História Black Demigod - Adivinhação

A poção que Ayd me deu ainda funcionava. É claro que não por muito tempo assim como as outras, mas eu aproveitava como podia, a poção deixava que eu dormisse sem ter pesadelos o que era o paraíso, é claro que eu ainda conseguia pensar vividamente no inferno e meus próprios pensamentos confusos me enlouquecem, mas pelos menos cerca de quarenta por cento dos meus problemas estão resolvidos e eu não sabia o que era ter um bom sono há meses. Outra coisa que eu havia reparado e que por muito tempo eu não conseguia mais ouvir os murmúrios dentro de minha cabeça e, além disso, reparei que tinha pelo menos uma semana que eu não via Dorian direito. Era normal que ele mal parecesse nas aulas, mas quase o víamos durante as refeições e quando o víamos ele parecia estar com o seu bom humor maligno e era extremamente rude como sempre. Ele e Draco agora andavam juntos pra todo lado, o que me fazia sentir excluída.

- Ainda não acredito que temos que ver essa aula ridícula. – Dorian reclamou pelo vigésima vez em cinco minutos. – Querer ver o futuro é masoquismo!

- Você continuar reclamando sobre isso não vai fazer a aula passar mais rápido! – Draco rolou os olhos ficando entre mim e Harry. – Eu não aguento mais ouvir a sua voz!

- Só estou dizendo que é inútil irmos prever o futuro das pessoas que eu posso ver a data e a forma da morte! – Dorian rolou os olhos fazendo Harry e Ron arregalarem os olhos. – Porque está tão surpreso Potter deveria saber que...

- Dorian pare com isso! – Eu disse tapando sua boca. – Se papai descobrir que estamos divulgando o prazo de vida das pessoas, nós é quem estaremos mortos!

- Você é tão certinha. – Ele rolou os olhos andando na frente.

- Idiota. – Eu murmurei ofendida, eu não gostava quando Dorian agia daquela forma. – Como Pode ser tão irresponsável?

- Porque coisas ruins acontecem quando se importa demais. – Ele se virou piscando um olho e dando um sorriso maldoso.

- O que quer dizer com isso? – Eu perguntei confusa.

- Pense o que quiser gatinha. – Ele deu os ombros seguindo o caminho.

- Não dê ouvidos a ele. – Draco abraçou meus ombros tentando me animar. – Só voltou a ser o idiota de sempre.

- Prefiro quando é o meu irmão. – Resmunguei caminhando até a aula com Draco.

Sentamos-nos em trio, enquanto Harry e Ron se sentaram nas cadeiras a frente junto com Neville. Nenhum de nós três gostava das aulas de adivinhação, muito menos quando a Umbrigde estava inspecionando a aula. Ter aquela mulher horrenda nos encarando fingindo ser fofa me fazia querer rasgar seu laçarote em um milhão de pedaçinhos. Éramos obrigados a ficar encarando folhas secas de chá tentando prever um futuro incerto, o que era inútil e entediante pra mim já que o único futuro que eu consigo prever é a morte das pessoas, coisa que eu tento evitar ao máximo e a última coisa que eu iria precisar pra fazer isso seriam folhas secas de chá. A única coisa nesse poder que me confortava era que eu nunca conseguia ver as mortes dos meus irmãos.

- Black! – A professora chamou atenção

- O que?! – Os três responderam distraídos.

- Quero que vocês leiam as folhas de chá... – A professora louca de adivinhação disse solene.

- Professora eu falo umas dez línguas, mas nenhuma delas são folhas resecadas. – Dorian disse sarcástico arrancando risadinhas da turma. – Mas posso dizer aqui quando cada e como cada um desta sala irá morrer...

- Dorian! – Eu o repreendi nervosa.

- O que foi amor, você também consegue. – Ele disse com mais sarcasmo.

- É contra a lei! – Eu o lembrei desse pequeno fato. – Draco preveja alguma coisa!

- O que, porque eu?! – Draco perguntou assustado.

- Você é o sacerdote da família, preveja você algo antes que esse desmiolado faça algo! – Eu disse o forçando.

- O que acham que é isso?! – Draco perguntou ofendido. – Que liga e desliga como um interruptor, eu não controlo isso!

- Na verdade é mais ou menos assim que funciona. – Dorian disse irônico apertando a lateral do pescoço do outro com dois dedos.

- Filho da... – Draco disse contraindo o pescoço.

Antes que alguém pudesse fazer algo os olhos de Draco ficaram vermelhos como sangue e sua aura ficou ligeiramente sombria. Era obvio que ele iria recitar uma profecia, mesmo que fosse possível ver que ele relutava contra aquilo, mas era algo que ele não conseguiria evitar, no máximo ele não diria tudo o que as vozes gritavam em sua cabeça ou ele iria cair aos socos com Dorian ali mesmo.

- ”Os cortes farão na alma quando a angustia o coração tomar...” – A voz de Draco estava forte e tempestuosa, sem falar em muito sinistra. – “Sangue do mesmo sangue se enfrentarão trazendo o terror e o sacrifício de duas almas por uma, quando a Cobra for mais uma vez derrotada...” – Draco fechou os olhos buscando por ar entre suas tosses, ele em poucos minutos já parecia exausto e sujo com o sangue que saia de eu nariz e boca.

- É melhor do que eu pensava... – Dorian murmurou fazendo pouco caso. – Mesmo que incompleta...

- Você é a porra de um idiota! – Draco disse se levantando e puxando Dorian pelo colarinho para encara-lo, somente um de seus olhos tinha voltado a ser cinza. – Faça isso mais uma vez... – Nunca vi Draco com o olhar tão gelado e realmente ameaçador, era como se Ares tivesse o incorporado. – E eu mesmo mato você.

- Me faça esse favor. – Dorian disse em grego antigo dando seu sorriso maldoso.

- Não em teste Dorian. – Ele respondeu na mesma língua, o olho que ainda estava cinza ficava ligeiramente avermelhado e seu lábio superior tremia levemente.

- Draco... – Eu o chamei devagar e ele me olhou, em questão de segundos Draco soltou o tio com força contra a cadeira a quebrando e saiu da sala com passos pesado. – Draco espera!

- Deixe a Barbie ir. – Dorian disse do chão rindo como louco.

- Como pode ser tão idiota?! – Perguntei furiosa antes de sair da sala a procura de meu primo.