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História Beyond of life - NCT - (hiatus) - Essas vozes


Escrita por: tiasjnct

Notas do Autor


Olá olá!

Aqui é a Angel e eu estou trazendo mais um capítulo desse projeto maravilhoso que a @SJNCT me chamou para desenvolver com ela hihi espero que vocês gostem, muitas coisas estão por vir!!

Vocês tem alguma ideia do que vem por aí? Deixem nos comentários haha

Ah sim, uma pequena legenda pra esse capítulo:

Itálico: Vozes escutadas pela Alice
Negrito: Pensamentos do Mark
Sublinhado: Pensamentos do Mark

Tenham uma boa leitura!

Capítulo 3 - Essas vozes


No seu coração e na sua mente, Eu estarei com você por todo o tempo

 

Paris — Julho de 1781

—Dépêchez-vous, Catarina! — Ouço as batidas na porta que mamãe dá enquanto passo pela décima vez a mão em meu vestido. — Duquesa Lousie está a ficar irritada com sua demora, não a deixe esperando!

—Ah, por que eu tenho que ir? — Resmungo ajeitando meu gorro branco. — Tão chato...

—A Duquesa precisa estar acompanhada de uma criada, e eu já estou velha demais para isso, apenas se apresse. — Mamãe me responde e abro a porta, mostrando que já estava pronta. — Está linda, fille.

—Está igual a todos os dias. — Observo meu irmão revirar os olhos puxadinhos ao lado da porta. — Dá cá esse braço de uma vez, ou então chegaremos atrasados!

Era a primeira vez que eu iria ao palácio de verdade, e por isso estava tão nervosa. Meu irmão, Jungwoo, por sua vez já havia ido até lá outras vezes acompanhando o filho dos patrões, eles eram bem amigos, era bonito de ver. Talvez pudessem abrir um comércio juntos de não fossemos meros plebeus.

Sorri doce ao ver John nos esperando do lado de fora da carruagem, sua mãe já devia estar dentro da mesma bufando de ódio, ele me deu a mão para subir e a ofereceu a meu irmão também, mas esse apenas deu um tapa na palma dele rindo e subiu também.

Duquesa Lousie não é uma mulher ruim, mas é muito metódica... Tenho pena da mulher que a terá como sua sogra.

—Catarina estás cada vez maior, já não está na hora de procurar um noivo? — A Seo me diz e fico sem reação com sua pergunta.

—Não fales bobagem, mère. — Por sorte, o Duque me salva. — Catarina tem apenas 14 anos, nem moça deve de ser ainda.

—Apenas não quero que ela passe da idade, fils. — Ela diz ao mais velho. — Não quero ficar a ter uma solteirona em minha casa.

Não consigo evitar de ficar sem graça com a conversa seguida, então apenas ajeito o avental branco, buscando fugir de qualquer contato visual possível entre eles e mim.

É fato que preciso arranjar um noivo urgentemente, mas eu desejo alguém que goste de mim verdadeiramente... E não casar-me por causa da idade. Infelizmente, não sei se alguém é capaz de compreender-me.

Meus olhos se deslumbram com a beleza de Versalhes que era agraciada com vastas águas que batiam contra seus lindos vidros como espelhos, causando diversos arco-íris sob a grama verdinha e aparada. 

Era o lugar mais lindo que eu já havia visto.

—Fique aqui, pode ir até onde quiser nos jardins, mas não ultrapasse o limite para empregados. — Não sei o porquê fui chamada se não posso entrar, que entediante.

—Sim senhora. — Respondo entediada e imediatamente vou explorar os jardins.

Os jardins pareciam um verdadeiro labirinto e em pouco tempo, eu já podia me considerar perdida. As rosas eram bonitas e estavam por toda a parte, cresciam rasteiras e tinham cores que eu sequer já havia visto alguma vez, mas as flores que realmente chamavam minha atenção era os lírios brancos. Tão brancos como as nuvens, tão delicados e cheirosos... Tão... Lindos.

Além dos lírios, haviam também Hibiscos da Síria que tinham uma cor levemente rosada que me encantaram. Era uma flor que quase não existia por aqui e pensei que só cresciam na casa dos patrões. Incrível.

—Ham... Será que se eu pegar uma vou ser considerada uma ladra? — Penso alto, sem me dar conta que estava afastada do palácio.

Escutei um trote de cavalo próximo a mim e quando me virei, vi não muito longe um equino negro montado por talvez, o homem mais belo que já vi em toda minha vida.

Suas roupas eram finas e cheias de medalhas, numa coloração vermelha sangue e mesmo com o chapéu marrom em sua cabeça, pude ver os cabelos negros que escorregavam frente a seus olhos, esses profundos e da mesma coloração dos fios lisos. Sua pele era levemente banhada pela luz do Sol e era como se refletisse os raios.

Quando dirigiu o olhar a mim, era doce.

Logo após o cavalo parou, e o mesmo deu apenas um salto tranquilo, porém rápido para descer e ajeitando as roupas de maneira apressada e engraçada. Então amarrou o pobre bicho num poste e se virou novamente para mim com um sorriso sem graça e pequeno.

—Hey você aí! Jolie Fille! — Acenou pra mim. — Não conte a ninguém que me viu aqui! — Saiu correndo jardim a dentro ainda falando.

E sumiu, entre os lírios brancos e as rosas de sharon.

 

*****//*****

 

Chicago — Outubro de 2019

—Helena! Você poderia, por favor, me emprestar o MEU professor. — Pedi pela décima vez naquele dia, dando ênfase que John estava ali como meu professor, e não para namorar a minha irmã. — Eu tenho um trabalho para entregar.

—Quanto vai me pagar pela hora extra? — O mais velho questionou enquanto ria, se aconchegando melhor na cama de Lena. 

—Não seja maldoso e ajuda a sua cunhadinha, vai. — Choramingo, mas os dois idiotas apenas dão risada.

—Ah agora ele é meu namorado e não SEU professor, sua interesseira! — Minha irmã me acusa e joga uma de suas almofadas na minha direção, mas apenas desvio e me volto para o papel.

Em branco. Era assim que estava o meu trabalho do senhor Banner que eu precisava entregar daqui dois dias e se eu não bolasse um roteiro genial em menos de um dia e meio, viria com um belo zero no boletim além de claro, perder um ano de faculdade. E cá entre nós, cursar cinema não é nada barato.

Mas, eu agradecia aos céus pelo professor John ter caído nas graças de Helena. Além de uma pessoa muito legal e simpática (e um tanto quanto brincalhona) eu ainda poderia pedir sua ajuda quando precisasse com a faculdade! Parecia um pacote completo de perfeição! Óbvio que, para mim a prioridade era que ele fizesse minha irmã feliz, se ele conseguisse, então estava de bom tamanho para mim.

Eles eram fofos juntos. Ele estava sempre abraçando ela por aí e fazendo cócegas quando ela ficava irritada. Eu gostaria de ter um relacionamento como o deles, um dia.

—Sobre o que exatamente você está com dificuldades? — O Seo me questiona enquanto sobe as calças (que são largas demais pra ele) e vem em direção a escrivaninha da outra Berger que eu estava utilizando. 

—Em tudo! — Bufo irritada. — Como posso bolar uma estória sem um tema? "Tema: Livre", rum, isso nem existe. — Cruzo os braços.

—Não seja ranzinza, Alice. — Lena chama minha atenção como uma mãe furiosa que pegou um filho fazendo malcriação com alguém. Temos apenas dois anos de diferença na idade, mas é incrível como ela parece anos luz mais madura do que eu. — Basta procurar inspiração em algo...

Fácil falar, difícil de colocar em prática.

Quando me viro para dar uma resposta afiada a minha irmã, meus olhos vão parar em uma pasta marrom sob o móvel onde estou. Sabia que não pertencia a Helena pois ela não costumava deixar suas coisas do mestrado jogadas por aí, por isso conclui que devia ser do meu cunhado. Seus famosos desenhos misteriosos.

O professor John carregava para cima e para baixo com seus papéis rabiscados na faculdade, e sempre que podia sacava um lápis e começava a desenhar novamente, muitas vezes em meio as aulas e na maioria durante explicações de matéria, o que fazia muitos não gostarem dele.

—Hey, ursão. — Chamo o homem curiosa, e ele me encara com olhos risonhos já que não entendia o apelido que eu havia lhe dado. Mas sendo sincera, eu apenas... Inventei, não tinha muito sentido. — Qual a sua inspiração para os desenhos?

—Hm? Que tipo de pergunta é essa? — Ele responde confuso enquanto coloca o braço ao meu lado, para espiar minha folha em branco. — Bom... Não tem exatamente uma inspiração... Eu apenas os faço. — Explica pausadamente. — Quer vê-los?

Assinto em resposta, ansiosa para ver os tão falados por todos, desenhos de Seo Johnny.

Enquanto passa as imagens pretas e brancas, percebo que há um padrão. Na maioria das vezes é um prédio grande e parecido com um castelo, mas não exatamente um, já que não existem torres ou portões e quando não é essa estrutura, são dois rostos orientais de dois homens. Um deles me chama a atenção pelo maxilar marcado e a risada genuína em que estava envolvido, com direito a boca aberta e olhos comprimidos.

—Hahahahahahaha pare de dizer bobagens John. 

—Hm? Quem disse isso? — Questiono confusa, e Helena me olha como se eu fosse louca, provavelmente pensando que estou ouvindo aquelas vozes, de novo. — Estranho...

—Estamos todos quietos, Alice. — Minha irmã diz e eu apenas a encaro. — Tudo bem? — Apenas assinto querendo mudar de assunto.

—Que lugar é esse, Johnny? — Pergunto curiosa, querendo fazer Lena esquecer sobre a minha pergunta estranha e fora de hora que eu havia soltado a poucos segundos atrás. — Você o desenha perfeitamente... Já visitou alguma vez? — Ele ri nasal e nega.

—É Versalhes, na França. — Explica brevemente. — Era o palácio onde a realeza francesa morava, foi palco de muitas festas e também do fim da monarquia, na Revolução Francesa.

—Já ouviu a famosa frase, "cortem-lhe a cabeça"? — Helena me questiona e eu assinto. — Foi inventada naquela época, junto com a Guilhotina.

Aquela frase me causou algo estranho, e minha cabeça doeu um pouco.

—Eu já sei! — Salto da cadeira, quase derrubando meu professor no processo. — Eu quero fazer meu TCC lá! Vou filmar em Versalhes!

—O que? — Minha irmã me olha confusa e assustada.

—Isso mesmo, isso mesmo. — Assinto esbaforida. — Ursão, aceita ser meu orientador?

—Não sei exatamente se a banca vai aceitar justamente eu como seu orientador... Mas... — Sorri aberto. — Conte comigo, Vamos a Versalhes.

—Quero que venha a Versalhes comigo, Catarina.

 

*****//*****

 

—E esse é o último cômodo, meninos. — Jungwoo diz antes de abrir a porta para que pudéssemos passar. — O resto do museu está em bom estado.

Esse bastardo, sempre atrapalhando meus planos.

Nego com a cabeça levemente para afastar esses pensamentos estranhos que, particularmente estava tendo desde que cheguei na França junto do meu melhor amigo, Donghyuck. É como se a voz dentro de mim fosse agressiva, e tivesse vida própria, rum, devo estar ficando louco.

Sendo sincero, nunca pensei que viria parar na Europa. Mas tanto eu quanto Hyuck queríamos novos ares (e obviamente um bom salário), então surgiu a oportunidade e aqui estamos. Esse cara, Jungwoo, é coreano também e divide apartamento conosco. É uma pessoa legal mas... Em alguns momentos me causa raiva, por nada específico, mas causa. Já em outras, sinto como se ele fosse um amigo de anos e anos. Bizarro, eu sei. Nos conhecemos ainda em Seul, mas nunca nos falamos... nosso contato ocorreu justamente aqui.

Estávamos aqui para restaurar algumas partes de Versalhes que estão se deteriorando devido ao tempo e, ele é guia do local.

—Nossa... Que incrível. — Meu amigo diz assim que colocamos os pés dentro do local. — Foi um quarto de príncipe ou coisa assim?

Os lustres enormes talvez fossem a coisa mais inteira daquele local, já que a cama tinha lençóis brancos e travesseiros na mesma coloração amarelados pelo tempo e o papel de parede por todo o lugar começava a se rasgar naturalmente. Já o cerco de madeira que separa o móvel do resto do quarto está a ponto de cair a qualquer momento, assim como um dos sofás no canto do quarto, que tem seu tecido branco rasgado. A moldura da janela também está intacta, provavelmente feita de ouro e não existe um guarda-roupas ou closet.

O que foi que fizeram com o meu quarto?

Meu quarto?

—Acreditamos que pertenceu ao príncipe mais novo. — Jungwoo explica brevemente, dando de ombros. — A parte histórica é com Doyoung, na verdade.

O nome Doyoung me desperta uma raiva descomunal, por algum motivo.

Aquele desgraçado.

Aquele desgraçado, é tudo culpa dele!

Mas que diabos é isso na minha cabeça?

—Havia algo naquele canto? — Aponto um canto vazio do quarto ao lado de uma mesinha com um vaso grande de porcelana branca e dourada. — Está vazio demais, e parece que nada ficava desabitado por aqui. — Rio baixo.

—Tinha uma pequena cama, já está na restauração. — O guia e colega de apartamento explica e eu assinto. — Acho que era onde dormia um dos "criados" do príncipe, ou talvez onde ficava a amante dele.

—Amante? — Donghyuck questiona enquanto olha um quadro da época do renascimento grego. — O cara tinha amantes? Que safado!

Catarina não era minha amante!

—Apenas uma. — O outro responde. — Doyoung está sempre contando essa história em seus discursos.

—Eles deviam se amar muito... — Penso alto demais e ambos me olham confusos. — Quer dizer, naquela época era comum os nobres terem muitas amantes, né? — Tento consertar. — Se ele tinha apenas uma, deveria gostar muito dela.

Suspiro aliviado ao ver que ambos apenas deixaram para lá e começaram a falar sobre o grande espelho antigo em uma das paredes e caminho até a janela devagar, notando que na mesma haviam algumas jardineiras e que a terra ainda estava fofa, como se fosse recém colocada, estranho.

A visão privilegiada que o quarto tem do jardim é realmente algo para se admirar. Não entendo nada de flores mas algumas me chamam a atenção, são rosadas e crescem como se quisessem se apossar da parede e posso não saber muito, mas acho que isso não é comum para flores e também reparo que é um tipo de flor que eu via bastante na Coréia, mas não naquela coloração.

Parecem cuidar muito bem desse jardim, desde a hora que chegamos tem pessoas podando, regando e plantando coisas novas no mesmo. Olho para baixo e sinto uma vontade quase que incontrolável de pular, não era nada alto e os riscos de me machucar eram poucos, mas mesmo assim... Loucura.

Se eu tivesse com meu arco e flecha aqui, eu poderia facilmente acertar aquele homem no canteiro de rosas.

O que?

Da última vez em que você atirou em alguém, matamos o príncipe.


Notas Finais


E então? O que acharam?

Lembrando que: Apesar de essa estória retratar reencarnação, eu e a Hellen não somos especialistas nisso e podem haver erros. Não temos a motivação de ofender ninguém ou nenhuma fé.

Obrigada ❤️


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