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História Black and White - Book 1: Blood red - Capítulo 13 - Renascimento


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Hoje Amani Misuki está nas últimas. Sério. Eu vim porque realmente não queria atrasar B&W por mais um dia. Eu prometo compensar vocês com dois capítulos na próxima atualização - que provavelmente vai sair atrasada tbm kkk perdão. Eu to fudiiida de trabalho na universidade então espero que entendam huehue
Eu ia agradecer pelos 270 favoritos mas fui olhar tava em 268 - alguém desfavoritou ou eu devo estar louca kkkkkk Enfim OBRIGADA PELOS 268 FVS e por estarem acompanhando ^^

Enfim, sem mais delongas, Boa leitura ^^

Capítulo 14 - Capítulo 13 - Renascimento


Fanfic / Fanfiction Black and White - Book 1: Blood red - Capítulo 13 - Renascimento

 

Jong In não sabia o que era ter o peso de centenas de vidas em suas costas. Ele não sabia no que estava se metendo quando aceitou se tornar general de um exército que ele mesmo não fazia ideia de como iria funcionar.

Levou aproximadamente duas semanas para que ele levantasse os sete prédios da sede do exército. Ele nunca fora um bom arquiteto então teve que consertar grande parte do que havia feito. Não era muito difícil encontrar escadas que terminavam numa parede ou banheiros que eram tão pequenos que nem a porta podia se abrir sem bater no vaso sanitário. Levantar os prédios precisaria de muito mais do que sua alquimia e Suho teve que estudar como fariam as instalações elétricas, do modo antigo é claro, para não correr o risco da tecnologia CIA rastreá-los.

Enquanto Suho cuidava da tubulação e das instalações necessárias, Kai estava ali erguendo o muro ao redor do terreno que eles tomaram para si. A vila congelada inteira se tornou lar dos sulinos renegados e de seus novos companheiros de missão, os Irmãos Kim.

Xiumin estava incapacitado de fazer qualquer coisa sozinho e voltou a ficar calado como estava a muito tempo. Kai estava engolindo todo o ranço que tinha com Kyungsoo porque ele estava ajudando tanto seu irmão mais velho, que não tinha nem porque ele reclamar ou implicar. Sem falar que ele não queria admitir que estava um pouco enciumado por Kyungsoo até dormir no mesmo quarto que Minseok de vez em quando.

Não podia fazer isso, seu irmão estava doente, mas odiava as bochechas avermelhadas e os olhinhos de coruja do sulino. Odiava as pernas - as duas inteiríssimas e belas - de seu recruta, assim como odiava a forma como ele respondia suas implicâncias.

E quando se diz “Odeia”. Lê-se “Está gamado no”. Jong In estava se preocupando demais com o que Kyungsoo fazia na sua vida e nem sequer se dava conta disso.

Voltando ao fato de ele e seus irmãos estarem improvisando um exército com pessoas que precisavam se alimentar bem o mais rápido possível. Chen estava cuidando do treinamento dos sulinos. Para falar a verdade, o treinamento por enquanto se resumia a tirar todos do sedentarismo, porque apesar de muitos fazerem esforços físicos, não era um exercício que fazia bem ao corpo ou aumentava a resistência. Tudo bem que às vezes seu irmão pegava pesado e alguns deles cometeram a audácia de compará-lo a um androide controlador, mas estava tudo bem, porque ele sabia que Chen só era malvado na hora de treinar, fora disso ele era divertido e brincalhão.

Kai podia ficar a maior parte do dia construindo as muralhas da sede, mas ele prestava atenção em tudo o que estava ao seu redor. Ele estava notando principalmente a forma diferenciada como Chen trata o sulino surdo que deu a ele um soco do nada. O general estava acreditando que o irmão virou um masoquista, mas era um tratamento realmente diferenciado.

Chen não costumava ser injusto e ele percebeu que com Baekhyun o alquimista do fogo pegava mais pesado do que com qualquer um. Kai sabia que tinha alguma intenção por trás dessa atenção toda e que logo ele descobriria.

Suspirou ignorando seus devaneios e continuou construindo o muro que deveria servir como barreira. Pelo menos, deveria protegê-los de algum ataque ou segurar os inimigos até uma fuga ser arquitetada.

— Kai! — Escutou alguém gritar em seu ouvido — Eu trouxe mais um pouco de algodão — Suho disse com uma sacola enorme atrás de si, cheia de algodão — Vai dar para fazer algumas fardas, estamos todos precisando de roupas novas.

— Bom trabalho. Só precisamos de uma estila. – Riu um pouco – Acho que logo teremos que salvar um campo feminino.

 

***

 

Kyungsoo havia acabado de terminar de tomar banho. A sua Base era uma das primeiras a treinar e era vantajoso porque ele tinha o resto do dia livre para treinar ou para cuidar de Xiumin, que ainda precisava de ajuda.

Estava enxugando os cabelos com a toalha quando escutou a porta do quarto que dividia com Kai bater. Franziu a testa estranhando o horário, já que Jong In só voltava quando a noite já estava caindo – e ele também. Caminhou até a porta e a abriu.

— Xiumin...? — Tentou ver alguém no corredor, mas ele estava vazio. Olhou para baixo e percebeu que em cima do tapete tinha um livro velho e pequeno em cima dele. — Um livro? — Suspirou e pegou o periódico com cuidado. —  Ninguém hoje em dia lê livros...

Olhou para capa e percebeu que o título estava praticamente apagado, ainda havia resquícios do ouro que cobria as letras estampadas em relevo e as folhas eram tão velhas que estavam amareladas. Quando ele abriu em uma página que estava marcada com uma pena preta, observou uma palavra que estava em destaque e franziu a testa.

“Terra.”

Kyungsoo olhou para os corredores novamente, desconfiado de quem poderia ter deixa-lo aquilo para si, mas desistiu e voltou para dentro do quarto.

“A alquimia da Terra é uma das mais difíceis de dominar. Além de precisão, o alquimista precisa sentir tudo o que está ao seu redor, ou menor, abaixo de si. Todos os cálculos e toda a força que o alquimista conseguirá ou não colocar sobre a terra vai depender dessa capacidade que ele tem de senti-la.”

Kyungsoo sabia onde aquele livro queria chegar, mas ele não fazia ideia de qual dos irmãos poderiam ter colocado o livro ali. O mais provável seria Xiumin, mas ele raramente saia do quarto sozinho... Ele apertou os lábios e passou a ler de forma mais aprofundada as palavras sábias do livro.

Ele leu fórmulas, receitas, viu desenhos de círculos estranhos que tinham um manual para serem desenhados e quando parou para notar, já estava lendo à uma hora. Ele fechou o livro tendo uma ideia louca passando por sua cabeça e olhou para a janela tentando entender se era mesmo algo viável.

Kyungsoo chegou ao fundo do dormitório e respirou fundo olhando para o chão cinza do lugar. Tirou os sapatos se arrependendo logo depois ao sentir a temperatura do chão, porém continuou. Andou até um pouco mais longe do prédio e parou com a postura ereta. Olhou para a galha que segurava e com cuidado tentou reproduzir o círculo de transmutação da terra logo a sua frente.

Sentia que ia morrer. Seus pés estavam pegando fogo, porém continuou.

Quando o círculo estava desenhado, largou o livro com cuidado do lado de fora dele e a galha jogou em qualquer canto.

Esfregou as mãos e soprou nelas ansioso e com medo do que estava prestes a fazer.

 Colocou as mãos apoiadas no chão quente e fechou os olhos. Seus pés já estavam dormentes de dor enquanto suas mãos começavam a esquentar. Ele evitou pensar no calor e passou a pensar no que sentia ali. Na terra. No que estava acima e abaixo dela. Concentrou-se o máximo que podia. Apertou ainda mais os olhos. E sentiu.

Sentiu a terra vibrar e ela vibrava com calma. Ela fazia sons repetitivos e abafados, quanto mais ele se concentrava, mas era possível escutá-la e quando parou para pensar, percebeu que era como as batidas de um coração humano. Ao abrir os olhos novamente, juntou as mãos e olhou para o centro do circulo se concentrando o máximo que conseguia. Assim que suas palmas bateram no chão, aconteceu algo que Kyungsoo não esperava.

A terra lhe engoliu.

Terra, areia e pedras subiram por seus braços como se fossem formigas rápidas e unidas. Um buraco se abriu abaixo de si e se corpo inteiro foi puxado para dentro dele. Tentou gritar, mas antes disso a terra começou a cobrir seu corpo por inteiro. O desespero começou a tomar conta de si quando percebeu que estava sendo enterrado vivo. Quando tentou gritar, terra entrou em sua garganta e ele começou a tossir sem conseguir se livrar da terra dura que prendia seus braços no chão.

Seu corpo logo estava todo coberto por terra e era impossível respirar ou se mover. Kyungsoo quis chorar, mas nem ar tinha para isso. Possuir forças para se mover debaixo de tantas camadas de terra era impossível.

Achou mesmo que aquele seria seu fim idiota. Quando já estava desmaiando sentiu uma pressão bater em suas costas e logo depois seu corpo estava sendo cuspido para fora da terra.

Ao cair no chão sentiu uma dor horrenda no braço esquerdo e podia jurar que estava quebrado se não estivesse preocupado demais tentando voltar a respirar. Tudo estava entupido de terra, ouvido, nariz, e ele tossia tentando expelir a areia que entrou em sua garganta.

Ele nem percebeu que não estava mais sozinho. Quando viu duas pernas na sua frente, uma batendo freneticamente no chão, fazendo ele tremer levemente, foi que notou que havia feito merda.

Olhou para cima com um pouco de medo e encontrou Kai com uma expressão mortífera. Engoliu em seco sentindo o gosto terroso da areia e sorriu forçado, mostrando seus dentes sujos.

— Quando você não tem objetivo, o elemento te destrói. Você poderia ter morrido. Quem foi que te deu aquele livro? — Perguntou claramente zangado com o que acontecia.

— Ah...

Ele estendeu a mão impedindo que Kyungsoo continuasse e começou a andar de volta para o dormitório. Claramente era um aviso de que eles conversariam no quarto. Kyungsoo quis morrer só de pensar no quanto ele implicaria com ele por causa daquilo, mas a merda já estava feita, não tinha muito o que fazer.

 

***

 

Chanyeol não conseguia entender, porque Baekhyun sempre o afastava, mesmo quando achava que estava conseguindo se aproximar.

Ao sair do banho, Chanyeol sentiu o seu corpo inteiro formigar de dor. Fez uma leve careta enxugando as gotas de água e se aproximando do espelho. Quando ficou de frente a ele, percebeu que estava embaçado e passou a mão molhada para poder se encarar direito.

Suspirou olhando para as marcas vermelhas ao redor de cada um dos buracos estranhos e cicatrizados que estavam espalhados por seu corpo. Largou a toalha no chão e criou coragem para tocar em um deles. Não sentiu dor ao tocar no ferrinho circular que dava início a abertura. Era como se fossem tomadas, um lugar para se conectar a um cabo que ele não conhecia. O que estava doendo era a pele que ficava ao redor do ferro. Como se algo inflamável estivesse se misturando com seu sangue naquela região.

Ele pensava em contar para alguém, mas tinha medo. Algo dentro de si não permitia que ele tivesse coragem de mostrar seu corpo para alguém, nem mesmo para Baekhyun que estava dividindo o quarto consigo. Até por que... Se Baekhyun não confiava nele, porque ele confiaria em Baekhyun?

A verdade era que Chanyeol queria não estar chateado com isso, mas era difícil. Suspirou olhando para o próprio reflexo e procurou seu zentai.

Quando terminou de vestir a farda recém-entregue, saiu do quarto e desceu as escadas pensando que deveria estar atrasado para o treinamento, ao contrário de Baekhyun que todos os dias acordava antes de si para treinar... Ou talvez fosse uma forma de ignorá-lo. Chanyeol não sabia dizer.

 

***

 

Chen se apoiava em sua bengala se sentindo um mestre ancião ensinando seus pupilos completamente inexperientes. Era quase isso, mas ele usava a bengala porque seu corpo não suportava ficar muito tempo se sustentando sozinho principalmente naquele sol e durante o dia inteiro. Seus recrutas daquela base, Base Oito, a última do dia, tinham dez soldados. Ele só lembrava o nome de Baekhyun, Daehyun e Jimin, tinham cinco garotos que ele não conseguia lembrar o nome porque eram estranhos demais, Sr. Lee, o mais velho da base com 40 anos e o orelhudo estranho que estava atrasado para o treino.

Chen suspirou e olhou para o relógio antigo de pulso já começando a ficar impaciente.

— Você não dorme no mesmo quarto que Park Chanyeol? — Questionou olhando nos olhos de Baekhyun. O menor parecia confuso, provavelmente tentando adivinhar o que o recém-nomeado General de Brigada havia dito. — Preste atenção nos meus lábios. — Ele pediu apontando para os próprios lábios. — Se você está em uma batalha e precisa de outro soldado para terminar a missão, ou o plano inicial, você vai esperar ele despertar por si próprio por não querer que ele dependa de você ou vai despertá-lo e garantir o sucesso da missão?

Baekhyun abaixou a cabeça, claramente envergonhado. No mesmo instante Chanyeol chegou aos tropeços no pátio de treinamento.

— Perdão Chen, eu perdi o horário...

— General de Brigada. — Interrompeu sério — Espero que esteja envergonhado com isso. Você agora está em treinamento em um exército, Chanyeol. Se não pretende levar isso a sério, eu lamento em informar, mas você será inútil nas nossas missões. Um peso morto, um embuste, uma pedra no meio do caminho. O primeiro que vai morrer, provavelmente. — Chen arqueou a sobrancelha e Chanyeol ainda permaneceu um tempo parado sem entender porque estavam todos olhando para ele em silêncio – VAI PRO TEU LUGAR IDIOTA.

Chanyeol se assustou correu para o final da fila enquanto os outros soldados em treinamento tentavam controlar a risada.

— Ah... Já ia me esquecendo, depois do treino. Dez quilômetros. Correndo ao redor do pátio.

— Mas... Dez? — Chanyeol estava mais preocupado com Baekhyun do que com si próprio.

— Sim. Isso dá aproximadamente cinquenta voltas.

— Mas...

— Quinze quilômetros?

— Sim, senhor. Faremos os dez. — Jongdae soltou um sorriso falso e continuou a ditar a introdução do treinamento. Chanyeol não podia acreditar, bagunçou os próprios cabelos fazendo uma carreta de frustação e quase pulou de susto quando viu o olhar mortífero que Baekhyun lhe lançava. Ele claramente dizia “vou matar você” com os olhos.

O treinamento normal se resumiu a aprender a limpar suas energias e pensamentos negativos, necessário para que as alquimias pudessem ser feitas sem interferências e para que logo os sulinos pudessem descobrir a sua vocação alquímica. Isso deixou Chanyeol um pouco mais aliviado.

Quando o treinamento de duas horas terminou, Chen estava pálido e literalmente se escorando em sua bengala para ficar de pé. Chanyeol quase chegou a acreditar que ele teria piedade, mas se enganou.

— Dez quilômetros — Eu irei para os meus aposentos — Apontou para o dormitório três — Estão vendo aquelas janelas. Estarei contando as voltas. Andem... Aliás... Corram.

Os outros soldados foram embora enquanto Baekhyun e Chanyeol começavam a correr. Chen voltou para seu quarto implorando que o intervalo entre uma turma e outra fosse maior. Sentou na cadeira próxima da janela e observou os dois correrem. Talvez estivesse sendo um pouco rígido, mas sabia que os resultados seriam bons. Principalmente com Baekhyun.

 

Na 39° volta, Baekhyun não conseguia mais correr direito. O sol estava começando a se por, mas isso apenas significava que o clima ficaria um pouco mais abafado. Enquanto sua visão nublava suas pernas ameaçavam dar cãibra a qualquer momento e não conseguia parar de tossir. Chanyeol estava se sentindo tão culpado que já não estava nem ligando se Chen estava lhe observando ou não.

— Anda — Ele se colocou na frente de Baekhyun e ficou de costas apontando para ele subir. O menor ignorou e continuou correndo. Chanyeol negou com a cabeça e agarrou o pulso do mais velho — Sobe.

Baekhyun continuou olhando para o chão ignorando o outro. Chanyeol revirou os olhos e colocou Baekhyun nas costas mesmo com protestos dele. Em silêncio Park começou a correr com o outro em suas costas. O suor enchendo o seu rosto e as pernas latejando de dor.  

Você suporta isso. Você pode suportar. Pense no inferno que eles viveram sem você...

Baekhyun apertou os ombros de Chanyeol com força e sentiu uma lágrima silenciosa escorrer por sua bochecha vermelha e suada. Ele estava tão cansado, tão esgotado, que evitava até pensar em como suas pernas estavam tremendo de medo. Aquele sentimento estranho que não ele conseguia esconder quando estava perto de Chanyeol.

 

***

 

Baekhyun não foi descansar naquela noite. Ele não podia se dar ao luxo. Sua inteligência não o ajudaria, assim como não ajudou eles quando Sehun se foi. Sua audição lhe prejudicaria ainda mais, ele precisava treinar e precisava ficar forte. Muito forte, se ele quisesse mesmo fazer parte daquele exército ou “ideia maluca” como ele gostava de chamar.

Enquanto seu corpo se esgotava, as lembranças voltaram sem que ele permitisse de fato. Lembranças de um tempo que estava voltando.

 

 

2138

 

 Era difícil para Woo Min ter paciência com Baekhyun. A criança era extremamente agitada e estava sempre procurando confusão. Não era difícil o pequeno chegar a casa com algumas partes do corpo machucadas. Fisicamente, ele era bem menor que as outras crianças e acaba se machucando, mas ainda assim queria participar de brincadeiras do mesmo nível que elas, sempre que apanhava na rua, sempre apanhava de novo quando chegava a casa.

E resolvia? Não! Porque para Baekhyun ele tinha que superar a sua fraqueza física se quisesse se sobressair no meio de pessoas tão fortes. Na vila, ele nunca conseguiria uma esposa se continuasse fraquinho como era, porque elas geralmente se atraiam por homens fortes – com grande capacidade de força, os homens conseguiam empregos melhores na reserva.

Woo Min não era pai dele de verdade, apenas padrasto, mas apesar de seu jeito durão e violento, ele apenas tentava esconder o quanto gostava do garoto, tudo porque ele lembrava demais a falecida mulher. O garoto parecia com a gentil mulher tanto na aparência física quanto por dentro. Frágil, mas sempre demonstrando ser mais forte que os outros.

Quando Woo Min percebeu que Baekhyun tinha uma inteligência maior do que o normal, maior até mesmo do que a da mãe, percebeu que poderia trabalhar nisso. Não só que poderia, mas que deveria.

— Aonde pensa que vai? — Woo perguntou quando pegou o menino tentando sair de casa escondido.

— Brincar com os meninos, hoje é o aniversário de Chanyeol. — O garoto escondeu as mãos nos bolsos desviando o olhar.

— Não. Você não vai, vai ficar aqui, estudando.

— Estudando? — Baekhyun franziu a testa — Mas... Eu já fiz o meu dever.

— Não é o dever da escola, tenho atividades especiais pra você.

— Mas eu promet...

— Me diz uma coisa Baekhyun. Você quer ser forte como os seus amigos?

— Quero.

— Você nunca terá um corpo igual ao deles, por mais esforço que faça, você não nasceu para ter força bruta, mas eu conheço uma forma de fazer você ser tão forte quanto eles sempre precisar disso... Só que você terá que sacrificar mais do que uma noite com os amigos para conseguir isso. Você já tem treze anos, já é grande o suficiente para saber dos desafios que nosso povo vai enfrentar no futuro. Se quiser ajudar a protegê-los, vai ter que aperfeiçoar a sua mente.

Baekhyun abaixou a cabeça sem saber direito o que pensar.

— Eu não sou tão inteligente... Eu apenas... Sei algumas coisas.

— Você decorou a tabela periódica apenas olhando pra ela. Você tem memória fotográfica Baekhyun... Sem falar que você tem uma precisão de cálculos incrível... Eu não posso deixar um talento como o seu ser desperdiçado, já basta eu ter deixado de estudar para ser garimpeiro. Se você quer compensar o trabalho que me deu durante todo esse tempo, faça tudo o que eu disser. Eu prometo a você que valerá muito a pena.

Baekhyun não tinha muita escolha. Apesar de ser realmente muito inteligente, ele gostava muito de se divertir, estudar não tinha nada de divertido, até porque ele já tinha memorizado todos os livros que tinha em casa. Por sorte, os estudos aproximaram padrasto e enteado como nunca. Woo tinha desafios bons para Baekhyun, sempre testando 95% da capacidade de Baekhyun. O garoto se perguntava onde um garimpeiro conseguia desafios tão divertidos e difíceis ao mesmo tempo.

Ele chegava a odiar Woo Min por ser tão violento, mas depois que começaram a estudar juntos, isso mudou. Baekhyun tinha que se esforçar muito para passar nos testes do padrasto.

Depois de muito tempo estudando com o padrasto, o mais velho resolveu dar uma recompensa ao pequeno que estava se esforçando muito. Um descanso, ver o por do sol enquanto comiam a coisa que mais gostavam no mundo. Barrinhas de cereal com gosto de pêssego.

— Você mereceu este descanso, mas não pense que vou pegar mais leve com você — Woo sorriu para o afilhado e olhou para o horizonte das vastas terras verdes que engolia o sol alaranjado — É uma bela vista, não é? — Ele perguntou e Baekhyun assentiu mastigando a barra de cereal com gosto bolinhos de arroz frescos — Eu vou te contar uma coisa, mas tem que ser homem o suficiente para ouvir. Você acha que aguenta?

— Eu aguento tudo, Woo Min. Já sou um homem, tenho músculos aqui... — Baekhyun deu leves tapinhas nos bíceps —... e aqui — Ele apontou para a cabeça sorrindo.

— É verdade — Woo Bin olhou para o horizonte mais uma vez — Nós vivemos em paz aqui há muito tempo, estava vila é uma exceção no mundo inteiro. Sabe aqueles livros de geografia que te ensinei o nosso mundo? — O menino assentiu — As coisas estão um pouco piores, aqueles livros estão velhos. A poluição está por toda parte e está mais forte, nossa vila cuida muito bem da natureza em volta dela, pois é uma reserva do governo, mas se você for às cidades grandes um dia, vai ver que a realidade é bem diferente. Aqui não temos televisores, mas se tivéssemos... Você veria.

— Sério? Não consigo imaginar um mundo se grama, sem flores e sem ar puro para respirar, porque as pessoas não cuidaram disso mais cedo?      

— Eu não sei, talvez por egoísmo, pensavam só em si mesmos e não nas gerações que estavam por vir e que sofreriam com as consequências de seus atos. O ser humano pode ser destruidor quando quer. Se um dia for para a cidade, não poderá usar essas roupas simples que está usando. Lá na capital eles usam uma proteção no corpo inteiro, um tecido que impede que uma poluição grave afete a pele humana e a apodreça. A maioria deles usa mascaras no rosto para se proteger da poluição do ar e bebem água salobra porque quando a água doce estava mesmo acabando, inventaram uma máquina que tirava o sal da água do mar, mas que ainda assim não era cem por cento eficiente.

— Aquele negócio de aquecimento global...

— Ah sim, ainda estamos sofrendo com isso, a água só não subiu mesmo pra valer porque estamos bebendo a água do mar para sobreviver. É como se a humanidade estivesse utilizando os últimos recursos para sobreviver aqui. Sinceramente... Eu não sei se existe tempo para impedir que o nosso planeta se destrua para nós.

— Isso é muito triste — O menino abaixou a cabeça.

— Eu disse que era uma coisa de homem. Para nós adultos, não é fácil conviver com isso. Vivemos em um lugar bom... Temos sorte, mas o ser humano é tão ruim que pode não demorar muito para que eles venham nos pegar e tomar o que resta do nosso país aqui.

 

***

 

Havia fracassado, sua inteligência não servia para nada em um mundo em que ele nem mesmo conseguia ouvir para falar. Bateu no saco de pancadas com força e gritou puxando os próprios cabelos de pura frustração. Chutou, socou, suou e gritou novamente. Sua frustração só parou de ser expelida para fora quando sentiu alguém lhe envolvendo em um abraço firme e quente.

Tentou se afastar no primeiro instante, pois achou que podia ser Chanyeol, porém, aqueles braços não eram de seu antigo amigo. Quando sentiu que estava nos braços de outra pessoa seus músculos fraquejaram. Seus braços penderam e ele começou a chorar. Soluçou porque estava exausto, choramingou por ter medo.

A sala de treinamento estava vazia, pois já passava da meia noite, eram para todos estarem dormindo... Porque...

“Nunca desista” Chen falou através de gestos e limpou as lágrimas que desciam pelo rosto suado de Baekhyun. “Você é maior do que seus medos. É maior do que suas limitações. É maior do que qualquer coisa. Meus órgãos que o diga...” Ele colocou a mão sobre o estômago e fechou os olhos. “Se eu consegui. Você vai conseguir. Eu vou te ajudar.” Ele foi completamente sincero.

Baekhyun continuava calado. Com o suor pingando por seu rosto e os lábios tremendo um pouco. Chen reconhecia aquele olhar.

Oh, se conhecia.

Os olhos de Baekhyun estavam em chamas. Incendiando mais do que o inferno que ele viveu durante aqueles anos e aquilo seria o seu combustível, assim como a perca dos membros de seus irmãos foi o combustível de Chen.

Naquele instante em que faíscas foram trocadas através do olhar repleto de combustível, Baekhyun sentiu que sua mente explodiria. E antes que isso acontecesse, ele beijou Chen com toda a voracidade que guardou durante a vida inteira.

Chen soltou a bengala que lhe ajudava se manter de pé e segurou a nuca úmida do rapaz. Os lábios quentes do outro estavam trêmulos, porém ele parecia saber exatamente o que estava fazendo e por isso Jongdae não recusou. Entregou-se a aquele beijo surpresa como jamais se entregaria a alguém. E aos poucos ele cuidou de acalmar Baekhyun com carícias e mordiscadas leves em seus lábios finos.

Estava ali toda voracidade que Baekhyun jamais achou que colocaria no primeiro beijo de sua vida.

Principalmente porque achou que ele seria... Com outra pessoa. 

 


Notas Finais


Eu não vou fazer os comentários misteriosos porque como já falei eu to no 0,1% de energia. Espero que tenham gostado e até o próximo!

Ps: Não posso deixar de falar que meu BaekChen gostoso ta vivíssimo e nosso ChanBaek ta precisando de um banho de sal grosso.
Ps2: Pode parecer exagero o lance do Baekhhyun ser BV mas lembrem que eles viviam em uma vila bastante conservadora. E lembrem-se que Baekhyun pensava diferente quanto a relacionamentos amorosos... Enfim. kk


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