.

- E quem disse que eu vou comer com você? Você come com você e eu como comigo, simples.

- Não tô com fome. - Limitava as minhas palavras.

- Eu posso comer e você ver. Simples também.

- Você não vai sair do meu pé, né? - Parei olhando-o. Ele balançou a cabeça negando.

- Faz assim. Me dá um minuto. Vou comprar um hambúrguer. Um minuto.

Ele não deixou nem eu responder, apenas foi em um quiosque e pediu. Eu confesso que estava com fome e por alguns minutos ele tinha me feito parar de pensar nela, naquilo tudo. Resolvi pagar para ver. Ele me vigiava o tempo todo, parecia que eu ia fugir a qualquer vacilo dele. Dez minutos depois ele voltou.

- Seu celular tá tocando, você não vai atender. - Ele tinha duas sacolas nas mãos. Peguei o celular e era Dinah, mandei uma mensagem dizendo que estava tudo bem, não queria falar com ninguém. - Olha, pelo o que eu fiquei sabendo, você é cheia de fãs e se olhar bem pra frente, tem dois jovens te observando. Podemos pegar meu carro e irmos pra algum lugar e comer sem ninguém pra te chatear, além de mim.

- Eu não vou entrar no seu carro. - Franzi a sobrancelha.

- Você não precisa entrar, pode ir andando do meu lado enquanto eu dirijo. Prometo acompanhar os seus passos. - Ele virou de costa e foi em direção ao carro.

- Idiota. - Soltei.

O menino moreno de cabelos bagunçados, estilo alternativo, caminhava em direção ao seu carro. Fiquei observando-o, pensei em voltar a caminhar, mas um sorriso surgiu no meu rosto sem que eu percebesse, balancei a cabeça afastando os pensamentos e suspirei.

Esse menino era louco, mas era um louco legal. Em alguns minutos ele tinha me feito sorrir com frases sem nexos e seu jeito cantado de falar. Senti uma sensação gostosa.

Eu devia ser louca, mas sim, fui atrás dele. Caminhei um pouco atrás, pude vê-lo entrar no carro. Atravesse a rua e coloquei a mão na porta para abrir, mas ela estava trancada. Bati na janela para chamar sua atenção. Ele olhou e deu de ombros, continue batendo até que o moreno abaixou o vidro.

- Tá louca? Vai quebrar minha janela.

- Então abre logo a porta. - Ordenei.

- Claro que não. Não vou deixar uma estranha entrar no meu carro. - O moreno ligou o carro.

- Eu não tô acreditando nisso. Você é doente. Anda abre a porta.

- Só porque eu sou uma pessoa muito boa.

Ele destrancou a porta. Entrei. Ele deu um sorriso de canto de boa, eu permanecia séria, mas ria mentalmente, achei até graça do jeito que ele agiu. Fomos todo o caminho em silêncio. Ele tinha as duas sacolas em seu colo. Chegamos em uma entrada, ele cumprimentou um homem, o mesmo abriu o portão. Estávamos em um condomínio. Parou o carro em um lugar externo, perto de outros carros.

- Olha eu tenho dois hambúrgueres. Vou comer o primeiro, se você não for rápida e pegar o outro, eu como os dois. - O moreno pegou um hambúrguer, abriu a boca para morder, mas mordeu o vento. O hambúrguer já estava na minha mão.

- Esse é meu. - Dei uma mordida.

- Ponto. Ponto pra você. A propósito. Chay Suede. - Chay pegou o outro hambúrguer.

- Camila Cabello. E obrigada pelo hambúrguer. - Dei meu primeiro sorriso.

- Obrigada nada, dez conto. - Olhei para ele assustada. - Tô brincando. - Chay ficou sério. - E então... Quer contar o que aconteceu?

- Não. - Continuei comento.

- Mas eu quero contar o que aconteceu. - Ri sem olhar para ele. - Eu amo muito uma mina, a gente tava de boa, sabe? Ai minha ex me beijou na frente dela, mas tipo eu não correspondi, mas ela viu só a parte do beijo e não quer mais olhar na minha cara. E eu achando que depois do desfile ia curtir minha vida com minha morena. - Chay estava com os olhos cheios de lágrimas.

- E por que você não vai atrás dela? - Perguntei parando de comer para prestar atenção nele.

- Camila, confiança é uma coisa que a gente não pode pedir, a gente tem que conquistar. Ela tá com a cabeça quente e eu também, se eu tentar fazer algo agora vai ser uma burrada. - Chay começou a comer o hambúrguer.

- Eu entendo ela. - Olhei para o nada, lembrando de tudo que tinha acontecido.

- Entende? - Chay me olhou.

- Eu... Briguei com a pessoa pelo mesmo motivo. - Suspirei.

- Sua namorada te pegou beijando sua ex? - Namorada? Aquilo ecoou na minha cabeça.

- Não. A pessoa que eu briguei não é nada minha. Que dizer, eu não sei o que a gente tinha, mas eu vi um vídeo dessa pessoa ficando com minha melhor amiga. O que seria uma traição dupla, se esse vídeo fosse recente. - Suspirei.

- Então essa pessoa ficou com sua melhor amiga antes de você ficar com essa pessoa? - Chay parecia interessado, tinha parado de comer também.

- É, mas o problema foi a confiança. Eu confiava nela... - Pausei pensando. - Mas essa pessoa mentiu para mim. Eu não quero falar mais disso. - Finalizei voltando a comer.

- Tudo bem. Eu tô com sono. Se você quiser pode dormir...

- Eu não vou entrar no seu apartamento. - O interrompi.

- E eu tampouco seria louco de deixar uma estranha entrar no meu apartamento, mas eu posso fingir que esqueci a chave do meu carro e você pode fingir que achou ela e dormir aqui. Se você fugir eu digo que foi um assalto. Posso alegar que o porteiro não desconfiou, porque você me ameaçava com uma arma escondida.

- Criativo, mas não precisa. - Revirei os olhos.

- Tchau. - Chay saiu do carro deixando em cima do banco a outra sacola e a chave do carro.

Aquele menino era louco. Só pode! Ele mal me conhecia e tinha uma confiança surreal. Eu podia simplesmente roubar o carro dele. Quem ia garantir que o que ele disse era verdade? Mas resolvi não arriscar. Até porque mal ou bem, ele tinha me feito bem, tinha conseguido desabafar pela primeira vez depois de tudo.

Depois que Chay saiu, tranquei o carro, abri a sacola que ele havia deixado no banco e tinha um guaraná, a bebida brasileira que sempre me conquistou. Depois de lanchar, desci o banco do carona para que eu pudesse deitar no banco, mas não me senti confortável, resolvi ir para a parte de trás, mas não sai do carro, passei por dentro mesmo, o que me fez lembrar de quando Lauren tinha me levado ao tal do Drive-In e eu tivesse que fazer a mesma ação.

Estava sentada no banco de trás do carro de Chay, com os olhos cheios de lágrimas. Aquela dor horrorosa tinha voltado. Peguei meu iPhone, pensei em ligar para minha mãe, mas eu não podia assustá-la. Vi que tinham ligações de Simon, Lauren, Ally, Normani e de alguns celulares cujo eu não tinha o número registrado. Mandei uma mensagem para Simon dizendo que eu estava bem. Entrei no whatsapp. Tinham várias mensagens, várias janelas de conversas, mas uma única me chamou atenção. Lauren Jauregui. Abri.

Lauren Jauregui: Camz, eu já falei tudo o que eu pude falar. Que eu estava bêbada, que foi um erro, tanto para mim, quanto para Verônica. Que eu nunca menti para você, mas omiti. Sim, eu omiti. Omiti porque fui covarde, omiti porque fui egoísta achando que poderia te perder com a verdade. E olha aí. Te perdi do mesmo jeito. Pior. Porque agora você não confia em mim. 01:37

Lauren Jauregui: Camz, a Ally disse que a Verônica tá muito mal. Não briga com ela não, sua amizade é muito importante para ela. Eu que fui a covarde e nunca falei a verdade. 02:13

Lauren Jauregui: Camila, pelo amor de Deus. Fala alguma coisa, escreve alguma coisa, me manda um emoji, visualiza. Por favor! Eu tô muito preocupada. 02:23

Lauren Jauregui: Camz, tá doendo. Doendo saber que tô te perdendo. Doendo saber que não consegui te proteger como sua mãe me pediu. Doendo essa agonia de não saber onde você tá. Doendo achar que você pode tá passando frio, fome e que tudo isso é culpa minha. Tá doendo não poder te explicar esse maldito vídeo. Doendo saber que você tá pensando horrores de mim. Tá doendo não poder te abraçar, te beijar, te tocar. 03:08

Lauren Jauregui: Pequena, eu não consigo dormir, não com essa dor no meu peito. Não tô pedindo para me perdoar, mas por favor, liga para alguém. Para o Simon, sei la. A Dinah disse que você tava bem, mas já faz tempo que ela disse isso. Eu só quero saber como você tá. Por favor, Camila. 03:19

Tinha mais de quarenta mensagens de Lauren, eram textos enormes. Eu não conseguia dormir mesmo. Deitei no banco de lado, com as pernas dobradas, como um feto e fiquei ali lendo cada texto, lendo e relendo. Depois que os textos acabaram entrei na minha galeria de fotos e passei toda a madrugada olhando cada foto que tínhamos tirado juntas. Olhei para a pulseira em meu pulso e mais uma lágrima caiu no meu rosto. Uma lágrima solitária.


Notas Finais


Parece que o primeiro dia no Brasil não foi fácil, né?
A bomba da Lauren explodiu. O que acham que ela deve fazer?
O que acharam da reação da Camila?
E do Chay? Quem ai gosta dele?

2/7


Twitter: @betweentwolines
Grupo no whats: Procurar por Marcos... 04 896 293 856 - Ficou separado assim para não bloquear.
DOS HOGARES (Fanfic Camren de Suspense e Drama): https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-demi-lovato-dos-hogares-3960181
Twitter da Produtora que produzirá o nosso curta-metragem: @pontoacaoprod


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...