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História Black Cat - Eu devia ter escolhido um cachorro.


Escrita por: Thatavisk

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 11 - Eu devia ter escolhido um cachorro.


— Como eu iria saber se era verdade?! —Reclamo enquanto o mesmo mexia as coisas no fogo para evitar que eu ficasse muito tempo de pé.

— Eu te disse, isso não basta? —Perguntou soando levemente irritado.— Toma um analgésico. —Disse me estendendo a cartela de aspirinas. Eu não sabia se estava com dor até Jimin reclamar, eu bati a panturrilha enquanto descia do carro de Hoseok e Jimin quase se encolheu no banco de trás.

— Como isso é possível... —Sussurrei passando levemente a mão pela parte enfaixada de minha perna, recebendo um olhar incisivo de Jimin que achou que eu fosse apertar.— Deixa eu provar o molho. —Digo vendo o rapaz pôr um pouco numa colher para mim, segurando minha mão quando eu iria pôr logo na boca.

— Esfria. —Disse forçando um sorriso, assoprei um pouco antes de provar.

— Põe mais um pouco de sal. —Digo ouvindo-o suspirar fundo.— Eu sinto sua dor também? —Pergunto vendo-o negar.

— Eu estou em você e não você em mim. —Disse pondo um prato para mim, estava um pouco salgado agora, mas ao menos dessa vez o macarrão dele não virou carvão.

— Você é um parasita espiritual? —Perguntei olhando o rapaz que se sentou ao meu lado, pondo meu prato à minha frente.

— Nunca parei 'pra olhar dessa forma... Mas pode se dizer que sim. —Diz dando de ombros, abaixando a cabeça de olhos fechados por alguns segundos antes de comer, ele orava pelo alimento?

— Eu vou ter que te levar para o trabalho? —Indaguei ficando horrorizada apenas de imaginar ter de trabalhar enquanto discutia com Jimin por qualquer coisa, ele sempre arrumava um motivo para batermos boca.

— Não... Você só não pode se distanciar muito, ou coisas estranhas começam a acontecer. —Disse enfiando uma garfada de macarrão na boca.— Eu senti o seu desespero ontem, fiquei preocupado. —Diz de bochechas cheias, eu brigaria com ele por estar falando de boca cheia, mas estava um pouco perdida nas lembranças de todas as vezes que quase morri no dia anterior.

— Você sente minhas emoções? —Perguntei erguendo levemente uma sobrancelha.

— Antes mesmo de te fazer base, mas agora é mais intenso. —Diz enrolando um pouco do espaguete no garfo e estendendo para mim.

— Estou sem fome... —Digo vendo-o empurrar levemente o garfo em meus lábios.

— Precisa comer. —Disse fazendo-me suspirar fundo, abrindo a boca para que ele me desse a comida.— Esses dias que você vai ficar de repouso, vamos aproveitar para esclarecer algumas coisas. —Diz enrolando novamente o macarrão e estendendo para mim.

— Eu não estou sentindo nada, vou ligar para Jin e dizer que posso ir amanhã. —Digo gesticulando para que parasse, não queria ele me dando comida na boca.

Você não está sentindo. —Disse fitando-me sério.— Vai ficar de repouso pelo menos três dias e tomar os analgésicos, eu vou te avisar caso esteja se machucando, já que você conseguiu romper um pedaço da nossa base ontem e vai demorar até voltar ao normal. —Diz revirando os olhos quando o fitei confusa, tudo aquilo era como ouvir Jimin falando um dialeto perdido.— Apenas toma cuidado, okay? —Pediu contraindo levemente os lábios.

 

Jimin me explicou um pouco do que aconteceu no dia anterior, a base é o que te mantém vital e como esse desgraç-, quer dizer, Jimin me fez sua base, dividíamos a mesma vitalidade, se nos afastarmos muito, essa vitalidade começa a enfraquecer e então o mundo ao redor trata de "descartar" as fontes fracas de vida. O mundo tentou me matar por achar que minha base já estava prestes a romper e de fato estava, Jimin precisou correr muito para conseguir entrar novamente numa distância segura.

 

— Aquele seu amigo tem uma base muito forte. —Disse colocando um biscoito entre os lábios enquanto me ajudava, mexendo a massa amanteigada para a torta. Se eu ficasse em casa sem nenhuma ocupação, apenas falando com Jimin, provavelmente testaria a hipótese de eu matá-lo e ter minha base apenas para mim de volta.— Sabe que eu sei o que você pensa, não sabe? —Perguntou olhando a faca que eu estava usando para cortas as maçãs.

— Que amigo? —Perguntei ignorando o que disse e descascando outra maçã.

— Taehyung. —Disse mostrando-me a massa já pronta, apontei a forma para que ele ajeitasse para mim.

— E o que isso quer dizer? —Perguntei pegando uma panela pequena para pôr a calda no fogo.

— Que ele vai viver bastante. —Disse pegando um pedaço de maçã e prendendo uma ponta entre os lábios, aproximando seu rosto do meu.

— A de Hoseok é forte também? —Perguntei empurrando a maçã para dentro de sua boca, ouvindo-o resmungar.

— Não é certo eu ficar te dizendo essas coisas, vai acabar ficando paranóica. —Disse enquanto mastigava a fruta.

— Nada a ver, muito ou pouco não quer dizer nada, não é como se você me desse uma data ou algo do tipo. —Digo esticando a perna e ouvindo Jimin grunhir quando bati o pé na perna da mesa.

— Não gosto de falar sobre essas coisas. —Disse forçando um sorriso e se sentando ao meu lado, distribuindo a massa pela forma enquanto eu cortava as fatias de maçã em pedaços menores.

— Jimin... A minha base é forte? —Perguntei notando o mesmo engolir em seco.

— Eu não consigo sentir a sua pois estou nela... Então eu não sei... —Disse se levantando para olhar a calda que já havia começado a ferver.

— Entendo... —Sussurro sem saber bem se ele estava mentindo ou não, mas de fato, Jimin estava certo, se eu soubesse disso, ficaria pensando mais que deveria. Olhei por um segundo para a perna de Jimin que estava coberta pelo moletom, ele disse que não precisava fazer um curativo apesar de eu me oferecer para enfaixar quando chegamos, segundo ele, quando o meu machucado cicatrizasse, o dele também cicatrizaria.

 

Aquilo ainda era estranho, mesmo depois de ver um homem andando pela casa sacudindo sua cauda e erguendo ou baixando as orelhas conforme ouvia algo, fosse perto ou distante, ainda era difícil engolir tudo aquilo. Segurei a faca próxima de minha palma observando Jimin que estava de costas mexendo o caramelo para não queimar, passei suavemente a faca pela base de minha palma direita, as orelhas de Jimin se ergueram no instante que a faca cortou minha pele e eu soltei a faca ao vê-lo se virar rapidamente, o rapaz soltou a colher vindo até mim e segurando meu pulso para olhar minha palma.

 

— Você tem que prestar mais atenção... —Resmungou me levantando com cuidado para ir lavar o corte que começava a sangrar um pouco.— Pode acabar se machucando sem sentir. —Disse segurando minha mão abaixo da torneira aberta, havia um corte na base da palma de sua mão direita, não sangrava, apenas era uma ferida, o sorriso que Jimin me deu quando notou que o encarava de forma dispersa me fez desviar o olhar de forma constrangida, mas o cheiro do açúcar queimado me fez puxar a mão da sua rapidamente.

 

Eu e Jimin estávamos falando sobre o que aconteceria se eu sentisse cólica, já que ele não teria onde sentir essa dor também, era algo curioso, o rapaz nunca "invadiu" a base de uma mulher, era sua primeira vez usando uma garota como vínculo para a vitalidade, mas o rapaz precisou levantar para atender a porta, pegando sua touca sobre a mesa e indo até a sala enquanto resmungava e retornou com uma cara péssima para a cozinha, que foi explicada quando vi o sorriso quase radiante de Hoseok, ainda estava vestido socialmente.

 

— Foi liberado mais cedo? —Perguntei levantando meio que me esquecendo do machucado, pressionando primeiro o calcanhar no chão, Jimin abaixou a cabeça encostando a testa na mesa.

— Na verdade, o horário da sessão foi passado para agora. —Namjoon disse entrando na cozinha, Jimin ergueu a cabeça fitando surpreso o homem.

— Como está a perna? —Hoseok perguntou dando-me um abraço apertado, rindo fraco ao ser retribuído.— Não sabe o quanto eu passei o dia preocupado. —Sussurrou segurando meu queixo após se afastar um pouco, Jimin abraçou minha cintura, empurrando levemente o ruivo.

— Eu quero te mostrar uma coisa no quarto... —Sussurrou mordendo levemente minha orelha, Hoseok se afastou desfazendo o sorriso que antes parecia tão alegre, Namjoon arqueou as sobrancelhas enquanto me observava seguindo para a sala com Jimin.

— Dá 'pra parar com isso? —Reclamei seguindo o rapaz que segurava minha mão, levando-me até o quarto.

— O idiota chega aqui te agarrando e você quer que eu deixe? —Disse indignado, fechando a porta do quarto.

— Ele só me abraçou e isso não é problema seu. —Digo vendo-o arrancar a touca da cabeça e bagunçar os próprios cabelos.

— Aquele... Cara, que 'tá lá na cozinha, ele não é uma pessoa boa, você tem que mandar ele embora. —Disse se sentando com as pernas cruzadas sobre a cama.

— Ele é meu terapeuta, eu não posso simplesmente expulsá-lo assim. —Digo vendo o rapaz se jogar na cama de forma frustrada.

— Terapeuta... Puta que pariu... Olha, só diz que 'tá cansada, ou sei lá o que, mas manda aquela coisa embora. —Disse gesticulando na direção da cozinha.

— O que aconteceu entre vocês dois? —Perguntei vendo-o suspirar fundo e franzir levemente o cenho.

— Ele... Sabe e não é alguém muito legal, não quero ele aqui. —Disse fitando a parede.

— Olha 'pra mim. —Reclamo fazendo-o se sentar para me encarar.— O que ele te fez? —Perguntei sentando-me na beirada da cama, afagando os cabelos do rapaz que parecia estressado.

— O que eu te expliquei, é o que descobriram... E eu não gostei de servir de cobaia. —Disse negando levemente com a cabeça, ergui a postura respirando fundo.— Eu não quero voltar para lá, eu gosto de ficar aqui contigo... —Resmungou se aproximando para apoiar o queixo em minha coxa.

— Cobaia... Eles maltrataram você? —Perguntei acariciando levemente sua bochecha, sentindo alguns pelinhos mais grossos, sua barba estava começando a crescer.

— Manda ele ir embora... —Pediu apertando levemente minha coxa.

— Melhor eu voltar logo para a cozinha... Se quiser ficar aqui, tudo bem. —Digo levantando-me com cuidado dessas vez.

— Ou Hoseok vai achar que eu estou te mostrando mesmo algo? —Perguntou abrindo um sorriso sacana, fazendo-me fechar a cara.— Você é tão sem graça. —Reclamou se levantando e pegando minha mão quando me virei para deixar o cômodo, dando-me um selar na bochecha.— Eu vou ficar na sala, só para caso Hoseok se sinta mais à vontade que deve. —Disse fazendo-me erguer levemente um sobrancelha, Jimin quem estava mais à vontade que devia.

 

Servi a torta vendo um sorriso meigo se formar nos lábios de Hoseok, ele adorava torta de maçã. A sessão teria cinquenta minutos, era apenas ignorar o que Jimin havia dito e continuar falando sobre o relacionamento que eu e Hoseok tínhamos, mas estava nervosa demais para falar sobre o término, queria questionar e não esclarecer, mas a presença de Hoseok me deixava um pouco receosa, não sabia como o ruivo reagiria ao saber sequer um terço de tudo.

Enquanto Hoseok desabafava com o loiro, estava tentando encontrar uma desculpa para fazê-lo ficar após a consulta, ele era psicólogo, eu poderia dar uma desculpa qualquer para que ele não pudesse negar, apenas sai dos pensamentos quando senti a mão de Hoseok sobre a minha, perguntando se estava tudo bem, dizendo que eu estava encarando a parede de cenho franzido fazia quinze minutos.

 

Ao final da sessão, Namjoon pediu que eu dissesse algo para Hoseok que sentia estar guardado havia muito tempo, já que eu quem parecia ter sido mais afetada com tudo o que aconteceu.

 

— Mas eu não tenho o que dizer. —Resmungo fitando o ruivo que parecia já estar preparado para alguns palavrões.

— Do jeito que você me trata, é impossível ser apenas mau humor. —Comentou dando um sorriso nervoso, Hoseok era mais sensível que parecia e se dissesse algo que o fizesse pensar muito, ele ficaria péssimo.

— O tempo que a senhora e ele ficaram sem se falar, deve ter pensado em muito sobre o que dizer... Não tem nada que ainda seja válido agora? —Kim perguntou me fitando.— Se não incluir a mãe dele, está tudo bem. —Disse fazendo-me dar um leve sorriso, eu estava de fato cogitando "Filho da puta".

— Quando eu estava descendo no elevador... Eu pensei em voltar, eu não queria terminar de verdade. —Começo ainda com um sorriso constrangido nos lábios.— Eu achava que um sustinho era o necessário para você acordar que eu precisava de você, mas... Eu dormi na casa da Helen e não tinha mensagem sua nas notificações de manhã, eu fiquei brava, mas Helen disse que eu deveria esperar você pedir desculpas. —Digo engolindo em seco.— 'Tô esperando até hoje, não é? Porque aqui o nível de otária estoura os limites. —Comento fitando Namjoon, eu havia começado a contar triste, mas agora a raiva estava começando a prevalecer.— Você sabe o quanto eu chorei quando você sequer me ligou durante o dia todo?! —Grito apontando o ruivo que ainda estava confuso se eu iria xingá-lo ou não.

— Eu sin-

Foda-se! Sente nada! —Reclamei levantando e vendo Hoseok me fitar feito um hamster assustado.— Você é um desgraçado de um egoísta, Hoseok! —Gritei quase furando seu peito com a unha.— Eu te amava e você nunca retribuiu da mesma forma... —Murmurei suspirando fundo, sentindo minha garganta arder levemente.— Eu senti muito sua falta... —Resmungo comprimindo os lábios ao sentir minha voz embargada.— Eu senti sua falta... —Sussurrei abaixando o rosto, Hoseok se levantou me puxando para seu peito, afagando meus cabelos sem dizer nada.

 

Como dito, o Jung é mais sensível que parece e eu o dei motivos para pensar muito, o ruivo me deu um beijo desajeitado na testa, fazendo Jimin pigarrear chamando sua atenção antes de o mesmo seguir para sua casa, consegui enrolar Namjoon falando sobre a torta até Hoseok sair, puxando a mão do loiro que fechou a porta antes de se voltar para mim com um sorriso gentil.

 

— Eu não quero te envolver nisso, meu problema não é contigo. —Disse segurando meus ombros e fitando Jimin que estava sentado no sofá.

— Que nome te deram dessa vez? —Perguntou se levantando e vindo até nós, tirando as mãos de Namjoon de mim.

— Kim Namjoon. —Disse observando o rapaz me pôr para trás de si.

— Sério? Não tinha registro melhor? —Perguntou debochado.

Jimin. —Diz erguendo levemente uma sobrancelha.

— Não fui eu quem escolheu. —Disse acariciando levemente minha mão.

— Muito bonitinho, Erick, mas você sabe bem que já passou da idade de namorico. —Disse seguindo para as cortinas e as fechando, de ambas as janelas.— Você pode sair daqui comigo por bem ou por mal. —Diz andando de volta até nós dois, se inclinando levemente sobre Jimin.

— Erick? —Perguntei um pouco confusa.

— E eu por acaso já fiz algo por bem? —Perguntou dando um de seus sorrisos meigos, carregados de escárnio.

— Tira ela daí. —Disse pendendo levemente a cabeça, dando um passo à frente, quase encostando seu nariz ao de Jimin.

— Querida, pode esperar no quarto, por favor? Eu preciso mandar o senhor Kim para o próximo ciclo. —Pediu se voltando para mim, segurando meu rosto e me dando um beijo demorado na testa.

— O quê? Não! Você é maluco?! —Perguntei tentando me soltar do rapaz que praticamente estava me arrastando na direção do quarto.

— Sem jogo sujo dessa vez. —Namjoon disse tirando o paletó e o jogando no sofá.

— Olha o corpo em que eu caí dessa vez, acha mesmo que vou ser justo? —Perguntou me empurrando para dentro do quarto e batendo a porta, girando a tranca por fora.

— Jimin! —Gritei batendo na porta, indo até a gaveta procurar a chave, mas Jimin ainda não havia a devolvido para o lugar.

 

Desisti de encontrar a chave quando ouvi algo bater com força contra a parede da sala e a risada de Jimin, seguido pelo som do que pareceu a decoração inteira caindo. Eu aguentava catar os cacos da minha antiga mesa do chão, secar o chão da cozinha e dobrar a roupa toda, mas eu não iria tirar um corpo da sala.

Pulei a janela do quarto para dar a volta na casa, vendo Jungkook à frente de sua casa, parecendo confuso ao me ver do lado de fora com todo o barulho. O som de vidro quebrando fez minha atenção voltar para a casa, corri para a porta da frente e Jungkook veio rapidamente ao notar pelas silhuetas que passavam pela cortina o que estava acontecendo.

 

Jungkook conseguiu separar por um segundo os homens que estavam ofegantes e machucados, empurrei um pouco Jimin enquanto Jungkook segurava Namjoon que pareceu se acalmar um pouco, mas Jimin avançou novamente no homem após o mesmo cuspir em nossa direção, apertei com força o machucado de minha panturrilha, fazendo Jimin se encolher e sair de cima de Namjoon que me fitou ao ver o rapaz segurando a própria perna, notanto que meu machucado era no mesmo local.

 

— Não acredito que você fez isso... —Murmurou fitando o moreno que respirava com certa dificuldade.

— O que é isso? —Jungkook perguntou notando as orelhas de Jimin graças à iluminação da cozinha.— Se mexeu! —Disse apontando as orelhas que se encolheram quando Jimin deu mais atenção para a dor em sua perna que para a raiva.

— Precisava ter apertado tanto? —Reclamou manhoso, acariciando a perna, tentando fazer a sensação melhorar.

— Rapaz, fica calmo... —Namjoon disse se levantando e espalmando a mão para que Jungkook o fitasse, mas o rapaz ainda parecia surpreso com o fato de Jimin ter orelhas, ficando meio sem reação.

— Por que ele... Ele tem orelhas de... —Disse olhando Namjoon que se aproximava devagar.

— Eu sei... É estranho... —Disse em tom suave, tapando a boca do rapaz antes de enganchar seu pescoço, entrei em desespero pegando qualquer objeto que vi primeiro, no caso o controle da TV, e bati na cabeça de Namjoon com o mesmo, o homem soltou o corpo mole de Jungkook no chão antes de me fitar de forma séria.

— Você... Jungkook... —Sussurro observando o rapaz jogado no chão.

— Ele só 'tá desmaiado... —Murmurou passando a mão onde o atingi.— Nossa... Isso doeu... —Reclamou tentando vir até mim, joguei o controle em seu rosto tentando correr para o quarto, mas o homem me apanhou pelo braço, jogando me no sofá e tapando minha boca.

— Larga ela. —Jimin disse entredentes, levantando-se com certo esforço.

— Erick, entenda de uma vez que as coisas que você faz têm consequências. —Disse me levantando e tapando minha boca com o antebraço, ignorando quando cravei os dentes em sua carne, chegando a sentir o gosto de seu sangue.

— Eu colaboro, solta ela. —Disse ficando parado quando Namjoon segurou meu rosto, ameaçando girá-lo.

— Se você gritar, eu quebro seu pescoço, entendido? —Perguntou rente ao meu ouvido, suspirei fundo olhando a porta da sala.— Nem tenta. —Disse rindo fraco, apertando-me quando me agitei ao ouvir alguém bater na porta.— Atende. —Diz andando comigo até a porta, soltando-me e ficando onde não fosse visto.

— Aconteceu algo? Parecia que tinha uma manada de elefantes correndo aqui. —Senhora Kwon disse preocupada, olhando meu cabelo bagunçado e minha feição avermelhada.— Você está sangrando! —Diz surpresa, olhando minha perna, o curativo estava começando a encharcar com o sangue.

— Ah... Eu e Jimin estávamos movendo os móveis, só isso... —Digo fechando os olhos e engolindo em seco ao sentir o pé de Namjoon cutucando o meu para que eu fosse mais rápida.— Obrigada pela preocução, mas está tudo bem, boa noite, senhora Kwon. —Agradeço controlando o tom e fechando a porta, olhando para Namjoon que suspirou fundo ao me ver baixar o olhar.— O que você quer? —Perguntei abaixando-me e sentando no chão mesmo, se minha perna e minha cabeça estavam doendo para mim, imagine para Jimin.

— Que o seu namoradinho aprenda que o mundo não gira entorno dele. —Disse respirando fundo ao ver Jimin vir até mim.

— Me solta. —Reclamei quando Jimin tentou me abraçar.

— Problemas no paraíso, Erick? Ah... Você não tem direito a ele ainda... —Disse indo até Jungkook e pegando o rapaz por debaixo dos braços.

— Para de me chamar assim. —Murmurou me abraçando a força de qualquer forma, apertando-me para conter meus protestos.

— Eu vou ser bonzinho, não por você, Erick, por ela. —Disse meneando a cabeça em minha direção.— Quando Yoongi chegar de manhã, deixa que eu falo. —Diz colocando Jungkook sobre o sofá, checando se o rapaz estava apenas desacordado mesmo, estava respirando normalmente.— Nossa, um gato... Só você para conseguir essas proezas... —Comentou rindo, observando as orelhas do rapaz.— Preciso de fita isolante ou esse moleque vai me dar mais aborrecimento. —Sussurrou mais para si que para nós, seguindo para a cozinha, mexendo nas gavetas e retornando após encontrar o que queria.

— Desculpe... —Jimin sussurrou beijando o topo de minha cabeça, acariciando devagar meus cabelos, enquanto eu permanecia quieta, sem saber muito o que fazer.

— Vai acabar piorando as coisas se continuar falando. —Disse apontando Jimin, vindo até nós após enrolar a fita no rosto de Jungkook de forma que ele não conseguisse falar e prendendo suas mãos e pés juntos.— Eu não quero que me odeie, estou apenas fazendo o necessário, você é uma mulher incrível, de verdade. —Comentou cortando um pedaço da fita no dente.

— Ela vai ficar quieta, não precisa disso. —Jimin disse me apertando em seu peito.

— 'Pra essa garota estar se dando tão bem contigo, deve ser tão louca quanto você, eu não quero arriscar. —Disse fitando seriamente a Jimin.

— Eu disse que não precisa, você é surdo? —Perguntou voltando sua atenção para mim ao sentir minhas mãos segurarem suas costas quando o abracei de volta.

 

Namjoon respirou fundo observando-me afundar o rosto no peito de Jimin, apertando o tecido de sua camisa. O loiro jogou o rolo de fita em qualquer canto, sentando-se ao nosso lado no chão e ditando o que faríamos quando o tal Yoongi chegasse, dando ênfase na ordem para que eu simplesmente me mantivesse quieta e deixasse que ele falasse, caso contrário, acabaria sendo prejudicada mais que já estava sendo.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui.


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