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História Bite - A luta. O fim.


Escrita por: bossceo

Notas do Autor


eu to chorando na moral? não acredito que ACABEI. algumas pessoas pediram smut, mas não acho que cabia nesse cap, então vou deixar pra um capítulo bônus ou publicar como uma fanfic a parte.

Playlist da fic nas finais.

Capítulo 10 - A luta. O fim.


— O que está fazendo? — O lobo questionou, finalmente encontrando o amado após longos minutos de busca.

Haknyeon se surpreendeu com a presença do mais novo e lhe dirigiu o olhar em resposta ao susto. Se acalmou ao notar que era somente Sunwoo, e não alguma ameaça. Não que realmente achasse que alguém fosse o procurar ali, tão aprofundado dentro da floresta, mas aparentemente Sunwoo estava empenhado em encontrá-lo e obteve sucesso.

— Vim nadar. — Respondeu de forma simples.

— Por que não me chamou?

— Achei que vir sozinho seria bom. Sinto que você esteve ocupado nos últimos dias aprendendo a atirar com o Hyunjoon, não quis os atrapalhar.

— Hm. — Sunwoo murmurou. — Não atrapalharia, no entanto. Uma pausa seria interessante.

— Sinto muito. Eu realmente quis vir só.

— Oh… Posso voltar. Vim a sua procura pois fiquei preocupado com seu sumiço, mas se minha presença não lhe agrada posso-

— Vem aqui. — Haknyeon pediu, logo o interrompendo para que não pensasse bobagens.

 

Sunwoo o observou enquanto o mais velho prestava atenção na água do lago grandioso que ficava escondido na profundidade da vegetação. Não era o rio que costumavam se banhar, era mais longe e exigia uma caminhada bem mais cansativa. Contudo, ao se aproximar, Sunwoo percebeu por que Haknyeon decidiu ir para aquele lugar em específico. A água parecia estar em estado de calmaria, tão clara e azulada que Sunwoo conseguia ver o fundo até alguns metros a frente. Chegando ainda mais perto, retirou seu calçado e fez o mesmo que seu parceiro. Colocou os pés na água clara e pode observar que haviam alguns peixinhos pequeninos por ali, e que a temperatura era fria, contrastando com o sol quente que banhava suas peles.

 

— É lindo, não é? Me lembro de ter vindo aqui uma vez, e estive pensando nisso nos últimos dias.

— Veio em uma das suas experiências de fuga no meio da noite? — Haknyeon riu soprado.

— Não. Vim com meus irmãos e o conselheiro do imperador. Ele era como um guardião, mas faleceu antes que eu completasse dezoito. O rei no entanto não se preocupou com a tradição.

— Sinto muito.

— Não sinta. Tenho boas memórias aqui, e agora, pensando bem, eu deveria ter pensado em vir com você.

Haknyeon olhou para o amado com um sorriso no rosto.

— Assim podemos fazer boas memórias também.

Sunwoo lhe retribuiu o olhar. Haknyeon parecia ainda mas bonito naquele dia. Acostumado a vê-lo de noite ou acobertado pela sombra das árvores, nunca havia reparado o quão bonitos eram seus olhos ao serem tocados pela luz do sol, parecendo duas piscinas de mel puro. Sunwoo sorriu também e o beijou. Eles ainda não estavam acostumados. Haviam se beijado algumas vezes nas últimas semanas, mas não era um hábito e ainda os deixava com fervores na beira do estômago e calor em suas bochechas. O lobo de nascença levou sua destra até o rosto do amado, enquanto a outra envolveu seu tronco, o puxando para mais perto.

O mais novo não queria que se separassem dessa vez, tampouco Haknyeon discordava desse pensamento. Se permitiram aprofundar o contato por um momento, até que a brisa de verão atingiu seus corpos quentes pelo calor do sol.

— Quer nadar comigo?

— Seria uma honra.

 

Haknyeon então retirou a parte de cima das suas vestes e considerou por um segundo se deveria se despir por completo. Por mais que ele e Sunwoo já houvessem se visto sem roupas algumas vezes, a situação era um pouco mais robusta agora após o beijo tão íntimo e por estarem finalmente juntos como um casal. Decidiu optar pela opção racional. Não faria sentido se banhar usando roupas.

 

Sunwoo fez o mesmo. Confortavelmente, os dois entraram na água limpa e clara até que estivessem cobertos até seus umbigos. Sunwoo fechou os olhos, aproveitando a sensação gostosa da água fria em contato com sua pele quente. Não evitou relaxar os ombros, os músculos das pernas, e logo estava dando um mergulho. Haknyeon estava certo. Aquele lugar era como um remédio, além de bonito e trazer paz, aquelas águas lhe reconfortaram. Acabou passando alguns minutos daquela forma, nadando e relaxando seu corpo, satisfeito com a descoberta e esquecendo-se do tempo. Vez ou outra ele e Haknyeon trocavam beijos e carícias, apenas para voltarem a amolecer seus músculos nas águas claras enquanto observavam o céu azul.

 

— Bom não?

— Hm. — Sunwoo concordou. — Mas é melhor ainda por que estou com você.

— Uh, não fale essas coisas.

— Não estou mentindo. Me sinto muito melhor por poder compartilhar esses momentos com você, depois de termos passado por tantos momentos ruins juntos. É quase como se não fosse verdade ainda.

— Sei como se sente. Parece que algo vai acontecer a qualquer momento e teremos que nos afastar de novo.

 

Sunwoo riu.

 

— Eu acho que enlouqueceria.

 

Haknyeon fez o mesmo que Sunwoo e também mergulhou, molhando seu corpo da cabeça aos pés. Sunwoo aproveitou para nadar um pouco, livre de suas obrigações naquele momento curto de lazer. A água era tranquila e fria, deixando seus músculos cansados mais relaxados conforme desbravava a correnteza fraquíssima. E ali, entre aquelas águas tranquilas, o destino mais uma vez fez com que percebesse que todas as suas decisões até aquele momento haviam o guiado para um grande propósito. Sunwoo sabia que havia feito o melhor, de alguma forma.

A vinda de Haknyeon, Younghoon e Jaehyun fez com que o povo prosperasse. Como se uma pequena peça do grande quebra cabeças ainda estivesse faltando e gerasse sofrimento e seca, mas agora que estava completo, o quebra cabeças mostrava a visão magnífica dos frutos e da fertilidade. Era engraçado. Os grãos e remédios que não só Haknyeon trouxe, mas também seu irmão e o parceiro, ajudaram nas colheitas e na preparação de medicamentos. Agora Youngjae tinha um conhecimento ainda  mais extenso, e com a plantação sendo bem sucedida as saídas para caçar não eram tão demoradas e exaustivas.

Ainda haviam muito pelo o que lutar, no entanto. Sunwoo amava Haknyeon, e sabia que o parceiro não estava feliz, não por completo. Dentro de seu coração ainda ardia o fogo das batalhas, fogo que foi reprimido por muitos anos por sua família e pelas tradições, pela opressão.

Exatamente por saber que alguém por aí afora sofria ainda mais, Haknyeon  sentia a obrigação de continuar ajudando, pois não bastava ter feito seu papel na alcateia. Via que agora o povo colhia bons frutos, que as crianças pareciam mais felizes e que Junyoung já não era mais tão ranzinza quanto antes. Sentia que seu papel ali foi grande, mas nada teria sido se não houvesse recebido ajuda, fosse de Sunwoo, Youngjae, Hyunjoon, Younghoon ou de Jaehyun. Haknyeon era grato por Sunwoo ter dito onde vivia naquela noite na clareira, por ter confiado a aldeia e a vida de todos que amava a um príncipe assustado, desconfiado e desconhecido.

Era grato ao destino também, pois agora ele tinha forças para lutar.

E Sunwoo o admirava por isso, admirava o homem que amava, e estava pronto para o ajudar assim que precisasse. Mesmo que levasse suas vidas lutar mais uma vez contra os soldados do imperador, mesmo que fossem presos, Sunwoo não deixaria que Haknyeon se sentisse insuficiente em nenhum outro momento de sua vida. Ele próprio tendo sofrido uma infância complicada, sabia como era ter pais não tão colaborativos.

Haknyeon notou sua quietude e se aproximou do mais novo. Tocou-lhe a face e recebeu um sorriso pequeno em retorno.

 

— Consigo ouvir você pensar. O que tanto formula nessa sua cabecinha?

— Estava pensando em como as coisas chegaram até esse ponto. E nos meus pais.

— Oh. — Haknyeon não conseguiu não deixar transparecer sua surpresa. —Você nunca me falou sobre eles.

— Não gosto de falar sobre. — Sunwoo beijou uma das têmporas do parceiro e levou suas mãos até encontrar as de Haknyeon. Entrelaçou seus dedos. — Meu pai era o antigo alfa do grupo-

— Você não precisa falar se não quiser.

 

Sunwoo sorriu outra vez, tocado com a consideração do rapaz.

 

— Tudo bem. É você. Posso contar qualquer coisa pro homem que eu amo, não? — Questionou propositalmente para ver a forma que o rosto do outro corava quando ouvia aqueles comentários.

— Estou pronto para ouvir quando você estiver para contar.

—Obrigado, Haknyeon. Hm, não sei bem por onde devo começar. Não é uma história feliz, mas a tristeza das palavras já não me afeta como antes afetava.

Eu sou o herdeiro direto, de certa forma é por isso que acabo sendo tão controlador em relação a alcateia. Meu pai era o alfa, o líder, contudo era um homem violento, não aceitava as coisas com facilidade, e isso o levou a tirar a vida da minha mãe. — Haknyeon apertou a mão de Sunwoo. — Junyoung foi o único que conseguiu fazer com que ele parasse, mas já era tarde. Aconteceu quando eu tinha quinze e Junyoung tinha dezoito, por isso ele assumiu a posição de líder.

— Eu sinto muito, Sunwoo.

— Obrigado. — Formou uma linha fina com seus lábios, pensativo. — Sinto falta dos dois, apesar de tudo. Minha mãe o enfrentou até o último momento. Eu não estava perto, portanto em culpei por alguns anos, até por que Junyoung foi aquele quem tentou salvar minha própria mãe.

— Eu imagino. Realmente sinto que você tenha passado por isso.

— Sabe, eu deveria ter assumido a posição de líder há algum tempo. Alguns meses depois de quando eu te conheci. — Sunwoo começou a explicar enquanto sutilmente mudava de tópico. 

O assunto ainda o machucava, não da mesma forma que antes, mas a ferida ainda estava ali. Por mais que confiasse em Haknyeon, não queria fazer daquele momento tão bonito que compartilhavam no lago se tornar algo fúnebre. Teriam tempo para compartilhar qualquer outra coisa no futuro.

— E por que não assumiu? — Haknyeon questionou, e foi Sunwoo quem apertou as mãos alheias dessa vez, para em seguida levar suas palmas até o rosto do mais velho.

— Por que eu amo você. Meu pai e minha mãe viviam um romance em segredo. Por mais que na época eu não tivesse esperanças de que um dia fossemos ficar juntos, meu coração me impediu de assumir minha posição esperando que um dia, eu e você… — Sunwoo pausou e olhou nos olhos de Haknyeon, sequer havia percebido quando abaixou o olhar.

— Você também abriu mão de algo para que ficássemos juntos. — Haknyeon concluiu.

— Sim. Não lhe disse antes por que você tinha problemas o bastante e achei que seria prepotente.

— Hm? — O mais velho inclinou a cabeça para o lado.

— Eu não sabia se você sentia o mesmo.

— Mas você se sacrificou mesmo assim.

— Isso. Foi como caçar no escuro. Não tinha ideia se estava lendo seus sinais corretamente até o dia que sugeri que fugisse.

 

Haknyeon riu fraco e encostou sua cabeça no ombro de Sunwoo. Sentiu o tempo em seus dígitos por alguns segundos, a forma como tudo parecia parado enquanto estavam em movimento, embora a realidade fosse o contrário. Quando sentiu frio, Haknyeon se afastou do abraço de Sunwoo, pensando no tempo que estavam fora. A caminhada era longa, eles haviam nadado por alguns minutos e conversado por mais um bocado de tempo. Logo iria escurecer e Melância não gostava de cavalgar a noite, ela sempre acabava assustada com algum bichinho que cruzava o caminho. Querendo poupar sua montaria e companheira, e também temendo que achassem que algo ruim haviam acontecido com os dois, Haknyeon começou a falar.

— Deveríamos voltar. Logo vão sentir nossa falta e-

 

Não havia percebido que Sunwoo estava igualmente pensativo durante o silêncio dos dois.

 

— Hak. — Sunwoo o interrompeu.

— Hm?

 

Sunwoo amava a expressão que Haknyeon fazia quando queria o ouvir melhor. Erguia as sobrancelhas e ficava extremamente adorável. Respirou fundo, pronto para colocar para fora sua sugestão. Achava que já estava na hora. Eles realmente deveriam voltar, estava ficando tarde, mas não conseguiria sem antes tirar aquilo de seu peito. Haknyeon o encarava em expectativa, e seu coração batia com tanta força que achava que a expressão do mais velho era de preocupação por estar o ouvindo tão alto. Claro, era impossível, mas não diminuia a ansiedade do lobo.

 

— Durma comigo hoje.

 

Haknyeon sentiu seu corpo se arrepiar. Talvez fosse só a brisa gélida que esfriava seu corpo molhada debaixo daquele sol tão intenso, talvez. Mas o peso das palavra de Sunwoo o levaram para longe. Sabia o que ele queria dizer com aquelas palavras e conseguia entender o motivo do nervosismo aparente do mais novo. Não queria dizer apenas dormirem na mesma cama, como já o faziam há algum tempo, mas sim que finalmente consumassem seu amor de forma carnal, apenas mais uma das várias formas pequeninas que fizeram suas histórias ficarem marcadas.

Sunwoo era sempre alguém que parecia exalar confiança, mas haviam momentos em que deixava sua fragilidade a mostra, principalmente quando estavam a sós. Haknyeon não queria deixá-lo ainda mais nervoso, sabendo que o rapaz queria uma resposta. Muito embora estivesse surpreso, não achava justo continuar em estado de petrificação enquanto seu parceiro ficava mais e mais preocupado.

 

O Ju assentiu algumas vezes com a cabeça antes de sorrir fraco e beijar os lábios do amado.

 

Sunwoo sorriu de volta, aliviado, seus ombros se livrando de um grande peso. Haknyeon o amava, e ele o amava também.

 

— Eu amo você. Sabe disso, não sabe? — O lobo questionou, as testas dos amantes coladas.

— Eu também te amo, Sunwoo.

 

Ali naquele lago, com a companhia apenas um do outro, e, é claro, Melância ao fundo, os dois sabiam que ainda havia muito pelo o que lutar. Mas Sunwoo e Haknyeon estavam nas primeiras páginas de um longo livro, dispostos a preenchê-lo até o final.

 


Notas Finais




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