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História Bittersweet - Choices and chances


Escrita por: lialive

Notas do Autor


Oi sweethearts!
Desculpem a demora...

Capítulo 11 - Choices and chances


Fanfic / Fanfiction Bittersweet - Choices and chances

Peguei o porta-retrato com uma foto da minha família e o observei. Audrey e eu fazíamos caretas e meus pais sorriam abraçados, estávamos em um almoço para comemorarmos meu aniversário de 19 anos. Antes de deixarmos nossa casa em Auburn no Alabama, quando fomos alertados sobre a evacuação para Atlanta, consegui arrumar somente alguns pertences básicos e algumas peças de roupas, e também quis levar comigo uma lembrança daquele lugar e da minha família. Achei que ficaríamos seguros na zona de quarentena, mas quando chegamos lá, o local estava destruído. Os militares estavam invadindo e matando o maior número de pessoas, pois pensavam que se livrando de grande concentração de indivíduos conseguiriam controlar a propagação do vírus que até então era dado como apenas um surto de uma nova virose. No entanto, a esse ponto a situação já havia saído do controle, e não havia mais autoridades e nem mesmo médicos a quem pudéssemos recorrer. Se quiséssemos sobreviver teria que ser por conta própria. E foi isso que aconteceu comigo. Enfrentei errantes e saqueadores, sofri e suportei a morte da minha família, até que Daryl me encontrou e me trouxe para a prisão. Pensei que finalmente estaria protegida, mas depois do ocorrido em Woodbury percebi que não há mais como estar imune às ameças. Matar os errantes não era algo fácil, qualquer ação em falso e você poderia ser infectado, mas eles eram previsíveis. Quem realmente deveríamos temer eram os humanos. Suspirei e guardei a foto na minha mochila e a fechei. Olhei em volta na minha cela só para constar se não estava esquecendo nada. Estávamos deixando a prisão, nos esconderíamos e esperaríamos até o governador atacar. 
— Precisa de ajuda? – Voltei-me para Carol parada na porta e neguei com a cabeça. — Vamos. – Eu a segui até o pátio e guardei minha mochila no porta-malas, junto a bagagem dos outros. Vi Rick pegar no braço de Carl e tentar conversar com ele, mas o garoto esquivou-se do pai e veio até o carro. Ajudei-o com sua mochila e ele apenas lançou-me um olhar em agradecimento antes de entrar no veículo. Carl não era o único chateado por deixar a prisão, todos estávamos tensos, mas pelo contrário do que ele pensava, não estávamos fugindo. Só não queríamos ter que lidar com mais perdas. Observei Daryl montar em sua moto e me aproximei devagar.
— Tenha cuidado. – Disse com minha voz repleta de preocupação e ele me encarou.
— Prometo não tropeçar por ai e ter que pedir por socorro. – Daryl provocou, lembrando da maneira como me encontrou pela primeira vez e eu bati em seu braço.
— É, torça para não ter o azar de ser salvo por um cara com uma besta. – Ele deu uma breve risada e eu sorri antes de seguir até o carro e entrar. Assim que os outros estavam prontos nos separamos em grupos. Quando o governador e seu pessoal chegaram, atiraram nas duas torres de guarda e quebraram as cercas da prisão, e assim que não nos viram lá pensaram que tivéssemos partido, então Glenn e Maggie, que estavam escondidos, os atacaram de surpresa. Eu, Hershel, Beth, Judith e Carl ficamos juntos na floresta, e Rick, Daryl, Carol e Michonne ficaram vigiando caso precisassem dar cobertura. Observamos ao longe o “exército” do governador, haviam crianças e mulheres entre eles. O governador era louco, um psicopata que estava disposto a derramar sangue de pessoas inocentes em troca de vingança. Eles trocaram tiros com Maggie e Glenn, e pareceram assustados, começando a correr de volta para seus veículos e fugir.
— Eles conseguiram? – Beth perguntou incerta, com um tom esperançoso.
— Parece que sim. – Eu anunciei e ela sorriu. Ouvimos alguns passos e ficamos alerta. Eu empunhei minha pistola e um garoto armado apareceu em meio as árvores.
— Não atirem, por favor. – O garoto pediu levantando as mãos.
— Entregue a arma, filho. – Hershel ordenou e eu me aproximei do garoto, pegando sua espingarda. Carl manteve o garoto na mira mesmo depois de ele ter se rendido, e sem mais delongas atirou.
— Carl... – Eu murmurei aturdida e Hershel também pareceu perplexo com a atitude dele. O garoto desviou o olhar do corpo abatido em sua frente e começou a caminhar em direção a prisão. Eu soltei um suspiro que parecia estar sufocado e olhei para Hershel.
— Precisamos conversar com Carl. – Eu afirmei.
— Rick precisa fazer isso. – Hershel corrigiu. — Vamos voltar. — Ele disse e nós o seguimos. Assim que chegamos todos pareceram aliviados.
— Conseguimos, parece que os afastamos. – Rick anunciou olhando para os portões.
— Devíamos ir atrás deles. – Michonne sugeriu.
— Mas eles fugiram, não vai ser preciso. Não vamos nos arriscar. – Maggie contrariou e eu concordei com ela.
— Eles podem se reagrupar. – Glenn interveio fazendo Maggie lançar-lhe um olhar enfadado.
— Vamos acabar logo com isso, temos a opção de irmos atrás deles, então vamos. – Daryl disse e dessa vez eu lancei-lhe um olhar reprovador, mas não protestei porque a maioria parecia concordar com a ideia de contra-atacar. Segui Beth que segurava Judith, e Maggie para dentro da prisão, e os outros vieram atrás. Sentei-me no refeitório e fiquei observando os outros.
— Pai, eu vou a Woodbury com vocês. – Ouvi Carl se manifestando.
— Carl...
— Eu fiz minha parte lá fora, cuidei de um dos soldados dele. – Carl expôs para Rick, que o olhou confuso.
— Soldado? – Hershel interveio. — Era um garoto fugindo, ele trombou conosco.
— Mas ele tinha uma arma. – Carl justificou antes de sair em direção as celas.
— O garoto entregou a arma para Kristen e Carl atirou sem motivos. – Hershel revelou e deu-lhe as costas. Rick passou a mão pelo rosto nervosamente e eu me aproximei.
— Rick, sei que você pode estar pensando que Carl fez isso para se defender, mas o garoto se rendeu e Carl o executou. – Eu dei uma pausa e ele manteve o olhar em mim. — Ele está confuso e assustado, ele precisa de você. – Eu conclui e coloquei a mão no ombro de Rick, que assentiu. Decidi ir com eles, não concordava em revidarmos, mas independente do que fizéssemos eu ajudaria a nos proteger. Segui para o pátio novamente e vi Daryl arrumando algumas coisas em sua moto e fui até ele. 
— Você não precisa ir. – Daryl disse sem me olhar, enquanto eu me aproximava.
— Nenhum de nós precisa ir. – Eu repliquei tentando convencê-lo de que não era preciso ir atrás deles.
— Você mesma me disse que se temos a opção, devemos escolhê-la. E não podemos mais contar com chances, não é? – Ele recordou minhas palavras e eu expirei.
— Daryl, é diferente...
— Não, não é Kristen. – Daryl interrompeu-me e largou as caixas de munição que estavam em suas mãos, voltando-se para mim. — Você fez a sua escolha de frente àquele desgraçado e salvou a porra da minha vida. Agora temos a opção de manter nosso grupo seguro, e eu estou escolhendo por manter você segura. – Ele exasperou e eu desviei meu olhar para o chão. Ele tinha razão, mas era difícil aceitar que estaríamos colocando nossas vidas em perigo, mais uma vez, por causa do governador. Ouvi-o respirar fundo e senti sua mão rígida em meu braço, puxando-me para perto. Levantei meu rosto em direção a ele e o vi desviar o olhar rapidamente para trás para ver se alguém estava vindo e quando ele constou que ninguém estava próximo, voltou o olhar para mim. Sua mão hesitante arrastou-se por minha pele até chegar no meu pescoço e ele me levou ainda mais perto, fechei os olhos e senti seus lábios pressionando os meus. Permiti que ele aprofundasse o beijo e retribui calidamente, sentindo um tremor subir por minha espinha e meu coração descompassar enquanto pousava minhas mãos em seus ombros. — Fique ao meu lado. – Daryl demandou olhando em meus olhos e eu desconcertei-me com suas palavras. Sabia que ele referia-se a ficar próxima a ele enquanto estivéssemos em Woodbury, mas seu tom remetia a algo mais profundo, como um pedido que ia além daquilo. Ou talvez eu estava delirando sob o efeito do seu beijo. Eu assenti e ele voltou-se para sua moto. Recostei-me no capô do carro, e instantes depois Rick e Michonne apareceram.
— Vamos apenas nós quatro. – Rick anunciou e deu uma pausa entregando-me um rifle. — Glenn e Maggie ficarão aqui com os outros, caso o governador volte.
— Certo. – Daryl murmurou. — Aceita uma carona? – Ele ofereceu já montado na sua Triumph e eu assenti. Vi Rick e Michonne trocarem olhares antes de entrarem no carro, e decidi não pensar muito naquilo, não teria como eles desconfiarem do que eu tinha com Daryl. Afinal, tínhamos algo? Dissipei aqueles pensamentos balançando a cabeça e subi na moto, rodeando a cintura de Daryl com meus braços enquanto Glenn, Maggie e Beth abriram o portão e partimos. Assim que chegamos na estrada principal avistamos o caminhão que foi usado pelo governador, Daryl parou a moto e Rick fez o mesmo. Nos aproximamos do veículo e Daryl atirou em um errante que se alimentava de um cadáver recente. Michonne cuidou de outros dois deles com sua espada, e eu observei a estrada coberta por corpos. Vi uma movimentação dentro do caminhão e fiz sinal para Rick, que empunhou a arma e abriu a porta do motorista, revelando uma mulher escondida lá dentro.
— O que aconteceu aqui? – Eu perguntei para a mulher, enquanto a ajudava a descer do caminhão. Ela estava trêmula e suja de sangue.
— O governador não é quem pensei que fosse. – Ela disse e nós todos trocamos olhares apreensivos. Voltamos para nossos veículos e seguimos para Woodbury na companhia da mulher, que se apresentou como Karen.
    Quando chegamos à cidade já havia escurecido. Caminhamos sorrateiros e nos abaixamos ao dispararem em nossa direção. Rick e Daryl trocaram alguns tiros com dois vigias. 
— Tyresse! Sou eu, Karen. – A mulher anunciou.
— Você está bem? – Tyresse gritou e ela levantou-se com as mãos para cima.
— Estou.
— Onde está o governador? – Ele questionou.
— Ele atirou em todos. Matou a todos, mas eu consegui fugir e Rick me salvou. – Karen explicou e Tyresse baixou a guarda, abrindo os portões. Nós caminhamos em direção a ele com as mãos erguidas em sinal de que não pretendíamos nada, e adentramos a cidade.
— O que fazem aqui? – Tyresse perguntou desconfiado, e Sasha também desceu do posto de guarda.
— Viemos acabar com isso, mas vimos o que o governador fez contra seu próprio pessoal. – Rick expôs e eu aproximei-me.
— Karen nos contou que Andrea foi atrás de nós, mas ela não chegou até a prisão. Talvez ela esteja aqui. – Eu acrescentei e Tyresse pareceu confuso, mas nos deixou ir até onde achamos que Andrea poderia estar.
— Foi aqui que o governador prendeu Daryl e Kristen. – Rick revelou a eles enquanto caminhávamos pelo corredor com nossas armas postas a nossa frente, caso precisássemos nos defender.
— O governador prendia pessoas aqui? – Sasha perguntou aturdida.
— Ele fazia mais do que isso. – Daryl declarou e nós dois compartilhamos um olhar subentendido. Nos aproximamos da sala em que Daryl fora interrogado e espancado, e observamos o sangue que escorria por debaixo da porta. Rick colocou a mão na maçaneta e Daryl pôs-se ao lado dele mirando com o rifle. Assim que Rick abriu a porta vimos o cadáver de Milton no centro do cômodo e Andrea estava sentada ao lado da entrada.
— Andrea. – Michonne sussurrou endireitando o corpo debilitado da loira.
— Eu tentei pará-lo. – Ela murmurou nos olhando.
— Você está queimando de febre. – Rick disse colocando a mão em sua testa. Andrea afastou a gola da blusa que vestia e mostrou uma mordida em seu pescoço. Ah, não.
— Judith, Carl... – Ela começou a falar mas foi interrompida pela tosse. — O resto de vocês...
— O resto de nós, você é uma de nós. – Rick interferiu e ela deu um pequeno sorriso.
— Estão todos bem? – Ela indagou com sua voz arquejante.
— Sim, estão todos bem. – Rick assegurou e ela voltou-se para Michonne. — Que bom que os encontrou. – Ela afirmou segurando nas mãos da morena que chorava. — Ninguém mais consegue ficar sozinho. – Andrea comentou olhando para Daryl e depois para mim sorrindo.
— Eu nunca consegui. – Daryl consentiu e desviou o olhar para mim e eu o acariciei no ombro.
— Eu só não queria mais mortes. – Andrea condoeu-se e Rick assentiu. — Eu mesma vou acabar com isso. – A loira anunciou e Michonne negou de imediato. — Eu preciso, Mich. Enquanto ainda posso.
— Vou ficar aqui, até o final. – Michonne afirmou e Andrea concordou.
— Por favor? – Ela pediu para Rick, que entregou-lhe uma pistola. — Eu tentei, e quero que vocês tentem, sigam até quando e onde puderem. Não importa o que aconteça, protejam-se e vivam cada momento. – Ela concluiu e eu saí da sala. Não aguentava mais segurar minhas lágrimas e não queria que ela visse, aquele momento já era doloroso o bastante para ela. Recostei-me contra a parede e logo Daryl e Rick saíram e encostaram a porta. Rick permaneceu de pé próximo a porta e Daryl parou ao meu lado. Todas aquelas pessoas que o governador matou eram inocentes, e isso só serviu para mostrar o quão egoísta e impiedoso ele era. Sempre fora mais fácil fazer as escolhas erradas, e no mundo em que vivíamos agora não era diferente. Podíamos optar por sobreviver e tentar reconstruir nossas vidas, ou viver para matar e causar destruição. Era óbvio que não estávamos a salvo, o governador ainda não estava satisfeito. Ele voltaria por vingança, e estaríamos prontos para colocarmos um ponto final nessa carnificina. O silêncio foi quebrado com o som abafado do disparo, e eu suspirei. Michonne saiu da sala cabisbaixa, e eu aproximei-me dela, abraçando-a. Ela agradeceu em um sussurro e nós seguimos para fora. Reunimos todos os que restaram de Woodbury, entre eles crianças e idosos, em um ônibus e voltamos para a prisão. Todos mereciam uma segunda chance, e estávamos dispostos a ajudar.
Chegamos ao amanhecer na prisão e acomodamos todos nos blocos de celas que estavam sobrando. Com o inverno chegando e os novos integrantes do nosso grupo precisaríamos de mais suprimentos para nos mantermos, mas essa era a menor das nossas preocupações. Peguei o rifle do porta-malas do carro e fui em direção a uma das duas torres de guarda que estavam intactas. 
— Kristen, aonde você vai? – Ouvi a voz de Rick e eu voltei-me para ele.
— Vigiar. É o meu turno. – Lembrei-o levantando a arma em minha mão e ele deu um pequeno sorriso.
— Vamos descansar, nos preocupamos com isso depois. – Daryl sugeriu parando ao meu lado.
— Dixon propondo um descanso, que gentileza. – Eu debochei e ele manteve-se sério olhando para mim.
— Você vive reclamando, talvez esteja precisando de um descanso digno de uma princesa. – Daryl rebateu com seu tom zombeteiro.
— Vai à merda. – Eu disse rindo, sendo acompanhada por ele. 
 


Notas Finais


Comentem se quiserem, e obrigada a todos que têm acompanhado a fanfic <3


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