História Beyond the grid | Nejiten - Filtro solar

Por Tenten Mitsashi 

Após duas horas de marketing e comunicação, mesclados aos trabalhos atrasados que não fiz por conta do jantar, o estresse catastrófico me atingiu. Não que,naquele dia, a faculdade fosse necessária para me tirar dos eixos. Naquele dia, eu havia acordado só de camiseta na cama de Neji Hyuuga, e pior, abraçada a ele. Como iria encara-lo na quinta rodada do GP em Monte Carlo esse fim de semana?

Minha lingerie estava horrível, como eu pude deixar o sono me dominar e concordar com isso? Se bem que ele jamais me olharia assim. Será que ele se incomodou por eu ter dormido em cima dele? Como eu fui parar ali? 

— Senhorita Mitsashi! Talvez devesse compartilhar com a turma o que tanto resmunga aí? — O Professor Genma me advertiu em voz alta. 

Eu não estava naquela sala. Por mais que eu tentasse, a realidade não me parecia nada atrativa, pelo menos não a da sala de aula. Juntei meus pertences e me retirei apressada da sala. 

“Ei, playboy! A aula acabou mais cedo. Vem me buscar?”  

Enviei uma mensagem de texto para o Neji, ainda eram onze e quinze, talvez fosse cedo demais para almoçar e ele estivesse trabalhando. 

— Tenten! — Ouvi um tom ameno e doce, porém conhecido, me solicitar. 

Era Hinata. Embora fôssemos alunas do mesmo campus, nossos prédios e grade horária eram dicotômicos. Ela cursava literatura inglesa, se formaria junto comigo. 

— Ah! Que bom te ver aqui! — Vou até a Hyuuga amigavelmente e a cumprimento com um abraço. 

— Você conseguiu descansar? — Ela me fitou com as orbes idênticas às dele. — Ontem você cochilou no carpete! Eu troquei seu vestido porque as pedrarias estavam machucando você. 

Obrigada universo! A Hinata quem havia me trocado! E as pedrarias do vestido explicam os pequenos hematomas nos meus ombros e cintura. 

Após agradecer Hinata e contar sobre o plano irritante de Neji de mentir para a tia francesa, o carro dela havia chegado. 

— Eu te deixo em casa, Tenten. — Ela disse gentilmente, apontando para o veículo preto na nossa frente. 

— E-EU...tenho mais uma aula — Menti. 

A única aula que eu teria em alguns minutos era a de como babar por um cara que é um bom amigo e colega de trabalho e mesmo assim você estraga tudo e confunde as coisas. 

“Hoje eu quero te levar em um lugar diferente, coques. Chego em vinte minutos.” 

Um “beep” chamou a atenção em meu celular, era Neji e seu charme idiota e constrangedor até por telefone. Um sorriso bobo e bochecha corada, seguidos de um sonoro “cacete”, eram o resultado disso. 

[...] 

— Então, coques...não sabia que era do tipo que faltava a aula. — Ele disse enquanto mordiscava seu cachorro quente. 

Estávamos próximos à Tower Bridge, observando o Rio Tamisa. Neji, surpreendentemente, tinha um tato impecável para comida de rua, e foi assim que encontramos o Ichiraku Hot Dog. Não era um simples cachorro quente americano, era gigante e estranhamente recheado. 

Ele estava usando um sobretudo acinzentado por cima do terno de mesmo tom. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo mal feito. Encostado na parede, ele comia com elegância, enquanto eu, já havia tomado um banho de mostarda. 

Neji se aproximou lentamente. Vê-lo de perto era sempre interessante e revelava um detalhe novo desse rosto tão impecável. Uma de suas mãos foi até minha face pálida e surpresa, ele a pousou em minha bochecha delicadamente, com o polegar, ele afagou a lateral da minha boca. CACETE! 

— Estava sujo. Desastrada. — Ele disse. 

Estava tão perto que pude sentir o calor de seu hálito. Eu fiquei estática. Quando estávamos juntos, eu sempre quis saber como seria abraçá-lo, e acordar ao lado dele, ouvindo seu coração batendo, foi uma sensação diferente, como fumar um baseado pela primeira vez. — Não que eu saiba como é isso — 

— Mitsashi, eu quero que desmarque seu hotel e fique comigo no Iate em Monte Carlo. O vôo também. — Ele disse se afastando. 

— M-Mas...Neji! Por que? E se os outros funcionários ficarem enciumados e disserem que a gente tem algo?— Eu protesto atordoada. 

— E nós não temos? — Ele sorriu debochado, como não fazia há dias. 

[...] 

— Sabia que viria, Coques. — Neji disse com seu habitual ar de “eu te avisei”. 

Eu e os Hyuuga já aguardávamos no aeroporto pelo vôo particular da família. Hiashi e Neji, após algumas sessões de terapia em grupo, estavam se dando melhor. Eu acreditava que, se Neji perdoasse Hiashi e o aceitasse, ele desistiria de tentar correr como o Hizashi. De alguma forma, Neji não quer que a memória do outro Hyuuga se apague, para poder culpar Hiashi. 

Após alguns minutos de conversas banais com Neji, adentramos a aeronave da família, extremamente luxuosa. Fingir costume era o que eu mais havia feito naquele mês. Me sentei de frente para Neji, que serviu duas taças de espumante. 

Ele era tão bonito e atencioso, por mais rude que por fora parecesse. Eu queria tanto tocá-lo, sentir seu rosto, que não possuía um único defeito, na ponta dos meus dedos. Neji era como um anjo triste.

Por Neji Hyuuga 

Após uma hora e meia de vôo, estávamos em Monte Carlo. A cidade era rústica e luxuosa, Ferraris eram como grãos de areia na praia bem frequentada do lugar. A coques olhava tudo boquiaberta, desde que saímos de Londres. Tudo era novo e inspirador para ela, essa forma de ver o mundo me contagiava também. Era minha primeira vez em Monte Carlo com ela, e por isso seria especial. 

Quando chegamos no iate, ancorado em uma praia particular da família No Sabaku, que chegaria mais tarde com Naruto, Sasuke e Suigetsu. 

Tenten e Hinata foram se trocar para aproveitar a praia. Eu abri mão das vestes executivas e coloquei uma bermuda para banho e uma camiseta branca. Me sentei na espreguiçadeira e comecei a esperar por elas. 

— Ei! Neji! Quer um pouco de protetor solar? — A voz dela ecoou na praia paradisíaca. 

Eu olhei para trás, despretensiosamente, e me deparei com uma das criaturas mais belas que já havia visto. O corpo de Tenten era perfeito. Seu abdômen era definido, um tanto quanto incondizente com seu sedentarismo. Seus seios médios marcados no sutiã do biquíni, eram muito bonitos. Ela não perdia em nada para qualquer modelo que eu já tinha me deitado, e ganhava em muitas outras coisas. Era muito difícil não se apaixonar por ela, muito difícil olhar para aquele corpo e não poder tê-lo embaixo de mim, como na minha imaginação. 

Ela caminhou até mim de maneira desajeitada e se sentou ao meu lado, tudo o que eu queria era agarrar aquela cintura e...porra, Neji, seja profissional. 

— Tira a camisa, idiota! Estou falando com você. — Ela me deu um soco no braço e riu, me tirando do transe. 

Eu obedeci. Tirei minha camiseta branca rapidamente e me diverti com a cara de espanto dela, suas bochechas coraram. 

— Passe logo, coques. Droga — resmunguei e dei as costas. 

Senti suas mãos pequenas e delicadas espalmando o creme nas minhas costas, lentamente. Seu toque, ainda que indireto, me deixava satisfeito. 

— Deixa eu passar no seu rosto! — Ela tocou meu queixo inesperadamente e virou minha face para ela. 

Tenten se ajeitou próxima a mim, suas pernas estavam dobradas e seu corpo virado para mim. Ela se apoiava em meus ombros para não se desequilibrar, e logo começou a espalhar o produto pelo meu rosto, como se estivesse pintando na era clássica.

Eu coloquei minha mão em sua cintura, por instinto. Toquei firmemente em sua pele desnuda e fechei meus dedos, encaixando no corpo dela. Ela suspirou e apertou meu ombro pelo susto. Eu comecei a me aproximar lentamente de seus lábios, enquanto ela acariciava meu rosto. Aquele momento era infinito. Nós tínhamos todo o tempo do mundo para ter um ao outro. 

Ou teríamos se não fosse por Naruto, Gaara, Lee, Sasuke, Suigetsu e Temari. 

— Vocês tem um caso ou algo do tipo? — Naruto gritou.