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História Bittersweet - Claimed


Escrita por: lialive

Notas do Autor


Oi gente!

Is it too late now to say sorry?
Sério meus amores, me desculpem mais uma vez pelo sumiço, pleaseee!
Aconteceram alguns problemas pessoais e o bloqueio criativo bateu... Maaaaas, eu estou de volta.

Vou postar mais agora que estou de férias e vou tentar não demorar tanto...

Obrigada por todos os comentários maravilhosos no último capítulo, e obrigada pelos favoritos <3

Capítulo 22 - Claimed


Fanfic / Fanfiction Bittersweet - Claimed

Acordei sobressaltada e olhei ao redor. Eu ainda estava encolhida no chão frio daquela casa mal iluminada. A primeira coisa que senti foi minha cabeça latejar e depois uma dor aguda no meu braço esquerdo. Quando olhei para o chão vi algumas manchas de sangue sobre o piso de madeira. Desviei o olhar para o meu braço e vi o sangue escorrer de um corte um pouco acima do meu pulso feito por um caco de vidro. Levei minha mão trêmula até o local e puxei o pedaço pontiagudo da minha pele. Mordi meu lábio inferior tentando conter um gemido de dor e observei o sangue espalhar-se por minha pele e pingar na madeira como gotas de tinta vermelha. O corte era um pouco fundo, mas o frio parecia entorpecer o meu corpo e amenizar a dor. Sentei-me e senti minha cabeça pesada, e o gosto amargo na minha boca deixou-me nauseada. Alcancei a mochila que eu havia pego de Samuel e procurei por alguma tira de pano que pudesse estancar o sangue. Acabei encontrando uma camiseta e a dobrei para amarrar em torno do meu braço, ao menos aquilo serviria para não deixar o ferimento exposto. Olhei o relógio no meu pulso e percebi que a pequena tampa de vidro estava trincada e os ponteiros não se moviam. Passei a ponta do meu dedo indicador sobre o objeto danificado e pensei que talvez ele havia quebrado no impacto que sofri quando o carro em que eu estava com Samuel capotou. Apesar de não funcionar mais, eu não o tiraria. Aquela era a única lembrança que eu tinha do meu pai. 
    E de Daryl. 
    Eu não sabia onde e nem como ele estava. Se ele estivesse como meu pai... como toda minha família... Eu... Eu não queria nem pensar nisso. 
    Mas ele não está. Daryl estava vivo.
Não conseguia pensar nas pessoas como lembranças. Meu pai costumava dizer que era possível fazer das lembranças antigas um caminho para a esperança. Era uma forma que ele havia encontrado para ter minha mãe presente depois da sua morte. Já eu preferi aceitar que ela havia partido do que pensar igual ao papai. Mas agora, aquilo fazia sentido. Daryl estaria nas minhas lembranças, e eu manteria a esperança para reencontrá-lo. 
    Desviei minha atenção do relógio e caminhei até a janela, afastando a cortina e deixando a luz empalidecida do sol invadir o cômodo. A chuva havia cessado e eu decidi aproveitar aquela trégua para sair. Peguei a mochila ao lado do sofá e caminhei em direção a porta de entrada. Ao passar pela janela, tive a impressão de ter visto uma silhueta no jardim. Parei e agachei-me, ficando alguns minutos ali esperando por alguma movimentação ou algum barulho vindo de fora, mas consegui ouvir apenas o tilintar do mensageiro dos ventos pendurado na varanda. Talvez eu estivesse atordoada demais com tudo o que havia acontecido e estava ficando paranóica. 
    Convenci-me de que não havia nada no jardim e retirei a chave do meu bolso para destrancar a porta. Quando pisei do lado de fora o vento forte me atingiu fazendo meu corpo todo estremecer. Cruzei meus braços para proteger-me do frio e andei em direção a saída do residencial. Eu poderia ter vasculhado a casa em busca de roupas limpas e que me agasalhassem, mas minha vontade de sair daquele local e procurar por comida havia falado mais alto. Assim que aproximei-me do portão ouvi alguns barulhos ecoarem e confundirem-se com o chacoalhar das folhas das árvores devido ao vento. Os sons eram difusos, mas eu podia jurar que pareciam-se com  tiros. Tentei não prolongar a possibilidade daqueles barulhos serem realmente de disparos, mas eu não consegui deixar o pensamento de lado. Sabia que não haviam motivos concretos para minha curiosidade aumentar mas, estranhamente, eu me sentia esperançosa. Abri o portão ouvindo o barulho estridente das dobradiças enferrujadas e saí. A rua estaria vazia se não fossem por dois errantes que vagavam em direção a uma viela. Eu havia ficado intrigada por aqueles barulhos e decidi que seguiria por dentro da floresta que cercava o residencial para tentar encontrar algo. Era difícil dizer de onde o som havia vindo, mas andando pela floresta eu encontraria água e, com sorte, comida. 
    Ajoelhei na beira de um riacho que escoava entre algumas pedras, não me importando se sujaria minha calça. Busquei minha garrafa dentro da mochila e a enchi de água. Bebi desesperadamente, com gana, molhando toda minha blusa. Aquela água tinha um gosto salobro, de terra, mas não dei importância. Respirei fundo sentindo meu estômago pesado pela quantidade de água que eu bebi e guardei a garrafa abastecida na mochila. Desamarrei a camiseta que estava envolvendo meu braço e observei a ferida inchada que latejava de dor. Lavei o corte com a água fresca, voltando a amarrar a camiseta sobre o ferimento. Eu precisava encontrar álcool e ataduras para limpar e fazer um curativo no corte para evitar uma infecção. Levantei-me e decidi voltar para a clareira onde eu havia montado uma pequena armadilha para capturar algum animal. Era a primeira vez que eu havia construído uma armadilha e não sabia se funcionaria. Parecia bem mais fácil quando Daryl me ensinou. Apesar de ter se irritado com minha insistência em acompanhá-lo na sua caçada, ele havia me mostrado com muita paciência como fazer aquilo.
    Abaixei-me próxima às folhagens que camuflavam a armadilha feita com alguns galhos e um dos cadarços da minha bota, e constatei o óbvio: não havia conseguido pegar nada. Meu estômago doía e parecia se retorcer por causa da fome que eu sentia, e eu gemi em frustração. Ouvi o farfalhar das folhas de um arbusto e virei-me depressa. Fiquei de pé, puxando a pistola que estava presa na parte traseira da minha calça e a segurei à frente do meu corpo. Se fosse algum animal ele não ficaria parado, do mesmo modo se fosse um errante, ele não teria a capacidade de esconder-se. A impressão de ser vigiada fez com que eu sentisse um calafrio percorrer meu corpo.
– Quem está aí? – Perguntei procurando atentamente entre as árvores. – Apareça! – Eu exigi em voz alta e apertei meus dedos em torno do metal gélido da arma. Resfoleguei ao ver um homem surgir detrás das árvores com as mãos levantadas.
– Tudo bem, não precisa se preocupar. – O homem caminhou com as palmas estendidas até ficar totalmente visível. Ele carregava um arco composto parecido com o de Daryl sobre o ombro. O pensamento que aquela podia ser a besta de Daryl fez meu coração recochetear no peito, fazendo-me entrar em pânico. 
– Não dê mais nem um passo, senão eu atiro no meio da sua cabeça. – Eu ameacei e o homem assentiu. Eu tinha que parecer intimidante, uma vez que minha arma estava sem balas.
– Meu nome é Harley. Vi que você está procurando por comida e eu posso ajudar.
– Não preciso da sua ajuda. – Eu declarei e levei meu dedo indicador ao gatilho. Minhas mãos trêmulas mal conseguiam manter a pistola apontada na direção do desconhecido. 
– Como pode ter tanta certeza? – Ouvi uma segunda voz e antes que pudesse me virar, senti um braço prender-se ao redor do meu pescoço. Tentei bater a coronha da arma contra o rosto do sujeito que me segurava, mas ele agarrou meu braço com a mão livre. Debati-me tentando me livrar, mas o aperto tornou-se mais forte fazendo meu peito doer na ânsia da busca por ar. – Relaxa. – Eu pude ouvir a voz dele soar antes que minha visão perdesse o foco aos poucos e, quando eu já não tinha mais forças para escapar, tudo escureceu.

 

– Reivindicada. – O homem com a bandana amarrada ao redor da cabeça declarou num tom repleto de malícia, arrancando uma risada mordaz do parceiro. O corpo esvaído da garota foi agarrado e colocado sobre os ombros do homem, deixando-a de cabeça para baixo.
– Não vai dividir nem sequer um pouco?
– Você já conquistou algo hoje. – Ele alegou apontando para o arco no ombro do outro.
– Já estava de olho nisso antes do babaca do Len reivindicar. Aliás Tony, eu pus os olhos nela primeiro. – Ele replicou, referindo-se à garota ruiva que estava nos braços do parceiro. 
– Você conhece as regras. – Tony repreendeu a insistência do amigo. – Mas, vamos esperar até que ela acorde e veremos o que podemos fazer para que todos saiam satisfeitos. – O sorriso perverso estava escancarado em seu rosto. – Joe vai se zangar se demorarmos.
– Só espero que ele saiba o que ele está fazendo. – Harley reclamou e voltou a caminhar, sendo seguido por Tony.
– É claro que ele sabe. Não vê que ele está nos ajudando a encontrar o desgraçado que matou o Lou?
– Disso eu sei. E a respeito do arqueiro que encontramos? – Ele incitou. – Acha mesmo que Joe vai pestanejar em matar qualquer um de nós depois do que fez hoje? – Ele observou Tony o encarar, esperando que ele prosseguisse. – Ele permitiu que matássemos o Len que estava conosco desde que toda essa merda começou só por causa de uma mentira.
– Quantas vezes já mentimos e saímos impunes? – Tony o lembrou, ajeitando a garota desacordada sobre os ombros.
– É por isso mesmo. O mesmo Joe que nos conhece, é aquele que está interessado em alguma coisa a respeito do arqueiro. Nós é que não conhecemos o Joe tão bem quanto julgamos.
– Você está insinuando que...
– Não estou insinuando só estou abrindo o jogo, caro Tony. – Harley finalizou e lançou um olhar sugestivo para o amigo.
– É melhor voltarmos. Joe está nos esperando. – Tony mencionou e Harley assentiu, ambos andando em direção aos trilhos abandonados que cruzavam a floresta. 

 


Notas Finais


Então, espero que gostem do capítulo e comentem o que acharam...

Um beijo e até a próxima <3


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