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História Between Two Lines - Amar Não é Pecado


Escrita por: KatherineWaldor

Notas do Autor


Dezembro chegou, férias ou não. IAUHAUIHAUIAHUIA
Está tudo enrolado aqui, mas juro que vou tentar postar mais um capítulo esse ano, mas não prometo nada. Se não conseguir, em janeiro voltamos com tudo.
Queria agradecer a todos os comentários dos capítulos anteriores, vou tirar um dia para responder todos vocês.
Queria agradecer aos 2.900 seguidores. Vocês são demais.
Várias pessoas dizendo que é Alexa, Keegan e Verônica, cada hora vocês acham que é alguém. Ah, tem gente achando que é a Clara. Adorando essa vida.
Esse capítulo está sofrência, mas está bonitinho. Como viram no título, temos música, vou deixar o link no final, caso queiram. E a hora de apertarem o play vocês vão saber.

Qualquer erro corrijo depois.

Capítulo 86 - Amar Não é Pecado


Fanfic / Fanfiction Between Two Lines - Amar Não é Pecado

Los Angeles Teens

Título: Lauren Jauregui diz que o que teve com a atriz Camila Cabello não passou de uma aventura.

A cantora Lauren Jauregui, integrante da banda Harmony, comentou em uma entrevista concedida por telefone a revista Los Angeles Teens, que tudo que aconteceu com Camila foi um erro, "uma aventura estúpida de duas adolescentes".

"Estávamos de férias com alguns amigos em uma festa, acabamos bebendo demais e aconteceu o que vocês viram no vídeo. Camila é uma pessoa maravilhosa, mas não temos uma relacionamento, foi tudo naquela noite, não tivemos nada antes, nem depois. Foi apenas uma aventura estúpida de duas adolescentes." disse Lauren Jauregui.

Alguns fãs piraram de forma positiva, outros acharam um absurdo. Mas isso não importa, o que não vale é expor nossas belas meninas dessa maneira.
 

POV LAUREN 

Minha vida tinha virado de cabeça para baixo, meu mundo tinha perdido o sentido, já não via mais as meninas da banda, apenas Alexa, que esteve todo o momento ao meu lado. Depois da entrevista via telefone, não falei com mais ninguém da imprensa, não por falta da perseguição deles, porque eu não podia ir na padaria que eles estavam lá, mas porque eu decidi que não queria aumentar a tortura e sempre que eu saía fingia que eles não existiam.

Alexa, Austin e eu fomos a uma loja de conveniência comprar algumas bebidas e como era de se esperar, na saída vários paparazzis posicionaram suas câmeras em minha direção. Antes de sair do estabelecimento, abaixei o óculos mesmo sendo de noite e coloquei o capuz do meu casaco em minha cabeça como eu sempre fazia. Com a ajude de Alexa saí da loja de cabeça abaixada, com Austin a minha frente, tentando evitar os flashes de forma inútil.

- Será que vocês podem pelo menos nos respeitar? - Alexa encarou um paparazzi e ela estava com uma cara bem irritada, resolvi intervir.

- Está tudo bem! - Toquei em seu ombro.

- Só queremos saber sobre Lauren e Camila. - Um homem gordinho virou a câmera para mim.

- Não fale como se eu não estivesse aqui. - O encarei por trás dos óculos.

- Tudo bem, Laur. Só queremos saber sobre o vídeo de vocês, como estão as duas?

- Já dei uma declaração pelo telefone. - Voltei a caminhar com meus amigos, mas o mesmo paparazzi me fez parar.

- Eu não acredito em nada que você disse. Vocês formam um belo casal, dá para ver nos olhares de vocês, até mesmo antes dos vídeos. Depois que vocês viraram amigas você nunca mais bebeu, Lauren. Olhe para você agora, com uma sacola cheia de bebidas alcoólicas, quer mesmo que eu acredite em tudo isso?

Eu não tive vontade de socá-lo, eu tive vontade de abraça-lo e chorar em seus braços. Ele estava certo, eu a amava e ela tinha me feito uma pessoa melhor, mas depois de tudo que aconteceu, eu voltei a ser a Lauren babaca de antes, que aliviava suas dores com a bebida. Fui tão fraca que nem para Keana consegui ligar, preferia encher a cara do que conversar com a minha psicologa, não via mais futuro nisso. 

- Foi tudo um erro. - Segurei meu choro, dei um sorriso falso. - Uma aventura besta, estávamos bêbadas e aconteceu. - Voltei a caminhar e o homem continuou andando ao meu lado. 

- Você não vai mudar o texto? Isso já está decorado, Laur. 

Se eu continuasse ali, ia acabar me jogando no chão e contando toda a verdade, mas eu precisava ser forte, se não eu poderia acabar com toda a carreira de Camila, o sonho que ela tanto sonhou desde pequena. Camila mudou de cidade, mudou toda sua vida para ir atrás de seu sonho, não seria justo uma pessoa que ela conheceu a mais ou menos um ano acabar com um sonho de toda a sua vida.

Alexa abriu a porta de trás do carro para o meu alivio e eu me joguei no banco traseiro, vendo a porta ser fechada e o homem negar com a cabeça em minha direção. Respirei fundo e quando o carro deu partida deixei que as lágrimas tomassem conta do meu rosto.
 

01 de Março de 2016

POV CAMILA

Quatro meses haviam se passado. Natal, Ano Novo, férias... Passei todos os dias em meu quarto, dormindo e vendo qualquer coisa na televisão, só saía para comer, gravar - no caso o filme da Disney, porque a série já tínhamos acabado - e fazer  alguns shows em alguns lugares do país. Eu lutei para aceitar essa coisa de cantar pela série, não estava no meu contrato isso, mas depois que formaram uma banda na série parece que isso pegou e Ryan ficou perturbando que eu precisava participar. Minha cabeça estava tão cheia com tudo aquilo que resolvi não questionar, pelo menos assim as horas do meu dia passavam mais rápidas. 

Faltavam dois dias para o meu aniversário e Dinah apareceu lé em casa, o que me fez abrir um sorriso. Eu sentia falta daquela mulher, de alguém que eu pudesse deitar no colo e sentir seu carinho, não que eu não fizesse isso com mama, Ashley, Chay ou Priscilla, mas Dinah era diferente, era como uma mãe, mas não era minha mãe. Entende?

- Nem parece que é vai realizar um sonho. - Dinah finalmente abriu a boca quando seu carro passou pela porta que dava acesso ao estacionamento do set onde iriamos gravar.

- Esse sonho virou um pesadelo. - Continuei observando o nada pela janela do carro.

- Lauren agiu sem pensar, ou melhor, - Dinah parou o carro entre duas linhas e me fitou. - ela pensou no seu bem, Mila.

- Desde quando o meu bem é estar longe dela? - Pela primeira vez fitei Dinah que tinha um olhar carinhoso. - Lauren foi fraca, covarde. - Senti meus olhos se encherem de lágrimas, aquilo já havia virado rotina.

- Me perdoa por estar longe em um momento tão importante. - Deixei uma lágrima cair e Dinah a secou com seu polegar.

- Não adiantaria nada você estar por perto. Lauren agiria da mesma forma. - Abaixei meu olhar, tentando não chorar dessa vez.

- Se eu estivesse por perto conversaria com vocês duas sozinhas.

Eu fiz de tudo para não chorar, mas não consegui. Deixei que as lágrimas caíssem e senti os braços de Dinah me puxarem para um abraço. Dessa vez chorei, chorei no colo de uma pessoa importante, chorei de saudade de Dinah, de saudade de Lauren, chorei por raiva, por angústia, por amor, por ódio. Chorei por não conseguir seguir minha vida sem ela ao meu lado, chorei por querer ela ao meu lado.

Depois de alguns chororós, sequei meu rosto e caminhamos para o set que já estava lotado, cumprimentei algumas pessoas e quando os vi deixei um sorriso sincero escapar de meu rosto, era a primeira vez que eu gravaria com ela e com ele, com os dois atores que mais me inspiravam, Meryl Streep e Johnny Depp eram como os pais do cinema para mim. O que me fez lembrar de Lauren, ela amava o Depp, vivíamos falando dele, que quando eu fosse trabalhar com ele a levaria para conhecê-lo e ela sempre ficava empolgada. E naquele dia eu estava de frente aos dois ícones, mas sem ela comigo.
 

POV LAUREN

Mais um show, em um lugar que eu sempre sonhei estar com a Camila, estava realizando um sonho, mas ele já não fazia sentido para mim, era um sonho que eu sonhava ao lado dela. Estávamos de volta ao Brasil, prontas para encarar um dos estádios mais conhecidos do mundo. Maracanã. 78.838 pessoas. Todos os ingressos vendidos e ela não estava ali para segurar minha mão e dizer que daria tudo certo.

As meninas estavam se aquecendo e eu estava como sempre no meu cantinho tentando ver alguma notícia de Camila pela internet, mas eram sempre as mesmas coisas, ela sempre fugindo dos paparazzis, sem responder suas perguntas. Camz não afirmava o que eu havia dito, mas também não negava, guardava para ela. Na maioria das vezes ela estava de óculos escuro e quando não estava, dava para ver suas olheiras. Em uma das fotos que vi ela estava em um carro e eu conhecia aquele carro, era o de Dinah, ela estava de volta. Rapidamente digitei uma mensagem para ela.

Lauren Jauregui: Como está Camila?

Esperei alguns segundos, mas ela não respondeu, eu ia continuar esperando-a, mas a presença de Ally me fez bloquear a tela do celular e fitá-la.

- Está tudo bem? - Ally fez um carinho gostoso em meu braço.

De tudo que tinha acontecido, a única coisa boa foi ver que Ally me aceitava do jeito que eu era, que ela era minha amiga de verdade, que eu podia contar com ela em qualquer momento.

- Sinto falta de Camila. - Soltei um suspiro.

- Foi uma burrada o que você fez. - A baixinha cruzou os braços e parecia estar muito brava, pela primeira vez Ally não tentou me acalmar e resolveu falar o que realmente achava.

- Eu sei, - Abaixei a cabeça. - mas acho que isso foi melhor para ela.

Nesse momento meu celular tocou, desbloqueei rapidamente a tela e vi que era uma mensagem de Dinah. Sorri, mas rapidamente meu sorriso saiu do meu rosto quando vi a sua resposta. Voltei a olhar para Ally que me esperava ansiosa, virei a tela do celular para ela, revelando a mensagem de Dinah.

Dinah Jane: Veja você mesma.

A abaixo de sua mensagem havia uma foto de Camila sentada em um cantinho, com os cotovelos apoiados nos joelhos e seu queixo apoiado em suas mãos, seu olhar estava perdido e várias pessoas trabalhando ao seu redor para que a cena saísse.

- Isso não parece ter sido melhor para Camila. - Ally voltou a me fuzilar.

- Meninas, - Simon invadiu o camarim com um sorriso enorme. - o show vai começar, precisamos ir.

 

Não tinha mais volta, estávamos todas em fila na escada que dava para o enorme palco do Maracanã, um friozinho na barriga e uma saudade, saudade dela comigo. Nem naquele momento eu consegui esquece-la, nem o frio e o nervosismo de subir ao palco em um momento tão grande e importante, eu conseguia a tirar da minha cabeça.

[...]

O show estava chegando ao final. Estávamos prontas para cantar a última música, música que era muito especial para mim. Resolvi que queria falar com todas aquelas pessoas antes de me despedir e pela primeira vez falei com eles, com aqueles que me amavam acima de tudo e me apoiavam do jeito que eu era.

- Como estão, vocês? Muito obrigada por estarem aqui. Vocês fazem parte da nossa família. Vocês são tudo para a gente. - Uma gritaria abafava minha voz, tentei falar um pouco mais alto, mesmo usando o microfone. - Essa próxima canção é muito importante para mim e eu gostaria que todos cantassem juntos com a gente. Ela se chama Who are you. - Usei do meu português misturado com o espanhol, tentando fazer com que todos me entendessem.

E de repente meu coração começou a bater errado, um coro se fez presente e eles chamavam por "CAMREN", nome que Camz e eu demos para o nosso shipper. Camren. Eles estavam apoiando a gente. Se passaram quatro meses e eles ainda lutavam por nós, era como se eles soubesse que essa era a nossa música, era como se eles soubesse que Camz e eu escrevemos essa música juntas em seu quarto.

As luzes se apagaram me arrancando de meus pensamentos. Olhei em volta e vi Ally que me olhava sorrindo, sentei em minha cadeira sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Suspirei quando as luzes voltaram a se acenderem, diretamente em minha direção. Eles cantavam em coro "uh uh uh uh uh". Levei o microfone até a minha boca e comecei.

- Monday, you sent me flowers. Tuesday, made me feel stupid. Wednesday, the world was ours. Thursday, you didn't prove it. 
(Segunda-feira, você me mandou flores. Terça-feira, me fez sentir uma estúpida. Quarta-feira, o mundo era nosso. Quinta-feira, você deu um passo.)

Fechei os olhos assim que acabei de cantar, lembrando de a aproximadamente um ano atrás. A gente no Brasil, Camz sumida e eu naquele palco me sentindo incompleta.

- Friday, fell back in love. Saturday, we didn't talk. Sunday, you said you needed space.
(Sexta-feira, eu me apaixonei de novo. Sábado, não nos falamos. Domingo, você disse que precisava de espaço.)

Escutei a voz de Normani, ainda de olhos fechados.

- Do you miss me? Am I crazy? Am I losing hold of your love baby?
(Você sente a minha falta? Sou uma louca? Eu estou perdendo o controle do seu amor?)

Ally vinha com sua voz maravilhosa, o que me fez lembrar mais ainda dela. E naquela hora viria a parte dela, soltei um suspiro e um coro chamando por Camila me fez abrir os olhos e fitar toda aquela multidão que recordava aquele momento junto comigo.

- Cantem com a gente. - Ally pediu oferecendo o microfone aos nossos fãs.

- Either you want me or you don't. I need to know. I need to know.
(Se você me quer ou não. Eu preciso saber. Eu preciso saber.)

Eu te quero Camila, eu te quero... Foi o que eu pensei antes de cair em um choro compulsivo, eu não podia controlar, eu estava me controlando a muito tempo, mas não podia mais. Estava doendo e doendo demais, só eu sabia o quanto doía em mim, o quanto eu precisava dela, o quanto me sentia fraca e idiota por tudo. 

Eu não consegui terminar a música, só conseguia chorar, chorar por tudo que estava acontecendo. Pensei em sair correndo, mas meus pés não me obedeceram. As meninas se levantaram e caminharam em direção ao começo do palco, Ally pegou em minha mão e me ajudou a caminhar ao seu lado. Demos as mãos, curvamos nossos corpos em direção aos nossos fãs e enquanto elas continuavam agradecendo, eu corri para o camarim, não aguentaria mais ficar ali.

Cheguei no camarim e uma pessoa abriu a porta logo em seguida. Simon abriu os braços e eu corri em sua direção, abraçando-o com toda a força possível, para logo depois quase me desabar no chão se não fosse por ele que me segurou e me sentou no sofá.

- Não posso mais, Simon, não consigo ficar mais longe dela, eu preciso dela. - Disse em meio a soluços.

- Tem uma pessoa que quer te ver. - Ele fez carinho em meu cabelo, para logo se levantar e caminhar até a porta, fitei-o sem entender. - Pode entrar, rapaz.

Simon sorriu para alguém que descobri ser assim que passou pela porta. Meu assessor se retirou deixando Chay e eu a sós, me levantei do sofá, mas ele se sentou do meu lado e me fez voltar a sentar.

- O que você está fazendo aqui? - Finalmente perguntei.

- A série acabou como você já deve saber, estamos fazendo alguns shows, mas ganhamos uma folguinha de uma semana e ela acaba daqui a dois dias, volto a fazer show em Miami, cidade de Camila. - Chay coçou a nuca mostrando seu desconforto.

- Eu nasci lá, sabia? 

- Sério? - Ele me encarou sem acreditar.

- Me mudei para Los Angeles quando ainda era criança. - Sorri fraco.

- Você tentou fugir de Camila quando era criança e ela te encontrou mesmo assim. E agora está fugindo de novo. - Ele me fitou sério dessa vez. Eu não disse nada, não tinha nada para dizer, ele estava certo. - Camila ficou bem triste com tudo isso. Ela nem parecia a mesma durante as gravações.

- Se sua ideia era acabar comigo, você conseguiu. - Encostei minha cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos.

- Você é boa nisso.

- Nisso o que? - Abri os olhos e olhei para ele.

- Nisso de ser idiota. - Revirei os olhos e voltei a fechá-los. - A minha ideia não foi acabar com você, mas até que foi bom isso. - Eu ia falar, mas ele não deixou. - Eu não posso ver um amor tão bonito morrendo assim, essa é a sua sorte. Você pode dizer o que for para mídia, que eu sei que o amor de vocês é verdadeiro.

- Agora não adianta mais nada.

- Você está errada. - Ele falava mais sério ainda, não brincava mais como sempre fez. Abri os olhos e me virei para ele.

- Camila me odeia.

- Ela está com raiva e com razão.

- Eu não sei mais o que fazer. - Soltei um suspiro. - Antes de vir ao Brasil tentei ir a casa dela, mas Sinu disse que ela não quer me ver, nem me deixou entrar.

- A surpreenda, Lauren. - Chay sorriu com um olhar tranquilo. Suspirei e fitei o chão. - Hoje tem um show de um amigo meu e tenho um convite sobrando, vamos comigo?

- Eu não estou legal para ir a um show, mas obrigada. - Sorri de forma amigável, fitando-o.

- Vai ser bom para você, de repente o show possa te ajudar de alguma forma. As músicas do Luan são as mais lindas que eu já vi até hoje. - Ele me olhou com uma carinha de pidão e eu sorri.

 

03 de Março de 2016

POV CAMILA

Era o nosso último show, iriamos fechar um ciclo. Prometi para mim mesma e para Dinah que me perturbou, que esse show eu daria tudo, daria o meu melhor e esqueceria de tudo que eu estava passando, apenas pensaria naqueles fãs que não tinham culpa de nada.

Estávamos na minha cidade, estávamos em Miami. Todos no camarim exceto Chay que do nada saiu correndo após receber uma ligação. Conversava com Dinah que me contava como foi as suas loucuras ao lado de Emma Watson, era lindo ver minha amiga com aqueles brilhos nos olhos, ela realmente estava realizada e aquilo me deixava feliz. Dinah disse que precisava fazer uma ligação e me deixou sozinha em meu canto, mas não por muito tempo, pois Chay chegou correndo da mesma forma que saiu, mas dessa vez ele tinha um papel na mão.

- É para você. - Ele estendeu o papel e eu peguei.

- De quem é? - Olhei para ele se entender

- Vira o papel que você vai saber. - Ele me deu as costas. - Pri, vamos ali comigo. - O moreno pegou na mão da menina e os dois saíram, deixando apenas, Rodrigo, Sinu, minha carta e eu.

Virei o papel e tinha o nome dela. Lauren Jauregui. Meu coração bateu errado e meus olhos automaticamente se encheram de lágrimas, fechei os olhos para logo abri-los e soltar um suspiro ao ver mama se aproximar, ela tinha um olhar preocupado. Sinu passou a mão no meu rosto, limpando uma única lágrima que escorria.

- O que foi, hija?

- Ela mandou essa carta pelo Chay.

- Por que você não a lê, Kaki? - Mama fez carinho em meu rosto.

- Eu não sei se quero.

- Independente do que Lauren te fez, você sente falta dela e aposto que ela sente sua falta. Kaki, você não sabe o quanto doeu em meu coração todas as vezes que tive que manda-la embora da nossa casa, não por ela, mas porque eu sabia que você estava mal e que vocês poderiam se entender. Então, por favor, pelo menos dessa vez, veja o que ela quer.

- Tudo bem, mama. Vou a sala ao lado.

Mama deu um beijo em minha testa e fez um carinho em meu rosto, retribui o beijo, mas em sua bochecha e fui para a sala vazia ao lado e para minha tristeza era um salão de jogos, o que me fez lembrar do dia que sem querer a machuquei.

"Verônica pegou duas raquetes de ping-pong e uma bolinha. Sim, nós fomos jogar. Verônica era boa e estava me esculachando. Eu mal conseguia acertar a bolinha, mas era divertido, ela caía na gargalhada, então prometi para mim, que pelo menos um ponto eu faria. A bolinha veio para o meu lado, me preparei e acertei a bolinha em cheio, bati com tanta força que ela sequer parou até Verônica, ela foi direto em direção a porta. Para o meu azar, Lauren estava entrando no camarim e a bolinha acertou entre o olho e a bochecha de Lauren. 

- Meu Deus! Me perdoa! - Soltei a raquete. Ela caiu no chão e fui correndo até Lauren.

- Eu vou pegar gelo. - Vero se retirou."

"Fui em direção a Lauren para pegar a bola, mas ela recuou, tentei pegar novamente, ela começou a quicar a bola, continuei tentando pegar a bola, mas Lauren era boa e eu não conseguia. Ela passou por mim, e foi correndo em direção a cesta, corri até ela e entrei na frente para impedir que ela jogasse a bola, Lauren tentou passar por mim e eu a segurei, abracei-a para ser mais exata, abracei-a pela cintura. Lauren soltou a bola e nossos olhos se encontraram, aqueles olhos verdes intensos voltaram e como sempre me hipnotizaram, eu podia sentir a respiração dela. Ainda a abraçava pela cintura, ficamos alguns segundos sem movimentar um dedo. Meu olhar desceu até a sua boca, nessa hora a porta abriu, mas eu ainda estava conectada a Lauren.

- Finalmente achei vocês, o gelo já tá quase derretendo.

Verônica tinha entrado de cabeça baixa, olhando para o gelo que estava virando água em sua mão, provavelmente não tinha visto o que estava acontecendo. Soltei Lauren e me ajeitei."

Limpei algumas lágrima que escorriam pelo meu rosto, sentei em um cantinho no chão mesmo e desdobrei o papel.

"Camz, eu sei que fui uma idiota, que tentei ver o melhor para você, mas que hoje vejo que não era o que eu imaginava. Eu juro que não agi de má fé, a única coisa que eu queria era te ver bem, mas como sempre eu fiz uma burrada. Eu prometo, Camz, prometo que dessa vez vai ser diferente, que vou deixar a gente em primeiro lugar e não o que eu acho que seja melhor para você. Eu não consigo viver sem você, Camz. Eu não quero ficar falando por carta, mas tentei te ver, te liguei, te mandei mensagem e nada, então escrevi essa carta, mas não quero falar por ela, gosto dessa coisa antiga, mas ainda prefiro olhar em seus olhos. Eu estou no seu show, voltei correndo do Brasil para vir te ver, nem que seja de longe, mas eu gostaria muito de poder conversar com você, ainda mais nessa cidade onde nós duas nascemos, e mesmo eu me mudando para Los Angeles, o destino e o nosso amor nos juntou novamente. Então se eu puder pelo menos te olhar mais uma vez e dizer tudo que eu tenho para te dizer, responda no verso dessa carta e entregue ao Roobertchay, por favor.

De sua princesa, 

Lauren Jauregui."
 

Ela havia nascido em Miami e nunca havia me contado isso. Um dor bateu em meu peito em saber que Lauren tinha tantos segredos, mas ao mesmo tempo gostando tanto de saber que ela havia nascido na mesma cidade que eu.

Eu já não podia mais ficar longe dela, por mais que a magoa ainda fosse grande dentro de mim, eu queria poder vê-la, nem que fosse para ter uma briga feia e dizer o quanto ela era estupida, mas eu precisava olhar naqueles verdes intensos, eu precisava ver como ela estava, eu precisava tocar em sua pele, sentir o seu cheiro, eu precisava dela.

Escrevi rapidamente no verso do papel para que ela me encontrasse depois do show no camarim. Corri de volta para a sala ao lado, encontrando Chay conversando com Pri e Rodrigo, me aproximei dos três e entreguei o papel para o moreno sem dizer nada, ele por sua vez sorriu e saiu correndo, como um adolescente de quinze anos.

Depois que Chay voltou fomos os quatro para o palco, juntos com os músicos e os dançarinos. Nunca me imaginei fazendo aquelas coisas, achei que fosse apenas atuar em minha vida, mas surgiu a oportunidade de cantar, coisa que eu nunca imaginei que eu teria dom, mas parece que agradei ao público depois que cantei com a Harmony e com o Chay.

[...]

O show foi emocionante, os fãs choravam e cantavam o tempo todo, sem pausa, mas ele estava terminando. Havíamos cantado a última música e o que nos restava era nos despedirmos e era o que Rodrigo estava fazendo. O moreno estava no meio do palco, junto a nos três, todos abraçados, virados para os fãs.

- Muito obrigada a todos vocês que acompanharam a gente até aqui. - Rodrigo disse sorrindo.

- Obrigada, pessoal. Vocês são tudo para mim. - Dessa vez foi a vez da Pri.

- Obrigada Miami, vocês não sabem o quanto estou feliz de fechar um ciclo na cidade em que eu nasci. - Deixei uma lágrima escapar.

- Espera, Mila. Antes de fecharmos esse ciclo eu tenho uma surpresa. - Chay disse para depois caminhar até a lateral do palco e chamar por alguém.

Rodrigo e Priscilla caminharam abraçados para a mesma lateral, me deixando sozinha no meio do palco. Franzi as sobrancelhas sem entender. Não havíamos combinado nada. Neguei com a cabeça sem entender, até alguns homens da produção invadirem o palco com um enorme e lindo piano branco, Chay sentou em um banquinho, Priscilla e Rodrigo se encostaram no piano enquanto olhavam para mim sorrindo.

Ohhh, que lindos! Meus amigos brasileiros iriam fazer uma surpresa para mim, afinal era o meu aniversário, não é mesmo? A ficha estava caindo, eles cantariam uma música surpresa de aniversário com bolo e toda a minha família. Não via a hora de ver Sofi correndo por aquele palco e caindo em meus braços, logo atrás dela viriam papa e mama.

Suspirei esperando que tudo acontecesse, mas Chay puxou uma música que estava longe de ser Parabéns, ou Happy Birthday e nem menos Las Mañanitas. O ritmo era calmo, tranquilo e logo eu entendi o que estava acontecendo, quando uma voz conhecida tomou conta daquele enorme espaço, fazendo meu coração bater errado e meus olhos se encherem de lágrimas.

- Eu não sei... De onde vem... Essa força que me leva pra você.

Ela finalmente apareceu, revelando aquela roupa que me fez suspirar por ela pela primeira vez. Lauren usava uma calça jeans preta colada, uma camisa branca com a estampa preta escrito "The 1975", cabelos longos pretos e ondulados nas pontas. Ela estava do outro lado do palco, oposto ao do piano, um holofote virado em sua direção a iluminava, a deixando mais branca que o normal.

- Eu só sei, que faz bem... Mas confesso que no fundo eu duvidei.

Ela começou a caminhar lentamente em minha direção, sua mão que segurava o microfone tremia nitidamente, mostrando todo seu nervosismo e eu não estava tão longe, meu coração estava quase saindo pela minha boca.

- Tive medo, e em segredo... Guardei o sentimento e me sufoquei... Mas agora é a hora... Eu vou gritar pra todo mundo de uma vez.

Ela continuou caminhando até parar a centímetros do meu corpo, que permanecia parado no meio do palco. Meus olhos a fitavam e quando ela deu mais um passo em minha direção, pude vê-la entrar em nossa bolha, ela tinha os olhos verdes clarinhos, um sorriso calmo em seu rosto e sua mão ainda tremia junto com o microfone.

- Eu tô apaixonada. Eu tô contando tudo. E não tô nem ligando pro que vão dizer.

Aquela letra era bonita, era linda, mas a cima de tudo era algo que ela estava querendo me dizer, mas não conseguia, não diretamente...

- Amar não é pecado. E se eu tiver errada. Que se dane o mundo. Eu só quero você.

Lauren segurou o meu rosto com sua mão livre e começou uma carícia, encostou a testa na minha e eu fechei meus olhos.

- Eu tô apaixonada. Eu tô contando tudo. E não tô nem ligando pro que vão dizer. Amar não é pecado. E se eu tiver errada. Que se dane o mundo. Eu só quero você.

Ela desencostou as nossas testas, soltou o meu rosto delicadamente me fazendo abrir os olhos e fitá-la. Lolo sorriu e passou por mim calmamente, estourando completamente nossa bolha. Alguns fãs gritavam, me trazendo para a realidade, um sorriso bobo escapou de meus lábios ao vê-la caminhar até um grupo de fãs, enquanto Chay fazia seu solo no piano. Lauren se abaixou em frente ao palco pegou uma bandeira do Brasil que no meio tinha a palavra Camren, enrolou em suas costas e ficou de pé, virando para mim e voltando a cantar.

- Eu não sei... De onde vem... Essa força que me leva pra você... Eu só sei, que faz bem... Mas confesso que no fundo eu duvidei.

Ela voltou a caminhar em minha direção, com a mão livrei entre seus seios, como se estivesse tocando em seu coração.

- Tive medo, e em segredo. Guardei o sentimento e me sufoquei. Mas agora, é a hora. Eu vou gritar pra todo mundo de uma vez.

Lauren me alcançou, segurou minha mão e deu um beijo nela, passou sua mão pelo meu ombro até chegar em meu pescoço, onde começou uma carícia, enquanto cantava olhando em meus olhos.

- Eu tô apaixonada. Eu tô contando tudo. E não tô nem ligando pro que vão dizer. Amar não é pecado. E se eu tiver errado. Que se dane o mundo. Eu só quero você.

Lolo passou a língua em seus lábios para umedecê-los e eu acabei sorrindo com sua ação. Ela subiu sua mão até o meu rosto, fazendo um carinho.

- Camz, eu quero te pedi perdão na frente das pessoas que mais te amam nesse mundo. Seus pais, sua irmã, seus amigos e seus fãs. Essas pessoas te amam independente de tudo, eles te amam pelo que você realmente é, e não por um rótulo, ou uma máscara que eu fiz você manter durante esses meses. Eu fui fraca, covarde, achando que estava sendo forte, te protegendo. 

Ela deixou uma lágrima escapar de seus olhos, mas eu rapidamente tentei limpa-la, mas ela não deixou, segurou minha mão.

- Não limpa, Camz. São lagrimas de felicidade por você estar aqui comigo. - Ela beijou minha mão e voltou a dizer. - Eu escutei essa música em um show que fui com o Chay a dois dias atrás e quando a escutei, vi toda a minha história nela. Quando te vi pela primeira vez no colégio, quando quebrei seu celular, eu não sabia de onde vinha essa força que me leva para você, mas eu sabia que ela me fazia bem, mas eu confesso que por algum tempo eu cheguei a duvidar, porque eu tive medo. Então em segredo guardei meus sentimentos e acabei me sufocando, mas agora, Camz, eu não tenho mais medo, não quero mais guardar meus sentimentos, não quero seguir me sufocando. Quero gritar para todos saberem que eu estou apaixonada, que eu estou contando tudo e que não estou ligando para o que vão dizer.

Lauren chegou mais perto ainda de mim, se é que era possível, senti sua respiração bater em meu rosto, seu nariz já roçava no meu.

- Amar não é pecado e eu estiver errada, que se dane o mundo, eu só quero você.  - Ela suspirou para enfim perguntar. - Me perdoa, Camz?

Eu fiquei em silêncio. Eu queria responder, queria que ela soubesse tudo que eu senti, que eu estava sentindo, mas eu não conseguia falar nada, tinha um nó em minha garganta impedindo que as palavras saíssem.

- Não precisa dizer nada agora. Eu vou estar no camarim e se você quiser conversar comigo, eu vou estar te esperando.

Ela fez um último carinho meu rosto, segurou o mesmo com as duas mãos e deu um beijo calmo em minha testa, para logo me dar as costas e caminhar em direção aos meus três companheiros de trabalho, que a receberam com um abraço coletivo.

- CAMREN, CAMREN, CAMREN... - Um coro feito pelos fãs preenchiam todo o local. O coro que não foi abafato pelas "Las Mañanitas" que foi cantada pelos meus três amigos, Dinah, minha família e toda a equipe, era um misto de parabéns com Camren.
 

Enquanto todos cantavam "Las Mañanitas" eu só tinha uma coisa em minha cabeça. O que eu diria a ela.


Notas Finais


Como estamos?
Estamos a caminho do final mesmo, estamos quase lá. Não sei ainda quantos capítulos tem, pode ser que no próximo acabe, ou que ainda tenham três ou cinco capítulos, talvez. Não sei ainda bem como vou dividir, mas já sei como algumas coisas vão acontecer.

Até uma próxima, pessoinhas.

Who Are You - Fifth Harmony: https://www.youtube.com/watch?v=WH4B6aAt4X8
Amar Não é Pecado - Luan Santana: https://www.youtube.com/watch?v=kbhxWHoTXKc


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