História Big hero - A new life. - Eu vou cuidar de você.

Estava na sala, com os meus amigos. Era intervalo aqui na faculdade. Conversávamos sobre qualquer assunto aleatório. E dávamos boas risadas com as brigas entre Wasabi, Gogo, e Fred, quando o meu celular tocou.

-Alô? - Atendi. - Sim, Hiro Hamada falando. - Respondi á uma pergunta. - ELA FEZ O QUÊ?! - Perguntei. - Certo, certo. Estou indo ai.

As aulas acabariam depois do intervalo hoje, então eu não perderia nada. Guardei o celular no bolso.

-O que aconteceu Hiro? - Honey perguntou.

-Yuriko se envolveu numa briga na escola. - Falei passando a mão por entre os cabelos. - Eles querem que o responsável por ela assine uma ocorrência. - Peguei a mochila, e a maleta de Baymax.

-Cara, a tua namorada só tem de fofa a carinha né. - Fred falou. O olhei feio.

-Fred, quantas vezes vou ter que repetir? Não. Somos. Namorados. Nos conhecemos há literalmente três dias, e não é hora para suas gracinhas. - Falei irritado, e virei as costas.

-Calma lá nervosinho! - Wasabi falou.

-Nós vamos com você Hiro. - Gogo disse. Logo, todos pegaram seus pertences, e sairam comigo.

A Hakurei não era muito longe do Centro de Robótica, no entanto, o stress que eu sentia, fazia a caminhada ser maior ainda. Ao chegarmos no portão, a turma disse que esperaria por nós do lado de fora.

Entrei, e fui acompanhado por uma professora até a diretoria. Cheguei junto com uma moça mais velha. E do lado de fora, haviam 3 meninas, aparentemente esperando serem chamadas. Entrei na sala, depois da mulher. Olhei para Yuriko com uma cara nada boa.

-Sentem-se, por favor. - Ela indicou os lugares, ao lado das garotas. Cada qual, ao lado de quem era responsável. - Sabem por que estão aqui?

-Essas duas brigaram, certo? - Perguntei. Também, era evidente, Yuriko estava cheia de hematomas.

A mulher, - que devia ser governanta da outra garota -, mantinha um semblante calmo. Parecia ter feito aquilo milhares de vezes.

-Exatamente, senhor Hamada. - Ela respondeu. - Estão aqui hoje, para assinar a ocorrência registrada.

Ela empurrou um papel, e eu e a mulher assinamos.

A diretora falou um looooongo, blá, blá, blá, sobre brigas, e outras coisas. Durou exatamente 20 minutos. Eu via que Yuriko se encolhia, não pelas palavras de Abigail, mas sim pelos olhares furiosos que eu lançava para ela.

Ao terminarmos a conversa, Yuriko foi suspensa pelo resto do dia. Ela recolheu seu material, e junto da outra garota, nós saimos.

As tais garotas que esperavam, antes de eu entrar, vieram e abraçaram a morena ao meu lado.

-Yu-chan, tudo bem? - Uma ruiva perguntou.

-Eu vou ficar, Hyeri-chan. - Respondeu.

-O que deu na sua cabeça pra desafiar a Pyetra? - Uma morena perguntou.

-Não sei... Não suporto gente que faz fofoca, e sobre tudo, gente que dá pitaco na família barra vida dos outros. Além do mais, ela usou a própria autoridade pra rebaixar vocês! Não sou tão boa num bate boca... Mas sou ótima dialogando fisicamente. - Ela falou, cruzando os braços. 

Tia Cass estava certa sobre ela ser uma pequena encrenqueira... Era uma garota minúscula, mas mesmo assim havia feito um grande estrago na tal Pyetra. 

-Mandou bem na briga hoje. - Uma de cabelos verde água falou.

-Obrigada, posso dizer que apanhei também. - Ela respondeu, rindo. Eu bufei, impaciente, mostrando que queria ir embora. Ela então, coçou a nuca. - Enfim, meninas, esse é o Hiro. Hiro, essas são Tika Smith, Aika Suzuki, e Hyeri Jhonson. - Acenei, em comprimento. - Então, precisamos ir... Acho que vocês conseguem ver a situação. - Ela falou, e as garotas logo entenderam.

Saímos da escola, nos deparando com o pessoal.

-O que aconteceu com você?! - Honey correu na direção dela.

-E-eu, eu, ahn... - Ela tentava responder, sem jeito. 

-Essa criança, como já havia dito, se meteu numa briga. - Respondi, estressado. Parece que a irritei também, porque ela bufou e se virou para mim. 

-Tudo bem estar irritado, mas não fique remoendo isso como um grande acontecimento! Não é minha primeira briga escolar, e quem brigou fui eu, não você! - Ela disse, se soltando de Honey.

-Que se dane quantas vezes você brigou na sua antiga escola, teve sorte de não ser expulsa dessa aqui! A Hakurei não é brincadeira, e foi imprudente da sua parte fazer o que fez, eu tive que vir até aqui, e escutar um sermão gigantesco por causa da sua idiotice! - Eu respondi, exaltado. 

-Ei ei, calma vocês dois! - Gogo disse, mas de nada adiantou. Faltava pouco para um matar o outro. 

-Ah, fala sério, não era minha intenção começar uma briga! Foi ela que deu uma de bully e veio encher meu saco e o das minhas novas amigas, não é como se eu só pudesse deixar por isso mesmo, não consigo ponderar nada de cabeça quente. Afinal, ela me chamou de órfã, falou da minha mãe, das minhas amigas, e tentou me humilhar na frente de todo mundo com mentiras muito óbvias. Queria que eu tivesse feito o quê?! HEIN?! - Ela aumentou a voz.

-EU NÃO SEI GAROTA! - Gritei. - Eu também fui chamado de órfão várias vezes. Mas nem por isso parti pra agressão. Também cresci sem os meus pais, mas e daí? Isso não foi motivo pra você ter batido nela! - Disse.

-Você não vai entender. - Uma fina lágrima desceu pelos olhos dela. - VOCÊ NUNCA VAI ENTENDER! Eu cresci com uma mãe que não tinha tempo, e fazia tudo. Cresci achando que eu não era suficiente, e sempre precisei ser forte e proteger as pessoas que eu gosto dessa tristeza. Você ao menos sabe que teve pais que te amaram. Teve um irmão que cuidou de você, e tem uma tia maravilhosa. Você é muito inteligente e quando tinha minha idade já estava cursando faculdade. Você nunca sentiu a dor da insuficiência. Nunca soube como é conviver todos os dias com a dúvida, ou tipo, se era o oito ou o oitenta. Não é porque você tem supostamente uma dor maior, que a minha deixa de doer pra mim. - Ela virou o rosto já banhado pelas lágrimas. - Então você nunca vai entender.

Eu estava estático, tanto pelas palavras que ela proferiu a mim, quanto pelo estado que ela estava. Eu não havia visto Yuriko chorar, nem mesmo quando os ladrões tentavam assaltá-la. 

-Yuriko... - Tentei falar, mas ela se afastou.

-Vai se ferrar! - Ela deu as costas e correu. 

-An... O que aconteceu aqui? - Wasabi perguntou.

-Eu acabei de fazer... A Yuriko chorar? - Disse mais perguntando do que afirmando.

-Hiro, pegou mal maninho, pegou mal. - Falou Fred.

-Você deve ter tocado numa ferida bem funda... Ela ficou realmente exaltada, achei que ela não era o tipo que chorava. - Honey falou. Eu apenas olhei pro caminho a frente, e Yuriko já havia sumido.

-Cara, vai lá. - Gogo falou, após estourar uma bola de chiclete. - Ela é só uma criança e você foi bem duro com ela, assim como nós fomos com você uma vez. Vai consertar isso, vai. 

Passei a mão entre os cabelos, e fui. O percurso até o café, me deixou pensativo. O que demorava geralmente demorava 10 minutos para chegar, me fez demorar o dobro.

Chegando no café, tia Cass me abordou:

-Hiro, o que aconteceu? - Perguntou, quando eu passei pelo balcão.

-Por que? - Perguntei.

-Yuriko chegou com alguns arranhões a mais do que anteontem, e bom... Parecia estar chorando. Fiquei preocupada, mas ela me disse que tinha caído e estava tudo bem. Pode me dizer o que houve? - Então ela já havia visto. Suspirei, e disse:

-Ela... - Ponderei sobre o que iria falar. Eu a fiz chorar, e se eu contasse que ela se envolveu numa briga, tia Cass poderia vê-la mal. Já tive a mesma idade e mentalidade, e eu senti empatia pela garota. - Ela defendeu as amigas novas de uma bully da escola, e acabou levando uns arranhões. E eu fui um pouco duro quando eu repreendi ela, por isso eu acho que devo me desculpar. - Expliquei. Tia Cass entendeu, e sua boca se abriu num "ah...". Ela assentiu, me liberando para resolver o ocorrido. Logo, subi as escadas, e entrei na sala. E mais algumas para chegar ao quarto.

Na cama de Tadashi, havia uma divisória, logo em frente, que ele costumava fechar quando estudava. Estava fechada, e pela sombra emitida ali, Yuriko estava lá dentro.

Joguei a mochila em cima da cama. Pensei em chamá-la, mas obviamente, ela não responderia. Me joguei em minha cama, e comecei a refletir sobre o que ela disse.

Era verdade, eu nunca soube a dor de se sentir insuficiente o bastante pra ser abandonado. Sempre tive todos comigo, e nem mesmo na morte de meu irmão fui deixado sozinho. Sempre fui muito esperto, e as pessoas sempre quiseram estar comigo por isso, diferente dela que não se considerava muito inteligente. Mas, o que seria de mim sem todo esse apoio? Se Tadashi tivesse me abandonado quando pequeno, ou se tia Cass nem olhasse na minha cara? Se eu não tivesse conhecido a turma, e outras pessoas que estão ao meu redor? Eu sei que meus pais me amaram, e me deixaram por uma fatalidade. O drama de Yuriko era um tanto complicado para uma garota de treze anos. 

"Não é porque você tem supostamente uma dor maior, que a minha deixa de doer pra mim." Eu só a conheço há três dias. Eu não sei, de fato, nada sobre ela além do óbvio. Mas essa frase me quebrou, como ela deve estar quebrada. O que ela fez não foi certo, mas eu deveria ter repreendido de outra maneira, não ignorando os sentimentos que já a machucam demais. 

Era minha responsabilidade, e também de tia Cass, uma vez que decidimos abrigá-la.

Peguei um livro e comecei a ler. Já não via o tempo passar.

-MENINOS, VENHAM ALMOÇAR! - A voz de tia Cass foi ouvida. Me levantei, mas a garota não saiu dali.

Desci, e me deparei com tia Cass.

-E Yuriko? - Ela perguntou.

-Não saiu de lá. - Disse, começando a comer.

-Acha que eu deveria levar comida para ela? Você quer... Não sei, me contar sobre o que disse quando a repreendeu? Vocês brigaram? - Ela perguntou.

-Não posso dizer muito sobre, porque não é por mim, mas sim por ela tia Cass. Não sei se ela quer que eu fale sobre isso. - Disse.

-Acha que isso a afetou tão severamente assim? - Ela perguntou.

-Acho que sim. Mas afinal, teve dedo de outra garota nisso. - Respondi. - Por que garotas são assim...?! - Tia Cass riu. 

-Ela é completamente diferente de você, meu bem. E, basicamente, veio de um ambiente completamente diferente. Se quisermos que ela se abra, e possamos ajudá-la, você precisa ser mais gentil... - Ela ia dizendo.

-Eu sei, eu sei. - Respondi. O resto do almoço, se seguiu em silêncio.

Subi para escovar dente, logo após entrando no quarto.

E pelo resto do dia, saí várias vezes do quarto, mas quando voltava, Yuriko ainda estava trancada na divisória.

Era uma agonia, pois eu rapidamente havia me acostumado com vê-la mexendo nas minhas coisas sem permissão, fazendo várias perguntas. E eu não sabia como começar uma conversa com alguém tão... Controversa. Era agoniante. 

Fechei o livro que estava lendo, e decidi passar por cima do meu orgulho. Levantei, e bati duas vezes na divisória.

-Yuriko? - Chamei por ela. - Abre aí. - Disse. Ela não me respondeu.

A divisória não tinha tranca, então eu abri por mim mesmo. Ela estava sentada, encolhida na cama. Já limpa, mas sem nenhum cuidado nos machucados, pois estavam um pouco vermelhos. Deviam ter inflamado. Usava uma camisa masculina branca, bem maior do que ela, e uma calça de moletom cinza.

-Yuriko? - A chamei de novo. Por ela estar encolhida em posição fetal, eu pouco via seu rosto. Ela apenas rolou os olhos para mim. Estavam vermelhos. Me sentei na cama, ao lado dela, onde estava um celular, que provavelmante a pertencia. - Tudo bem?

Eu já sabia a resposta. Porém, queria que ela dissesse com as próprias palavras que estava chateada. Pois eu simplesmente, precisava de um choque de realidade.

-Eu diria que sim. Mas acho que não vou esconder de você. - Ela falou.

-Eu fui um idiota. - Falei, olhando um ponto fixo no chão. - Eu não deveria ter dito aquilo pra você. - Disse.

-Me desculpe também. - Disse, enquanto brincava com os próprios pés. - Eu estava irritada, e acabei descontando tudo em você. - Falou.

-Mas acho que cutuquei uma ferida não muito legal sua. - Falei, passando a mão entre os cabelos. Isso era uma mania minha. - Afinal, eu não achei que você fosse chorar, e depois que eu disse aquelas coisas... - Ia dizendo.

-É eu sei. Sei que você nunca vai entender algumas coisas sobre mim, e que eu estava errada, e você só queria me corrigir... Eu não tinha o direito de ter explodido assim. - A voz estava embargada, e ela escondeu seu rosto.

-Que isso... Você também me disse umas coisas que eu mereci ter ouvido. - Falei. - Me fizeram refletir bastante, até.

Ela continuava com o rosto escondido. Ficamos em silêncio. Até que o celular dela apitou, dizendo: "Vídeo carregado." A mesma ousou tirar o rosto do meio dos joelhos.

Tinha uma capinha vermelha de joaninha. Até então, eu não sabia que ela havia trago um celular. Ela o pegou, ligando, e acessando o suposto vídeo. Quis ver também, e ela não se opôs. No vídeo, estavam presentes os gêmeos irmãos dela, o loiro ex, e a melhor amiga. Todos com roupas bem coloridas.

-Oi, Yu! - Todos disseram juntos. Observei um sorriso pequeno no rosto da morena ao meu lado.

-Você provavelmente, vai estar assistindo isso, na sua nova cidade, com seus novos amigos. - A sua amiga, de cabelos azuis falou. Tinha a pele retinta.

-Nós... Só queríamos desejar boa sorte. - Um dos gêmeos falou.

-Esse vídeo está baixado no cartão de memória que te entregamos no dia da viagem que você fez. - Disse o outro gêmeo, fazendo um joinha. 

-E nós queremos te desejar tudo de bom, porque você meio que foi nossa irmãzinha. E sempre vai ser. - O loiro falou.

-Não de sangue, mas com uma ligação tão pura e genuína quanto. - Disse a azulada, sorrindo.

-Queremos que você possa ser feliz, e que você realize os seus sonhos, por mais sem noção que eles sejam. Porque eles são. - Um dos gêmeos falou, levando um soco do irmão, e rindo. - De qualquer forma, tenho certeza que vai dar tudo certo. 

-Não arrume novos irmãos hein! Nossa família já é bem grande, e eu não quero mais um endemoniado pra cuidar. - O outro gêmeo disse, e Yuriko riu um pouco. - Nunca se esqueça da gente, meu bem!

-E essas roupas super gays e coloridas, foram ideia da Hide. - Apontou para azulada, que acenou. - Não fazem o meu tipo, mas topei por você, porque você sabe, eles me pedem rindo e eu faço chorando. - Revirou os olhos, e os demais riram. 

-Nós te amamos, Yuriko. Se as coisas não derem certo, nos ligue, ou mande uma mensagem. Só... Nos chame. Sei que continuar mantendo contato é arriscado, mas estamos aqui por você, e vez o outra vamos te atualizar de tudo por aqui. As roupas gays, como o Shiro disse... - Olhou para o loiro, e ele deu de ombros. - É só uma metáfora. Você só enxergava sua vida em preto e branco, mesmo sendo tão novinha, mas ela é bem mais do que isso, sabe? Você deixou nossos dias coloridos, e por isso amamos você. Por favor, continue levando esse brilho pra todo mundo. Aproveite a vida. 

Todos deram um tchau, e logo passou uma fita, rodando fotos de quando os mesmos eram pequenos, junto de Yuriko, com uma música de fundo.

Após o vídeo ser finalizado, Yuriko derramava algumas lágrimas, e tentava inutilmente limpá-las, e se esconder de mim. 

-Eu sinto tanta, tanta saudade... Vocês nem imaginam. - Ela sussurrou. Eu apenas observava. - Sabe, Hiro, foi tentando proteger esse vídeo que eu irritei os assaltantes aquele dia. - Disse pra mim. - Eles queriam roubar meu celular, e minha mochila, mas não deixei que eles o pegassem. Meus amigos pediram para não perdê-lo. Eu não podia deixá-los levarem. - Falou.

-Tudo para proteger esse vídeo? - Perguntei, num tom baixo. 

-Talvez. Eles são parte de mim Hiro. Eram minha família, e quando mamãe não estava comigo, eles sempre estiveram ali. - Ela disse.

-Yuriko... - Ela me cortou.

-Eu sinto saudades. Eles eram meu apoio, e até me ajudaram a realizar esse sonho sem noção. E sem eles, eu estou sozinha. Sozinha... Isso não soa muito legal. - Ela murmurou. 

Então, eu fiz uma coisa que nunca me imaginaria fazendo, especialmente por estranhos. E que com certeza me odiaria por isso depois. Levantei o rosto dela, limpei uma lágrima com o polegar.

-Não diga isso. Você não está sozinha. Está aqui a pouco tempo, mas agora você tem a tia Cass, Honey, Fred, Wasabi, Gogo, suas amigas novas... E tem a mim. Eu vou cuidar de você. Todos queremos te ajudar. - Disse.

-H-Hiro... - Ela apenas me abraçou. Um abraço ao qual eu retribui.

Apertei o corpo pequeno junto ao meu. Eu não queria soltá-la. Pelo o menos, não agora. Eu não era bom conversando com garotas. Não era bom com crianças... Mas senti que ela precisava de mim. 

-Não sei como faz isso, garota. Mas eu nem sabia que tinha esse lado. Por favor, não sai comentando não. - Falei, fazendo um leve carinho no cabelo dela.

-Eu me considero sortuda. - Ela havia parado de chorar, e fungou. - Eu gosto de saber que existe esse lado seu. - Ela falou.

-Não se acostume. - Falei. - Eu realmente não sou assim. - Disse.

-Obrigada. - Ela disse, fungando, e secando o rosto - Mas, o que você disse, é realmente sério? - Perguntou.

-Sim. É uma promessa. - Disse, logo após sorrindo.

-Kawaii! - Ela apertou minhas bochechas. - Sei que ainda sou uma desconhecida, mas obrigada por... Você sabe, se importar comigo. 

-Não mais. - Falei massageando uma das bochechas. - Já conheço o bastante pra me importar. Agora, você não comeu nada o dia todo. Não está com fome? - Perguntei, me levantando, e estendendo a mão.

-Estou. - Ela pegou-a, e levantou.

-Hey, cadê o seu sorriso? - Perguntei.

-Por que? Sentiu falta dele? - Ela perguntou.

-Sim. Não gosto que esteja triste. Vamos, sorria. - Pedi. E ela limpou o rosto atendendo ao meu pedido. - Agora sim! - Passei o braço pelo ombro dela, a assistindo ficar vermelha. - Vamos, senhorita? - Perguntei.

-Sim capitão! - Ela abriu outro sorriso. Assim, descemos, para que fizesse um lanche.

Só por hoje, passei por cima do meu orgulho. Foi mais difícil do que eu pensava. Mas se eu quisesse realmente ajudá-la... É uma promessa Yuriko, eu vou cuidar de você.

CONTINUA...