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História Black - Magia é Poder


Escrita por: LunaSelene

Notas do Autor


Eu sonhei com essa fic e quando acordei comecei a escrever.
Espero que gostem.

Capítulo 1 - Magia é Poder


Você sempre tinha sentido essa atração por um certo tipo de magia, a conhecia desde muito pequeno, sua casa era impregnada dela e até ir para Hogwarts era a única magia que conhecia. A primeira vez que viu James Potter foi como respirar um sopro de ar limpo pela primeira vez e talvez por isso tenha se conectado com aquela criança tão rápido. Ele era tão diferente do resto de sua família.

Mas não importava o quanto você gostasse daquela magia limpa, que lhe trazia um conforto que era difícil explicar, havia uma parte sua, aquela que passou onze anos convivendo com a outra magia, que a desejava ardentemente. Remus disse que foi isso que o atraiu em primeiro lugar, magia dele. Você riu, mas ficou pensando sobre isso durante um tempo. Ela não era inteiramente como aquela de sua casa, mas estava longe de ser como a de James.

Por isso, talvez, você manteve James e Remus tão próximo. Uma magia era a que você desejava, a outra era a que necessitava. Você só não sabia qual era qual.

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Você não era mais uma criança, não aos seus olhos pelo menos. Agora que conhecia mais sobre o mundo achava que estava começando a entendê-lo. Aquele era o primeiro Natal que passaria em casa em cinco anos, não que você quisesse, mas depois de uma carta efusiva de sua mãe não podia recusar.

Você cresceu em uma redoma. Quando muito criança sua mãe costumava dizer o quanto era especial, era mais Black do que muitos outros, a magia que corria em seu corpo era pura há séculos, sem nenhuma mácula. Ela costumava passar a mão gentilmente em seu cabelo e lhe dar pequenos sorrisos.

Quando as coisas haviam mudado?

Lembra, quando você tinha por volta de nove ou dez anos começou a fazer perguntas durante o jantar, algo que seus pais abominavam, mas o que você poderia fazer? Era o único momento em que todos estavam reunidos. Seu pai era muito mais paciente que sua mãe, mas isso se devia a ele o ignorar completamente deixando a cargo de Walburga fazê-lo calar a boca e mastigar dignamente.

Você ouvia seus pais e os amigos dele falando sobre os mestiços e nascidos trouxas – sangues-ruins – mas sua mente infantil não conseguia compreender completamente aquilo e ninguém queria lhe explicar. Claro que tudo desandou quando você não foi para Sonserina e suas questões começaram a serem respondidas por outras pessoas.

Sua mãe havia dito que nascidos trouxas eram sujos, impuros, feios e que sua magia não era nada como a deles, você era um Black. Mas sua mãe não conhecia Lilian Evans, ela não era suja, na verdade era bastante higiênica e bonita, mesmo com aquela constante expressão irritada quando você e James se aproximavam. Era inteligente também, esforçada. Quando não entendia algo passava horas na biblioteca e só voltava ao dormitório quando tinha a resposta para suas dúvidas. E a magia dela... Ah, a magia dela era quase tão boa quanto à de James.

Você ousou falar sobre aquilo para seus pais no Natal e recebeu um tapa de sua querida mãe. Ela que antes afagava seus cabelos e dizia o quanto você era especial.

Escória, imundos que infectam nosso mundo e roubam o que nos pertence.

Você nunca mais passou um Natal em casa depois daquele.

Mas o Natal daquele ano não era igual aos outros, havia mais pessoas. Suas primas estavam ali e outros também, parentes que aos olhos da sua mãe não era tão importantes e por isso você não se preocupou em confraternizar.

— Olá, primo. — Andrômeda sorriu ao vê-lo se aproximar. — Ainda tentando matar sua mãe de desgosto?

Você tinha colocado um conjunto bordô, dispensando totalmente as vestes sóbrias que Monstro havia separado. Não achava que aquela cor combinava com seu tom de pele, mas valeu a pena ao ver o rosto petrificado de sua mãe ao vê-lo entrando na sala.

— Oh Merlin! O que é isso que você está vestindo? — Bellatrix tinha se aproximado também e o olhava com mais nojo que sua mãe. Com um balançar de varinha as suas vestes tomaram um tom profundo de verde, com delicados arabescos em prata. — Bem melhor. Você vai ser o herdeiro dessa família, é o que levará nosso nome adiante. Tenha um pouco mais de respeito.

Você iria retrucar, mas Narcisa o pegou pelo braço e lhe deu o seu sorriso mais gentil negando levemente com a cabeça. Então você simplesmente aceitou aquilo, mesmo que tivesse ficado com aquele bolo no meio da sua garganta e uma vontade de azarar sua prima, mesmo que soubesse que não era páreo para ela.

O resto da noite foi tão ruim quanto o seu começo.

Na hora do jantar, com todos reunidos a mesa seu pai começou a falar sobre uma nova ordem para seu mundo e quanto mais ele falava, mais doente você se sentia. O que ele dizia era tão horrível e desprezível que você não aguentou comer mais, sentia que poderia vomitar a qualquer momento. Foi a primeira vez que ouviu aquele nome.

Lorde Voldemort.

Seu pai falava dele com adoração, como se ele fosse o próprio Merlin reencarnado, a resposta para todas as perguntas, inclusive aquelas que ninguém tinha feito ainda. Ele queria libertar o mundo bruxo daqueles que o infectaram, daqueles que o estavam roubando, assim eles, os puros, tomariam de volta o que os pertencia e nada poderia pará-los.

Você olhou em volta para ver se havia mais alguém tão consternado quanto você. Os olhos de Bella brilhavam de antecipação, Cissa ouvia tudo com atenção de uma dama, Régulos... Seu querido Régulos parecia encantado ao ouvir o som límpido da voz de seu pai. Claro, o homem quase nunca falava. Apenas Andrômeda parecia preocupada, mas quando percebeu que você a observava sorriu com graça e voltou a sua atenção para Orion. Uma sonserina de fato.

Você soube ali. Na verdade, você sabia desde o Natal aos 11 anos, mas só ali teve coragem suficiente para realmente fazer algo. Aquela família, sua família, não era boa o bastante. Ou seria o contrário? Naquela noite, você pegou um velho malão que havia no porão, colocou tudo que lhe pertencia lá e aguardou até seus pais dormirem. Queria ser mais corajoso que aquilo, mas coragem não significa burrice e você sabia que seria estuporado antes de cruzar as portas. Você só não esperava por aquele pequeno inconveniente.

— Fugindo, Sirius? — Régulos estava no sofá, como se soubesse o que você iria fazer.

— Reg...

— Bem, não é como se não esperássemos por isso. Bella diz que você não tem o que é preciso para ser um Black e que era só uma questão de tempo até você se bandear para o outro lado.

— Você ouviu o que eles disseram hoje. Como pode achar que isso é algo bom?

— Esse mundo pertence a nós, Sirius. Nós somos os mais poderosos, nós somos mais importantes. Os trouxas e sua laia apenas bagunçam tudo.

— E por isso vão erradica-los? — Você estava horrorizado.

— Claro que não, isso seria impossível, não é? Claro que alguns vão perecer no caminho, mas os que restarem vão ser domesticados, ajustados a sua nova posição.

— Por favor, Reg... Não.

— Você tem uma escolha a fazer e se tomar a decisão errada... Bem, se afaste. Não quero ser confundido com um traidor do sangue. — Ele virou-se antes de alcançar a escada. — Além do mais, eles não precisam de você. Eles têm a mim.

Ele deixou você lá, no meio da sala, com seu coração partido e um monte de dúvidas em sua cabeça. Ele terá percebido o quanto o magoou naquele momento?

Escória. Sujeira. Sangues-ruins.

Você tomou sua decisão, enfim.

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Você não era mais um adolescente explosivo de 16 anos. Era um adulto explosivo, entretanto. James costumava dizer que seus genes Black e a impetuosidade grifinória não era uma boa combinação e talvez ele tivesse certo. Por qual outro motivo você estaria marchando pela Mansão Malfoy, com sua varinha em punho e com o discernimento nublado por nada mais que ódio?

— Onde ele está? — Você rompeu pela porta da sala.

Narcisa estava sentada como a dama bem nascida que sempre seria, com Lucius para logo atrás de sua poltrona.

— Vai ter que ser mais claro que isso, Black. — Lucius o olhava com desprezo.

— Régulos. Onde está Régulos?

Narcisa se levantou e iria andar até você se não fosse a mão do marido a mantendo onde estava e aquilo o irritou mais ainda. Narcisa sempre foi a sua preferida, era mais gentil do que Bella jamais poderia ser e mais delicada do que Andrômeda se esforçava. Com seus fios loiros, tão diferentes de todos eles, Narcisa era mais Rosier que Black. Era ela uma flor.

— Ora... — Uma figura surgiu das sombras e foi com muito esforço que você manteve sua fachada.

Você estava afastado de sua família já tinha muito tempo, consequentemente estava longe da magia que impregnava sua casa. Ainda tinha Remus e era especialmente bom quando ele permanecia por algum tempo na sua cama, isso acalmava aquela urgência que você sentia.

E aquele homem... Você sentia vontade de baixar a cabeça e se curvar. A magia que ele emanava não era como na sua casa, era mais límpida, sombria, viciosa, sedutora e você se viu momentaneamente atraído por ela. Como se houvesse uma sede em seu corpo e ela fosse a única forma de saciá-la.

— Se você está aqui o procurando então quer dizer que o jovem Régulos não se tornou um traidor do sangue. Menos mal.

Então você soube quem aquele homem era.

— Sirius, não! — Narcisa se soltou do braço do marido e se adiantou para chamar a sua atenção. — As proteções da casa.

Claro. A Mansão era uma construção antiga, você tinha chegado ali tão enfurecido que nem mesmo havia reparado, mas sentia agora. A magia parecia pinicar sob sua pele, como se o reconhecesse e soubesse que não era bem-vindo. O que aconteceria se você atacasse um convidado ali dentro?

— Ouça sua prima, não queremos acidentes, não é mesmo? — Voldemort se aproximou mais.

Ele era exatamente como as pessoas o haviam descrito. Irracionalmente bonito, com olhar inteligente e analítico e uma propensão a fazer as pessoas se curvarem, algo que você só faria quando estivesse muito além de morto.

— Não sabemos onde Reg está. Pensamos que talvez ele tivesse sido capturado pelos aurores. — Narcisa tentava controlar a voz, você percebeu.

— Como se o Ministério tivesse a ousadia de tocar em um Black. — Lucius falou com desprezo.

Você estava tão confuso naquele momento, sua percepção estava nublada, você sentia a magia querendo correr de seu corpo, mas não poderia liberá-la. Você sabe o que aconteceu? Você mal conseguia pensar direito ali, não com a magia dele impregnando os seus sentidos.

Narcisa e Lucius deixaram a sala e você nem sequer percebeu. Quem poderia adivinhar que estaria cara a cara com o bruxo que todos estavam caçando? Foi por isso que você nunca contou aos seus amigos da Ordem o que aconteceu naquele dia? O que eles pensariam de você se soubessem?

— Estou curioso de fato. — Voldemort se aproximou mais, você queria se afastar, mas o seu autocontrole estava no limite. — Régulos é jovem, é claro, eu não costumo aceita-los tão novos, sabe? Geralmente bruxos inexperientes dão mais dor de cabeça que ajuda. Mas Bella insistiu, disse que o menino tinha sede em servir e ele era o futuro de sua casa, nada menos.

— Ele não...

Que patético, você. Acha que foi o primeiro a perder as palavras na frente do Lorde das Trevas? Muitos o fizeram, uns por estarem aterrorizados, outros encantados. Mas qual era o seu caso? Nenhum dos dois, imagino. Era a magia. A magia que você aprendeu a repudiar, mas que seu corpo ansiava com fervor. Você tinha tido doses dela nesses anos, mas ali ela estava te esmagando.

Você o olhou diretamente desde que o viu sair das sombras. Você não deveria ter feito isso, mas era orgulhoso demais, irracional demais. E seu maior defeito, aquele que o faria pagar com sua vida, você era inconsequente demais.

— Você o matou? Diga a verdade.

Ele sorriu e você não pensou que alguém como ele poderia ser capaz de produzir um gesto tão cheio de encanto e beleza. Você se sentiu atraído, mais do que já sentia. Você tinha que sair dali, sabia disso, mas não se moveu até ter a resposta que foi procurar.

— Não, eu não o matei. Talvez devesse perguntar isso ao Senhor Moody, soube que ele tem apreço por jovens comensais, ainda mais agora que o Ministério autorizou o uso das imperdoáveis.

O tom de reprovação dele o deixou irado e você inconsequentemente deu um passo para frente, estava prestes a usar sua varinha. Mas a casa pareceu ler suas intenções e você sentiu a pressão da magia querendo derrubá-lo, Voldemort, no entanto, nem ao menos se moveu. O olhava como se você fosse especialmente interessante, alguém que ele gostaria de desvendar. Havia algum interesse por trás daqueles olhos escuros, você percebeu e aquilo lhe deu ânsia de vômito.

Você fugiu, como fugiu do Largo Grimmauld alguns anos antes. Mas naquele momento você não sabia exatamente do que estava fugindo.

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Remus não entendeu quando você o jogou contra a parede o beijando como se ele fosse se desmaterializar ali na sua frente, mas ele aceitou de bom grado, como ele aceitava todos os seus carinhos. Você tirou as roupas dele, seria mais fácil se vocês usassem suas varinhas, mas a sua estava esquecida em algum lugar.

Não, você tinha que fazer aquilo com suas mãos. Você tinha que sentir Remus totalmente, despi-lo, sentir como o corpo dele reagia a você, senti-lo endurecer sob suas mãos e ouvir seus gemidos abafados por seus lábios exigentes.

Não foi uma foda rápida como vocês estavam acostumados, você foi meticuloso, você o beijou, lambeu e mordeu. Você o preparou lentamente o vendo se contorcer, você diminuiu os movimentos quando percebeu que ele estava prestes a gozar, pois sabia que ainda não era a hora. Você distribuiu beijos molhados pelo pescoço dele para diminuir as batidas do coração, ainda o estimulando levemente, apenas para não perder a ereção.

Então você começou novamente, como um ritual. O momento estava chegando, você sentia isso. Todo o seu corpo sentia. Remus estava por cima, ele subia e descia tão rápido que um simples humano não conseguiria, mas ele não era só humano. Estava chegando, você sentia pelo suor descendo pela barriga dele, pela expressão do seu rosto, pela sua magia aumentando e quando chegou, quando Remus se jogou para trás, tão bonito e sexy, você teve o que queria.

A magia de Remus enlouquecida e envolta dele. Envolta de você.

Você pensou que seria o suficiente, pensou que seu corpo iria se contentar com aquilo. Como poderia quando ele já tinha sentindo uma magia muito melhor? Você se amaldiçoou por querer tanto assim algo, por desejar tanto uma coisa que era proibida. Em seus devaneios, quando você se tocava no meio da noite você lembrava daquele momento na sala dos Malfoy, da magia estalando pelo seu corpo, dos olhos instigantes, do rosto bonito.

Você só queria se livrar daquele desejo e você implorou a Merlin, pediu que algo acontecesse para que você não se sentisse mais assim. Então algo aconteceu.

Quando você foi levado para Azkaban sua magia não ansiava mais pelo Lorde das Trevas, talvez por causa do seu coração partido com a perda de sua família. Como você poderia desejar alguém que tinha lhe arrancado tudo? Ou talvez por sua magia ter se contentado com outro tipo de escuridão, algo mais devasso, mais cruel.

 



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