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História Black and White - Book 1: Blood red - Capítulo 30 - O casamento do século


Escrita por: Misukisanlover

Notas do Autor


Explicações do sumiço no capitulo 32
A música do Justin: Naturally - Selena Gomez

Capítulo 31 - Capítulo 30 - O casamento do século


 

O silêncio não era muito agradável e Justin detestava não poder correr. Dentro daquele trem, o tempo parecia parado para ele como nunca esteve. Calmo demais até para parecer que eles estavam prestes a estourar uma guerra. O Ipod da sua avó parecia não ser mais capaz de lhe distrair e todas as músicas pareciam já estar tão repetidas em sua mente que ele não conseguia ouvi-las novamente.

Ele precisava fazer alguma coisa para aliviar a sua tensão e como não podia correr, era o jeito apelar para algo que talvez o fizesse ser expulso do trem.

“Jin, você consegue invadir o sistema de som do trem?” Perguntou através dos comunicadores.

“O que pretende fazer, Justin?” Escutou a voz séria de Baekhyun e riu.

“Nada demais, só vou animar um pouco isso aqui.”

“Justin, me desculpa te lembrar disso, mas já faz quase cem anos que a Selena Gomez morreu, acha mesmo que se começar a cantar uma música dela no meio do trem alguém vai cantar com você? Eles vão te chamar de louco!” Ten repreendeu o amigo sem entender a real intenção dele. Estava vendo apenas os fones de ouvido antigos do garoto no inicio do vagão, onde ele estava sentado.

“Mais um motivo para eu cantar.” O velocista sorriu “Rainhas merecem ser lembradas até no fim do mundo! Literalmente.”

- Levantem dessas cadeiras, porra! – Assim que gritou se levantando as expressões das pessoas foram uma mistura de perplexidade com surpresa, mas nenhuma delas estavam assustadas ou com raiva. Alguns até soltavam uma risadinha, mas a maioria só estava de olhos arregalados sem entender nada mesmo.

Quando todos pensaram em apertar os alarmes para avisar ao sistema sobre um possível criminoso uma música começou a tocar por todos os vagões do trem.

- Vamos lá! Não é sempre que alguém entra em um trem e tenta fazer algo de diferente em seus dias não é mesmo?

- It’s all your own and I can tell... – Justin cantou no meio do corredor fazendo poses sensuais que fizeram as pessoas começarem a rir – It comes naturally, it comes naturally. – Luhan franziu a testa olhando para aquilo e só percebeu que Sehun tinha se levantado do seu lado quando ele começou a dançar Naturally no meio do corredor com Justin.

- Tá de brincadeira... – Luhan negou com a cabeça desacreditado e ficou ainda mais surpreso quando pessoas comuns, trabalhadoras da South Confederation, se envolveram na dança e começaram a curtir a música. Viu o mais alto se aproximar de Kyungsoo e prestou atenção no que ele faria a seguir.

- Eu acho que já está mais do que na hora de uma certa pessoa aprender a dançar. – Sehun falou direcionando o olhar para Kyungsoo que arregalou os olhos.

- Não... – Levantou os braços já entrando na defensiva e Sehun se aproximava para puxá-lo dali.

- Sim, Senhor. Tira a bunda dessa cadeira e vamos dançar. – Puxou a mão de Kyungsoo o fazendo levantar.

- Kyung! – Sehun exclamou, dessa vez com um olhar sério – Da última vez que você deixou isso para depois... Você sabe o que aconteceu, não é?

O alquimista da terra respirou fundo e pensou por alguns instantes. Aquilo era verdade. E ele não deixaria aquela oportunidade escapar de suas mãos novamente. Começou a se mover timidamente, dobrando e desdobrando os joelhos timidamente enquanto as mãos tentavam fazer movimentos no ritmo da música.

- Se solta! – Justin falou balançando a cabeça de um lado para o outro, com os cabelos espalhando para lá e para cá ao mesmo tempo em que o corpo dele se movia freneticamente e descontroladamente de qualquer jeito.

- Vamos, amor! Não tem nada de especial nisso, é só você deixar seu corpo ser livre! – Kai falou começando a dançar também. Kyungsoo sentiu seu coração bater mais rápido, quase como a batida frenética de Naturally

Hummm... Comes Naturally...

You are the thunder and I am the lightning...

Kyungsoo deixou seu corpo falar por si, deixou ele sentir a música, ele não tinha nada a perder, ninguém o julgaria, eles provavelmente estavam caminhando para a morte, porque ele tinha que ter medo de alguma coisa? Porque ele teria que ter medo se Kai estava ali segurando sua mão e deixando que a música entrasse em seu corpo também. Kyung movia os braços, movia as pernas e deixava a cintura requebrar e pular junto com seu corpo sem impedir qualquer um de seus instintos. Todos do vagão começaram a bater palmas no ritmo da música enquanto Kai segurava a mão de seu namorado deixando o corpo fazer o que queria pela primeira vez.

- Ten... – Justin ficou o mais próximo de Ten que já conseguiu ficar em toda a sua vida. Aquele garoto de sorriso meigo, o jovem que enganava seus inimigos com seu rosto ingênuo e logo depois os matava em menos de um segundo – Eu tenho algo pra te dizer, provavelmente eu vou levar um tapa depois disso e você nunca mais vai querer olhar na minha cara eu... – Justin arregalou os olhos quando Ten colou os lábios nos seus.

- Eu sou mais rápido do que você, Justin. – Ele sorriu tocando nos lábios do mais novo – Eu acho que já desejo isso a mais tempo que você.

- Estou um pouco surpreso ao analisar o quanto isso é verdade. Eu fui lento, mas agora não quero perder nenhum milésimo de segundo.

 

***

 

O trem ficou em silencio novamente depois de alguns minutos. A tempestade estava cada vez mais próxima e os próprios céus já anunciavam a chegada da guerra. New Seul estava cada vez mais próxima, eles já começavam a ultrapassar o ultimo túnel preciso para chegar à capital.

Soohyun tinha algo apertando em seu peito, uma sensação ruim de que ela precisava falar tudo o que tinha para dizer, ou logo seria tarde. Ela olhava para Zelo e tinha certeza de que não seria ele a morrer naquela batalha, pois ele ainda tinha muito a fazer naquela missão. Ela tinha a absoluta certeza de que aquela guerra não acabaria ali. Eles não haviam descoberto tudo, havia muitos pontos em aberto.

- Eu matei. – Soohyun murmurou apertando forte a mão do mais velho. – O sacrifício, que me faz controlar alquimia sem os símbolos... Foi aquela cidade. Todos eles, mortos por mim. – Zelo escutava, ele não estava surpreso com o que ela dizia, pois já suspeitava desde que pôs os olhos na alquimista do gelo. Ele estava surpreso por ela contar a ele. - Eu não queria que eles tivessem mortos... Eu... Eu não podia controlar os meus poderes e eles me fizeram... – Ela parou de falar por alguns instantes, ficando com a boca aberta criando coragem para falar -... Eu era um demônio para eles e quanto mais meus poderes se manifestavam, mais eles me desprezavam, me deixavam nas ruas com fome... Com cede, intocável... Eu acho que nenhum sulino passou pelo que eu passei... Talvez... – Ela olhou para Zelo e sorriu pequeno – Talvez você... Me perdoe se eu fui tão chata no inicio, ficando próxima de você, mas... Eu sentia a necessidade de te proteger, ficar do seu lado. Porque eu sei como você se sente... Eu sei como é estar ao redor de pessoas que tem medo de simplesmente falar com você, tocar em você, por medo de morrerem. Eu encontrei refugio no exército vermelho e quando percebi que para você ia ser mais complicado, não vi problema nenhum em te ajudar com isso. Eu não podia deixar a morte consumir você e te fazer... – Ela não conseguiu mais falar, pois as lágrimas invadiram o seu rosto.

- Eu acho que entendo, Soo. E eu agradeço... Muito, pelo que fez. No inicio eu não conseguia entender, e tudo o que você fazia por mim chegava a me irritar, mas... Hoje eu só consigo pensar que sem você eu não sou capaz de nada.

- Zelo, olhe para mim. – O sorriso do alquimista da morte desapareceu.

- Está louca? Não.

- Zelo... Confie em mim...

- Eu não posso, vou acabar te mantando, - Sussurrou com medo que algum civil escutasse - Não existe forma de controlar o que eu...

- Confie no que você sente por mim, por um instante. – Ela sussurrou tocando nas bochechas do mais velho e virando o rosto dele para si – A morte está ao seu redor, ela fala, grita e te induz, mas... Por um instante, imagine que nada disso existe, que só existe o que está aqui... - Ela tocou no peito esquerdo de Zelo – Você está vivo e aqui está cheio de amor... Olhe para mim.

Zelo engoliu em seco e negou com a cabeça. Soohyun suspirou e abaixou o capuz do mais velho com calma, esperando que ele fosse impedi-la, mas isso não aconteceu.

- Olhe para mim. Fique calmo e se concentre no seu sentimento, pare de escutar as vozes e escute a minha. Calma e baixinha... – Ela sorriu e esperou que ele tomasse coragem. Soohyun não sentia medo e ela própria não conseguia entender isso.

O garoto abriu os olhos.

Soohyun arregalou os olhos ao perceber que os olhos de seu amor eram castanhos. Castanhos como avelã, estavam fartos de lágrimas e as bochechas de Zelo logo se encheram delas. Nenhum dos dois conseguia se mover.

 O esforço que Zelo fazia era maior do que tudo o que ele já suportou. Se fazer de surdo para as vozes era muito pior do que suportar a dor de queimarem seus olhos todos os dias, mas valia a pena... Ele via Soohyun, olhava nos olhos dela e o principal... Ele via as cores. Via a pele corada da menina, via os lábios levemente avermelhados e carnudos e já cansado de lutar contra as vozes que gritavam de ódio pedindo que ele a matasse, beijou os lábios macios de Soohyun.

Todo o seu corpo tremia. Ele existia.

Seu eu humano, ainda existia. E ele estava tão feliz com isso que mal podia lidar com as batidas rápidas de seu coração.

 

***

 

Kris e Tao seguiam Lay correndo pela estação, ainda boquiabertos com o que viram. Lay conseguira simplesmente abrir todas as portas que os prendia no quartel com a porcaria daquele canivete que ele carregava consigo. Não era canivete coisa alguma. Tao sabia que aquilo se tratava de uma ferramenta dos guerreiros da antiga China e apenas um herdeiro legítimo conseguia usá-la, mas Kris não entendia nada do que estava acontecendo.

- Você sempre teve a chave para nos tirar daquele lugar e não fez isso antes?

- Eu não podia! – Ele argumentou deixando a chave sobre a fechadura por mais alguns segundos. Eles precisavam invadir o túnel. – Se eu fugisse, não ia fazer sentido me arriscar tanto, eu precisava descobrir algo. Tudo bem que eu não esperava que o chip fosse mesmo fazer efeito em mim, mas... – A porta se abriu e atirou nas câmeras de segurança do corredor antes que eles entrassem. – Eu subestimei a Máquina desse sistema. Ela é mais forte do que todos nós somos capazes de imaginar.

Eles desceram na estação subterrânea da muralha Julia. Lay tinha contato com Luhan, ele sabia que o próximo trem que vinha do sul estava com a primeira Base do exército vermelho. Eles não só iriam ajudar o exército, como lutariam juntos com eles.

- Não entendo, o Füher é poderoso, ele tem poder para saber onde estamos e de nos impedir...

- Ele quer que estejamos no lado do exército vermelho na batalha. Faz parte dos planos dele. Se não fugíssemos assim, com certeza ele abriria brechas. Ele não vai vir atrás de nós, acreditem... O mundo inteiro está correndo um perigo que vocês nem conseguem imaginar.

 

***

 

Miryo sentia um aperto no peito inexplicável. Talvez mais forte do que aquele que sentiu quando percebeu que seu leite não era mais suficiente para saciar a fome de sua bebê. Quando lembrava do rosto redondinho da filha, tinha vontade de chorar tudo o que deixou guardado dentro de si durante aqueles anos. Não sabia que tipos de loucura já teria feito se Taehyung não tivesse voltado. Talvez ela já tivesse se matado procurando a filha da forma errada.

- Nós vamos encontra-la – Escutou a voz do noivo em seu ouvido e fechou os olhos querendo que aquelas palavras a convencessem de que aquilo fosse realmente acontecer. – Nem que seja a última coisa que vamos fazer, nós vamos encontra-la e vamos salvá-la das mais daquele filho da puta.

A detonadora olhou no fundo dos olhos do noivo e viu determinação nele. Aquele garoto, que um dia ela provocou da forma mais idiota se tornou aquele que ela mais amava no mundo depois de sua filha e ele estava evoluindo, se transformando em um homem que ela tinha o pressentimento de que não viveria o suficiente para ver o quão perfeito e maduro ele se tornaria.

- Vamos... – Ela assentiu sorrindo e apertou os olhos ao sentir aquele aperto novamente.

- Você está bem? – Taehyung perguntou preocupado e ela assentiu olhando para Suga que estava sentado no banco do corredor da esquerda.

- Levanta. – Miryo se levantou puxando Taehyung consigo e se ajoelhou ao lado do banco de Suga forçando Taehyung a fazer o mesmo.

- O que está...

- Suga. – O médico olhou para os dois muito confuso com aquela situação e esperou que ela continuasse a falar - Você quase foi padre, você sabe como é essas coisas funcionam. Case a gente.

- O que?! – O médico engoliu em seco.

- Nós estamos noivos há muito tempo, você sabe e eu e ele já temos uma filha, nada mais justo que nos casarmos antes de morrer, não acha? Por favor!

- Amor, nós não vamos morrer... – Taehyung pensou em discutir, mas quando viu o brilho no olhar da noiva percebeu que não tinha o direito de fazer isso. Era um brilho de desespero, mais ao mesmo tempo, ele conseguia ver aquele fio de esperança que nasceu quando ele a pediu em casamento. – Case-nos. A gente vai ficar te devendo essa amigo. – Taehyung se ajeitou no chão e entrelaçou os dedos nos da noiva.

- Ah... Eu não sei se... Uma cerimônia, aqui... Feita por mim... Pode ser valida... Eu... – Suga tentou continuar explicando, mas não podia fazer isso. Um casal desesperado para consumar a sua união estava de joelhos na sua frente. Suga sabia o quanto eles se amavam e era impossível Deus não abençoar aquela união.

“Exército Vermelho? Espero que estejam ouvindo, pois... Está começando o casamento de Jo Mi-Hye com Kim Taehyung. Eu não sou padre, mas eu sei que Deus jamais recusaria abençoar a união de duas criaturas que se amam tanto.”

Miryo sorriu tão radiante quanto Taehyung jamais tinha visto. Era aquele sorriso que ele dava tudo para ver todos os dias e seria capaz de qualquer coisa para encontrar sua filha e dar a sua futura esposa a felicidade que ela merecia.

 



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