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História Between Two Lines - Thinking Out Loud


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


Consegui escrever um capítulo! Acho que me empolguei, IAUHAIUHAI!
Queria agradecer a todos vocês que estão seguindo no twitter, agradecer a todos que estão no grupo, o Marcos sempre me manda algo sobre vocês!
Sobre todos estarem sofrendo com Lauren, prometo que vou fazer a cabeça dura ir atrás do seu maior desejo!
Aí vai um capítulo que escrevi rápido, não sei se ficou muito legal, mas a intenção foi boa, escrevi com muito carinho!
Tem uma galera pedindo a fic no wattpad, acho que é isso! Prometo que vou ver isso!

Qualquer erro corrijo depois!

Capítulo 54 - Thinking Out Loud


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Thinking Out Loud

POV LAUREN

Nada melhor do que voltar para casa depois de dias tão turbulentos quanto aqueles, estar longe de Camz era quase uma morte, estar longe sabendo que mesmo perto estaríamos longe, era a minha morte. Eu precisava por as coisas no lugar, eu precisava tê-la de volta, mas primeiro eu precisava me entender.

Eu poderia simplesmente gritar aos quatro ventos que Camila e eu estávamos juntas, mas isso era algo que eu ainda não tinha conseguido gritar para mim, como eu já disse uma vez, não que eu não a amasse, mas eu tinha medo do que as pessoas iam achar sobre isso, do que elas poderiam falar, vi tantos escandá-los por conta de casais homossexuais assumidos, tanto na mídia quanto fora, aquilo me assustava e muito. Prometi para mim, que não pensaria nisso naquele momento, que eu só pensaria nela, em como deixar de ser babaca e ter a mulher que eu amava de volta.

Eu podia fazer uma surpresa, como sempre fizemos uma para outra, mas eu sabia que Camila não queria isso, que isso ela sabia que eu era capaz de fazer, ela queria algo novo, algo diferente, algo que poucos tem, poucos se permitem ter. Confiança. Ela precisava que eu confiasse nela, pois ela já confiava em mim.

[...]

Estava deitada em minha cama assistindo um filme qualquer que passava na tv, Taylor estava deitada ao meu lado, com a cabeça apoiada em colo esquerdo, que saudades eu sentia da minha baixinha grandona. Fiz carinho em sua cabeça quando escutei meu celular tocar, peguei o mesmo que estava em cima do criado-mudo e fitei a tela.

"Casa Camz"

Era uma ligação da casa dela, Camila já havia voltado para o Brasil, então não poderia ser ela. Será que poderia ser Sinu? Ela não era de me ligar e quando ligava, ligava pelo celular. Será que tinha acontecido alguma coisa? Meu coração deu uma pequena batida errada, empurrei cuidadosamente a cabeça de Taylor para o lado, para que eu pudesse levantar, sentei na cama para logo atender.

- Alô?

"- Laur."

A voz inconfundível da pequenina fez meu coração bater mais forte ainda. Não era nem Sinu, nem Alexandro, era Sofia. Para a menina ter me ligado era porque algo realmente sério avisa acontecido. Será que Sinu e Alejandro estavam bem? Eu não podia continuar com essa agonia, precisava perguntar logo.

- Sofia, está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?

"- Calma, Laur! Está tudo bem!"

- Então por que você está sussurrando?

"- É que mama não sabe que eu estou te ligando."

- E como você descobriu o meu número? Onde você está, Sofia?

"-Desculpa, Laur! Eu peguei seu número na agenda da mama e agora estou em baixo da mesa para ela não me ouvir."

A menina tinha uma vozinha de quem estava triste, provavelmente estava achando que eu estava brigando com ela por causa da minha voz alterada, mas eu não estava brava, estava preocupada, por isso falei de forma rápida e um pouco rude.

- Não, pequena. Não tem que pedir desculpa, eu só achei que pudesse ter acontecido algo. Mas por que a senhorita está escondida?

"- Porque você prometeu que quando voltasse me levaria para passear e ontem tio Mike estava aqui em casa conversando com a Mama e o Papa e ele disse que você voltou, ai eu pedi para Mama te ligar e ela disse para eu não te perturbar, porque você está muito cansada. Mas você prometeu, Laur."

Aquela menina era um anjo em minha vida, eu tinha um amor surreal por Sofia e achei tão lindo a forma dela ter conseguido meu número, se escondido para me ligar. Ela sentia saudade de mim e eu sentia saudade dela, estar com Sofia ia me fazer esquecer do mundo um pouco.

- Você está certa pequena, diga a Sinu para te dar banho e por uma roupinha tranquila para irmos ao parquinho e diga que iremos lanchar depois, que não precisa te dar lanche.

"- Obrigada, Laur! Vou fazer isso agora. Te amo, beijos."

- Também te amo, pequenina.

Pela primeira vez a voz de Sofia soou alta. Algo me destruiu, me destruiu da forma mais linda. Sofia tinha acabado de dizer que me amava, o que fez meu coração saltitar, minha conexão com ela era algo de outro mundo, a gente brigava, brigava e brigava, mas no fundo o carinho vencia nossas brigas.

[...]

Parei meu carro em frente a casa de Camila, o que me fez logo lembrar dela, aquele lugar onde eu sempre parava para esperá-la, esperar a mulher que eu amava, era inevitável estar de volta aquela cidade e não lembrar dela, ainda mais estando em frente a sua casa, esperando por sua irmã.

Assim que buzinei Sofia apareceu em frente a porta, ela usava um vestidinho soltinho azul, um lacinho na cabeça que novamente me fez lembrar de Camz, a menina veio correndo em direção ao meu carro, arrancando um grito de Sinu.

- Sofia, não corra. - Sai do carro para falar com a pequenina.

- Olá, senhorita Sofia. - Sorri abrindo os braços para a pequenina.

- Boa tarde, senhorita Jauregui. - Acabei rindo com a forma dela falar. Recebendo um abraço.

Abri a porta de trás do carro dando passagem para a menina que logo sentou, colocando o cinto de segurança em si própria. Fechei a porta após ver a cena. Percebi Sinu se aproximar, virei em sua direção e lancei um pequeno sorriso.

- Boa tarde, Lauren.

- Boa tarde, senhorita Cabello.

- Sinu. Não diga que esse tempo longe te fiz esquecer como me chamar. - Ela sorriu.

- Desculpa! Sinu. - Sorri. - Prometo que irei trazer sua filha sã e salva.

- Eu sei que vai. Eu confio em você.

Confiança! Maldita palavra que eu tanto temia, que eu não conseguia ter, mas eu ia conseguir,  eu ia conseguir deixar esse medo de lado, melhor, eu já estava conseguindo isso.

Me despedi de Sinu e entrei no carro, mexi nas perninhas da pequenina que estava sentada no banco de trás, sorrindo para mim e logo depois dei partida. Dirigi por algumas quadras até chegar em um pequeno parquinho de areia em uma pequena pracinha, estacionei o carro, soltei dele e abri a porta para a ansiosa Sofia Cabello poder se retirar do carro. Sofia me deu a mão e juntas caminhando até o parquinho. 

- Laur, me empurra no balanço?

Apenas assenti com a cabeça, fomos em direção ao simples brinquedo, ela tentou subir no balanço, mas sua altura não favorecia, dei uma pequena ajuda para ela, para logo começar a empurrá-la.

- Mais forte, Laur. Mais forte.

Sofia me pedia em meio a risos, pegava levemente em sua cintura, fazendo-a sentir uma pequena cosquinha, tirando mais e mais risos dela. Algumas crianças brincavam em volta do pequeno parque, mães sentadas em bancos próximos, conversando algo que eu não me importava em saber.

- Laur. - Sofia chamou minha atenção, me fazendo parar de empurrá-la para escutá-la.

- Oi? - Parei o balanço e a fitei.

- Vamos na gangorra? - Pediu a menina pulando do balanço.

- Vamos.

Sofia foi correndo logo a frente, sentou no pequeno brinquedo de madeira, sentei-me do outro lado e começamos um sobe e desce, as vezes a levantava, a deixando no famoso castigo, mas Sofia começava a resmungar, fazendo com que eu logo a colocasse para baixo, me deixando no castigo.

Depois de alguns pequenos minutos, Sofia pediu para sair do brinquedo, com todo cuidado do mundo, desci-a segurando a parte que eu sentava com as duas mãos, fazendo uma pequena força para segurar e não desabar Sofia ao chão.

- Laur, posso brincar com eles? - A pequena apontou para um grupo de crianças que corriam pela areia.

- Claro que pode! Só não vá para longe, ok? Vou me sentar naquele banco azul. - Apontei para o banco.

Sofia apenas assentiu com a cabeça, retirando suas delicadas sandálias para me dar antes de correr. Caminhei até o banco vazio e me sentei, admirando a pequenina enquanto corria com algumas crianças.

Criança. Como era bom ser criança, sempre reclamei que queria crescer, ter minhas próprias responsabilidade, mas eu daria tudo para voltar a ser uma delas, para não ter essa preocupação que nós jovens/adultos tínhamos.

Cruzei minhas pernas fazendo meu vestido escorrer por ela, sutilmente o estiquei até o meu joelho, de uma forma inútil, pois ele voltou a escorrer por minhas pernas, um ser que eu ainda não havia fitado, sentou-se ao meu lado. 

- Sua filha? Ela é linda. - Finalmente o olhei. Era um belo rapaz, cabelos loiros e lisos jogados por cima de sua testa, bem vestido.

- Filha? - Perguntei assustada.

- É! A menina que estava brincando com você. - Ele sorriu.

- Não, não! Ela... - Pensei um pouco antes de dizer. - ... é minha cunhada. - Sorri para mim mesma.

- Cunhada? Ah! Que pena.

"- Pena, de que? E quem é você?"

A voz da pequenina tomou conta do nosso pequeno diálogo, fazendo nós dois desviarmos o nosso olhar para fitar a pequenina em nossa frente, de braços cruzados, com o pézinho direito batendo no chão. Achei até graça. Lancei um sorriso para a criança em minha frente que continuava brava.

- Desculpa, senhorita. Eu já estava de saída. - O jovem sorriu para Sofia, bagunçou o seu cabelo e logo saiu. A pequenina me encarava. 

- Tudo bem?

- Não. - Sofia sentou no banco enquanto arrumava seu cabelo.

Ela tinha um enorme bico no rosto, o que me fez lembrar de Camz. Como aquelas duas eram tão parecidas? O jeito bravinha de ficar por conta de um ciúme, que saudades da minha menina bravinha batendo o pé e fazendo bico para mim.

- Por que? - Toquei em seu bracinho, que logo a pequenina fez questão de tirar.

- Porque não gostei dele. Ele estava muito perto de você.

- Não se preocupe, ele não vai voltar. - Sorri. 

- Melhor assim! - Ficamos em silêncio por um instate até Sofia quebrá-lo. - Laur, posso te perguntar uma coisa?

- Claro, diga-me.

- Você e a Kaki são namoradas? - Soltei uma tossida, quase me engasgando com minha própria saliva, encarei a menina que me olhava séria.

- Namoradas?

- É! É que quando a Kaki ficava lá em casa, ela vivia falando de você, mama uma vez conversou com ela sobre você, sobre ela gostar de você.

- Eu não sei, pequenina. A gente brigou. - Abaixei a cabeça.

- Brigou? Mas a Kaki te ama muito, Lolo.

Lolo? Ela havia me chamado de Lolo? De onde ela tinha tirado aquilo? Meu Deus! Camila estava presente até longe, meu coração bateu errado, meus olhos pensaram em se encherem de lágrimas, mas não os deixei. Fitei a menina e resolvi perguntar.

- Lolo? - Sofia tapou a boca, arregalando os olhinhos.

- Me desculpa! Promete que não vai contar a Kaki que eu te chamei assim. Ela disse que só ela podia.

- Relaxa. Esse vai ser nosso segredo.

- Jura de dedo mindinho? - Sofia levantou o dedo mindinho, fiz o mesmo e cruzamos os dedinhos, dei um pequeno beijo sobre nossos dedos.

- Agora me diz uma coisa. Você acharia legal eu namorar com a sua irmã? - Perguntei curiosa, assim que soltamos os dedinhos.

- Seria muito legal, Laur. Muito legal mesmo. Eu amo a Kaki e amo você. Então vocês juntas vou amar mais ainda. - Dei um sorriso fraco. - Laur, não briga com a Kaki não, por favor! Uma vez mama disse para Kaki que o importante está no coração, ai outro dia escutei a Kaki dizer que devemos esquecer a razão e seguir o coração.

Meu Deus! A frase que eu sempre disse para Camila antes de ficarmos juntas. "Esquece a razão e siga o coração", aquela frase estava sendo dita para mim. Como que eu nunca parei para focá-la? Eu precisava daquela frase, eu precisava esquecer a razão que tanto me enlouquecia e seguir o meu coração que tanto pedia por ela.

- Eu não sei o que é isso de razão. - Sofia coçou a nuca. - Mas não deve ser importante, acho que devemos sempre seguir o coração, já que a mama e a Kaki falaram.

Aquela pequena criança tinha me dado uma lição. Uma lição que eu precisava levar, uma lição que me fez ver coisas que eu julgava no passado e naquela hora eu estava passando por, deixando a porra da minha cabeça falar mais alto que o meu coração.

Depois daquela conversa, o final da tarde foi light, fomos ao Bob's, lanchamos por lá mesmo. Sofia pediu para dormir em minha casa, liguei para Sinu para pedi-la, a mesma dizia que não precisava, que iria me dar muito trabalho, mas acabei convencendo-a.

[...]

Estava com Sofia em meu quarto, a menina estava cansada, mas toda sujinha, ela sentou em minha cama e começou a coçar os olhos, fui até o meu armario e peguei a menor camisa que eu tinha, que mesmo assim ficaria um vestido na pequenina.

- Laur, estou com sono, posso dormir sem banho? - Sofia estava quase fechando os olhos.

- Dormir sem banho? - Parei em frente a criança.

- Por favor? - Ela fez sinal de preces com as mãozinhas.

- Que porquinha dona, Sofia. A senhorita vai tomar banho antes de dormir, sim! Olha como você está toda suja.

Sorri, fui com as mãos em direção a sua barriga e comecei a fazer cosquinhas, a pequenina não aguentou e caiu na gargalhada, Sofia pedia para eu parar, mas eu continuava, não que eu quisesse matá-la de cócegas, mas eu queria apenas escutá-la rindo por mais um tempo.

- Laur, eu vou fazer xixi nas calças.

- Pois então corra para o banheiro e aproveite e tome banho.

Dei espaço para a menina que logo saiu correndo para o banheiro. Esperei por alguns minutos, escutei Sofia me chamando, avisando que havia terminado, peguei minha blusa e uma calcinha que tinha embalada, caminhei até o banheiro, ajudei Sofia a se enchugar e coloquei a roupa nela, para logo depois deitarmos.

- Laur, essa blusa parece um vestido em mim, você é muito grande.

- E olha que essa nem dá mais em mim.

Sofia deitou sua cabecinha em meu colo esquerdo, colocou seu pequeno bracinho sobre minha barriga em forma de abraço, fechou os olhinhos e não demorou muito para pegar no sono, curvei para fitá-la e percebi que dormia profundamente, depositei um beijo em sua cabeça e comecei uma caricia em suas costas.

[...]

POV CAMILA

Como toda manhã, liguei para falar com Mama, Papa e Sofi, mas mama disse que Sofia não estava, o que estranhei, pois estava muito cedo para a minha irmã não estar em casa, mas ela me explicou que minha irmã havia saído com Lauren e teria dormido em sua casa. Sorri ao escutar aquilo e resolvi ligar para conferir. Não que eu não acreditasse na minha mãe, mas eu queria escutar da própria Lauren que ela estava com minha irmã.

"- Alô?" - Sua voz fraca a entregava.

- Estava dormindo, né?

"- Camz?" - A voz dela deu um pequeno salto no volume.

- Eu mesma. Tudo bem?

"- Melhorando e ai?"

- Tudo indo. Minha irmã está ai?

"- Está sim, estava acordada já, assistindo desenho, vou passar para ela."

- Obrigada.

"- Ah, Camz?"

- Oi?

"- Te amo." - Fiquei em silêncio apenas degustando aquelas palavras.

"- Kaki!"

Que gostoso era escutar a voz daquela menina, que saudade eu sentia dela. Poderia falar com Sofia todos os dias, mas isso não era o suficiente, eu precisava tê-la ao meu lado, abraçá-la.

- Sofi, que saudades.

"- Eu também estou com saudades, mas preciso te contar uma coisa. Ontem a Laur me levou no parquinho, ai nós fomos primeiro no balanço..."

Eu até tentei falar, mas ela estava tão empolgada para me contar do passeio que eu desisti de tentar interrompe-la, apenas escutei a minha irmã empolgada me contando cada detalhe de seu passeio ao lado da mulher que eu amava.
 

POV LAUREN

A pequenina estava empolgada no celular, contava cada detalhe do nosso passeio, mas algo me chamou a atenção, uma outra pequenina entrou em meu quarto, me cumprimentou, sentou ao meu lado e começou a falar logo que Sofia se caminhou para a varanda de meu quarto.

- Sofia Cabello, em sua casa?

- Ontem ela pediu para eu levá-la para passear e acabou dormindo aqui. Essa garota é incrível, me tira gargalhadas. - Sorri feito boba olhando-a falar no celular.

- Fico feliz em te ver assim, fazia tempo que não a via sorrir. - Voltei a olhar para Ally.

- É, problemas, mas vai passar.

- Laur, - Ally segurou minhas mãos fazendo uma pequena caricia. - seja lá o que for que você está passando, saiba que eu vou estar sempre ao seu lado. - A abracei depositando um pequeno beijo em sua cabeça.

- Ally?

Eu confiava nela. Allyson era uma parte de minha vida, eu precisava contar a ela o que eu sentia, o que eu estava passando, precisava contar a ela que eu estava amando a Camila, eu estava decidia contar a ela.

- Oi? - Ally se afastou e me fitou.

Decisão que acabou assim que olhei em seus olhos. Por mais que eu quisesse contar a ela, algo não me deixava. Ally era muito religiosa, eu tinha medo dela não me aceitar, me julgar e nossa amizade acabar por isso, tinha medo de perder a minha baixinha.

- Te amo.

- Eu também te amo, Laur. Muito.

Ally me abraçou de novo e logo uma outra pequenina se junto a gente em um longo abraço.

[...]

POV CAMILA

Meu dia tinha sido super cansativo, não via a hora de chegar em casa tomar um banho e poder dormir, mas não sai tão cedo do trabalho, Chay e eu fomos chamados para a tal reunir, tínhamos que dar uma resposta. Ele como sempre ficou em cima do muro e era a vez de eu dar a minha resposta.

- Eu não posso e não quero.

- Camila, pensa bem! Isso vai fazer a carreira de vocês bombarem.

- Leonardo, me desculpa! Mas a minha carreira vai bombar pelo meu talento, o seu talento e pelo talento de toda a equipe, não vai ser por um namoro comprado como esse. Realmente não posso.

Sai daquela sala sabendo que todos, ou melhor quase todos, estavam bravos comigo, mas eu não poderia fazer nada, eu não podia viver uma farsa, esconder o meu namoro com Lauren já era o suficiente. Fui o caminho todo em silêncio, nem Priscilla, nem Rodrigo, muito menos Dinah resolveram tocar no assunto. 

Cheguei em casa e fiz exatamente o que tanto queria, tomei meu banho troquei de roupa e tentei dormir, mas o que foi inútil, meu peito estava apertado, a falta de seu beijo, de seu abraço era constante em meu peito, eu não havia conseguido matar essa saudade com a minha ida para o Coachella, pelo contrário, essa viagem tinha me deixado fraca.

Sentei-me na cama, acendi a luz do quarto, fitei cada lugar daquele ambiente, sorri feito boba me deixando entregue as lembranças.

"Entramos no meu quarto e apenas trocamos de roupa. Peguei na mão de Lolo para sairmos juntas quando senti algo tocar em minha mão, nossos anéis se chocaram, eu não via aquele anel de unicórnio em sua mão desde quando a gente brigou em Los Angeles. No aeroporto não reparei por causa de tanta emoção, na Argentina não tivemos tempo nem para nos beijarmos direito, mas naquele momento o sorriso tomou conta de mim e antes de sairmos do meu quarto eu perguntei.

- Você usa sempre ele?

- Da mesma forma que você nunca tirou o seu de sua mão. - Ela sorriu. - Confesso que quando brigamos eu o joguei longe, mas no segundo depois me arrependi de tudo e vi que meu maior motivo de viver estava ali.

- Você foi, é e sempre será a melhor coisa em minha vida!

Dei um selinho nela, ganhando um beijo rápido e preciso."

A primeira vez que Lauren estava no meu quarto, ela tinha feito uma surpresa dando a entender que não iria ao Brasil me visitar, e eu teria que passar o dia dos namorados e um mês de namoro longe dela, mas ela não me decepcionou.

"Assim que chegamos, Priscilla estendeu sua canga no chão e deitou, Rodrigo deixou suas coisas com a gente e foi mergulhar, eu estendi minha canga ao lado dela e deitei, Lolo fez o mesmo, mas ficou sentada. 

- Passa o protetor em mim? Não quero ficar ardida. - Estiquei o protetor em direção a Lauren, Pri bufou do meu lado.

- Claro! - Lauren sorriu.

Lolo ficou de joelho em minha canga, espremeu um pouco da pasta em sua mão e começou passando no meu tornozelo, logo depois em minha panturrilha, chegando em minha coxa, onde eu a olhei sobre os ombros, mordi meu lábio inferior, olhei para Pri e dei uma piscada.

- É sério isso? - Ela me encarou. Escutei Lolo soltar uma risadinha, suas mãos começaram a massagear minha bunda, fechei meus olhos pressionando mais ainda meus lábios. - Ai! Que saco! Eu não acredito nisso! - Pri se levantou revoltado e foi em direção ao ar.

Lolo não aguentou, caiu na gargalhada, se jogando em sua canga, eu enfiei meu rosto na minha tentando abafar minha gargalhada."

Era tão gostando quando Lauren se dava bem com meus amigos, era tão gostoso vê-la sorrindo, era tão gostoso tê-la de boa ao meu lado, que falta ela me fazia, que falta surreal ela me fazia.

"Eu estava deitada na cama de lado para ela, usando apenas uma conjunto de renda de lingerie roxa, uma calcinha bem pequena e uma cinta liga por cima dela que a fez soltar um gemido só de vê-la, seu olhar em cima de mim queimando o meu corpo, sua respiração ofegante.

- Deita aqui, Lolo.

Usei de minha voz rouca fazendo-a perder a sanidade que a restava. Bati com a mão esquerda na cama, ao meu lado. Lauren? Não disse nada, apenas fez o que eu a pediu. Sentei em cima de sua cintura, fazendo-a soltar outro gemido. Curvei meu corpo até o criado-mudo, próximo a cama, fazendo meus seios ficarem bem próximos de seu rosto, peguei um pote, em seguida voltei a ficar sentada.

- Hoje é o nosso dia... - Ela me interrompeu

- Todo dia é o nosso dia. - Colocou sua mãos em minha cintura, mas eu as tirei.

- Certo, mas não me toque. - Ela bufou incrédula. - Hoje é um dia especial.

- Todo dia ao seu lado é especial. - Sorriu.

- Ai, Lolo! Assim eu não consigo. - Fiz biquinho. Ela fez sinal de que ia ficar em silêncio com o dedo indicador direito em sua boca. - Isso quietinha. O que eu tô tentando te dizer é que depois que eu te conheci minha vida virou de ponta a cabeça, foi uma loucura, sabe? Sentimentos que eu nunca achei que fosse sentir, um preconceituo tomando conta de mim, mas você me fez ver que o amor tá a cima de tudo, que não importa cor, língua, religião, orientação sexual. O amor é o amor, e pelo preconceito que o mundo tem, não digo só em orientação sexual, mas em religião, cor, tudo, as vezes a pessoa não conhece o que é amar, por causa dessas besteiras e se não fosse você, eu não saberia o que é amar de verdade, eu posso ter tido paixões, mas meu primeiro amor foi você, hoje eu tenho certeza disso.

Seus olhos permitiram que algumas lágrimas rolassem sobre o seu rosto caindo na cama, em seus cabelos.

- Não chora, Lolo. Hoje é um dia feliz. - Passei meus polegares por volta dos seus olhos em uma tentativa frustada de secar suas lágrimas.

- Eu tô feliz, são lágrimas de felicidade, de orgulho por eu ter a mulher mais linda do mundo, tanto por fora quanto por dentro. Isso é tão clichê, meu Deus! Mas é verdade! - Sorriu."

Fui desperta das minhas lembranças por três toques em minha porta, passei as costas das minhas mãos em meus olhos em uma tentativa falha de secá-los para logo da permissão a quem batia a entrar em meu quarto.

- Ei, - Priscilla se aproximou de mim e sentou em minha cama. - Por que está chorando? - Tocou em meu rosto tentando enxugar as lágrimas que teimavam em cair.

- Está difícil.

- A conversar no quarto do hotel não deu certo?

- Mais ou menos, quer dizer, a Lauren foi super fofa, me pediu desculpas.

- Então? - Ela acariciou meu rosto. - Por que você está assim?

- Eu disse que não podia continuar.

- Como assim, Camila? - Soltou meu rosto me fitando séria.

- Com a Lauren é sempre difícil, esse ciúme, esse medo que ela tanto tem. - Passei a mão no rosto, suspirei. - Me sufocam.

- É porque ela te ama.

"- Mas não é simples assim."

Pude escutar a voz de Dinah tomando conta de meu quarto, chamando toda atenção da conversa para ela. Limpei novamente o meu rosto, sem deixar de observá-la vindo em minha direção e sentando do meu outro lado.

- A Lauren é um pouco complicada, ela é insegura, ela tem medo dela mesma. Acho que esse gelo vai ser bom para ela, para ela ver o que sente de verdade pela Chancho. - Dinah pegou minha mão me arrancando um sorriso.

- Obrigada, Cheechee.

- Você está certa. Vou deixar vocês a sós para conversarem. 

Priscilla me deu um beijo na cabeça, sorriu para Dinah e logo saiu do quarto fechando a porta. Dinah sabia que eu não precisava falar mais nada, só precisava de uma coisa. Ela deitou do meu lado, abriu seus braços me oferecendo o que eu tanto amava, o seu colo.

Deite-me com a cabeça apoiada nele, senti suas mãos acariciarem minha cabeça e minhas costas, me deixei chorar mais um pouco em silêncio, até eu adormecer.

[...]

Estava amanhecendo, percebi por causa do meu celular que não parava de apitar, dizendo que eu precisava me levantar para ir ao trabalho, tomei meu banho quente, fiz minha higiene matinal, liguei para minha família, tomei um café da manhã caprichado, eu não tinha deixado o meu cuidado de lado, até com um psicologo da própria globo eu estava me tratando, mesmo assim, Keana sempre me ligava para me perguntar como eu estava.

Estávamos a caminho do projac, como sempre os quatro juntos, Dinah disse que ficaria uma temporada comigo no Brasil, por conta dessa loucura que estava acontecendo comigo e com Chay, ela queria cuidar de mim por perto, não que ela não confiasse no Rodrigo e na Priscilla, pelo contrário, ela adorava eles.

Peguei meu celular para checar as coisas, postei algo no twitter, conferi o instagram, vi alguns comentários sobre Camren e acabei sorrindo, entrei no whatsapp respondi algumas mensagens e uma me chamou atenção.

Keegan Allen: Ei, Mila! Fim de semana é meu aniversário e vamos reunir a galera toda no sítio dos meus avôs. Espero vocês lá. - 7:43

Camila Cabello: Não sei se vai dar para eu ir, mas tentarei. - 7:51

Keegan Allen: Nada de tentarei, nós vamos na sexta, mas você pode ir no sábado, nem que seja de noite. Espero você lá sem desculpas. - 7:53

Camila Cabello: Tudo bem! Eu irei. - 7:54

Sábado eu teria apenas uma gravação pela manha, começaria bem cedo e acabaria no horário do almoço, daria para eu ir, na verdade eu queria dá um tempo para Lauren pensar em tudo, mas não ia adiantar eu ficar fugindo, era melhor eu encarar tudo e agir normalmente.

[...]

Depois de uma longa viagem de avião e uma não tão longa, mas um pouco demorada viagem de táxi, cheguei na tal rodoviária que eu havia marcado com keegan para ele me pegar, eu disse que poderia continuar com o táxi, mas ele disse que não precisava, que alguém me pegaria.

Estava impaciente sentada em uma daquelas cadeiras sujas de poeiras. Era uma rodoviária meia que abandonada, quer dizer, maltratada, tinha bastante movimentavam, mas era tudo muito velho, muito sujo, eu parecia estar em um filme de faroeste. 

Olhei em volta e vi um senhor lendo um jornal, uma menina brincando com um cachorro que provavelmente era de rua, um bebê que não parava de chorar e em minha frente, ela. Lauren Jauregui. Linda como sempre! Ela usava uma calça jeans preta bem apertada, uma camisa também preta com detalhes branco da banda The 1975, uma jaqueta de couro preta, botas na mesma cor e um óculos redondo, espelhado de cor azul.

- Lauren? - Falei me levantando.

- Eu mesma. - Ela sorriu e me cumprimentou com um beijo no rosto.

- Eu não sabia que você viria me pegar.

- Eu também não sabia. O pessoal passou lá em casa ontem, mas eu resolvi vir hoje, não estava muito afim. Ai liguei para o Keegan avisando que estava a caminho e ele pediu para eu vir te buscar.

- Bem conveniente você vir no mesmo dia que eu! - Bufei.

- Não estou te entendendo. - Lauren levou seu óculos até a sua cabeça.

- Você armou tudo, Lauren! Não vai ser assim que vai concertar as coisas

- Eu não armei nada, Camila! Eu só vim te buscar, mas se não quiser ir comigo, não tem problema.

- Eu vou pegar um táxi. - Peguei minha mala e comecei a caminhar, mas parei assim que ela se pronunciou.

- Você não vai conseguir, Camz! - Me virei a fitando séria.

- É? E por que não? - Cruzei os braços em baixo dos seios.

- Porque está chovendo muito e os taxistas não entram em lugares desertos e cheios de lamas como o caminho da fazenda dos avôs de Keegan.

- Novamente, muito conveniente.

- Você quem sabe! Eu vou indo, porque se a chuva piorar eu vou ficar na pista. - Lauren passou por mim.

- Espera! - Gritei.
 

POV LAUREN

Estávamos a uns quarenta e poucos minutos naquele carro, a fazenda dos pais de Keegan era bem longe, ainda faltava cerca de uma hora e pouca. A chuva lá fora continuava, Camila estava sentada ao meu lado, olhando pela janela. Por falar em Camz, ela estava linda! Vestia uma calça jeans branca, uma bota de cano alto preta, uma camisa de gola alta branca e um sobretudo preto, que nesse momento estava aberto por conta do ar quente que estava ligado.

- Se você andar nessa lentidão, não vamos chegar nunca. - Camila soltou de forma rude.

- Se eu correr posso perder o contro e ai mesmo que não vamos chegar. - Ela bufou e eu soltei um sorriso.

Sabia que ela estava louca para falar algo, puxar um assunto e como ela tinha que manter a pose de mulher brava e decidida ela tentou me dar uma patada, mas eu respondi como se estivéssemos em um diálogo tranquilo, de forma fofa.

- Pode pelo menos passar de 30? Quem em santa consciência anda há 30km/h?

OK! Ela conseguiu me provocar, soltei o pé no acelerador, olhei de rabo de olho e percebi Camz olhar para frente assustada, eu devia estar a 120, o que não seria um problema se eu não estivesse em uma estrada de terra, no meio do nada, em baixo de uma chuva violenta. Senti o carro derrapar, meu coração acelerou, tirei levemente o pé do acelerador,  o carro deu algumas voltas, no reflexo joguei meu braço direito em frente a Camila para segurá-la, que estava de cinto de segurança, mas mesmo assim preferi não confiar. Depois de rodar algumas vezes o carro foi parando fazendo Camz bater com a cabeça em meu ombro e eu com a cabeça no vidro, passei a mão onde estava dolorido.

- Você está bem? - 

- Estou, mas e você? Como você está, Lolo? - Camila tocou cuidadosamente em meu rosto. - Você bateu com o rosto na janela. Está doendo?

- Um pouquinho. - Fiz bico e a vi se aproximar para logo depois assopra a região que provavelmente estava vermelha. - Mas se der um beijinho sara. - Fui com o rosto em direção ao seu e recebi um tapa no ombro.

- Ridícula! Eu aqui preocupada e você querendo se aproveitar. - Camila se afastou e sentou de forma normal em seu banco, tirando o cinto.

- Poxa, mas está doendo, só queria um beijinho para sarar. - Fiz uma voz de criancinha manhosa.

Camz revirou os olhos, bufou, cruzou os braços e ficou olhando pela janela, se ela estivesse em pé estaria batendo o pézinho. Eu disse, eu disse que Sofia e Camz eram idênticas quando estavam bravinhas e por falar nisso, eu já disse que amava ver Camz assim? Por Deus! Ela ficava mais linda ainda quando estava brava.

Deixei um sorriso bobo tomar conta do meu rosto, tentei ligar o carro, o que foi inútil, tentei novamente, mas o carro só fazia um barulho estranho quando eu girava a chave, tentei mais uma vez, mas recebi um grito da menina ao meu lado.

- Será que você não está vendo que isso não está adiatando?

- Desculpa, senhorita sabe tudo! O que fazemos então?

- Sei la! O carro é seu. Vá ver se é problema no motor! - Ela falava sem me olhar.

- O que? - Me fitou pela primeira vez. - Você está louca se acha que vou sair nessa chuva. Vou ligar para o Keegan.

- Que seja!

Peguei meu celular que estava no porta treco, procurei pelo nome de Keegan na agenda e o chamei... Ou melhor, um silêncio me mostrou que eu não conseguiria realizar aquela ligação e nenhuma outra.

- Merda!

- O que foi? - Camila voltou a me olhar.

- Sem sinal. - Bati com a cabeça no volante.

- O meu também. Que saco! - Camz bufou novamente e começo a abotoar seu sobretudo, a olhei frazindo as sobrancelhas.

- O que está fazendo? Está um calor do cacete aqui dentro!

- Mas lá fora não está. - Ela estava no penúltimo botão.

- Camila, você vai onde? Estamos no meio do nada.

- Eu não vou ficar aqui com um grosseira, eu vou procurar um lugar para ficar. - Ela abriu a porta e saiu.

- Grosseira? Camila? - Tentei gritar. - Droga! Droga e droga!

Soquei o volante algumas vezes, me embolei na hora de tirar o cinto, dando espaço para Camz se afastar mais ainda do carro, abri a porta sentindo as primeira gostas caírem sobre mim, estava uma chuva tranquila, não era uma garoa, mas também não era a mesma tempestade de antes. Corri ao seu encontro.

- Camila, espera! - Ordei, mas ela se quer me olhou. A puxei pelo braço esquerdo fazendo-a se virar para mim.

- Me solta, Lauren. - Ela me olhava séria.

- Você está louca? Vai para onde? Estamos no meio do nada, a noite está caindo e está chovendo.

- Não me importo, vou procurar um lugar para ficar. - Camila tentou volta a caminhar, mas eu a impedi.

- Não, você não vai! Vai ficar comigo! - Ordenei.

- E por que eu ficaria com você?

- Porque é perigoso! - Continuei segurando seu braço.

- Está com medo, Jauregui? - Ela disse de forma provocadora.

- Sim, estou! - Soltei seu braço. - Estou com medo de que alguém possa te agarrar e eu não possa te defender, estou com medo de que algo possa acontecer com você e eu não esteja por perto. - Coloquei a mão no seu rosto e comecei uma carícia de leve enquanto a outra mão segurava a sua mão em uma outra carícia. - Fica, Camz, por favor! Me deixa te proteger?

- Você quer aproveitar a situação.

- Talvez seja! Eu realmente não consigo ficar perto de você sem te desejar, mas eu não teria coragem de fazer algo que você não quisesse.

O silêncio de nossas falas deixou que os barulhos dos ventos, da chuva e dos animais tomasse conta do momento. Com a mão que estava em seu rosto, aproximei-a mais de mim, enquanto meu corpo caminhava para colar no seu, ela olhava para minha boca, o que eu tratei de fazer o mesmo.

Aqueles lábios carnudos e rosados que eu tanto desejava, me pediam por beijo, por um beijo que só eu sabia lhe dar, um beijo calmo, um beijo de amor, um beijo que foi se acelerando, minhas mãos já não estavam em seu rosto, elas envolviam sua cintura, as mãos dela estavam perdidas pelos meus cabelos encharcados por conta da chuva. Camila como sempre me pediu espaço para que sua língua avançasse para minha boca e ela pudesse fazer o que tanto gostava, explorar todo o local, eu não fiz diferente, entrei em uma batalha constante com sua língua até que a chuva aumentou e fez Camila por impulso se afastar de mim.

- É melhor a gente voltar. - Ela disse já indo em direção ao carro.

Chegamos próximas ao carro e percebi Camila parar atrás dele, por um minuto achei que ela pudesse me puxar e se render a mais um beijo, mas fui trouxa, ela apenas me fitou, para logo falar.

- Preciso de uma roupa seca. Abra a mala! - Ela estava séria de novo.

- E a educação ficou onde?

Camila revirou os olhos, o que me fez sorrir. Fui com a mão no pequeno suporte que estava o frágil botão que abriria a mala, mas escutei um "craque" denunciando que algo de errado havia acontecido, tirei a mão de dentro do suporte com o pequeno botão em minha mão.

- Xiii! Quebrou! - Olhei para Camila que estava raivosa.

- Não estou acreditando nisso! Ai que raiva!

Camila bateu o pézinho, o que me fez lembrar de Sofia. Arranquei um sorriso de meu rosto, ela bufou ao me ver sorrindo e entrou no carona, sorri novamente para depois entra na parte do motorista.

Ela estava com a porta aberta em uma tentativa de torcer seu cabelo para diminuir a umidade, fiz o mesmo e logo depois tentei ligar o aquecedor, o que foi inútil, porque nem ligar o carro ligava. Tirei minhas botas, minha jaqueta que estava insopada, para logo depois tirar minha camisa, levei minha mão até o ziper de minha calça.

- O que está fazendo?

- Tirando a roupa, não quero ficar doente.

- E ficando pelada você vai evitar isso?

- Não exatamente. - Com muita dificuldade fui tirando a calça. - Na verdade não ficarei pelada, não te darei esse gostinho, ficarei de calcinha e sutiã, e como o aquecedor não estava funcionando, usarei o edredom que tem no banco de trás.

- Um edredom? - Camila olhou para o mesmo que estava bagunçado no banco. - Muito conveniente a mala quebrar e você ter um edredom. - Ela debochou na hora de dizer edredom.

- Tem um travesseiro também. Lembrei que Sofia sempre dormia na volta de nossos passeios, então acabei deixando ali para quando voltássemos do parquinho ela usar, ai acabei esquecendo de retirar, o que foi ótimo, porque agora eu irei usá-lo. Ele está meio sujinho de areia, mas dá para usar.

Percebi Camila corando, o que achei super fofo. Ela tinha acabado de dar uma mancada tentando me julgar, mas eu amei, porque ela tinha ficado com vergonha de toda a situação.

Assim que fiquei apenas de calcinha e sutiã, me virei de costa para o enorme vidro preto da parte da frente do carro, me coloquei entre o banco do motorista e do carona - onde Camila estava -, para que eu pudesse ir para a parte de trás do carro, senti meu corpo queimar, olhei sobre o ombro e percebi o olhar de Camila faminto em direção a minha bunda, dei uma pequena pausa.

- Acredito que está tendo uma bela visão, Cabello!

Camila disfarçou rapidamente olhando para frente, para logo corar. Sorri feito boba e me ajeitei no banco de trás do carro, peguei o edredom e me cobri. Fiquei em silêncio e percebi que Camila vinha para o lado de trás.

- É melhor você tirar essa roupa, você pode ficar doente!

- Eu não vou tirar minhas roupas!

- Para de bobeira Camila, eu não vou fazer nada com você! Não precisa se preocupar.

Camila suspirou, virei o meu rosto para o lado oposto do dela, observando o nada naquela paisagem que estava completamente escura, olhei sutilmente de lado e vi que Camz já estava sem o sobretudo, sua camisa branca que naquela hora se encontrava transparente me dava uma ótima visão de seus seios, balancei a cabeça negativamente e voltei a olhar pela janela. Fiquei perdida em meus pensamentos durantes alguns minutos, até escutar um estrondo, olhei para o lado e vi Camz com um olhar de medo, ela já estavam seminua, apenas de calcinha e sutiã, ambas da cor vermelha e de renda o que me fez salivar quando a fitei, neguei com a cabeça olhando para o seu rosto assutado.

- Vem para cá, Camz! Prometo que não farei nada, só quero te deixar calma.

Ela já estava entregue, não tinha mais aquele olhar desconfiado. Camz se juntou a mim, embaixo do edredom, mas mesmo assim mantinha uma distância razoável.

A cada estrondo que escutávamos por conta da forte chuva, eu percebia o olhar de Camila piorar, um medo surreal tomava conta dela, não que eu não estivesse com medo também, pelo contrário estava morrendo, afinal, estávamos no meio do nada, onde só tinha mato, mas eu não podia mostrar medo para ela, se não ela ia pioraria, se assustaria mais ainda, eu precisava ser forte e foi o que eu fiz, observando-a se aproximar por conta do medo.


[...]

Depois de alguns minutos Camz estava com a cabeça encostada em meu ombro, sutilmente para não acordá-la, a abracei de lado, trazendo mais ainda seu corpo para mim, senti sua mão passar pela minha barriga em uma forma de abraço, comecei a fazer uma carícia em suas costas.

- Camz! Como eu te amo. Como me arrependo por não saber como agir diante da pressão, como eu queria fugir com você e viver longe de tudo e de todos, como eu quero te proteger, te fazer feliz.

Suspirei lembrando de tudo que já tínhamos passando, cada momento difícil, sorrindo ao lembrar que sempre terminávamos bem, que sempre depois da tempestade o sol nos aquecia. Dei um beijo em sua cabeça e continua minha carícia em suas costas.

- Como poder recuperar tu amor? Cómo sacar la tristeza de mi corazón? Mi mundo solo girar por ti. - Cantarolei e percebi que Camz estava de olhos abertos - Desculpa! Não queria te acordar.

Ela me fitou com um pequeno sorriso, voltou a fechar os olhos e se acomodou melhor em meu colo, me abraçando mais forte, fiz o mesmo a envolvendo mais ainda em meu abraço.

- Não pare de cantar, por favor! Gosto quando você canta! - Camz sussurrou.

Sorri feito boba quando a escutei pedir.
 

POV CAMILA

Eu estava sendo mais rude possível, o que era inútil, porque quando Lauren me olhava, ela conseguia me desarmar, aquele olhar intenso que eu sempre amei, aquele olhar intenso que nunca mudou desde quando nos conhecemos, o mesmo olhar que sempre me fitou.

- When your legs don't look like they used to before. And I can't sweep you off of your fee.
(Quando suas pernas não funcionarem como antes. E eu não puder mais te carregar no colo)

- Will your mouth still remember the taste of my love? Will your eyes still smile from your cheeks?
(A sua boca ainda se lembrará do gosto de meu amor? Os seus olhos ainda sorrirão em suas bochechas?)

- Darlin' I will be lovin' you. Till we're seventy.
(Querida, eu te amarei. Até que tenhamos 70 anos)

- Baby my heart could still fall as hard. At twenty three.
(Amor, meu coração ainda se apaixonará tão fácil. Quanto quando tínhamos 23)

- I'm thinkin' bout how. People fall in love in mysterious ways.
(Estou pensando em como. As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas)

- Maybe just the touch of a hand. Me, I fall in love with you every single day.
(Talvez apenas o toque de uma mão. Eu, me apaixono por você a cada dia)

I just wanna tell you i am.
(Eu só quero te dizer que eu estou)

- So honey now. Take me into your lovin' arms.
(Então, querida, agora. Me abrace com seus braços de amor.)

- Kiss me under the light of a thousand stars. Place your head on my beating heart.
(Beije-me sob a luz de mil estrelas. Apoie sua cabeça sobre meu coração palpitante)

- I'm thinking out loud. Maybe we found love right where we are.
(Estou pensando alto. Talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos)


Notas Finais


Laur e Sofi? Gosto tanto!
O que estão achando da Laur?
Acha que voltamos ao drama e as loucuras? Ou caminhando para o lado fofinho? Ou vamos para além de fofinho e caímos na tentação? AUHAIHAIAI

A pedidos deixo uma Fic de um leitor para vocês. Quem puder dá uma lida na sinopse, se gostarem. Boa viagem na história: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-originais-after-you-3609166


Twitter: @betweentwolines
Grupo no whats: Procurar por Marcos... 04 896 293 856 - Ficou separado assim para não bloquear.
DOS HOGARES (Fanfic Camren de Suspense e Drama): https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-demi-lovato-dos-hogares-3960181
Twitter da Produtora que produzirá o nosso curta-metragem: @pontoacaoprod


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