História BEYOND: TWO SOULS (Chanbaek) - Sete;

Fugitivo. Novembro de 2017;

Baekhyun e Chanyeol estavam se divertindo a beça. O pequeno salão de jogos de um mini shopping em uma cidade pacata da Coreia trazia alegria para a vida dos dois jovens sem rumo. Todas as noites depois do horário de fechamento, Baekhyun e Chanyeol caminhavam até lá e se divertiam secretamente em cada uma das máquinas de jogos.

- Aposto que você não ganha de mim dessa vez Chan, eu já peguei o jeito! - Baekhyun exclamava a postos em frente ao Mortal Kombat.

- Não se depender de mim, Bae. - Chanyeol riu sacana.

O de cabelos vermelhos não conteve o sorriso quando Baekhyun se fez feliz por ganhar mais uma vez, sem saber que Chanyeol o havia deixado ganhar apenas para poder observar aquele sorriso lindo. Chanyeol amava o  sorriso de Baekhyun mais que tudo.

- Eu disse, Chan, eu disse que eu ia ganhar! - Baekhyun exclamou alegre. Chanyeol sorriu, não pensou duas vez antes de puxar Baekhyun pela cintura e tomar seus lábios.

Baekhyun pulou no mesmo lugar com a ação repentina, sorriu. Baekhyun amava beijar Chanyeol.

Chanyeol amava beijar Baekhyun.

Naquele momento seus sentimentos transbordavam. Não cabiam no peito. Chanyeol amava Baekhyun de uma forma que não sabia explicar, Baekhyun tão pouco tentava explicar, sintia, e sentir era bom. Era perfeito daquela forma.

Se separaram com um sorriso no rosto, Baekhyun puxando o de cabelos vermelhos para mais um selar antes de finalmente se separarem. Chanyeol acariciava os fios castanhos em um carinho suave, Baekhyun o abraçava.

- Precisamos ir... - Chanyeol sussurou.

- Só mais um pouquinho... - Baekhyun pediu, Chanyeol nunca negaria. Apertou um pouco mais o corpo menor sob o seu.

Caminhavam por uma avenida pouco movimentada quando viram. Um grande prédio suburbano pegava fogo. Pessoas gritavam, a ajuda não chegava.

- Nós precisamos de ajuda, por favor, minha mulher e minha filha estão lá dentro! - Um homem pedia em desespero. O coração de Baekhyun se apertou.

Baekhyun correu até lá sem pensar duas vezes, sentia que precisava ajudar.

- Baekhyun... É muito perigoso. - Chanyeol se preocupou.

- Eu sei Chan... Mas eu preciso ajudar. Por favor... - Baekhyun pediu, o rosto franzido em preocupação. Chanyeol suspirou.

- Fique perto de mim. - Chanyeol ditou.

Era insuportavelmente quente ali dentro, as paredes rangiam, Baekhyun tossia freneticamente devido a densa fumaça, Chanyeol corria os olhos procurando um lugar seguro para passar. Segurou firme a mão de Baekhyun puxando-o por um vão na escadaria, precisavam subir até o próximo andar.

Quando encontraram a mulher Baekhyun não podia parar de agradecer por ter subido até ali, não poderia deixar aquela criança de poucos meses morrer em meio as chamas. Seu dom precisava ser usado para alguma coisa boa, ele pensava. O bebê chorava em plenos pulmões.

- Cubra o rosto dele. - Baekhyun pediu para a mulher. - Tem muita fumaça.

A mulher fez sem pensar muito, estava em choque. Conseguiram leva-la até a escada, estava a salvo. 

Crac... Crac...

Antes que Baekhyun pudesse passar por ali também a escada a sua frente rompeu. Precisaria encontrar outro caminho. Chanyeol abriu passagem em uma das paredes que dava para um apartamento ainda quase intocado pelas chamas.

Estava quente. Baekhyun quase não podia respirar, estava perdendo as forças. Um pedaço de madeira despencava atingindo-os. Chanyeol se desesperava enquanto sentia o corpo menor pesar em seus braços. Baekhyun havia desmaido.

Chanyeol nem sabia como havia conseguido sair dali e arrastar Baekhyun consigo, mas estava aliviado por ter conseguido.

Estaria mais aliviado se Baekhyun estivesse bem.

Baekhyun via a luz. Pequenos flashs de consciência reverberavam por sua mente confusa, uma voz o chamava. Sentiu como se fosse puxado da escuridão por aquela aura azul, ele sabia, Baekhyun sabia. Era Chanyeol.

Baekhyun via uma mulher em meio a um parto, ela gritava e chorava "me deixem ver meu filho", "Eu mudei de ideia", "Me devolvam meu bebê". E Baekhyun se perguntava quem era aquela mulher, quem era aquele bebê. Então Baekhyun soube, aquela era sua mãe, ele era o bebê. Tudo havia sido um plano da CIA desde o inicio, tudo aquilo foi armado desde o inicio. 

Baekhyun se sentia terrivelmente usado.

Sua mente projetava a destruição, Baekhyun estava parado acima de um penhasco observando o fim do mundo. Chanyeol não parecia estar ali. "Isso é o futuro?", ele se perguntava.

- Chanyeol? - Baekhyun perguntava enquanto seguia a aura azul.

- Bae, você precisa acordar, por favor... Eles estão vindo e eu não sei mais o que fazer. - Chanyeol estava desesperado.

Baekhyun abriu os olhos subitamente, não sabia o que estava acontecendo.

- Finalmente! - Chanyeol exclamou. Apertou Baekhyun em seus braços.

- O que houve? - Baekhyun questionou confuso olhando a sua volta. Estava em um quarto de hospital.

- Nós precisamos sair daqui, eles estão vindo. - Baekhyun assentiu.

Se levantou rapidamente, sentindo a vertigem lhe tomar em cheio, Chanyeol o segurou.

- Vá com calma, você está desacordado faz um tempo... 

Baekhyun puxou a agulha de seu braço com um careta, removendo a bolsa de soro de sua intravenosa. Encontrou suas roupas num canto qualquer pelo quarto e se trocou rapidamente. Sentiu sua nuca repuxar o lembrando do que havia acontecido anteriormente, aquela pedaço de madeira o havia acertado em cheio deixando uma cicatriz.

- É, é ele. Concussões e fraturas no crânio. Ele está em coma há algumas semanas. - O atendente do hospital explicava para dois agentes.

- Podemos vê-lo? - Os agentes questionaram.

- Eu não sei. Vocês são da família? 

- Nós somos da CIA, o garoto é procurado por traição. Temos um mandato de prisão se for preciso. - Baekhyun se desesperou, precisava sair dali.

O atendente pensou por um breve momento.

- Ok, eu levo vocês até ele. - Respondeu por fim.

Baekhyun fechou a porta atrás de si. Pensando no que fazer. Chanyeol pensava também. Abriu as janelas e olhou a avenida abaixo do grande prédio, não tinha outra caminho se não ali.

Os homens abriram a porta encontrando o quarto vazio. Baekhyun havia conseguido escapar novamente, Chanyeol o ajudou a escalar prédio abaixo, e agradeceu pela arquitetura da construção ajudar.

Baekhyun caminhava sem rumo por uma rodovia, Chanyeol estava preocupado, o menor não puxava assunto, não respondia suas perguntas, apenas andava e andava, pensativo.

Foi quando foi encontrado pelo policial da pacata cidade e levado até a delegacia naquele janeiro de 2018.

Primeira Noite. Março de 2006;

Baekhyun entrava pela primeira vez em seu quarto em um dos laboratórios da CIA. Estava triste por estar sendo abandonado por seus pais, haviam lhe falado que ele ajudaria a salvar o mundo.

- Vai ser por pouco tempo. - Sua mãe lhe disse. - Só até descobrirem o que está acontecendo.

- Mamãe, não me deixe aqui. - Baekhyun chorava.

- É só por alguns dias. - Sua mãe prometeu. - Você vai ver que o tempo passa rápido.

Baekhyun foi deixado. Um cientista permaneceu no quarto.

- Baekhyun... - O homem o chamou. - Eu sei que é difícil deixar sua casa e sua família, mas nós temos mais chances de entender o que está acontecendo... Podemos achar um jeito de proteger você. 

Baekhyun encarou o homem olhando firmemente em seus olhos.

- Ninguém pode me proteger. - O menor proferiu. Sério.

O cientista ficou desconcertado com a fala de Baekhyun.

- Suas coisas estão naquela bolsa ali. - O homem explicou para o pequeno Baekhyun. - Eu estarei logo aqui do lado, se algo estiver errado basta nos chamar. Tá bom?

Silêncio.

- Boa noite Baekhyun. - O homem proferiu deixando o quarto.

Baekhyun olhou em volta, apanhou seu pijama, procurando um lugar para se trocar. Encontrou o banheiro e pediu mentalmente para que não houvessem câmeras por ali também.

Resolveu se deitar para dormir, era a única coisa que podia fazer.

- Chanyeol? - Baekhyun chamou pelo amigo de cabelos vermelhos quando não o viu ali.

As luzes se apagaram indicando que era hora de dormir. Baekhyun não gostava do escuro. Chanyeol se fez presente, sustentava uma carranca em seu rosto.

- Eu não vou ter medo, vou ter uma boa noite de sono, e não vai acontecer nada... - Baekhyun tentava se auto-encorajar.

O pequeno Chanyeol suspirou, procurou um espaço na cama, se deitando ali junto com Baekhyun. O de cabelos vermelhos saiu para se aventurar nos arredores assim que Baekhyun adormeceu, precisava conhecer o lugar, ter certeza de que era seguro.

Um grito soou pelos corredores.

Chanyeol sabia, eles estavam ali de novo, estavam ali de novo para atormentar Baekhyun.

As câmeras da sala geral estavam falhando enquanto o cientista responsável por Baekhyun dormia. Chanyeol ainda não era forte o suficiente para espantar aquelas auras negras, precisava pedir por ajuda. 

O corpo de Baekhyun era puxado da cama e jogado longe pelo chão, aquelas auras negras se divertiam vendo o pequeno sofrer, e se divertiam mais ainda deixando Chanyeol bravo.

Chanyeol tentava deter os monstros, Baekhyun se encolhia no chão chorando alto em desespero. Aquela foi a primeira vez que Chanyeol foi forte o suficiente para espantar os monstros.

Quando os cientistas finalmente entraram no quarto tudo estava revirado, Baekhyun ainda chorava enquanto era apartado por Chanyeol. Baekhyun estava muito machucado.

- Chamem um médico. - O homem gritou.

- Chanyeol não tem mais medo deles... - Foi tudo o que Baekhyun conseguiu dizer.