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História BitterSweet - No Rest for the Wicked


Escrita por: VictorStark

Notas do Autor


If one heart mend another | Se um coração consertar um outro
Only then can we begin | Assim então poderemos começar
So won't you hold on a little longer | Então espere um pouco mais
Don't let them get away | Não os deixe ir

Lonely, I | Solitária, eu
I'm so alone now | Eu estou tão sozinha agora

No Rest for the Wicked (Não Há Descanso Para os Impios)
Lykke Li

Capítulo 23 - No Rest for the Wicked


Deite-se, senhora, deite. Deite-se em minha grande cama de bronze.

Noah colocara bem alto em seu estéreo Bob Dylan. Gostava desde as épocas de criança do Bob. Sempre quisera tocar gaita como ele, mas nunca definitivamente conseguira.

Fique, senhora, fique, fique por algum tempo com o seu homem. Até o amanhecer, me deixe fazer você sorrir.

O xerife realmente gostava dessas músicas, com uma pegada Rock-Folk. Fechara os olhos e pensara no marido, tinha saudades dele. Ambos trabalhavam muito e eram muito importantes para a comunidade.

Ele mesmo, chefe da polícia da cidade que, além de um ou outro delito cometido por adolescentes, não havia que trabalhar muito. Já o marido, sempre pegava um ou outro caso mais grave e, como era o único médico na cidade, acabava tendo que trabalhar a maior parte do tempo, sendo substituído apenas por outros médicos que vinham de fora – mas que a população não tinha assim tanta admiração.

Já o filho, era para estarem ali, e logo estariam. Havia pedido uma pizza e acabara de arrumar a mesa para jantarem.

Fazia dias que não via o filho, ou melhor: que o via verdadeiramente. Esse romance adolescente, era estranho, mesmo assim, o permitia. Até quando duraria? Não sabia definitivamente. Pareciam sérios candidatos à um turno permanente. Mesmo que isso lhe desse um extremo frio na espinha.

E como dava.

Nem mesmo quando estava em seu pelotão e sabia que ficaria de plantão fora da base, nem isso lhe dava frios na espinha.

Mas o filho, namorando com aquele rapaz...

Não que fosse por namorar um rapaz, seria hipócrita em acreditar que ele tinha direito apenas à isso, mas... Derek Hale parecia o tipo errado de cara. Já ouvira histórias dele aprontando nas cidades ao redor. Talvez fossem notícias velhas e ele era um novo tipo de rapaz.

Talvez agora era um homem...

Mas seria um homem que seu filho precisava?

Noah sabia que o filho era tudo menos tolo, tudo menos inocente. No sentido de entender a vida e as coisas ao seu redor. Talvez as vezes parecesse ser tolo, e comportar como um pateta com respostas rápidas, mas se havia um indivíduo que prestaria atenção em qualquer coisa era ele.

Pegou a coca-cola e a abriu. Pensou em levar direto à boca, mas o filho também beberia logo. Então apenas balançou a cabeça e andou até a cozinha, abriu o armário de cima e procurou por algum copo.

Talvez se tivesse uma audição super-apurada poderia ouvir a porta da sala se abrir com um pequeno solavanco. Alguém quebrara a fechadura e entrara para dentro, com o perdão da redundância.

A música alta lhe ajudaria a manter-se na ignorância da ameaça. A música cessara, porém, no silêncio melancólico de Bob Dylan e sua voz que ecoava e foi impossível o xerife não ouvir algo se romper na sala.

– Stiles? – Chamou o xerife, nunca desconfiaria de um assalto, nunca desconfiaria de um assassino em potencial em sua casa que nem mesmo era tão chamativa (ainda mais com uma viatura da polícia em frente).

A cena da sala lhe deixou perplexo, olhou ao redor, onde deixara sua arma? Onde estava seu rifle? Alguns objetos se rompiam à medida que dois enormes lobos se atracavam em sua sala.

– DIABOS, STILES MINHA ESPINGARDA – Gritou o xerife e um dos lobos lhe olhou rapidamente. Para logo ser atacado pelo outro – ANIMAIS MALUCOS, SHO! – Gritava, tentando espantá-los como dois cães.

Mas eram enormes. ENORMES. Conhecia bem lobos comuns, aquilo pareciam dois seres vindouros do inferno. Olhou em um canto e viu sua arma repousada.

– Droga – Exclamou Noah, se abaixando enquanto eles destruíam sua sala.

O policial manteve-se agachado enquanto caminhou até o canto.

Seria alguma alucinação? Observava por cima da mesa derrubada as duas enormes bestas. Sim, eram enormes, no sentido literal da palavra. Não eram lobos comuns, definitivamente. Viu pelo canto dos olhos Stiles descer as escadas e apenas abriu as mãos, olhando para o filho.

– FIQUE Aí! – Gritou, atrás da mesa, enquanto andava mais até a sua arma.

– Droga pai, fique parado, deixe que eles se resolvam.

– Ficar parado?! Stiles, volte para cima! Se tranque no quarto!

– Pai, vem para cá!

– Stiles, não desça mais!

O pai entrou em desespero enquanto via o filho descer mais as escadas. Como podia ser tão cabeça dura? Quando tão à pouco elogiara-o mentalmente por sua inteligência.

Engatinhou mais até estar próximo à arma. Pegou-a rapidamente e ergueu-se atrás do sofá.

Derek olhou para o Xerife.

– Pai! O lobo cinza! Atira no lobo cinza! Derek! – Gritou Stiles, desesperado, esquecendo-se que Derek se recuperaria se não fosse atingido pelo projétil na cabeça.

O pai atirou e a bala foi até a criatura acinzentada. O xerife respirava ofegantes, a arma soltava ainda um pouco de fumaça da ponta.

– Droga pai, droga! Ah, você acertou o lobo cinza. Derek, vai. – Gritou Stiles, o pai não sabia o que estava acontecendo, mas logo mataria o lobo. Matá-lo-ia se se movesse um centímetro.

– Vai besta, leva a carcaça para comer para lá! – Gritou o homem, o xerife apontou no chão e deu outro disparo, próximo às patas de Derek – O-que d-diabos...

A figura do lobo foi lentamente se modificando entre gritos e uivos agudos.

Lentamente a figura foi se tornando em um jovem. Tinha cabelos castanhos, a pele era morena-clara e os olhos eram pretos como a noite. Derek não o conhecia, mas tinha o cheiro do seu tio. Tinha o cheiro daquele outro bando que invadira e atacara Stiles pela primeira vez.

Não tinha muita opção agora.

– O QUE D-IABOS – Falou o xerife, começando a tremer-se todo. Estava esquizofrênico? Imaginara um lobo e atingira um rapaz? Um maldito adolescente?!

Ainda tinha a arma apontada para o lobo... Até que o lobo se tornou em...

Derek?

Sim, aquela besta negra fora em um estopim se convertendo no homem que se dizia namorado de seu garoto.

E estava nu!

– Eu estou sonhando... Eu... – Respirava rapidamente, suava muito.

– Derek, leve-o daqui, os vizinhos devem ter chamado a polícia.

Derek apenas resmungou e pegou o garoto como uma caça recém pega. Colocou-o nos ombros e o rapaz gemeu de dor, enquanto que Derek puxou o fragmento de medalhão de seu pescoço, lançou o fragmento para Stiles.

– Vou pedir para alguns virem aqui, ficarem por perto. Outros desse pode aparecer.

O pai tremia e observava a conversa.

– Pai...

Stiles suspirou.

 

oOo

 

– Dois assaltantes, estavam armados – Falou o xerife, tentando manter a compostura, mas olhava para Stiles a todo instante.

O cheiro de café recém feito era forte, mesmo que fosse um café solúvel e não tão gostoso quanto gostaria. Mesmo assim, a bebida quente e amarga lhe ajudava a melhorar a acuidade mental.

– Dei um tiro de aviso, quando não obedeceram, eu atirei contra – Explicou o xerife, que, naquele momento não era o xerife e sim um cidadão normal relatando aos seus subordinados.

– Tudo bem Xerife – Falou o rapaz, coçando a cabeça – Vamos procurar a área... Alguma coisa foi levada?

– Não, não tiveram tempo. Acredito que não procurarão o hospital, o tiro foi de raspão.

O coração batia rapidamente no peito do policial. Stiles estava ao seu lado.

– E você, Stiles?

– Eu não vi nada. Assim que comecei a descer as escadas, papai pediu para que eu subisse as escadas, e eu subi – Informou Stiles, respirando lentamente e olhando sua sala com uma cara desolada.

– Tudo bem xerife... Vou anotar tudo no sistema para que possa acionar o seguro.

– Obrigado – Respondeu Noah, indo até a porta e acompanhando o rapaz – Logan, obrigado.

– Tudo bem xerife, tenha um... Ahmm... Bom fim de noite?

– É, vou tentar – Noah deu um pequeno sorriso ao aprendiz, era um rapaz muito novo, mas que tentava ser prestativo.

A porta da casa se fechou e Noah se virou, voltou até o sofá que estava um tanto quanto arruinado.

– Agora, meu filho, me diz que não estou louco.

– O senhor não está louco – Respondeu Stiles – Acho que o senhor quer uma explicação.

– É, uma explicação por que vi dois lobos lutando em minha sala, se transformando em pessoas e porque seu namorado é um deles... Preciso muito dessa explicação. Antes que eu precise ir urgente à um hospício.

Alguém bateu na porta.

Stiles se aproximou e Noah se levantou, indo na frente do filho, tinha a arma no coldre e a trava de segurança desativada.

– Stiles, somos nós.

– São meus amigos – Explicou Stiles.

– Mande-os embora, por deus Stiles, agora não, você tem que me explicar porque diabos eu menti para a polícia! – Falou baixinho Noah.

– Você é da polícia, pai. Apenas omitiu um pouco a verdade – Disse Stiles, abrindo a porta. O pai apenas entortou a boca nervosamente.

– Olá, senhor Stilinski! – Falou Scott, entrando, o nariz pareceu se contorcer um pouco, como se sentisse algum cheiro.

– Senhor Stilinski – Liz abanou a cabeça, entrando também.

– Xerife – Theo balançou a cabeça.

– Olá Senhor Stilinski! – Liam falou em seguida – Com licença.

– Acho que Derek foi para os fundos, talvez seja melhor ficarem lá, preciso explicar a coisa toda para meu pai.

– Ah – Falaram eles, olhando para o homem ali, que olhava o quão surreal era aquela cena. Um monte de adolescentes tarde da noite após um ataque de lobos, ou melhor, de um garoto e o namorado do filho em sua casa.

– Talvez você deva ficar Scott, vai me ajudar.

– Tudo bem.

Stiles ouviu os garotos indo em direção à porta dos fundos, enquanto conversavam.

– Só espero que o Senhor Stilinski seja bacana e não dê problemas para nós – Falara Liam.

– É claro que ele vai ser bacana, é o pai do Stiles de qualquer forma – Respondeu Liz.

– Será que vão comer essa pizza? – Perguntou Theo.

– Theo, por favor, não mecha na comida dos outros! – Advertiu Liz.

– PODE COMER – Gritou Stiles, sem muita fome para essa noite, o pai provavelmente não ligaria.

– Viu, eu disse que podíamos... Implicante – Resmungou alto, da cozinha, Theo e logo as vozes se cessaram.

O pai não conseguia se concentrar na voz dos outros. Não conseguia saber porque deixara um grupo de adolescentes invadir sua casa em ocasião tão... Impropícia. Mas naquela altura realmente não se importava realmente. Apenas queria explicações, queria saber que não estava maluco.

Deixara a arma bem longe de si, tinha medo de ter outra alucinação. Tinha medo que tudo isso era uma alucinação.

– Pai – Começou o rapaz – Existe muito mais nesse mundo do que imaginamos. Muito mais – Olhou para Scott, que estava próximo da janela, olhando desconfiado para fora.

– Stiles, o que você quer dizer...

– Existem esses lobos, que são humanos... Meio como lobisomens, mas não se transforma se a gente é mordida ou coisa do tipo – Explicou.

– Stiles, isso é a coisa mais maluca do mundo.

– Pai, o senhor não está sonhando, o senhor não está alucinando ok? – Falou Stiles, – Scott, me ajude aqui, se transforme.

O pai de Stiles tinha um olhar cético e meio apreensivo, tinha medo de tudo ser mentira, de estar realmente alucinando, ou dormindo. Talvez fosse pelos tons escuros do ambiente, pela noite, pelos poucos abajures ligados. Fez questão de acender mais luzes, de forma que as projeções de sombras se eliminassem e os tons da realidade se firmassem.

– O que diabos está fazendo? – Perguntou Noah Stilinski, olhando para Scott. Scott, por sua vez, tirava as roupas, primeiro camiseta, depois as bermudas e o tênis, por fim, abaixava as cuecas – Okay. Estou realmente alucinando, ou sonhando com adolescentes nus... – Falou, batendo a mão na cabeça, esfregando os olhos e desviando eles do adolescente.

– Pai, veja! – Falou Stiles, e Noah voltou os olhos para o rapaz pelado, que em um estalo tomou volume na sala, se transformando no Beta que Scott era.

– Deus! – Exclamou Noah, se levantando e indo para atrás do sofá. O corpo tremeu levemente, mas tentava manter sua dignidade.

– Pai, por favor, é real. Acredite – Falou Stiles, enquanto que Scott se sentava como um cão bonzinho. Olhava de Noah para o amigo. Tinha um leve receio de que o Sr. Stilinski lhe atirasse com a arma.

– Tudo bem... Eu... – O pai respirava. Não tinha a imaginação tão fértil quanto o filho.

– E eu e Derek somos o que eles chamam de Alpha e Beta. – Explicou ao pai, não era hora para piadas – Nós temos um elo... Uma conexão.

– Você se transforma em lobo também?! – Questionou o pai, assustado – Eu não acredito que estou fazendo esse tipo de pergunta... Eu devo estar louco.

– Pai, vamos lá. Quanto antes o senhor aceitar...

– Então existe magia no mundo, fadas, gremilins, ETs? – Perguntou o pai, Stiles ficou duvidoso se o pai estava sendo sarcástico ou ingênuo.

– Não – Respondeu suspirando Stiles.

– E o que é tudo isso?

– É algo antigo, dos antigos povos... Uma conexão com a natureza... Sei lá pai. Só sei que existe e é real. Enfim, eu e Derek temos esse elo. Vamos ficar unidos para sempre... É algo mais forte do que nós.

– Então... É por isso que está assim com ele?

– Sim – Respondeu Stiles, suspirando – E isso nos liga ao que acabou de acontecer... Esse lobo, era um... Inimigo de Derek, imagino que foi mandado pelo inimigo dele, para causar toda essa confusão.

– Stiles... Isso é loucura.

– Pai, eu sei...

Stiles apenas suspirou e ficou em silêncio. Tal como o pai.

– Scott, pode ir com os outros.

O lobo ficou de quatro novamente e abaixou as orelhas e a cabeça, o pai observava ainda, incrédulo. Incrédulo de como ele era um lobo. De como o maldito amigo de Stiles da escola era um lobo. Como o genro era um lobo.

– Pode comer o resto da Pizza Scott – Falou Stiles e Scott ergueu as orelhas, apressando o passo até o fundo.

Noah Stilinski por enquanto continuava não acreditando em tudo.

Droga. Estava alucinando, sonhando? Talvez sim, muito provavelmente sim. Mas tentava se dar a pontinha da dúvida.

– Pai, eu sei que é difícil acreditar, pelo senhor ser velho e tudo mais...

– Eu ser velho?!

– Tudo bem, por ser oldschool.

– Seu pai sabe de tudo isso?

– Não.

– Precisamos contar para ele.

Stiles mordeu os lábios e apenas balançou a cabeça.

– Desculpe papai... Essa loucura toda... Isso... – Suspirou, abaixando a cabeça. O pai se sobressaltou ao ver a porta ser aberta novamente.

Era Derek.

– O rapaz cantou – Disse Derek à Stiles, depois olhou para Noah. O lobo olhou o pai de seu noivo – Sr. Stilinski...

– Stiles me contou tudo. Por que diabos está fazendo essa coisa toda com meu filho?! Eu sabia que você não era o indicado para ficar perto dele...

Stiles fechou os olhos e suspirou.

– Pai, qual foi a parte do “nós não escolhemos” que o senhor não entendeu? – Falou Stiles – Qual é pai, Derek e eu não temos nada em comum.

Derek balançou afirmativamente a cabeça.

– Realmente – Murmurou Derek.

– Bem, não tínhamos... Mas... Ele me ama provavelmente mais que a própria vida – Stiles estendeu a mão para Derek enquanto fitava o pai – Não vê, olha a cara de cão-sem-dono. Tudo bem, lobo Derek, lobo.

Derek estreitara os olhos, mas Stiles realmente não falava nenhuma mentira.

– Sr. Stilinski, eu daria minha vida facilmente para Stiles. Eu o amo, muito. Está em minha natureza. Nós somos um. Entende? Isso tudo que Stiles te contou, é verdade. Eu sou um lobo.

– Ele é um lobo pai.

– Tudo bem, você é um lobo – Concordou em fim o pai – Vou... Tentar tomar um remédio e dormir. Preciso dormir – Abanou a cabeça – Você vai estar seguro? – Perguntou à Stiles.

– Mais seguro impossível.

– Alguns dos meus lobos ficarão nas redondezas. Mas durma com sua espingarda xerife.

O xerife abanou a cabeça positivamente. Estava com sua enxaqueca à mil.

– Se ver algum lobo, se for um dos meus ele erguerá a pata direita. Se ele não fizer isso, atire para matar. É só na cabeça que nos mata.

– Tudo bem – Respondeu o xerife, abanando a cabeça e pegando a arma onde a escondera, subindo para pegar também a espingarda. Ligaria para Sam para certificar-se que estava bem no hospital.

 

oOo

 

– Não era bem assim que eu planejava contar aos meus pais – Suspirou Stiles, saindo para a rua com Derek. Alguns policiais passavam por ali e cumprimentaram Stiles.

– Papai pediu para que eu dormisse na casa do meu amigo – Afirmou Stiles à um policial. Ninguém ainda sabia oficialmente sua homorelação. Tinha um pouco do julgamento que fariam aos seus pais.

Derek rosnou inaudível quando ouviu a palavra ‘meu amigo’. Não devia explicações à esses humanos, mas Stiles era seu noivo. Seu urso e número inconstante.

– Vamos na minha moto – Falou Derek, Stiles acabou concordando, estava transtornado demais para dirigir. Cansado também.

Subiu na moto e assim que dobraram a esquina, Stiles abraçou Derek. Com força.

O barulho de roncado da Harley distraía seus pensamentos e a vila Hale nunca parecera tão confortante. As luzes estavam em sua maioria apagadas e isso lembrava um pouco do seu sonho/alucinação/premonição. Mas tão logo se acercou da casinha que Derek morava, sentiu-se bem, sentiu-se feliz e apenas ficou feliz em se sentar no sofá e ver que o outro parecia tão cansado quanto si mesmo.

Derek se ajoelhou na sua frente.

– Você já me pediu em noivado – Lembrou-lhe Stiles – E fica ridículo ajoelhado.

– Stiles, me desculpa – Disse o Sourwolf. Naquele instante tinha a seriedade de um homem completo nas costas – Eu não queria que seus pais se envolvessem nisso.

– Ei, estamos juntos, ok? – Disse Stiles – Levante-se Derek. Por favor, você não combina ajoelhado.

– Stiles... – Derek suspirou, se levantando ainda mais pesado do que quando se ajoelhara – Por favor meu amor...

– Ei, eu não vou lhe deixar – Respondeu Stiles como se lhe tivesse lido os pensamentos – Agora ainda mais. Pare de ser besta. Don’t be such a sourwolf.

Derek deu uma olhada nervosa para Stiles, mas logo sorriu e suspirou.

– Eu vou matar meu tio, essa semana. – Disse Derek – Conversei com os outros. O idiota deve ter pensado que eu mataria o lobo que lhes atacou. Mas consegui tirar dele onde meu tio está.

– Okay... Talvez isso seja um blefe?

– Aquele garoto não tinha razão para mentir... – Derek falou, indo até sua geladeira e pegando um pequeno galão de leite, entornando na boca. Depois de tanto tempo como lobo, estava faminto.

– Ele... Tem sim? – Insistiu Stiles – Talvez, ou melhor, provavelmente seja uma armadilha? – Perguntou Stiles.

– De novo, ele não tem razão para mentir – Respondeu Derek, abaixando o galão de leite vazio, tinha um bigode branco agora – Não com a dor agonizante que ele estava sentindo – Derek curvou as sobrancelhas e falou seriamente – Stiles, eu vou matar meu tio e isso é um fato... Por que você está rindo?

– Tudo bem, você falando sobre matar seu tio com essa expressão séria e um bigodinho de leite é provavelmente a coisa mais adorável que eu já vi.

Derek abanou a cabeça e passou a mão na boca.

– Ah, eu queria ter lambido o bigodinho de leite – Falou o Stilinski, se levantando com um sorriso um tanto quanto depravado. Derek lhe olhou estreitando os olhos.

– Ainda tem leite aqui – Derek respondeu.

– Minha nossa Derek, seu pervertido – Stiles olhou na geladeira, a barriga roncava também.

 

oOo

 

Scott e Liz ficaram nos fundos da casa dos Stilinski, conseguiam sentir os aromas de todos os lobos na redondeza. Apenas sentiam os cheiros de Theo e Liam, além de alguns mais ao sul, de seu próprio bando, além de outros ao oeste, mais próximos à cidade.

Theo e Liam corriam mais para o Norte, um atrás do outro. Theo atrás de Liam, até que em um salto ambos se destransformaram, caindo rolando um em cima do outro em suas formas humanas.

Estavam nus.

– Ei, isso dói – Resmungou Liam, os músculos doloridos por ter caído por baixo de Theo.

– Ah, não dói tanto assim – Respondeu rindo Theo, que acabara segurando um pouco o outro antes do impacto, acabando por ter dispersando toda a energia cinética com sua mão. Mostrou o avermelhado de sua palma à Liam.

Theo tinha uma característica incomum mesmo entre os lobos. O avermelhado curou quase que instantaneamente.

– Dói se te vejo machucado, Liam – Afirmou Theo, observando os olhos doces do garoto. Os olhos azuis de Liam eram belos.

– Você só quer transar – Respondeu o rapaz de olhos azuis, abanando a cabeça.

– Provavelmente, cara. – Falou Theo, lambendo o pescoço de Liam, que arfou.

– Não somos nem ligados, podemos nos ligar com qualquer um a qualquer momento... – Afirmou Liam, fechando os olhos enquanto sentia a língua molhada de Theo em seu pescoço. Sentia-se ficar excitado também, além de igualmente sentir a excitação de Theo contra seu corpo. – E tudo isso pode ter sido em vão.

– Você sempre fala muito antes do sexo, Liam – Falou Theo e ouviu o outro arfar ao virá-lo com força de barriga para baixo.

– Theo...

– Que tal eu ser seu alfa e você meu beta. Apenas por hoje a noite – Propôs Theo.

O rapaz arfou e sentiu Theo lhe penetrar sem muita cerimônia.

Os olhos se fecharam e sentiu-se tão conectado com tudo. O cheiro da terra, o cheiro selvagem de suas próprias essências selvagens.

Gemeu ao sentir Theo lhe puxar e lhe penetrar novamente. Sentiu os braços com músculos em crescimento cruzarem seu pescoço – não para lhe sufocar, mas para lhe segurar. Segurar-lhe naquele amor com força que ambos compartilhavam.

O seu alfa arfou-lhe contra o pescoço enquanto lhe estocava com uma simplicidade poética. Sentia Theo suar e lhe molhar o corpo, sentia suas peles ficando avermelhadas pelo raspar dos corpos, enquanto os seus cheiros se misturavam e se confundiam.

Amava-o de uma forma carnal e humana. Amava-o tanto que doía e, mesmo assim, o amor não era o verdadeiro que lhes diziam. Não era o amor de lobo.

Era apenas o amor de carne.

Apenas amor humano e tangível.

E mesmo assim se fazia sentir tão bem.

Liam chorou sem demonstrar e, mesmo assim Theo lhe agarrou a mão enquanto terminava dentro de si.

Arfaram, arfou.

Os corpos tremiam. Theo não lhe deixava em paz, porém. Era justo.

O lobo que lhe penetrava agarrou-lhe a intimidade, mesmo enquanto continuava dentro de si. Os hormônios subiam, o corpo sentia todos os hormônios, o corpo sentia-se completo e preenchido e acabou por gozar com facilidade.

O seu sêmen levantou no ar o cheiro da masculinidade mútua.

– Ei, – Chamou Theo, lhe lambendo a orelha.

Ambos estavam sujos de terra, de pó, de grama.

Estavam suados e se olhavam. As testas molhadas escorriam o esforço que tiveram.

Seus olhos brilhavam, seriam lágrimas no fim das contas? Não notariam.

Eram ali apenas humanos.

Não haveriam de estar compartilhando também espirito?

Liam olhou para Theo, depois desviou os olhos para as estrelas.

– Eu te amo, tá? – Falou Theo, não queria sentir-se culpado no fim das contas.

– Eu... – Liam respirou lentamente, tinha medo de falar que também o amava.

Theo sempre lhe tratara como algo casual e sempre esperara ter seu elo com alguém. Tinha medo de dizer-lhe que lhe amava, tinha medo de se declarar à ele e o afastar.

Deu de ombros e Theo apenas sorriu, sempre sorria.

Maldito belo sorriso, cheio de dentes: perfeitos dentes brancos.

E entre sorrisos, agressividade.

Explodiram como lobos quando o cheiro lhes penetrou o olfato. Fora tão rápido, tão rápido quanto o sexo.

Theo lhe disse.

“Vá embora! Seu idiota, to te mandando! Vai!”

Era isso, estavam tão logo cercados por uma alcateia inimiga. Seus cheiros estavam longe demais para serem detectados por Scott ou por Liz.

Theo fora uivar, mas um lobo lhe mordera o pescoço. O uivo não saiu.

Seria um covarde em abandonar o parceiro?

Theo...

Liam correu para longe. Correu com uma grande quantidade de lobos em seu encalço. Tentou uivar, mas as forças não lhe vinham enquanto corria.

Talvez o cheiro dos inimigos já havia chamado mais de seu bando...

Correu até não sentir mais o cheiro dos inimigos.

Correu até encontrar Liz e Scott.

Caiu rolando aos pés das árvores que rodeavam a casa do Sr. Stilinski. Caiu como um humano.

Não reclamava da dor.

– Theo – Chorava, os olhos azuis pareciam o fundo do mar – Theo foi pego... Eles pegaram o Theo...

Os dois lobos se olharam e uivaram.

 

oOo

 

– O que foi? – Perguntou Stiles ao ver Derek sair de cima da cama com um rosto pálido e nervoso – Derek... Você quase me mata do coração.

– Theo... Droga. Pegaram o Theo. Pegaram um dos meu Stiles.


Notas Finais


WOW, 3 dias, 30 comentários
Vocês estão fogosos! <3
Espero que gostem do presente <3
ashasuhasu
Escrevi de ontem para hoje, acordei moído hoje cedo XD, desculpem os erros ortográficos. Se tiver algo muito absurdo, me avisem para que eu corrija! <3

Os meus muy obrigado aos seguintes leitores, por ter tornado minha páscoa ainda melhor que chocolate <3:
~DigDimadong ~Naty44 ~OnlyKookmin ~yasminlaufeyson ~BrunoStilinski ~Four-4 ~reinepure ~hinata124 ~malecsterek ~Yamanashi-san ~jupiter72 ~BrunoDiAngelo ~Luan_99 ~ankergayshipper ~Luhpandakawai ~Jmalec ~annabeth13chase ~_Void ~Tgwar ~Stilinske-Hale ~mimi_tommo ~lecHale ~Lorrhaine ~Myu94 ~RMCardoso ~Torrance ~Shunssei ~LoupGarouBerkan

&
Agradecimentos especiais para ~Lord_Castiel, sério, o comentário quase me fez chorar. Nham <3 Amo demais.

Vocês leitores, são minha maior inspiração para continuar essa história tão maluca e divertida, ashasuashu, eu meio que mergulho junto de vocês <3

E obrigado também à ~TyH_oe, por me seguir no insta, amei demais, novas amizades <3

Espero que tenham gostado e até o próximo!
E quem está esperando por Life is Strange, acho que essa semana tem \o


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